Em 18.11.2022 o Respeitável Irmão Eduardo dos Reis, Loja Fraternidade Guanduense, 1396, REAA, GOB-ES, Oriente de Baixo Guandu, Estado do Espírito Santo, apresenta a dúvida seguinte:
SIGNIFICADO DA MARCHA DO 3º GRAU
Gostaria de saber para compartilhar com os novos Mestres Maçons que vamos exaltar na semana que vem.
Os passos de Mestre Maçom têm algum significado?
Quando fui exaltado (longo tempo passado) me ensinaram que o simbolismo dos passos seria como se estivesse pulando o a∴ que estava o c∴ do M∴ H∴.
CONSIDERAÇÕES:
Em se tratando do REAA, H∴ A∴ é a personificação do Sol ao percorrer a sua eclíptica até alcançar a sua declinação máxima, para o Norte e para o Sul. De maneira visível e sensível, essa declinação resulta nos solstícios de verão e de inverno conforme o hemisfério terrestre.
No REAA, por ser este um rito de conotação solar, os ciclos da Natureza esotericamente correspondem ao caminho iniciático do Maçom. Isso está visivelmente detalhado na disposição sequencial das Colunas Zodiacais e os correspondentes alinhamentos que ocorrem entre a Terra (o Iniciado), o Sol e o Zodíaco. No caso da Maçonaria, todo esse teatro alegórico se reporta ao ponto de vista do hemisfério Norte, região onde nasceu a Maçonaria.
Os ciclos naturais, marcados pelos solstícios e equinócios, são resultantes do movimento aparente do Sol na sua eclíptica e estão presentes no misticismo iniciático das civilizações desde os cultos solares da antiguidade.
Nesse contexto, as corporações de ofício da Idade Média, ancestrais da Moderna Maçonaria, se utilizavam dos ciclos naturais para regular o desenvolvimento do ofício utilizado nas construções de catedrais, igrejas e abadias.
Em linhas gerais, o tempo (ambiente) e as estações do ano regulavam o trabalho nos canteiros medievais no Norte da Europa. Com isso havia momentos apropriados para o exercício do trabalho de cantaria. Por exemplo, com menos intempéries e mais luz do Sol a primavera o verão e parte do outono eram propícios para a elevação da obra, enquanto que a rudeza do inverno era imprópria para o desenvolvimento das construções.
Graças a isso, esse costume seria mais tarde rememorado de modo simbólico, a exemplo da alegoria das provas, das viagens e das purificações pelos elementos. Sendo assim, os ritos maçônicos da Moderna Maçonaria a partir do século XVIII começariam a desenvolver o seu arcabouço iniciático, dos quais se pode citar a Marcha como exemplo.
Desse modo, os PP∴ do Mestre no REAA simbolizam o deslocamento do Sol na sua eclíptica, onde, do ponto de vista do Norte, o movimento em direção ao Sul representa o Sol em solstício de inverno, enquanto que o movimento seguinte, em direção ao Norte, representa o Sol em solstício de Verão – em linhas gerais rememora os tempos propícios e os impróprios para o trabalho.
Nessa conjuntura vale lembrar as Colunas B∴ e J∴ marcam os simbolicamente no templo a passagem dos trópicos de Câncer ao Norte e Capricórnio ao Sul. Esses limites projetados indicam a inclinação máxima do Sol para o Norte e para o Sul.
Devido a inclinação de aproximadamente 23º do eixo em relação ao seu plano de órbita, a Terra em determinada época do ano recebe, conforme o seu hemisfério, mais ou menos luz. Graças a isso é que ocorrem as estações do ano, invertidas conforme o hemisfério.
Esotericamente, nessas circunstâncias as estações do ano representam as etapas da vida do iniciado. Tal como o Sol que morre no inverno para renascer na primavera, o Iniciado, como parte da Natureza, assim também percorre essa jornada – de Aprendiz na primavera ao Mestre que morre no Inverno para renascer na Luz.
Em linhas gerais, os PP∴ do Mestre comportam essa alegoria completa.
De modo figurado, os PP∴ mais altos, porém se exagero, demonstram o trajeto do Sol. De modo prático, a elevação dos PP∴ ocorre para que o iniciado não pise nos elementos que constituem o t∴ simbólico de H∴ A∴.
Por fim, vale mencionar o importante ideograma maçônico formado pelo círculo (Sol) entre as paralelas verticais tangenciais (trópicos de Câncer e Capricórnio). Esse conjunto exprime de modo conciso que o Sol não ultrapassa os trópicos. Isso implica que a Natureza impõe limites aos seus elementos constitutivos. Como lição moral, significa que o iniciado deve impor limites aos seus atos e às suas ações.
E.T. – Antes que os puristas de plantão ser arvorem em críticas infundadas e a imaginar revelações de segredo no texto acima, destaco que nada do seu conteúdo é compreensível senão para aqueles que alcançaram o grau de Mestre Maçom.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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