COLUNAS ZODIACAIS

(republicação)

Os Irmãos Tiago Máximo da Silva Aprendiz Maçom e Asley Carlos Ferreira, Mestre Instalado, ambos da Loja Fé e Perseverança, 426, REAA, GOSP – GOB, Oriente de Jaboticabal, Estado de São Paulo, apresentam as seguintes questões:

maximotiago@terra.com.br

Tiago Máximo da Silva - Venho lhe perguntar por que as colunas zodiacais que são a sustentação da abóboda celeste não podem passar da balaustrada, uma vez que a abóboda se compreende do Norte ao Sul e do Oriente ao Ocidente. Desta forma entendo que se essas colunas teriam que estar por toda a dimensão da Loja.

Asley Carlos Ferreira. Nas Iniciações o Venerável Mestre convida todos os Irmãos a aplaudirem a nova aquisição (Irmão Iniciado) pela a Bateria do Grau, posteriormente o Mestre de Cerimônias, pede permissão para que o Aprendiz agradeça os aplausos, na mesma Bateria. Entendendo-se que ele já sendo um Irmão e considerado um igual, porque a Loja comandada pelo Venerável Mestre cobre os aplausos do Aprendizes?

CONSIDERAÇÕES:

Questão do Irmão Tiago. Bem meu Irmão, eu não sei quem lhe ensinou essa definição, ou aonde o Mano leu esse tremendo equívoco. Colunas Zodiacais jamais serviram para “sustentar” a abóbada celeste.

Essa alegoria que é própria do Rito Escocês Antigo e Aceito, que é de vertente francesa, está diretamente ligada ao conjunto iniciático entre o Homem e a Natureza.

As Colunas Zodiacais representam as constelações do zodíaco que pleiteiam o alinhamento da terra em sua passagem ao longo do período de translação. 

Pela inclinação do eixo Norte – Sul do nosso Planeta no seu plano de órbita constituem-se as estações terrenas de acordo com a posição no espaço ao longo do seu trajeto anual. 

Dependendo da posição da terra há uma referência de alinhamento com as constelações que pela sua divisão deu-se o nome de Zodíaco.

Assim a alegoria das Colunas Zodiacais indicam as estações do ano no Hemisfério Norte (a Maçonaria surgiu nesse Hemisfério). 

Assim as três primeiras colunas compreendem a Primavera e as outras três, o Verão, sendo que esse grupo de seis colunas estende-se pela parede Norte denominado em Maçonaria como o Topo Coluna do Norte. Essas colunas tem o sentido de leitura partindo do canto com a parede ocidental até a balaustrada do Oriente. 

Na outra face, ou topo do Sul existem mais seis colunas com sentido de leitura da balaustrada do Oriente até o canto com a parede ocidental. No Sul as três primeiras representam o Outono e as últimas três, o Inverno. 

A divisão dessas Colunas em quatro grupos de três representam as quatro estações do ano partindo da Primavera (equinócio) na meia esfera Norte (21 de março); solstício de Verão – Topo do Norte. Prossegue no Topo do Sul no equinócio de Outono e termina no Inverno (solstício de inverno).

Em síntese essas Colunas representam a senda iniciática do Rito em questão – a Primavera e o Verão o Aprendiz no Topo do Norte, enquanto que o Outono o Companheiro e o Inverno o Mestre. 

Essa alegoria é representada ligando o Homem aos ciclos da Natureza – infância, juventude, maturidade e morte. Essa renovação significa as etapas de aperfeiçoamento do Obreiro – Aprendiz, Companheiro e Mestre – tal qual se apresenta a Lei Natural de morrer para renascer. 

É a morte simbólica do Iniciado na Câmara de Reflexão e o renascimento de uma nova vida a partir da Primavera. Daí o título de Neófito (néo=novo; fiton=planta). 

Essa também é origem em Maçonaria do termo Meio-Dia à Meia-Noite, quando a juventude é relacionada à ação e o trabalho enquanto que a maturidade à experiência do Mestre. 

Deixo aqui então esse resumido apontamento que está longe de esgotar o assunto na doutrina deísta do Rito Escocês que é de origem francesa. 

É dessa conotação que a Maçonaria de vertente francesa usa o jargão de “Filhos da Viúva” para os seus adeptos, o que significa que a Terra fica viúva uma vez por ano do Sol (três meses de inverno onde há menos Luz e mais trevas – dias curtos e noites longas).

Volto a ratificar que esse ponto de vista é do Hemisfério Norte na relação dos cultos solares da Antiguidade.

Por assim ser é que as Colunas Zodiacais não estão presentes para sustentar a abóbada, porém indicar a senda iniciática que se dá ao longo dos três Graus no Ocidente da Sala da Loja.

Somente após o Iniciado cumprir os ciclos devidos é que ele renasce no Oriente, daí a regra de que Aprendizes e Companheiros não têm acesso ao Oriente em Loja Aberta. Via da regra – Não existem Colunas Zodiacais no Oriente.

Questão do Respeitável Irmão Asley. Na questão de retribuição do Aprendiz no momento do aplauso pela aquisição, “cobrir”, do latim “coopeiere”, como verbo transitivo direto também designa garantir; abonar. 

Assim o Venerável ao comandar “cubramos esses aplausos”, significa que ele pede à Loja a garantia e o abono pelo agradecimento do Aprendiz, que por sua vez acabara de ser constituído no Primeiro Grau, portanto é um Maçom.

T.F.A.

PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com

Fonte: JB News – Informativo nr. 0876 Florianópolis (SC) 26 de Janeiro de 2013.