(republicação)
O Respeitável Irmão Cosme Lima, membro da Loja Regeneração 3ª, COMAB, Oriente de Londrina, Estado do Paraná apresenta o seguinte comentário ao Respeitável Irmão Hercule Spoladore e coloca três exemplos para reflexão sobre o Rito Escocês Antigo e Aceito que merecem comentários. gasnorte@sercomtel.com.br
Acredito que apesar de parecer meio bobagem em relação aos grandes problemas que existem no dia a dia das Lojas e Potências, talvez já devamos pensar em uma forma simplista de tentar uniformizar - mesmo que não seja de maneira totalmente engessada - a ritualística do REAA.
No nosso entendimento, o rito não deveria mudar de uma Potência para outra, nem mesmo de uma Loja para a outra, no entanto, podemos observar que existem algumas variações fantásticas que confundem os Irmãos e, são explicadas pelos nossos guias em ritualística das formas mais incríveis possíveis.
Sem querer ser incendiário, mas a titulo de reflexão, cito três exemplos:
1) TFA: Batida nas costas do Irmão com a mão direita, com a mão esquerda e, até com as duas mãos.
2) Gravata usada pelo Iniciando: Branca em algumas Lojas, preta em outras.
3) Comunicação dos Vigilantes: Em algumas Lojas a citação é: Primeiro Vigilante – Irmãos que abrilhantais a Coluna do Norte e, Segundo Vigilante - Irmãos que decorais a Coluna do Sul. Em outras Lojas a comunicação é feita de forma invertida, ou seja, Primeiro Vigilante - decorais e Segundo Vigilante - abrilhantais. O que devemos fazer?
CONSIDERAÇÕES:
Penso que o ideal seria que os Ritos, independente de Obediências deveriam ser iguais na sua prática. Infelizmente isso não acontece e temos que obedecer às Leis aprovadas.
Passo a seguir as minhas reflexões sobre os tópicos apontados.
No caso nº 01 – Para os Ritos que o praticam a sua origem está na Exaltação do Mestre no momento em que o Respeitabilíssimo levanta o exaltado retirando-o das trevas. Na execução dos C∴PP∴PP∴ o braço, antebraço e a mão esquerda do Respeitabilíssimo se posicionam por sobre o ombro e lado direito das costas do protagonista. Assim por primeiro seria é a mão esquerda que bateria às costas por três pancadas. Dado o movimento tríplice, no segundo movimento seria a mão direita e por fim novamente a mão esquerda. Em resumo os protagonistas dão a tríplice pancada às costas com a mão correspondente ao braço que estiver por cima do ombro do oponente.
No caso nº 02 – Aí me parece ser uma questão de indumentária de um Rito específico. Já que se dá mais valor ao molho do que à carne no que diz respeito o traje maçônico – no meu entendimento o que vale é o avental. No Rito Escocês no Brasil usa-se gravata lisa preta.
3 - No caso do Primeiro Vigilante e a locução “(...) decorais a Coluna do Norte” existem dois aspectos para serem considerados: Primeiro, DECORAR, como verbo transitivo direto que menciona o ato de guarnecer com adorno, ornamentar, realçar, avivar, etc.
Nesse sentido o significado está diretamente ligado à Meia-Noite que em linhas gerais representa de forma figurada a maturidade e a aproximação do fim da vida. A Obra, nessa definição, é o elemento construído ao longo da vida que, se bem aplicada e bem produzida decora a passagem do Homem pela efêmera vida terrena. Em síntese é a moldura do quadro da vida.
No segundo aspecto e de caráter exteriorizado seria do verbo “decorar” com transitivo direto e indireto que exprime dentre outros o caráter de “honrar, enobrecer”. Assim o significado está diretamente ligado àqueles que se posicionam na Coluna do Norte, cujo intuito é também o de honrar e enobrecer aquele espaço de trabalho, ou seja: os que honram e enobrecem Setentrião.
No caso do Segundo Vigilante e a locução “(...) abrilhantais a Coluna do Sul”, ABRILHANTAR concerne ao Meio-Dia e a ação da Luz que abrilhanta a elevação da Obra. Nesse sentido o Meio-Dia, ou Sul está representado pelo quadrante por onde a Luz se desloca, ou a passagem do Sol (ponto de vista do Hemisfério Norte).
No próprio Painel da Loja, há que se notar a existência de três janelas – uma no Oriente, uma no Sul e a outra no Ocidente. Isso implica a marcha da Luz. Daí, nessa relação não existir janela na banda Norte. Por assim ser o verbo “abrilhantar” tido como verbo transitivo direto menciona dar brilho, ou luz viva para alguma coisa. Também tornar brilhante, luzente e reluzente. Isso implica que o Obreiro dá Luz ao trabalho, tornando-o brilhante, reluzente. Esse trabalho é a obra elevada, ou a Obra da Vida.
ABRILHANTAR, ainda como verbo transitivo direto, implica em dar brilho, realçar, etc. Também completa a explicação se tomado como verbo pronominal que exara a tornar-se brilhante, reluzente, adquirir maior brilho, maior realce; realçar-se.
Assim o verbo “abrilhantar” sugere uma ligação direta, em termos de Maçonaria, com os ocupantes da Coluna do Sul, donde o Segundo Vigilante observa a passagem no Sol no meridiano do Meio-Dia, tendo sobre si, no caso do Rito Escocês Antigo e Aceito a Estrela Flamejante, apresentada como a Estrela Hominal (objeto de estudo do Companheiro) que recebe o brilho, posto que ela, a Estrela, representa o Homem e a sua Obra (letra G=geometria) na fase intermediária da vida – entre a infância e a maturidade.
Como questiona o Mano (o que devemos fazer?), penso que devemos cumprir o que está escrito e aprovado no seio de cada Obediência. Talvez um dia possamos praticar o mesmo Ritual e ao mesmo termos a mesma Palavra Palavra Semestral.
T.F.A.
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0897 Florianópolis (SC) 16 de Fevereiro de 2013.
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