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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

REAA - ALTERAÇÕES RITUALÍSTICAS

Em 11/06/2023 um Respeitável Irmão de uma Loja praticante do REAA apresenta as questões seguintes:

ALTERAÇÕES RITUALÍSTICAS

Este é o meu primeiro contato por escrito contigo, porém já o acompanho e o tenho como referência há 5 anos.

Sempre gostei e acredito que uma ritualística bem executada conforme os costumes (em sua tradicionalidade e pureza) por si só, nos encanta e nos ensina muito sobre o ato dele existir.

Vejo que o nobre irmão tem se esforçado e muito para despertar esses questionamentos nos irmãos, para que não simplesmente siga o ''está escrito assim, tem que ser assim'', (sem mencionar o tal copiar e colar na hora da confecção dos rituais) mas que entenda o porquê de cada ação.

Sei que devemos obedecer e seguir nossos rituais, mas por diversas vezes, me questiono:

Aceito o ''está escrito''? Me omito, incentivo e replico alguns enxertos e ações que vão contra minhas convicções e pesquisas?

Quando me deparo com essas situações, sempre procuro levantar essa questão para que todos em loja também façam as suas pesquisas sobre tal, pois como Mestres Maçons, vejo que temos a obrigação de passar instruções e costumes da forma correta e pesquisar sempre.

Sem entrar no mérito político, me surpreendeu e infelizmente de forma negativa algumas mudanças na ritualística, e não nos disponibilizaram até o momento nenhum material explicativo que justifique o motivo dessas.

Estou assumindo a Presidência de minha Oficina, o que aumenta ainda mais a minha responsabilidade perante meus irmãos. Por isso, venho através deste, recorrer aos vossos conhecimentos para que de uma forma didática e com embasamento, possamos apresentar e esclarecer sobre as questões abaixo na dinâmica ritualística de abertura e fechamento da Loja:

1. Após todos estarem em seus lugares e o M. de Cerimônias anunciar que a loja está composta, existe o comando do Venerável Mestre ''Em Loja'' e todos ficam a Ordem! (como assim?? a loja nem foi aberta)

2. Logo depois de verificada a cobertura, o Primeiro Vigilante é chamado a cumprir o seu segundo dever... (penso que erroneamente, porque já foi feito pelo próprio Venerável Mestre anteriormente, reforço erroneamente).

3. Ao passar a palavra, o 1º Diácono está subindo os degraus pela Frente do altar, e os protagonistas quase que debruçam sobre a mesa para tal ato, além de que também ambos fazem a saudação antes e depois de passar a palavra. O que também se repete ao decorrer do processo com os Vigilantes. (Penso que ele deveria subir pelo lado norte e ficar à frente do Venerável Mestre e ambos sem nenhum sinal)

4. Existe agora um DESFAZIMENTO do sinal, de forma natural, sem se aplicar a pena. (Entendo que não existe meio sinal, como já vi vários artigos muito bem explicado sobre o tema em seu blog)

5. Posição dos Pés a ordem. (Deve seguir o pavimento mosaico na diagonal conforme o pavimento nos guia ou o pé esquerdo pra frente 100% na vertical?)

6. A Palavra voltando no encerramento dos trabalhos. (O processo está ocorrendo no modo inverso, sendo que começa pelo 2º Diácono junto ao 2.º Vigilante)

7. Após o fechamento do Livro da Lei pelo Orador, todos continuam com Sinal de Ordem, e após a bateria volta-se a ordem para a Aclamação. (Fechou o Livro não se faz mais sinal, correto?)

8. Nas Marchas do Grau 02 e 03, ao passar de um grau para o outro, diz que se passa diretamente para o sinal do grau superior sem execução da pena, ou seja, o tal do desfazimento...

9. Em relação ao Tronco existe alguma restrição de se depositar moedas no saco? E com a modernidade, hoje está mais raro o dinheiro em espécie, há algo de errado se o irmão colocar por escrito o valor e fazer um PIX pro caixa da Hospitalaria? (Pois alguns insistem numa tese de que moeda é troco, e já vi recusarem o papel do PIX, sem explicações convincentes...)

Neste primeiro momento vou me concentrar nessas questões, existem outras, mas vou deixá-las para um futuro bem próximo.

Desde já minha gratidão ao Irmão Pedro, por compartilhar seus conhecimentos e nos esclarecer com as luzes de sua Sabedoria nos assuntos da nossa sublime instituição.

RESPOSTAS:

1. Salvo o Sinal que se faz em atenção ao segundo dever de um Vigilante em Loja (isso remete à história dos nossos ancestrais, por isso está no ritual), os demais só ocorrem após a Loja estar devidamente aberta, isto é, imediatamente depois da abertura do Livro da Lei.

2. Não vamos inventar. O segundo dever de um Vigilante em Loja é original nos rituais e foi decalcado em atividades pertinentes aos tempos do ofício. Como forma consagrada nos rituais da Moderna Maçonaria, é parte integrante da ritualística de alguns ritos. Mesmo que pareça contraditória, ela é necessária por questões iniciáticas, assim como de usos e costumes.

3. A prática correta é a seguinte: o 1º Diácono sobre pelo lado Norte do Altar e se detém ao alcançar o nível do sólio. Ato seguido, o Venerável Mestre volta-se para ele e, estando ambos frente a frente o Venerável transmite a palavra na forma de costume. Nunca pela frente do Altar, porém pela direita do mesmo. Como a Loja não está ainda aberta os protagonistas não fazem nenhum sinal. Já no encerramento ambos fazem o sinal porque a Loja ainda está aberta. Essa transmissão não é um telhamento, portanto não há troca de letras ou sílabas como quando ocorre no exame de um maçom. Na liturgia da transmissão da Palavra entre as Luzes e os Diáconos, apenas quem transmite dá a palavra sol∴ ou sil∴ por inteiro.

4. Composto o Sinal de Ordem, o mesmo obrigatoriamente será sempre desfeito pelo Sinal Penal. Como dito, não há "meio procedimento".

5. No REAA não existe a posição de apontar o pé esq∴ para frente. O correto no rito é tomar como referência de disposição do Pav∴ Mos∴ para formar a esq∴ com os pp∴ uu∴ pelos cc∴. Na verdade, não é uma disposição milimétrica dos pp∴, porém aproximada. Lembro que no 1º ritual do REAA, em 1804, orientava-se apenas e tão somente que eram oito passos "normais".

6. Na transmissão da Palavra, não existe a volta da mesma para o encerramento dos trabalhos. Tanto no início como no encerramento a Palavra parte sempre do Venerável Mestre. Sendo ela transmitida j∴ e p∴, ou seja, de mod correto correta, na abertura significa que os cantos da obra estão aprumados e nivelados, isto é, prontos para o início dos trabalhos, enquanto que no encerramento a atitude dá a entender que os trabalhos foram executados nos conformes da tradição, ou seja, jj∴ e pp∴, ou no nível e no prumo. No REAA não existe volta da palavra no encerramento. Até aonde eu sei, volta na palavra nessa ocasião é prática do Rito Brasileiro, nunca do REAA.

7. Fechado o Livro da Lei o sinal é desfeito imediatamente. Isso ocorre porque a Loja acabou de ser fechada. Nessa oportunidade não há obrigatoriedade de se aclamar H∴ em se estando o Sinal de Ordem composto.

8. Desfaz-se o Sinal sempre pelo Sinal Pen∴. Imediatamente a seguir, sem fazer a saudação às Luzes compõe-se o Sinal do outro grau. O termo "diretamente" infelizmente tem sido entendido como que passar de um Sinal “diretamente” para o outro. Como foi dito, não existe "meio procedimento". O maçom ao compor o Sin∴ de Ord∴, para desfazê-lo, necessário é fazer antes o Sinal Pen∴. Isso quer dizer que não se passa de um Sin∴ diretamente para outro sem antes não desfazê-lo por completo, isto é, fazendo o Sin∴ Pen∴.

9. Como respondi no meu blog, PIX é PIX e ritualística maçônica é outra coisa. Sou absolutamente contra essa questão. Agora, se isso está contemplado no seu ritual, o jeito é seguir. Uma das características do Tronco é o de que ninguém pode saber o que o outro pode doar. Nessa conjuntura há um sigilo absoluto, inclusive iniciático. O Tronco é para ser conferido na presença de todos, anunciando o seu resultado. Quanto às moedas correntes, não existem óbices pois elas são válidas no nosso sistema monetário. Entendo que se querem usar o PIX que a Loja crie então uma conta para isso e que cada um faça a sua doação, sem, contudo, misturar isso com ritualística maçônica.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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