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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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domingo, 2 de julho de 2023

A GRANDE RESPONSABILIDADE DE QUEM GOVERNA UMA LOJA

Ir∴ Raimundo Acreano Rodrigues Albuquerque
O intuito que nos leva a escrever este artigo não é para dar conselhos, mas sim, para alertar aqueles que têm a responsabilidade de empunhar o malhete do governo de uma Oficina.

Todo aquele maçom que empunha o Sagrado Malhete deve estar imbuído do firme propósito de tudo fazer para que possa corresponder à confiança que lhe foi depositada pelos Mestres que o elegeram para tão alto cargo.

Se pararmos para pensar, chegaremos à conclusão que procede com correção aquele Mestre que, ao assumir o comando de uma Loja, dobra os joelhos diante do Grande Arquiteto do Universo para agradecer-Lhe e rogar-Lhe que lhe dê forças para que se torne melhor do que é e o ampare durante a caminhada que terá que percorrer a fim de suportar com espírito maçônico o nobre cativeiro do dever.

É preciso que os que governam uma Loja tenham sempre em mente aquelas palavras pronunciadas pelo Irmão Chanceler quando da abertura dos trabalhos, em resposta à pergunta que lhe faz o Venerável Mestre sobre o que seja a Maçonaria:

-“Uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à crença de cada um”.

Essas palavras exigem, não só das Luzes, mas de todos os maçons, profunda meditação, uma vez que elas sintetizam realmente a finalidade da Sublime Instituição Maçônica.

Não há dúvida que, se quisermos colaborar para tornar feliz a humanidade, é mister, antes de tudo, que nos tornemos felizes a nós mesmos e àqueles que formam nossas famílias.

Necessário é que recebamos sempre de coração aberto tanto os bons como os maus momentos.

Será um bom maçom, sobretudo, será um excelente Venerável, os que dominarem os excessos da vaidade pessoal, vencerem o egoísmo e o orgulho, sendo sumamente importante que busquem o conhecimento de si mesmos e dominem seus maus impulsos.

Que se tenha sempre em mente que é a própria Maçonaria que propicia os meios para que o maçom se torne digno dela.

“Deus charitas est!” Deus é amor e só pelo amor, só se nossa alma estiver embebida do amor de Deus é que conseguiremos atingir o fim a que nos propomos como maçons.

Como conseguir aperfeiçoar os costumes dos outros se não buscarmos nosso próprio aperfeiçoamento?

Como querer que os outros nos tolerem se não formos capazes de exercer a tolerância para com eles?

Como desejar igualdade se nos julgarmos superiores aos nossos Irmãos?

Como desejar que nos respeitem se não formos capazes de respeitar nossos semelhantes?

Como querer que nossa crença seja respeitada se não tivermos humildade e sabedoria suficientes para respeitarmos a crença alheia?

Que se tenha sempre em mira a verdade incontestável de que o maçom é um predestinado. Sim, um predestinado porque pertence a uma Instituição onde se respeitam e convivem fraternalmente católicos e espíritas, protestantes, maometanos, budistas, shintoístas, teístas, deístas e livres pensadores.

Seria muito bom, muito bom mesmo, que o Venerável Mestre de uma Oficina tudo fizesse para que os trabalhos ali levados a efeito não caíssem na rotina, naturalmente sem fugir ou alterar os Rituais e procurasse modificar, didaticamente, a maneira de ensinar as matérias que devem ser ministradas a Aprendizes ou a Companheiros.

Os maçons são todos iguais, no entanto devem obedecer, sem subserviência, às determinações daqueles que governam a Oficina e a tudo aquilo que for aprovado em Loja ou por determinação do Sereníssimo (N.:E.: Soberano, no caso dos Grandes Orientes) Grão- Mestre, através de Atos e Decretos.

Para que o maçom chegue à condição de verdadeiro maçom, necessário é que se dedique aos estudos, que compareça às reuniões, que participe.

Não há dúvida de que a Maçonaria é uma escola, a escola do filosofar.

O Irmão José Rodrigues Trindade – Zé Rodrix – maçom de invejável cultura, em texto redigido ao autor destas linhas, afirmou o seguinte: “Se nós não impusermos uma cultura sólida na Maçonaria da qual fazemos parte, ele será simplesmente um arrazoado de rituais sem sentido, baseados em coisas que ninguém entende. A curiosidade que ser um iniciado desperta deve ser elevada ao ponto máximo; é este o motivo das instruções e dos trabalhos correspondentes a elas”.

E o excelente Irmão continua:

“Maçonaria é intelecto, mesmo quando toca nas questões mais místicas e esotéricas; como verdadeiros Filhos da Filosofia, nossa salvação só se dá pela Sabedoria, não pela fé, nem pela ideologia, que tantos têm imputado como únicas capazes de promovê-la. É preciso conhecer as fontes de nosso saber disponível, para que ele se amplie e torne essencial”.

Ninguém diria mais, nem melhor.

O Venerável Mestre sabe, como devem saber todos os maçons, de Aprendizes a Mestres: os Rituais existem para serem estudados. É preciso, inclusive, pesquisar, catar o sentido exato de muita coisa que ali vem exposta. Mas é necessário também que haja Mestres preparados para que sejam ministradas explicações sobre os tópicos mais difíceis.

Além do estudo dos Rituais, é necessário ler os bons autores, isto é, aqueles escritores maçons que não inventam, que não plagiam, que não mentem. O alicerce sobre o qual se erguem as paredes da Sublime Instituição é a Verdade, logo...

O bom governante de uma Loja Maçônica enaltece não só a Loja que governa, mas enaltece a Obediência à qual a Oficina pertence e enaltece também a própria Maçonaria Universal.

Fonte: JBNews - Informativo nº 210 - 25 de março de 2011

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