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quinta-feira, 27 de julho de 2023

OS PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DO SIÂO

(republicação)
Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil” – Londrina - PR

Qual foi a pior situação que a Ordem enfrentou durante a sua existência?

Dá para se enumerar muitas, tais como perseguições de ordem religiosas, políticas, sociais, pessoais que até hoje ainda existem, calúnias, mentiras, difamações, enfim uma série de epítetos que as pessoas que não gostam de nós, nos impingem, nos combatem, e querem nos destruir.

Existem famosos livros escritos por antimaçons que se contam aos milhares que ainda circulam pelo mundo. Porem todos fantasiosos e falam muito do segredo dos maçons.

Entres os clássicos temos a primeira publicação que realmente tocou o público, ávido de conhecer o segredo dos maçons, que foi a Maçonaria Dissecada do maçom que abalou a Ordem, Samuel Prichard publicada em cinco edições num jornal de Londres em 1730. Nela Prichard revelou todos os chamados segredos da Maçonaria da época do primeiro ao terceiro grau. Este livro sofreu desde então, um considerável número de plágios. Hoje é considerado como uma fonte de estudos, porque quando Prichard escreveu para o jornal inglês a Maçonaria não tinha rituais ou catecismos impressos. Nada se escrevia. Tudo era decorado e passado de maçom para maçom. Ele querendo ou não, sua traição hoje é considerada como uma fonte primária de estudos modernos na Quatuor Coronati nº 2076 da Maçonaria como ela era praticada na época.

Tivemos também os livros de Leo Taxil que no final do século XIX jogou muita infâmia sobre a Ordem. No final a mentira era tanto fantasiosa que se perdeu por si e o autor foi desmoralizado e se retratou. Paul Rosen outro maçom que se desligou da Maçonaria escreveu um livro revelando quase tudo sobre a Ordem sendo o seu livro principal “Satan & Cia”. Só mentiras, fantasias e invenções.

Mas de qualquer forma a Ordem vai cumprindo sua missão. Está viva, apesar da extensa bibliografia antimaçônica e da perseguição que já sofreu até a presente e que continua...

Mas talvez uma das piores situações que a Ordem enfrentou e ainda enfrenta com intervalos de tempo e em determinadas épocas da história moderna do mundo, foi seguramente as consequências de um livro vazio de conteúdo, mentiroso, por sinal repetitivo e além do mais uma grande fraude, mas que lançou uma ideia de uma conspiração mundial da Maçonaria contra a humanidade, nos associando ao semitismo. E isso foi muito bem usado e ainda é pelos antimaçons.

Trata-se do livro chamado vulgarmente de “ Os Protocolos dos Sábios do Sião”.

Como começou esta história? Como se conceituou a teoria conspiratória?

O que diziam a respeito da Maçonaria? Diziam e propagavam muitas coisas como, por exemplo, que os maçons juntamente com outras sociedades conspiravam secretamente para criar uma sociedade mundial baseada nos ideais revolucionários como liberdade, igualdade e fraternidade, separando o estado da religião, que a Maçonaria teria uma frente judaica para dominar o mundo, ou seja, ela seria controlada pelos judeus Ainda diziam que a Maçonaria praticava missas negras, que sacrificavam crianças em seus cultos, que tinha parte como Demônio etc.

O Padre Augustinho Barruel (1741-1820), francês escreveu livro com o título muito extenso “Memórias para servir a história do Jacobinismo e as provas de uma conspiração contra as religiões e todos os governos as Europa, que existe nas reuniões secretas dos maçons, dos Iluminados e das Sociedades de Leitura”. Sintetizando: Memórias para servir a história do Jacobinismo”

Barruel é considerado o pai da Antimaçonaria moderna. Ele difundiu a ideia falsa que a Revolução Francesa era filha da Maçonaria e assim lançou uma ideia, a qual foi tomada como dogma pelos antimaçons, ou seja, da famosa Teoria da Conspiração. Alguns maçons da época inocentes úteis se ufanaram desta situação chamando para si uma revolução que não somente não a prepararam e nem a fizeram. Ainda hoje em nossos templos alguns irmãos menos avisados e menos estudiosos, acreditam que a Maçonaria foi a mãe da Revolução Francesa. A história da Revolução Francesa é outra. Barruel e outros conseguiram envenenar o mundo com a ideia da conspiração maçônica. Seu livro espalhou-se pela Europa. Mas ele não estava só, tinha mais pessoas que defendiam os seus conceitos.

“A Revolução Francesa é um processo de engenharia social, quando um grupo pretende destruir uma sociedade antiga na Primeira Realidade e criar uma sociedade nova tendo por base uma Segunda Realidade para substitui-la como foi o caso dos jacobinos, de Lenin, o caso da ONU e do atual governo brasileiro” (Anatoli Oliynik).

Os maçons daquela época nada tiveram a ver com o processo histórico da Revolução Francesa.

Um contemporâneo de Barruel, Jonh Robinson (1739-1895), maçom escocês físico e inventor dedicou os últimos anos de sua vida à teoria conspiratória. Em 1797 publicou um livro de título extenso, praticamente igual ao de Barruel alegando um conchavo entre os Iluminatti e a Maçonaria. Robison e Barruel desenvolveram de forma independente um do outro, mas de ideia igual, dizendo que os Iluminatti haviam se infiltrado na Maçonaria e isso teria levado a acontecer a Revolução Francesa. Barruel publicou seu livro cerca de dez anos depois de terminada a Revolução.

Outro autor desta mesma época Johan August Starck (1741-1816) alemão, teólogo luterano maçom, com muitos anos de filiação, resolveu romper com a Ordem após revisar seus conceitos, se voltou frontalmente contra as organizações secretas como a Maçonaria, também defendendo a teoria conspiratória.

Em 1797 Leopold Alois Hoffmann, austríaco, maçom renegado publicou um livro onde afirmava que a unidade europeia estava ameaçada por uma conspiração que teve origem entre os Iluministas e maçons que se agregavam em sociedades secretas e que se tratava de um plano previamente deliberado para destruir os fundamentos dos poderes legais das monarquias europeias e da Igreja Católica.

Enfim a teoria da conspiração já perdurava há algum tempo na mente de escritores que eram contra as chamadas sociedades secretas. Estes autores citados foram importantes para a divulgação de tal teoria.

A obra que serviu de plágio em 1901 para Sergei Aleksandrovick Nillus (1862-1929) escritor religioso russo e autodenominado de místico e agente da Polícia Secreta do Czar, a Okhrana tido como autor plagiário de um livro escrito em 1864 quando Nillus tinha dois anos de idade, mais as teorias conspiratórias desenvolvidas até então, e o antissemitismo que existia há mais de dois mil anos, foram a base desta literatura mentirosa, desta verdadeira fraude à qual foram colocados os maçons como caronas, como passageiros convidados à força, praticamente sequestrados intelectualmente falando. E ressalte-se que a Maçonaria não é de origem judaica. Apenas tem influência judaica em seus rituais, mas uma influência só de nomes bíblicos adotados. Organização e finalidade completamente diferentes. As religiões ditas cristãs também caminham da mesma forma, baseadas na Bíblia, sem serem judaicas. A Maçonaria tem Irmãos de todos os credos, raças e cor e, por conseguinte, têm também no seu seio irmãos judeus independentes de suas crenças. Diz-se que o Conselho de Ministros da Rússia determinou uma investigação secreta a respeito da autoria dos “Os Protocolos dos Sábios do Sião” e foi averiguado que o livro foi escrito em 1897 em Paris por agentes russos resultado não divulgado para não comprometer o Chefe da Polícia Secreta russa.

É interessante mencionar que Sergei Nillus em 1903 já havia publicado uma obra “O Grande no Pequeno. A vinda do Anticristo e Domínio do Satanás na Terra”. Ele retocou a obra que já era plagiada, colocou mais um apêndice e nominou o livro de “Os Protocólos dos Sábios do Sião”.

Bem, Nillus escreveu cinicamente que em 1901 havia conseguido de uma pessoa conhecida, um manuscrito que foi posto à sua disposição o qual com uma precisão e verdade extraordinárias denunciavam um complô judaico maçônico mundial que conduziria o mundo naquele momento corrompido a uma inevitável ruína.

Nillus em 1905 sustentou que os Protocolos foram lidos em sessões secretas durante um Congresso Sionista realizado na cidade de Basiléia – Suíça em 1897 e que por iniciativa de Theodor Heril conheceram o plano que culminaria com a conquista do mundo pelos judeus e que um espião do Czar infiltrado no Congresso conseguiu uma cópia dos planos, que foi entregue a ele, Nillus. Afirma ainda que houveram 24 sessões secretas onde foram elaborados os planos de destruição do mundo. Que mentira mais deslavada. Que imaginação tinha este Nillus!

Em realidade houve um Congresso Sionista em 1897, quando foram por eles avisados todos os países, autoridades, todos os jornais que este congresso nada mais era que para se examinar as possibilidades de um movimento sionista. Os judeus dispersos no mundo queriam ser um povo. Que não eram contra qualquer pais, que continuariam respeitando as leis do pais onde estivessem vivendo. Nada que ali discutiriam estariam contrariando as leis e princípios do pais. 

No entanto Nillus mentiu que foram realizadas sessões secretas, onde foram estabelecidos os planos de dominação do mundo.

Nillus reeditou o livro em 1911, 1912 e 1917 em russo. Em 1919 o livro foi traduzido para o alemão, Esta edição foi patrocinada pela nobreza alemã. Foi até editado livro de bolso. Em 1920 traduzida para o polonês e partir dai três edições em Nova York, Escandinávia, Itália, Japão e França. Em 1925 uma tradução árabe difundiu o teor do livro para todo o Oriente Médio. Em 1927 uma edição traduzida pelo monsenhor espanhol Jovin surgiu com o nome “Os Perigos Judaicos Maçônicos” E assim este livro se disseminou pelo mundo. Desde então as edições tem sido numerosas sendo as últimas conhecidas na Espanha as de Barcelona de 1963 e 1975. Mas sempre existe uma nova edição clandestina. No Brasil em 1935, quando o país já quase estava sob o jugo integralista, sob os moldes fascistas de Plinio Salgado, mas que foi em 1937 foi considerado como partido político contrário ao caudilho presidente Getúlio Vargas e este terminou com a farra integralista, que entre outras coisas seguiam as diretrizes de Hitler e Mussolini e Franco contra os maçons. Foi considerado como partido proibido e Plinio Salgado deportado para Portugal. Getúlio Vargas filho de maçom, apesar de ser outro déspota, prestou á Maçonaria Brasileira um imenso favor. Não que ele assim o quisesse, mas foram as circunstâncias do momento. A Maçonaria Brasileira ficou livre do Integralismo, que odiava judeus e maçons.

Em 1987 a embaixada do Irã no Brasil começou a disseminar o livro gratuitamente pelo país. O assunto foi imediata e diplomaticamente resolvido. O Itamaraty transmitiu aos iranianos a sua insatisfação. Citou o artigo 153 da Constituição de 1967, emendada em 1969 como propaganda racista. Cessou o despejo deste livro mentiroso em terras brasileiras pelos iranianos o que não significa que não existam muitos exemplares espalhados pelo país editados de forma clandestina.

Para se ter uma ideia de como evoluiu esta suposta corrente conspiratória, o jornal Times de Londres do dia 08/05/1920 publicou um artigo alarmista onde culpava judeus e maçons. O Morning Post publicou semelhante matéria, atacando judeus e maçons.

Henri Ford, maçom (que espécie de maçom???), dono de um império automobilístico fundou uma revista especial para publicar os Protocolos, conseguindo imediatamente mais de 30.000 assinaturas. Em 1922 a obra de Ford já estava na sua 21ª edição. Posteriormente os artigos publicados no Morning Post foram reunidos em um só volume e vendidos milhões de exemplares.

A fraude dos Protocolos foi conhecida oficialmente desde agosto de 1921 (dias 16 e 17 e 18) quando o Times de Londres publicou toda a epopeia do plágio, inserindo que os Protocolos não passavam de um “truque grosseiro executado por um plagiário negligente e cínico” O correspondente do Times em Constantinopla (hoje Istambul) havia encontrado numa livraria de livros velhos (sebinho) um livro abandonado por um antigo oficial da OKhrana – Policia Secreta do Czar um volume escrito em francês, sendo que as primeiras páginas estavam faltando. Ao lê-lo o jornalista percebeu que o livro continha uma série de coincidências, comparados a um outro livro escrito quase sessenta anos antes, e aí não foi difícil o jornalista descobrir de onde Nillus plagiou o seu famoso “ Os Protocolos dos Sábios do Sião”.

Em 1864 um advogado parisiense de nome Maurice July escreveu um livro de ficção dirigida, publicado em Bruxelas: “Os Diálogos no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu” ou a “Política de Maquiavel no século XIX”. Tinha 337 páginas e mais uma advertência de 3 páginas.

O motivo desta publicação era uma violenta sátira contra a política de Napoleão III, o qual era um déspota, daqueles que finge muito bem como se o regime fosse liberal, mas no entanto, não era. O autor escreveu sua obra não mencionando sequer uma vez o nome de Napoleão. É Maquiavel quem fala por ele, e Montesquieu representa o homem honesto e ingênuo que fica perplexo e escandalizado com o que seu interlocutor fala de forma fria, cínica e hipócrita, uma das características de Maquiavel quando escreveu seu tempo o livro “O Príncipe”.

Evidentemente Nillus ou agentes da Polícia Secreta russa fizeram as devidas alterações incluindo os maçons ao lado dos judeus no suposto complô que dominaria o mundo segundo eles.

Apesar de ter sido posteriormente descoberta toda a fraude, esta ganhou vida própria como se fosse verdadeira para porque o mundo acredita no que quer acreditar. Nem sempre na verdade. E ainda o mundo quer ser enganado, já dizia um provérbio latino. A história deste livro é um exemplo clássico do que se acaba de afirmar. Como dizia Goebles, Ministro da Propaganda de Hitler “uma mentira mil vezes repetida acaba se transformando em verdade”.

Os judeus e maçons ainda sofreriam muito, mesmo após descoberta desta fraude, pois os apologistas dela, a tinham-na como verdadeira principalmente os antissemitas e antimaçons europeus, das décadas de 1930 e 1940, quando os chamados países fortes da Europa foram dominados por ditadores sanguinários, e que continuaram seguindo a cartilha da falsa conspiração, para executar seus planos macabros.

O primeiro déspota tirano a usar os ditames dos Protocolos foi Benito Mussolini na Itália tratando da mesma forma comunistas, judeus e maçons. Muitos maçons foram fuzilados. As lojas maçônicas foram invadidas, sequestradas. Símbolos, joias, rituais paramentos e móveis foram incendiados em praça pública.

Logo em seguida, outro ditador fascista Francisco Franco da Espanha, tomando o poder em 1936, com o apoio do clero católico espanhol, mandou executar mais de dez mil maçons, quando na Espanha havia cerca de cinquenta mil Irmãos dos quais milhares deles conseguiram refugiar-se. Ressalte-se que o Irmão Lázaro Cardenas, Presidente do México, recebeu e protegeu todos estes refugiados até que um dia eles pudessem voltar á sua pátria, quando lá houvesse liberdade.

Uma pesquisa realizada pelo Padre Jesuíta espanhol Benimeli, historiador e maçonólogo sério, aceito como tal pela Maçonaria mundial, realizada nos Arquivos de Salamanca menciona que:

“Da Loja “Helmantia” foram fuzilados 30 Irmãos e entre eles outro pastor protestante do Triângulo maçônico “Zurban”, de Logronõ foram fuzilados 15 maçons, do Triângulo “Libertador de Burgos” foram fuzilados 7 maçons, do Triângulo “Joaquim Costa” de Huesca foram fuzilados outros 7. Da Loja ‘Hijos de la Madre Viuda” de Ceuta foram mortos 17, da Loja “Trafalgar” de Algericas foram fuzilados 24. Da Loja “Réssurección” de la Línea foram assassinados 9 Irmãos, mas outros 7 foram condenados a trabalhos forçados e 17 se refugiaram em Gibraltar. De La Corûna, todos os maçons foram fuzilados, inclusive o chefe de Segurança, Comandante do Exército Quesada e o capitão Irmão Tejero; Todos os Irmãos da Loja “Locus” foram fuzilados. Todos os Irmãos de Zamora e Cadiz de Granada num total de 54 foram fuzilados e entre eles o famoso oftalmologista Rafael Garcia Duarte, professor da Escola de Medicina. inclusive seu filho médico foi também executado. Igualmente foram fuzilados todos os maçons de várias Lojas de Sevilha, entre eles Dom Fermin Zayas, ilustre militar e membro do Supremo Conselho e seu filho. Em Valladolid foram fuzilados 30 Irmãos da Loja “Constancia”, entre eles o governador civil que era maçom e um viajante, um maçom chamado Hoya que havia chegado no dia 19 de junho à noite sem saber o que estava se passando. Tudo isso em 1936. Em outubro de 1937 foram fuzilados 80 maçons em Málaga. Muito mais se tem para falar sobre estes crimes hediondos”.

Esta é a história parcial da Espanha nesta época de terror. Os maçons sofreram muito.

A vitória do Nacional-Socialismo alemão com a ascenção total do Partido Nazista em 1938, Adolf Hitler se encarregou de eliminar do país, maçons e judeus, tendo os Protocolos como inspiração neste verdadeiro genocídio engendrado pelo grande psicopata, talvez um dos maiores da História.

Adolf Hitler em seu livro Mein Kempf, menciona os “Os Protocolos dos Sábios do Sião” para justificar medidas de exceção contra judeus e maçons. E isso custou a vida de milhares de maçons, que dirá a vida de milhões de judeus.

Ainda mais depois que descobriu que Lenin e Engels, comunistas, haviam sido iniciados na Maçonaria. Todos foram considerados inimigos iguais, representando para Alemanha nazista o mesmo perigo. Os templos maçônicos na Alemanha foram pilhados e confiscados todos os documentos. Exposições foram realizadas na Alemanha e França e demais países ocupados mostrando ao povo o “perigo maçônico” que esta Instituição representava para o mundo.

Enquanto isso maçons eram levados aos campos de concentração onde eram inicialmente fuzilados, depois com a construção das câmaras de gás letal eles eram levados diretamente para estes locais de extermínio juntamente com os judeus e terminavam em fornos crematórios.

Em 1944 numa edição oficial do Serviço do Exercito Nazista mencionava que a Maçonaria era uma união internacional com uma direção secreta, procurando oficialmente fins humanitários, e que fato tratava-se de uma organização secreta, através da qual o judaísmo internacional, influencia de forma decisiva a política mundial. Eis aí a influência direta dos Protocolos os quais já haviam sido provados desde 1921 que eram apócrifos, mas mesmo assim eram considerados como verdadeiros pelo regime nazista. 

Quando após ocupação da França, o Ministro do Reich para os Territórios Ocupados o ideólogo nazista amigo íntimo de Hitler, Alfred Rosenberg em 28/11/1940 pronunciou um discurso na Câmara dos Deputados em Paris, onde historiou a Revolução Francesa afirmando que fora obra de maçons. Eis aí a mentira do Padre Barruel produzindo frutos negativos muitos anos após ter sido inventada. Rosenberg afirmou também que a 1ª Grande Guerra Mundial (1914-1918) deveu-se à Maçonaria mundial a qual subsidiou ajuda financeira aos países inimigos dos alemães e austro-húngaros. Goering em 1942 elogiou a decisão de Rosenberg em criar em todos os países subjugados uma missão de pilhar todas as lojas e colocar em lugar seguro toda a documentação, a qual seria levada para Berlim. Rosenberg também teve uma atuação importante no plano da criação da Solução Final para o extermínio total dos judeus o que custou a vida de seis milhões deles.

Hitler autorizou Heydrich, chefe da SS a realizar a missão nos países ocupados, especialmente na França, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Este oficial nazista foi eficiente, por exemplo, na Holanda, saqueou e destruiu 77 lojas maçônicas, inclusive 15 clubes de Rotary. Até o Rotary entrou neste entrevero, que nada tinha a ver com isso. 

Entre os maçons havia colaboradores nazistas que denunciaram seus Irmãos. Apenas para citar um deles um francês de nome Bernard Fay denunciava seus Irmãos à Gestapo, publicando mensalmente um periódico chamado “Documento Maçônico” onde publicava os endereços dos Irmãos para facilitar o trabalho da Gestapo. Infelizmente existiram maçons traidores, talvez alguns, quem sabe, para salvar a própria vida ou a vida de seus familiares, ou por serem falsos maçons por índole, os quais ainda existem até a presente data pululando dentro de lojas maçônicas pelo mundo.

Está se dando uma noção superficial sobre as consequências do livro “Os Protocolos dos Sábios do Sião” em relação à Maçonaria. Porque uma quantidade maior maçons morreram, por causa das mentiras de Barruel e seus seguidores. A Maçonaria nunca participou de uma conspiração mundial para deter o poder temporal. Ela participou e participa de ideias que tornem o mundo melhor.

Infelizmente os antimaçons conseguiram através de um livro apócrifo, o pior deles “Os Protocolos dos Sábios do Sião” causar grandes males á Ordem no século XX e ainda existem resquícios, cicatrizes abertas. Muitos maçons morreram por causa deste livro. A Maçonaria continua de pé e não está livre de que outros livros malditos apareçam distorcendo a verdade e formando conceitos errôneos a respeito da Ordem.

A Ordem sobreviveu firme e forte e tem aumentado atualmente o número de adeptos. Continuam os antimaçons a nos atacar sem resultados práticos importantes. Mas, parafraseando o sábio Irmão José Castellani de saudosa memória, pode se afirmar que o maior inimigo do Maçom é o próprio Maçom. Entendam como quiserem, mas reflitam profundamente sobre esta afirmação. 

REFERÊNCIAS

BENIMELI, J.A.F. Pde “El Conturbenio Judeu”- Masonico – Comunista Espanha, 1982

CARVALHO, Assis O Avental Maçônico e Outros Estudos Editora “A Trolha” Ltda. Londrina, 1989

Os Protocolos dos Sábios do Sião - Edição Jupiter - São Paulo, sem data

Trabalho: A Ação Integralista Brasileira e a Maçonaria Paranaense - Autor: Hercule Spoladore

Pesquisas complementares realizadas através do GOOGLE

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