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terça-feira, 4 de julho de 2023

BANDEIRA DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL

É nesse contexto de heráldica das Corporações que se inserem os Símbolos do Grande Oriente do Brasil constituídos, basicamente, pela Bandeira e pelo Selo. Embora fundada em 1822, nossa Sublime Ordem só tardiamente – como veremos – tratou de adotar seus símbolos.

A Bandeira do Grande Oriente do Brasil foi criada pelo Decreto nº 1.818, de 6 de agosto de 1958 e modificada pelo de nº 2.657, de 26 de outubro de 1979. Um terceiro decreto, este de nº 006, de 21 de março de 1986, trata da obrigatoriedade do uso da Bandeira em todas a Lojas da Obediência. A Bandeira é sóbria e despretensiosa, conforme se depreende nesta descrição heráldica.

“Bandeira retangular de formato universal cujo lado maior é de uma vez e meia do lado menor. Campo de blau (azul celeste), tendo na sua parte central e inferior, de prata (branco), o Cruzeiro do Sul, contido num triângulo formado pelo lema LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, rematado nas extremidades por mini-triângulos do mesmo metal e, tendo, em arco, brocante sobre tudo, a inscrição : GRANDE ORIENTE DO BRASIL.”

Esta descrição heráldica pode ser interpretada deste modo, sob o ponto de vista simbólico.

“A crônica da Maçonaria do Brasil confunde-se com a tradição ocidental e com a História do Brasil. Tal realidade é revelada ao observador ao examinar os elementos utilizados na elaboração da Bandeira do Grande Oriente do Brasil. O Blau (azul celeste) é a cor máscula tradicionalmente vinculada a Júpiter, o Rei do Olimpo, no qual, num contexto moderno, reconhecemos o próprio Arquiteto do Universo. No processo alquímico, Júpiter é considerado agente benfazejo, intermediário entre o calor e o frio – entre Marte, o ferro, e Saturno, o chumbo. A matiz azul-celeste caracteriza, ademais, os três primeiros graus de todos os Ritos e Obediências.

Se o campo da bandeira é azul-celeste, todos os símbolos que ali se fazem presentes são expressos num metal de natureza feminina – a prata (branco) -, associada, tradicionalmente, à deusa lunar Selené.

Avistamos ali, inicialmente, a divisa da Revolução Francesa LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, adotada pela Maçonaria Universal como lema emancipador dos povos. Este princípio é claramente progressivo: a Liberdade, isto é, a abolição de todas as diferenças entre os homens, é pré-requisito para alcançar a etapa seguinte: a Igualdade. A Fraternidade, por sua vez inclui uma advertência: ser Irmão é muito mais do que ser igual. A ideia implica a participação em um legado espiritual, comum a todos os homens, do qual, a Igualdade é apenas um de seus componentes. Dispostos, assim, engenhosamente, essas três palavras formam o delta maçônico em cujo centro aparece o Cruzeiro do Sul, símbolo arquetípico da Nacionalidade que, em meio a um céu estrelado, aparece, também, na Bandeira do Brasil. Passando da Bandeira às Armas Nacionais, encontramos esta mesma esfera azul-celeste circulada pelas Estrelas dos Estados Federados com o Cruzeiro do Sul no centro. Nessa sucessiva projeção da mesma ideia, reduzida à sua quintessência, o Brasil e o Grande Oriente do Brasil estão sempre irmanados, desde suas origens, na formação de uma egrégora cuja força pressupomos perene: a Unidade da Fraternidade.”

Artigo Publicado na Minerva Maçônica NOV/ DEZ 1998 JAN/ 1999

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