Chegamos a mais um final de ano – um momento oportuno para avaliar um período passado. Não só pelo aspecto cronológico, ou do simples fim de um calendário, mas pelo clima que se estabelece pelas festas de final de ano, que nos inspiram à reflexão.
O maçom, como todo ser humano, está em busca do aperfeiçoamento – individual e coletivo. Este crescimento não pode resumir-se ao acúmulo de conhecimento, pois o instruído nem sempre é sábio. Este crescimento tem mais a ver com o alcance da sabedoria, ou seja, o quanto podemos transformar conhecimento em sabedoria.
Para mim, a sabedoria pode ser almejada quando conseguimos compatibilizar o conhecimento e a beleza. E beleza aqui não se restringe ao adornar, mas, como conceitua Schiller, o belo enquanto ação em direção ao bem. Enfim, poderemos ter mais sabedoria quando utilizarmos o conhecimento na busca do bem. Quanto crescemos em sabedoria neste ano?
Nosso aperfeiçoamento, evidentemente, também diz respeito às nossas características individuais que devem ser desenvolvidas. Perseverança, paciência e tolerância são algumas delas, que devem ser alimentadas a cada dia, a cada momento. Quanto perseveramos ou quanto “fraquejamos” neste período? Quanto fomos pacientes e tolerantes ou quanto fomos precipitados e agressivos?
Há, no momento, algumas carcterísticas – igualmente inatas – que não são simples de serem dominadas. Certa vez um Irmão, de maneira bem humorada, sabiamente opinou que, para algumas coisas, não há meio termo: “não há mulher mais ou menos grávida, como também não há pessoa meio honesta”. Honestidade, humildade, retidão, desprendimento, realmente são atributos essenciais, mas de difícil tratamento. Para nós, maçons, deveriam ser inquestionáveis, porém, infelizmente, nem sempre o são. São características que não conseguimos ensinar ou aprender, por livros ou por mais fabulosa que seja a conferência.
Somente mesmo através do nosso exemplo pessoal é que podemos transmitir a força e a riqueza do nosso caráter. E o nosso crescimento nesse sentido estará ligado ao quanto pudemos nutrir tais exemplos em nosso meio, inicialmente em nossa família, em nosso ambiente de trabalho, no bairro, entre nossos amigos, etc. Quanto pudemos dar de bons exemplos?
Independentemente de seitas e credos, um elemento é fundamental à nossa evolução: a capacidade de perdoar. Sem a força de vontade e a capacidade de perdoar os desapontamentos e desilusões ficaremos para sempre presos à imperfeição. O perdão começa com o nosso próprio perdão. O perdão das falhas dos outros vem após havermos perdoado as nossas próprias falhas. O verdadeiro perdão implica na tomada de consciência da nossa parte fraca/lesada/fracassada/arrogante/presunçosa/incompleta, para depois deixá-la de lado e prosseguir. Daí, o perdão aos outros torna-se mais simples. Quanto nos perdoamos? Quanto perdoamos as falhas alheias?
Nosso crescimento, portanto, está intimamente relacionado ao quanto pudemos dominar nossas fraquezas e o quanto pudemos ressaltar nossas qualidades positivas, o quanto pudemos disseminar essas virtudes entre os que nos cercam. Quanto valorizamos nossos relacionamentos com o próximo – mais uma vez, começando pela família, vizinhos, colegas de trabalho, amigos. O quanto melhoramos nosso relacionamento com aqueles que nem sequer conhecemos. O quanto pudemos ser felizes por fazer felizes os outros.
Em suma, nosso aperfeiçoamento diz respeito ao quanto tentamos nos aproximar do Grande Arquiteto do Universo. Que Ele nos ilumine sempre, permitindo que tenhamos esses momentos de reflexão para, através da elevação do nosso processo de consciência, possamos, cada vez mais, tornar feliz a humanidade. (Desconheço o autor)
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