BOLINHAS NO AVENTAL
(republicação)
Em 28/06/2016 o Respeitável
Irmão Antonio Carlos Cardoso, Loja Fraternidade Criciumense, 33, REAA, GLSC,
Oriente de Criciúma, Estado de Santa Cataria, formula a seguinte questão:
antonioccard@gmail.com
Li um artigo do Irmão sobre o
avental do M∴I∴ e para mim não ficou claro o que simbolicamente representam
as 7 bolinhas em nosso avental.
O Irmão poderia me ajudar no esclarecimento?
CONSIDERAÇÕES:
Embora alguns autores tenham se
esforçado para dar às ditas bolinhas um significado como as do tipo de
“representam os sete planetas”, ou “lembram as Sete Artes e Ciências Liberais”, etc., entretanto, aos olhos da
razão essas bolinhas não significam mesmo é nada, senão um conjunto
decorativo.
São simplesmente adereços que
procuram imitar costumes próprios de uns em outros ritos.
Na verdade essas bolinhas
originalmente eram franjas, mas alguém, “procurando pelo em ovo”, inventou
essa decoração ao ponto de dar no que deu.
Hoje as bolinhas presas às
correntes são um hábito sacramentado entre nós, porém sem significado que
venha contentar a realidade.
No que diz respeito às originais
franjas no lugar das correntes e bolinhas como cadilhos que enfeitam e
guarnecem os segmentos de fitas presos ao avental, o conjunto nada mais é do
que a representação simbólica que faz lembrar os antigos aventais operativos
que iam fixados à frente do corpo amarrados à cintura, cujos cordões que os
prendiam tinham as suas pontas cruzadas às costas e amarradas pela frente
(sobre o avental). Esses prendedores, normalmente pelo constante uso, tinham
suas extremidades desfiadas, o que lhes dava um aspecto franjado. Nesse
particular é que os aventais especulativos da Moderna Maçonaria fazem alusão
á essa antiga prática quando imitam com franjas os dois segmentos de fitas
fixadas à direita e esquerda pela frente do avental do Mestre. Infelizmente os
inventores transformaram as franjas em bolinhas presas
às correntes.
Aproveito o ensejo para comentar
as “rosetas” do avental do Mestre. Sua origem nada mais é do que a representação
dos botões que abotoavam o avental operativo junto ao vestuário (além do
mesmo estar amarrado) no intuito de fixa-lo melhor durante os rigores do trabalho,
lembrando que os aventais operativos cobriam inclusive a região peitoral do
operário e servia literalmente para protegem o corpo no transporte e no
desbaste da pedra.
Assim, no intuito de manter essa
tradição, muitos aventais especulativos trazem essa simbologia que nada mais
é do que uma lembrança dos idos tempos da Maçonaria de Ofício (mas sem
bolinhas).
É bem verdade que também essas
rosetas já serviram de inúmeras cogitações imaginosas que mais convieram
para derramar rios de tinta sobre o papel do que propriamente trazer uma
mensagem coerente.
Por fim essa é a história das bolinhas e das rosetas, sendo que essas
últimas são substituídas pelo conjunto nível/prumo, vulgarmente chamados de
“tau invertido”, no avental do Mestre Instalado.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr.
2.328– Florianópolis (SC), segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
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