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PERGUNTAS & RESPOSTAS
quarta-feira, 3 de dezembro de 2025
SEMICÍRCULO E ILUMINAÇÃO ESPECIAL
SEMICÍRCULO NA INICIAÇÃO
Segue uma pergunta feita mais por curiosidade:
Na última Iniciação ocorrida, mesmo com o novo Ritual 2024, os Irmãos estavam fazendo o semicírculo em frente ao Irmão que veria a LUZ, tive que discretamente, chamar a atenção de que não se fazia mais isto. Que o correto eram as duas fileiras, pois, ao cair a venda, o novo Irmão deveria ver o maior emblema da Maçonaria (meu ponto de vista): o Altar dos Juramentos onde estão o Livro da Lei, o Compasso e o Esquadro.
Bem, sentado ao lado de um Irmão um pouco mais jovem do que eu, que tenho 72 de idade, disse, naquele momento de escuridão, que lindo seria que houvesse, no momento da queda da venda, uma iluminação direta sobre o ARA (de cima para baixo). Pensamos até em pedir a um Irmão nosso, eletricista, que nos desse uma opinião sobre como isto poderia ser feito. Até na possibilidade de ser uma luminária portátil somente para a ocasião e que fosse removida após a sessão...
Entretanto, sabemos que isto não consta na Planta do Templo...
Pergunto então: estaríamos procedendo de uma maneira ilegal caso fizéssemos esta iluminação?
CONSIDERAÇÕES:
Vamos partir do seguinte princípio: o que não estiver previsto no ritual não deve ser praticado. Ritual em vigência, aprovado por Decreto do Grão-Mestre Geral, é para ser cumprido na íntegra.
Assim, no caso desse semicírculo composto por IIr∴ voltados para o candidato na cerimônia de Iniciação é procedimento totalmente irregular quando se tratar do REAA.
Vale ressaltar que o próprio ritual alerta para inserções indevidas, as quais serão tratadas como delito maçônico.
No caso do apontar espadas para o Candidato, está bem claro no ritual que os Mestres Maçons que ocupam as fileiras frontais de assentos nas Colunas, o fazem dos seus lugares, sem nenhuma formação de semicírculo.
No tocante à iluminação especial direcionada para o Alt∴ dos JJur∴ é a mesma coisa. Não está na descrição dos elementos que decoram o Templo do REAA, simplesmente não existe.
Vale ressaltar que as Três Grande Luzes Emblemáticas da Maçonaria não carecem de iluminação especial sobre o Altar para melhor percepção do iniciado. Certamente ele compreenderá o seu alto significado quando receber as devidas instruções em Loja.
Não obstante a tudo isso, é prudente não se confundir percepção iniciática com percepção religiosa.
T.F.A.PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
PÍLULAS MAÇÔNICAS
nº 123 - Rosa – Cruz e a Maçonaria
Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com
AS TRÊS BATIDAS DISTINTAS

Steven C. Bullock, professor de história no Instituto Politécnico de Worcester em Massachussets (EUA) e autor do livro “Revolutionary Brotherhood: Freemasonry and the Transformation of the American Social Order, 1730-1840”, qualifica a exposição de rituais maçônicos como “o mais importante gênero antimaçônico”. Embora tenha sido esta a intenção, temos que considerar a importância destes documentos históricos para o conhecimento maçônico atual e a possibilidade de pesquisas através deles.

O primeiro ritual exposto como um livro, chamado “A Maçonaria Dissecada” (Masonry Dissected) por Samuel Prichard, publicado em 1730.

Esse livro, a divulgação, é um documento de grande importância para historiadores, pois fornece as primeiras descrições do grau de Mestre Maçom, e para eles essa documentação é inestimável. No entanto, para um maçom, a idéia de uma divulgação de seus rituais era de se preocupar e foi tomado como uma traição de sua confiança.
Mas e se esses historiadores, além de o serem, também forem maçons?
Arturo de Hoyos, um historiador e maçom, em seu livro “Light on Masonry: The History and Rituals of America’s Most Important Masonic Exposed”, escreve: “O grande segredo de historiadores maçônicos é que muitos de nós se apaixonam por divulgações. Como em outros assuntos do coração, isso é excitante, mas também pode se tornar um relacionamento de amor e ódio. Por um lado, sabemos que o resultado de traição, pode ser desconfiança, mas por outro lado, nos apresenta a possibilidade de uma autenticidade que pode nos ensinar muito sobre a evolução dos rituais maçônicos”. Em outras palavras, embora seja o resultado de uma traição, se usado com cuidado pelos historiadores, pode traçar algumas das mudanças e desenvolvimentos dos rituais maçônicos.

The Three Distincts Knocks (As Três Batidas Distintas), é uma das descobertas mais importantes da tradição maçônica inglesa.
Uma divulgação é um texto destinado ao público em geral. Isso deve ser entendido em oposição a outros documentos maçônicos ou referentes à Maçonaria, que são documentos particulares.
O estudo das divulgações e a sua recepção, são recentes. Os primeiros pesquisadores interessados, há mais de meio século, inicialmente os consideraram duvidosos e pouco confiáveis em termos da veracidade de seu conteúdo.
Aliás, esses textos não teriam sido publicados com a intenção de prejudicar a Maçonaria?
O autor da mais famosa das divulgações, Samuel Prichard, escreveu que “De todos os abusos que aparecem entre os homens, nenhum é tão ridículo quanto o mistério da Maçonaria (…). Espero que (esta divulgação) dê plena satisfação e tenha o efeito desejado com a prevenção de tantas pessoas ingênuas que estão interessadas em uma sociedade tão perniciosa”.
Deve-se reconhecer que certas revelações são de fato falsas e tiveram o propósito deliberado de semear dúvidas na mente do público. Este é o caso de duas revelações francesas de 1744: Le Parfait Maçon e La Franche-Maçonne. Estas duas revelações foram publicadas por Johel Coutura, no livro “Le parfait maçon, les débuts de la maçonnerie française (1736-1748)”.

Com o progresso da pesquisa, ao comparar as divulgações com os textos inéditos, os estudiosos estabeleceram a coerência da maioria dessas publicações e as consideraram como fontes seguras.
Harry Carr, um dos mais notórios investigadores maçônicos ingleses, produziu um excelente trabalho publicando pela primeira vez as divulgações maçônicas francesas.
Hoje em dia, levando em conta todas essas conclusões, é possível realizar uma releitura desses textos e considerar um dos problemas fundamentais da história maçônica do século XVIII. De fato, a pesquisa maçônica, como qualquer pesquisa, consiste em reformular regularmente as mesmas questões e produzir novas respostas.
A principal divulgação maçônica, “A Maçonaria Dissecada” de Samuel Prichard, data de 1730. É a divulgação que apresenta um sistema em três graus. Esse texto conheceu tal sucesso durante todo o século XVIII (dezenas de edições), que a questão de saber se revelava ou não a verdade, não foi levantada.
Devido à magnitude de sua disseminação, essa divulgação se converteu de fato em uma fonte de rituais maçônicos, pois, por um lado, é muito difícil compará-lo com textos contemporâneos e, por outro lado, que os textos imediatamente posteriores o copiaram!
As lojas usaram o texto de Prichard como uma ajuda de memória, o que significa que a Maçonaria de Londres da década de 1730 estava de acordo com essa revelação.
Pode-se também pensar que a mesma maçonaria que apareceu em Paris naqueles anos, é provavelmente a que veio de Londres.
Primeira divulgação importante em inglês, a Maçonaria dissecada também será a última, na Inglaterra, por um longo tempo. Na França, a situação é muito diferente, desde o final da década de 1730, inúmeras divulgações foram aparecendo.
Alguns são da linha de Samuel Prichard (La Reception Mysterieuse, 1738 e Le Sceau Rompu, 1745) atestam as mesmas preocupações, os mesmos interesses, as mesmas necessidades e sem dúvida, a mesma prática maçônica dos irmãos da outra costa do Canal.
Outros, Le Secret des Francs-Macons, Le Catechisme des Franc-Macons, LÓrdre des Francs-Macons Trahi, dos anos 1744-1745, propõem uma Maçonaria que se referencia na Inglaterra.
Em 1751, ainda assim, Le Macon Demasqué é apresentado como uma tradução francesa de um ritual usado por uma loja de Londres.
Assim, dos anos de 1730 a 1750, os usos maçônicos dos irmãos ingleses e franceses para os graus azuis (simbólicos) eram substancialmente idênticos.
Em 1751-1753, ocorre um evento que modificará consideravelmente a situação.
Trata-se da aparição, na Inglaterra, de uma segunda Grande Loja, distinta da Grande Loja de Londres, tanto em seu ritual quanto em sua concepção da Maçonaria.
Foi de fato uma criação original de irmãos da Irlanda, que trouxeram com eles seus costumes e tradições maçônicas muito diferentes dos costumes de Londres.
Surgindo em 1751, esta maçonaria não terá o título de Grande Loja até 1753, quando Robert Tuner Esq., foi eleito Grão-Mestre dos Antigos, pelas 12 lojas que formavam o grupo.
A “Grande Loja dos Maçons de acordo com as Antigas Constituições”, mais tarde chamada de Grande Loja dos “Antigos”, conhecerá seus primeiros movimentos em oposição à Grande Loja de Londres ou à primeira Grande Loja, mas Laurence Dermott, seu principal animador, chegará ao nível de seu concorrente e até excedê-lo até o final do século XVIII.
Será neste contexto, que em 1760, após trinta anos de silêncio documental na Inglaterra, surgem novas divulgações:
Em primeiro lugar, “A Master Key to Freemasonry”, tradução muito próxima de “L’Ordre des Francs-Macons Trahi”. Esta divulgação demonstra uma forte identidade entre os maçons franceses e ingleses dentro da tradição dos “Modernos”.
Um pouco mais tarde, “The Three Distinct Knocks” (As três batidas distintas) são publicadas. Este texto é apresentado como um ritual que permitiria ao leitor se passar por maçom e penetrar nas lojas maçônicas.
Em 1762, “Jachim e Boaz” aparece com conteúdo muito próximo da revelação anterior. De qualquer forma, essa divulgação surge como uma revelação dos “Antigos”, embora Jachim e Boaz sejam declarados falsamente como “Modernos”.
Em 1764 “Hiram” foi publicado, revelação muito parcial que se refere às “Três Batidas Distintas” e faz alusão ao Arco Real (grau muito importante para os “Antigos”) e em 1765, surgem o “Mystery of Freemasonry Explained” (versão abreviada de Jachim e Boaz). ) e o “Shibboleth”.
Mas, nesta série de publicações, o mais importante é, sem dúvida, “As Três Batidas Distintas”.
Antes de iniciar a leitura crítica do texto, devemos rever os problemas que encontraremos no decorrer de nosso estudo.
1. Quais são as diferenças exatas entre os rituais dos “Modernos” e dos “Antigos”?
No Ahiman Rezon, livro das Constituições dos “Antigos”, Laurence Dermott havia estabelecido uma lista do que reprovava nos “Modernos”.
Esse catálogo consistia em elementos mais ou menos justificados.
Está bem provado que os “Modernos” não consideravam o grau do Arco Real, embora alguns deles o tenham praticado. Esse grau havia sido trazido pelos irmãos irlandeses (os antigos) e, embora as fontes não fossem conhecidas, defendiam-no como um quarto grau.
Outra reprovação era que eles (modernos) haviam abandonado a cerimônia de instalação (secreta) do Venerável Mestre o que, sem dúvida, era verdadeiro.
Mas, embora essa cerimônia não seja descrita no texto de Samuel Prichard, ela é encontrada nas “Três Batidas Distintas” e deve-se notar que entre essas duas revelações há um espaço de trinta anos e um certo número de eventos na França pouco relacionados à Cerimônia de Instalação, de modo que hoje não podemos ser tão afirmativos como L. Dermott, com relação a esse assunto.
Por outro lado, a reprovação por terem abandonado as orações no ritual não é pertinente. De fato, não há nenhuma oração em Samuel Prichard, mas pode-se dizer que os Modernos os abandonaram? E se eles nunca tivessem praticado?
E acima de tudo, o enorme problema da ordem das Palavras.
É verdade que os Modernos no começo praticaram a ordem B e J, que eram os mesmos que os Antigos, e isso mudou depois para J e B.
Esta mudança provocou as mais violentas disputas. Ainda hoje, obediências e ritos maçônicos divergem sobre a ordem dessas duas palavras, cada um pensando que pratica a ordem correta.
2. Que tipo de relação poderia ter existido entre a França e a Inglaterra justamente na década de 1760?
Após a segunda edição das Constituições da Grande Loja de Londres, tem-se a impressão de que em 1738 a Maçonaria Francesa, que recebera um Grão-Mestre Francês, foi separada da Maçonaria Inglesa e a partir daí a incompreensão entre os dois está instalada.
Mas parece que essa visão é imprecisa e que a separação real se estende por várias décadas.
Certamente o estudo dos altos graus permite esclarecer esta questão, mas uma releitura das divulgações nos levará a considerar o ponto de vista dos graus simbólicos praticados, que sem dúvida, se manteve muito mais próxima do que se acredita e justamente na década de 1760 na Inglaterra e na França.
Em outras palavras, a separação entre as tradições maçônicas, inglesa e francesa, seria relativamente tardia.
Quais foram às relações reais entre os irmãos das duas Grandes Lojas?
Oficialmente e em uma lógica de obediência maçônica, não há relacionamento, mas era frequente irmãos mudarem de obediência, como ilustrado por William Preston. Na maçonaria do século XVIII havia grande liberdade para os irmãos trocarem de loja, até mais do que hoje.
Por outro lado, essas trocas foram proveitosas, já que na década de 1760 e sob a influência dos Antigos, os Modernos criaram um Capítulo do Arco Real independente da Grande Loja.
Quais foram às influências entre as divulgações em inglês e francês?
O Maçonaria Dissecada (1730) foi adaptado para o francês em 1738. Por outro lado, Franc-Macons Trahis (1745) foi traduzido para o inglês em 1760.
Dito isso, devemos reconhecer que é difícil avaliar o impacto dessas traduções e adaptações.
Já vimos que o sistema maçônico exposto nesta divulgação é o dos “Antigos”. Depois dos “Modernos”, é o segundo sistema simbólico que aparecerá na Inglaterra.
Esses sistemas têm muitas diferenças, tanto por seu status quanto de conteúdo.
A primeira distinção reside no fato de que a tradição dos “Modernos” foi introduzida na França e no continente, enquanto o sistema dos “Antigos” permaneceu, em sua lógica e funcionamento, como um sistema profundo e fundamentalmente Inglês ou Anglo-saxão.
Uma segunda distinção se refere ao problema das fontes de ambas as tradições.
Embora você possa identificar aqueles da tradição dos “Modernos”, o mesmo não acontece com os dos “Antigos”.
Comparando a divulgação de Prichard (1730) com os mais antigos documentos escoceses do grupo Haughfoot (o manuscrito dos arquivos de Edimburgo, o manuscrito Chetwode Crawley e o manuscrito Kewan, 1696-1714), é possível estabelecer uma associação entre estes dois textos. Nestes textos escoceses existem alguns elementos rituais importantes que nos permitiriam pensar que eles são uma das fontes identificáveis e certas da primeira maçonaria inglesa.
Não existe tal coisa com a Maçonaria dos “Antigos” e as fontes da revelação que nos interessam, são desconhecidas. As hipóteses que podem ser avançadas com prudência, são tentativas. Por exemplo, podemos notar que nenhum testemunho do ritual dos “Antigos” é conhecido na Inglaterra antes do ano de 1750.
No entanto, os “Antigos” eram essencialmente de origem irlandesa.
Poderíamos deduzir que o ritual dos “Antigos” foi inspirado por um sistema maçônico que teria surgido na Irlanda, a partir de fontes indeterminadas?
Apenas o estudo da história da primeira maçonaria irlandesa responderá a essa pergunta.
Sabe-se da existência de uma loja (ou pelo menos de certa atividade maçônica), que está registrada no discurso do Trinity College em Dublin, em 1688.
Alguns pesquisadores consideraram que a primeira maçonaria irlandesa poderia ser uma espécie de maçonaria paleo-inglesa na medida em que a Maçonaria foi introduzida naquela terra católica por colonos ingleses e protestantes.
Com o tempo, estes últimos estavam se tornando anglo-irlandeses e irlandeses, e assim que esta Maçonaria, agora irlandesa, seria o testemunho vivo de um primeiro sistema maçônico inglês do final do século XVII.
Tal sistema teria desaparecido da Inglaterra, substituído pelo dos “Modernos”, duradouro e em desenvolvimento apenas na Irlanda. Infelizmente, essa hipótese sedutora atualmente não se baseia em nenhum documento.
Vamos abordar agora, mas de outro ângulo, os mistérios das “Três Batidas Distintas” estudando o próprio texto.
No primeiro nível a ser abordado, descobrimos sua extraordinária estranheza e novidade com referência ao sistema revelado por Samuel Prichard. De fato, existem muitas diferenças importantes entre essas duas tradições.
- A posição dos Vigilantes
No texto de Prichard, que parece retomar um uso antigo e simples da Maçonaria Escocesa, o Venerável Mestre está no Oriente e os dois Vigilantes no Ocidente.
Esse sistema “moderno” se expandirá pelo continente e é baseado no eixo leste-oeste (oriente-ocidente).
Na Maçonaria dos “Antigos”, os três oficiais se localizam de uma maneira diferente: um Vigilante está localizado no ocidente e outro no sul.
Além disso, o texto do ritual de abertura, associa o local dos oficiais às três posições do sol: Oriente para o Venerável; o Ocidente para o primeiro Vigilante e o Sul para o segundo Vigilante.
- A posição dos 3 grandes candelabros.
Em Prichard, há dois candelabros no leste (oriente) e apenas um no oeste (ocidente), uma posição evidentemente encontrada no rito francês. Estes candelabros não estão associados aos oficiais e representam o Sol, a Lua e o Mestre da Loja (Venerável Mestre).
Por outro lado, no sistema dos “Antigos”, esses candelabros estão associados a cada um dos três oficiais e as virtudes: Sabedoria, Força e Beleza.
- As três grandes luzes
Segundo os “Modernos”, essas luzes são o Sol, a Lua e o Mestre da Loja.
Para os “Antigos”, eles são o Volume da Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso ou as “Três Grandes Luzes”. O Sol, a Lua e o Mestre da Loja são considerados como as três luzes menores.
- A posição das palavras sagradas.
Esta questão é muito complexa e a diferença entre as duas tradições pode não ser tão fundamental como já foi dito.
Prichard dá duas palavras, J e B do primeiro grau, enquanto os “Antigos” apenas uma, o B.
Sem entrar em detalhes, deixe-nos observar uma crítica voltada para os “modernos”, segundo o qual eles teriam invertido as palavras sagradas, o que na verdade, está longe de ser comprovado e, de fato, parece muito mais plausível, que as duas palavras haviam estado originalmente associadas (como dito pelo texto de Prichard e depois dissociado).
Isto poderia explicar porque os “Modernos” teriam escolhido a palavra em J e os “Antigos”, a B. Em todo caso, será o J que se encontra no primeiro grau do sistema francês tirado dos “Modernos”, e B no segundo grau, embora no sistema dos “Antigos”, seja B no primeiro grau e J no segundo.
Essa diferença será de consequências incalculáveis.
Por mais de 60 anos, as duas grandes lojas rivais disputaram essa questão e esse debate foi perpetuado no continente até hoje.
Finalmente, outras diferenças poderiam ser levantadas: por exemplo, a abertura que é mais curta entre os “Modernos” do que para os “Antigos”, uma vez que declinam as funções dos oficiais, de modo que a arquitetura do primeiro grau dos “Modernos” é profundamente diferente dos “Antigos”.
Deve-se notar que no “Três Batidas Distintas”, é o oficial “inferior” que anuncia o local na loja do próximo em uma sequência até o Venerável Mestre, assim como encontrado no “Guia dos Maçons Escoceses”. O 2º diácono anuncia o local do 1º diácono e este, anuncia o local do 2º Vigilante, que segue anunciando em sequência o 1º Vigilante e este o Venerável Mestre da Loja.
Com a união de 1813, esse sistema é simplificado e cada oficial indica a si mesmo e seu próprio local.
Para propor uma hipótese sobre a origem da tradição dos “Antigos”, devemos considerar, apesar de todas essas diferenças e paradoxalmente, os pontos comuns de ambos os rituais.
Pode-se perceber aqui que existe na maçonaria anglo-saxônica do início do século XVIII, um certo número de temas pertencentes aos Modernos ou aos Antigos: Os oficiais (Venerável e Vigilantes), as palavras em J e B, as luzes, a Bíblia, Esquadro e Compasso, as pedras, as jóias, os 4 pontos cardeais e etc.
Também é possível avançar a hipótese de que esses invariantes estão dispostos de maneiras diferentes e específicas, para formar os dois sistemas que conhecemos.
De fato, no final do século XVIII, o conteúdo simbólico da maçonaria anglo-saxônica (ritual, cerimônia e instruções) era extremamente simples e reside essencialmente no juramento e na Palavra.
No início do século XVIII, a Maçonaria se estrutura. É bem possível que essa vontade de organização tenha assumido diferentes formas na Inglaterra e na Irlanda.
As estruturas ainda eram embrionárias e a disposição do material simbólico básico, poderia ficar a critério das circunstâncias, dos interesses locais, das idéias, dos gostos e da imaginação de cada um.
Nesta perspectiva, é evidente que a interpretação simbólica do significado fundamental dessas escolhas é muito relativa como a encenação coerente de todos esses elementos, que poderia oferecer um número de possibilidades infinitas.
As soluções retidas sem dúvida são aquelas que pareciam as mais interessantes, as mais confortáveis e até as mais bonitas, sem um significado específico de um para o outro.
Por outro lado, para se ater à questão da ordem das palavras sagradas, vale a pena distinguir a diferença de significados de acordo com as palavras dadas em uma ordem ou outra!
Finalmente, não nos esqueçamos de que é apenas com Hutchinson, com a publicação do livro “O espírito da maçonaria”, em 1775, que a Maçonaria Inglesa realmente acessa o status de maçonaria especulativa e simbolista, o que não era o caso anteriormente, quando eles se contentavam em harmonizar elementos muito simples. William James Hutchinson se deu o título de “pai do simbolismo maçônico”. O texto recebeu a sanção da Grande Loja da Inglaterra e passou por nove edições durante sua vida. Seu trabalho foi um dos primeiros a conectar aspectos religiosos, filosóficos e espiritual, ao propósito e a profundidade do significado da Maçonaria.

Para coroar tudo, a mistura desses dois sistemas, uma vez constituída, irá agravar, se ainda fosse possível, a confusão inerente àquelas associações, a ponto de torná-la quase caótica.
Esse foi o caso da Inglaterra em 1813, mas também o caso da França, cerca de dez anos antes, com o “Guide des Macons Ecossais”, que combinava a tradição dos Antigos com os usos franceses dos Modernos.
Concluindo:
Uma comparação entre os sistemas maçônicos escocês e irlandês seria, sem dúvida, muito instrutiva, devido às relações muito antigas entre esses dois países. No século VI, os irlandeses colonizaram a Escócia. Navegadores corajosos, povoaram entre outros, os mosteiros do norte da Europa.
A Grande Loja da Escócia fundada em 1736, estabeleceu um relacionamento muito bom com a Grande Loja dos “Antigos”. Essa Maçonaria dos Antigos, rapidamente se tornou uma maçonaria inglesa, o que certamente facilitou a abordagem dos “Modernos”.
Pode-se ver que os mistérios desta divulgação dos “Antigos”, “As Três Batidas Distintas”, expõe os problemas sobre a origem da Maçonaria Britânica. Por outro lado, teve um impacto fundamental nos sistemas maçônicos contemporâneos. São os “Antigos” que moldaram, em grande parte, o aspecto da maçonaria inglesa de hoje e é difícil encontrar o que resta da herança dos “Modernos” nos rituais ingleses, mas não podemos dizer o mesmo sobre os rituais franceses.
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Adaptado e traduzido por Luciano Rodrigues e Rodrigues, a partir do texto “O Mistério das Três Batidas Distintas”, da William Preston Research and Study Lodge.
Fonte: https://www.oprumodehiram.com.br
terça-feira, 2 de dezembro de 2025
SAGRAÇÃO (INAUGURAÇÃO) DE TEMPLO MAÇÔNICO
SAGRAÇÃO DE TEMPLO
Nossa dúvida de hoje é a respeito de em qual momento o Templo deve ser sagrado.
Teremos em breve a fundação de uma nova Loja, que será do Rito Brasileiro.
Não localizei nada significativo nem na Constituição nem no Regimento G. F.
Podemos ter sessão, com os irmãos paramentados em um templo antes dele ser sagrado?
CONSIDERAÇÕES:
Sagração, ou Consagração de Templo, é o mesmo que inauguração do recinto preparado para receber os trabalhos litúrgicos e ritualísticos de uma Loja maçônica. Significa conferir dignidade ao espaço, nada tendo a ver com cerimônias religiosas ou cultos de uma igreja.
Por exemplo, no GOB há um ritual genérico vigente para todos os ritos, próprio para a cerimônia de Sagração de Templo. O mesmo encontra-se no volume de Rituais Especiais (Sessões Exclusivas), edição 2016.
Um detalhe interessante deste cerimonial é que os Grão-Mestres e seus Adjuntos não podem presidir sessão de Sagração (Consagração) de Templo, a despeito de que não lhes é permitido ingressar em templos maçônicos que não tenham sido ainda inaugurados - não podem nem mesmo participar dos trabalhos de consagração.

Com isso, necessariamente é preciso que o templo tenha sido inaugurado para só depois receber o Grão-Mestre.
Uma nova Loja pode receber sua carta constitutiva e trabalhar normalmente em um espaço de outra Loja, cujo Templo já tenha sido consagrado.
ESCADA DE JACÓ
Ir. Sérgio Roberto Cavalcante
O EQÜÍVOCO DA ESCADA DE JACÓ NOS RITUAIS DOS RITOS: REAA, ADONHIRAMITA E BRASILEIRO

A VISÃO DA ESCADA DE JACÓ
GÊNESES 28 12,17
12 – E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela.
13 – E eis que o SENHOR estava em cima dela e disse: Eu sou o SENHOR, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente.
14 – E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra.
15 – E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.
16 – Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.
17 – E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus.
O SIGNIFICADO DO NOME “BÍBLIA” E OUTRAS CONSIDERAÇÕES
A palavra Bíblia vem do grego ta bíblia, que significa “os livros”. O termo Testamento se origina do vocábulo grego “diathêke” que significa “aliança”, “herança”, “testamento” e, por sua vez, é a tradução do hebraico “berith” que significa tão-somente “aliança” “pacto”.
Os títulos Antigo e Novo Testamento são usados pelos cristãos para diferenciar as alianças, os Testamentos de Deus com a Humanidade. Para os judeus estes títulos não possuem nenhum significado posto que, para eles, só houve um pacto, um único Testamento, o que os cristãos denominam Antigo Testamento.
O Antigo Testamento, o antigo pacto, foi estabelecido por Deus com Abraão.
No Novo Testamento foi estabelecido por Deus e abrangendo não só os judeus, mas toda a humanidade.
A Bíblia é o livro com maior número de exemplares publicados e de traduções para todas as línguas e inúmeros dialetos. Foi o primeiro livro impresso por Gutemberg, em 1534.
A Bíblia é o Livro Sagrado de duas grandes religiões “monoteísta”, o Judaísmo e o Cristianismo.
Para os judeus, a Bíblia é constituída de somente pelo que se costuma denominar de Antigo Testamento, composto de 39 livros.
Para os cristãos protestantes, a Bíblia é organizada em 66 livros. Os 39 do Antigo Testamento e mais 27 outros chamado Novo Testamento.
Os cristãos católicos e ortodoxos possuem 73 livros em suas Bíblias, pois consideram mais sete como sendo parte integrante do Antigo Testamento, o que é respeitado por judeus e cristãos protestantes.
Os livros que compõem o Antigo Testamento são considerados Kitbe Kodesh, Sagradas Escrituras, pelos judeus desde épocas muito remotas. Quando o templo foi destruído pela última vez, por Tito Flávio Vespasiano no ano 70 d.C, foram introduzidas nas sinagogas leituras regulares e sistemáticas do Thorah e posteriormente outros textos foram utilizados.
No ano 325, sob o papado de S. Silvestre(314-335), foi convocado o Primeiro Concílio Ecumênico, o de Nicéia, que decidiu três assuntos da mais alta relevância para o cristianismo e que perduram até os nossos dias:
- I – A fixação do local do sepulcro de Jesus Cristo;
- II – O estabelecimento da unidade de substância do Deus-Pai a Jesus, que passaram, assim, a formar uma só pessoa;
- III – A eleição dos Livros que deveriam compor o Novo Testamento, canonizados uns por terem sido julgados inspirados pelo Espírito Santo e considerados apócrifos as demais que circulavam até então.
A convocação do Concílio de Nicéia foi feita pelo Imperador Romano Constantino(288-337), que, além disso, foi o presidente do Concílio e votou.
Constantino na época contava com 37 anos de idade e professava ainda a religião Persa do Rito de Mitra, que cultuava o Sol.
A maioria dos livros do Antigo Testamento foi escrita em hebraico.
Já os livros do Novo Testamento foram escritos em grego, exceto o Evangelho de Matheus, onde foi usado o aramaico.
Os mais antigos manuscritos, as três mais antigas cópias da Bíblia todos escritos em grego são:
- I – O Código Vaticano, do século IV e guardada na biblioteca do Vaticano;
- II – O Código Sinaítico, também do século IV e conservado no Museu Britânico de Londres;
- III – O Código Alexandrino, escrito no século V e que também faz parte do acervo do Museu Britânico de Londres.
Duas são as versões da Bíblia:
- I – A versão dos Setenta ou Alexandria para o grego;
- II – A Vulgata, para o latim.
- Versão dos Setentas é a tradução realizada entre os anos 250 e 100 A/C para o uso dos judeus que só falavam grego.
A outra versão é latina, denominada Vulgata, realizada no século IV quase que integralmente por São Jerônimo (340-420), por encomenda do papa S. Damaso (366-384). O Concílio de Trento, em 1546, proclamou esta versão como oficial para a Igreja Católica.
Com o tempo, o latim foi deixando de ser usado e sentiu-se a necessidade de traduzir a Bíblia para as línguas populares modernas.
Cada religião tem a sua história, as promessas de Deus, as alianças com Deus, seus profetas, seus sábios, seus mestres, seus seguidores.
Todas elas estão convictas de terem encontrado a Verdade. Mas o que é a Verdade? Onde encontraremos? Quem realmente procura a Verdade, não pode e nem deve procurá-la unicamente sob a ótica e dentro das premissas e sua própria religião. É difícil, mas o que é mais importante? Crer na Verdade que outros afirmam ser a Verdade ou procurá-la?
Sem exceção, todas as religiões afirmam ter encontrado a Verdade Divina.
Acontece que a Verdade é uma só. Sendo uma só Verdade, como pode haver verdades diferentes para cada religião? Será que, sendo a verdade uma só, somente uma religião a encontrou e as demais apenas julgam tê-la encontrado? Estão apenas enganadas ou mentem para seus adeptos? Se somente uma encontrou a verdade, qual será o destino dos milhões de adeptos das outras religiões que não a encontraram? Perecerão sem salvação? E o pobre aborígine que no interior da floresta mais profunda nunca ouviu nenhum pregador da Verdade e, portanto, nem teve a oportunidade de conhecê-la?
Morrerá sem salvação, sem nenhuma oportunidade.
Ora, se todos as religiões dizem que se Deus é bondoso e justo, certamente Ele, e somente Ele, saberá solucionar tais questões. Para isso, Ele não precisa de intermediários, os quais não nomeou.
A crença nas verdades religiosas é um atributo daqueles que têm Fé. Contudo, a crença cega leva ao fanatismo religioso, que foi e sempre será execrado pela Maçonaria.
A Maçonaria abomina o fanatismo religioso, que no passado levou muitos sábios e filósofos, além de homens e mulheres comum do povo, às barras dos tribunais da ‘‘Santa Inquisição”, que em nome de Deus, torturou e matou inúmeros inocentes”.
A Maçonaria sempre foi perseguida pelo fanatismo religioso, desde a sua criação como Maçonaria dos Aceitos, ou Especulativa. No ano de 1738, cerca de 15 anos após a publicação da Constituição de Anderson, o Papa Clemente XII promulgou a Bula Papal “In Eminente”, excomungando a Maçonaria. A partir deste evento, através do Irmão Jonh Payne(Grão-mestre), os Maçons passaram a adotar o Livro das Sagradas Escrituras na abertura dos trabalhos de suas reuniões. Portanto, até então, não se tinha a obrigação de adotar o Livro das Sagradas Escrituras nas reuniões.
Antes desta data, o que se ensinavam nas Confrarias de Pedreiros eram lendas bíblicas relacionadas com a História do Povo Judeu, a Construção do Templo de Jerusalém, do Dilúvio Universal etc., porém sempre exageradamente, fantasiosamente. As Lendas Templárias e os “Contos” sobre as religiões de Mistérios se misturavam e se entrelaçavam.
Duzentos anos depois, 1723, quando o Dr. James Anderson publicou o seu “Livro das Constituições” introduziu todas essas fantasias no seu livro, que quinze anos depois, 1738, foi obrigado a retirar, devido ao ridículo a que se expôs.
Isto, todavia, não quer dizer que a Bíblia é culpada. Isso quer dizer, somente, que o uso da Bíblia, como Livro das Sagradas Escrituras, dos Pedreiros Operativos, só foi possível, depois de 1600 em diante, quando começou a ingressar na Ordem dos Pedreiros Livres, os primeiros intelectuais da Europa.
Pois os Pedreiros em sua maioria eram analfabetos, eram homens do povo, desprovidos de qualquer tipo de cultura que não fosse aquela ligada a Arte de Construir. Na qual eram Gênios eram formidáveis, eram exímios.
Qualquer alusão do uso do Livro das Sagradas Escrituras(Bíblia) antes de 1600, pelos Maçons, é pura fantasia. Os Estatutos Schaw, datados de 1598, não mencionam o Livro das Sagradas Escrituras(Bíblia). Mencionam apenas “contos bíblicos”, “lendas” que os monges das Irmandades contavam aos Obreiros de suas construções.
CITAÇÃO DA ESCADA DE JACÓ NOS RITUAIS
1º – Ritual de 1º Grau – Emulação – Grande Loja Distrital da América do Sul – Divisão Norte – GLUI1:
“A cobertura de uma Loja é um dossel celestial de diversas cores assim como os Céus. O caminho por onde nós, como Maçons, esperamos lá chegar, tem como auxílio uma escada, conhecida nas Escrituras como a escada de Jacó. É composta de muitos degraus, que representam muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade. Fé no Grande Arquiteto do Universo. Esperança na salvação e Caridade para com todos os homens. Ela atinge os Céus e se apóia no Livro das Sagradas Escrituras, porque pelas doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos ensinados a crer na benevolência da Providência Divina, crença que reforça a nossa fé e nos habilita a subir o primeiro degrau; a Fé, naturalmente cria em nós a esperança de nos tornarmos participantes das abençoadas promessas ali descritas, Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua Arte. Em sentido figurado, é uma Mansão Etérea, encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, que são uma alusão a outros tantos Maçons regulares,s em cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem candidato algum pode ser ilegalmente iniciado na Ordem.”
2º – Ritual de 1º Grau – Rito de York – Grande Loja de Nevada-USA:
A cobertura de uma Loja nada mais é do que a abóbada com nuvens, ou um céu estrelado, onde todos os bons Maçons esperam, afinal, chegar com a ajuda da escada que Jacó, que em sua visão, viu estendida da terra ao céu, cujos principais degraus são Fé em Deus, Esperança da Imortalidade e Caridade para toda a humanidade. O maior deles é o da Caridade, porque a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina em frustração, mas a Caridade se estende além-túmulo, através dos domínios sem fronteiras da eternidade.
3º – Ritual de 1º Grau – Rito de York – Grande Loja de Illinós2-USA:
“The covering of a Lodge is the clouded canopy, or starry decked heaven, where all good Masons hope at last, to arrive by the aid of a ladder called Jacob’s Ladder having three principal rounds denominated Faith, hope and Charity to all mankind. Bud the greatest of these is charity; for faith may be lost in sight, hope end in fruition, but charity extends beyond the grave to the boundless realms of eternity.”
“A cobertura de uma Loja é o pálio coberto de nuvens, ou um céu enfeitado de estrelas, onde todos os bons Maçons esperam finalmente, chegar com a ajuda de uma escada chamada a Escada de Jacob que os três principais degraus denominam-se Fé, esperança e Caridade para toda a humanidade. O maior deles é a caridade; já que a fé pode ser perdida à vista, o fim de esperança em fruição, mas a caridade estende-se além da sepultura aos reinos ilimitados da eternidade.”
4º – Ritual3 de 1º Grau – Rito de York – Grande Loja da Flórida-USA:
The covering of a Lodge is no less than the clouded canopy, or starry decked heaven, where all good Masons hope at last to arrive by aid of that ladder which Jacob in his vision saw extended from earth to heaven, the principal rounds of which are denominated Faith, Hope and Charity, which admonish us to have Faith in God, Hope in Immortality, and Charity to all mankind. The greatest of these is Charity; for our Faith may be lost in sight, Hope ends in fruition, but Charity extends beyond the grave, through the boundless realms of eternity.
A cobertura de uma Loja é nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão, viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé, Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade, pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição mas a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da eternidade.
5º – Ritual de 1º Grau – Rito de York – Grande Loja de Nova Iorque-USA:
A cobertura de uma Loja é nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão, viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé, Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade, pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição mas a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da eternidade.
3 Na verdade, os maçons norte-americanos não utilizam rituais em seus trabalhos. Eles utilizam sim, códigos. Ou seja, os “rituais” são todos codificados(cifrados).
6º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Loja do Estado da Paraíba 4:
“Sois, agora, Aprendiz Maçom; pusestes o pé no primeiro degrau da Escada de Jacó, que simboliza o primeiro passo no caminho do vosso aperfeiçoamento moral. Voltareis ao mundo profano esclarecido pelos deveres de Aprendiz.
Fazei dos conselhos que recebestes a pedra de toque e de amor para vossos semelhantes; amassai, com coragem e perseverança, o cimento místico que servirá para edificar o Templo do Grande Arquiteto do Universo.”
Consta ainda na parte de instrução do ritual de 1º Grau do REAA da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba, o seguinte5:
7º – Ritual de 1º Grau – Emulação – Grande Loja Maçônica de Brasília6:
8º – Ritual de 1º Grau – Emulação – Grande Loja do Estado de São Paulo7:
9º – Ritual de 1º Grau – Emulação – Grande Loja do Estado do Paraná8:
“A cobertura de uma Loja é um dossel celestial de diversas cores, o próprio céu. O caminho pelo qual nós, como Franco-Maçons, esperamos lá chegar é através de uma escada, chamada nas EE a Escada de Jacob, pelo seguinte motivo:quando Jacob viajava para a casa de seu tio Labão em Padan Aram, ao findar o primeiro dia de sua jornada estava muito cansado e sonolento. Jacob deitou-se em terra para descansar, tendo por travesseiro uma pedra, e o dossel estrelado por teto. Aí, num sonho, viu uma escada que alcançava os céus, e os anjos do Senhor subindo e descendo por ela. Esta escada tem muitos degraus, que representam muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade. Fé no GADU. Esperança na salvação e Caridade para com todos os homens. Ela atinge os céus e descansa no L das SSEE, porque, pelas doutrinas contidas nesse L Sagrado, somos ensinados a crer na benevolência da Divina Providência, crença esta que reforça a nossa fé e nos capacita a galgar o primeiro degrau; esta Fé, naturalmente cria em nós a esperança de nos tornarmos participantes das promessas abençoadas aí descritas, Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros, e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua profissão. Em sentido figurado, é uma Mansão Etérea, encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, simbolicamente representado aqui por sete estrelas, que aludem a outros tantos, feitos regularmente Maçons, números sem o qual nenhuma Loja é perfeita, nem candidato algum pode ser ilegalmente iniciado na Ordem.”
10º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Oriente do Brasil9:
O referido ritual foi pesquisado folha a folha(01 a 79) e nada foi encontrado, nem que implicitamente, sobre a escada de Jacó.
11º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Oriente do Brasil10:
O referido ritual foi pesquisado folha a folha(01 a 83) e nada foi encontrado, nem que implicitamente, sobre a escada de Jacó.
12º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Oriente do Brasil11:
O referido ritual foi pesquisado folha a folha(01 a 164) e nada foi encontrado, nem que implicitamente, sobre a escada de Jacó.
13º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Loja Symbolica do Pará12:
“A cobertura de uma loja maçônica se representa por uma Abóbada Celeste de côres variadas, representando o CEO13, isto é, o infinito. O caminho pela qual nós Maçons, esperamos atingi-la, é expresso symbolicamente pela escada existente no Painel e que as Sagradas Escrituras denominam a Escada de Jacob, nome que, sempre guarda fiel da antiga tradição, a Maçonaria conserva.
Por isso é que dizemos aos Aprendizes-Maçons depois de sua iniciação, “que puzeram o pé no 1º degráo da ESCADA DE JACOB”, significando-lhes que deram o primeiro passo no caminho do seu aperfeiçoamento moral.
Compõe-se esta escada de muitos degáos, todos eles representativos das virtudes exigidas ao Maçom no seu caminho para a perfeição.
Na sua base e topo, entretanto, destacam-se três symbolos, muito conhecidos no mundo profano, como representando a FÉ; a ESPERANÇA e a CARIDADE.
De facto são estas as primeiras virtudes Moraes que devem ornar o espírito de qualquer se humano e, principalmente, dos Maçons.
Fé no Gr. Arch. do Univ.;
Esperança no Aperfeiçoamento Moral; e Caridade para com o gênero Humano.
Ainda por analogia, poderemos explicar do seguinte modo essas três Virtudes:
A Fé é a sabedoria do espírito, sem a qual o homem nada levará a termo; a Esperança é a Força do espírito amparando-o e animando-o nas dificuldades que encontram a cada passo, no caminho da existência; e a Caridade é a beleza que adorna o espírito e os corações bem formados, fazendo com que neles se abriguem os mais puros sentimentos humanos.”
14º – Ritual de 1º Grau – Rito York Antigo – Grande Loja Nacional Francesa:
La couverture de la loge n’est autre que la voûte cêleste et ses nuêes ou les cieux semés d’étoiles, où tous les bons maçons espèrent parvenir enfin, grâce à cette échelle que Jacob, dans sa vision, vit s’êtendre de la terre jusq’au ciel, et dont lês pricipaux échelons s’ppellent le Foi, I’ Esperánce et la Chartiê, qui nous exhortent à avoir foi em Dieeu, esperance em I’immortalité, et charité envers toute I’humanité. La plus grande de sés vertus est la Charité. Car nous pouvons padre de vue notre foi, I’ esperance peut prendre fin quand elle se realise, mais la charité s’etend su-dala de la tombe à travers lês royaumes infinis de I’eternité.
A cobertura de uma Loja é nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão, viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé, Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade, pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição mas a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da eternidade.
15º – Ritual de 1º Grau – REAA – Grande Loja do Estado da Bahia14:
“O Teto das Lojas Maçônicas representa a Abóbada Celeste, de cores variadas. O caminho para atingir essa Abóbada, isto é, o Céu, o Infinito, é representado pela escada composta de muitos degraus existentes no Painel da Loja e conhecida por ESCADA DE JACÓ, nome que como fiel guardiã das antigas tradições, a Maçonaria o conserva. Cada degrau representa uma das Virtudes exigidas ao Maçom para caminhar em busca da perfeição moral.
Em sua base, centro e topo, destacam-se três símbolos, muitos conhecidos do mundo profano: FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE, virtudes morais que devem ornar o espírito e o coração de qualquer ser humano, principalmente do Maçom, que não se esquecerá, jamais, de depositar FÉ no G.a.A.a.D.a.U.a., Esperança no aperfeiçoamento moral e Caridade para com seus semelhantes. A FÉ é a SABEDORIA do espírito, sem a qual o homem nada levará a termo; a ESPERANÇA é a FORÇA do espírito, amparando-o e animando-o nas dificuldades encontradas no caminho da vida e a CARIDADE é a BELEZA que adorna o espírito e o coração bem formados, fazendo com que, neles, se abriguem os mais puros sentimentos humanos.
Na parte superior desse círculo, fica o LIVRO DA LEI, que sustenta a ESCADA DE JACÓ, cuja extremidade atinge o Céu. Caminhando em torno desse CÍRCULO, teremos, necessariamente, de tocar nas LINHAS PARALELAS, assim como no LIVRO DA LEI. Enquanto um Maçom se conservar assim circunscrito, não poderá errar.”
16º – Ritual de Emulação – 1º Grau – Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro15:
“A cobertura de uma Loja Franco-maçônica é um dossel celestial de diversas cores, os próprios Céus. O caminho por onde nós, como Maçons, esperamos lá chegar, e com o auxílio uma escada, chamada na Escritura, a Escada de Jacó.
Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua Arte. Em sentido figurado, é uma Mansão Etérea, encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, que são uma alusão a outros tantos Maçons regulares,s em cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem candidato algum pode ser legalmente iniciado na Ordem.”
17º – Ritual de 1º Grau – Rito Brasileiro – Grande Oriente do Brasil16:
RITUAIS QUE NÃO CONTÉM CITAÇÃO SOBRE A ESCADA DE JACÓ
CONCLUSÃO
Pois bem. Analisando cada texto individualmente, nota-se cabalmente que a escada de Jacó é típica dos rituais do sistema inglês e norte-americano.
Fora os painéis(tracing board/tábua de traçar) do sistema maçônico inglês, pelo menos, no que se refere ao ritual de emulação, nota-se, que existe a tal escada, simbolizando a(escada) de Jacó, descrita na bíblia(Gen: 28:12-17).
Nos painéis(trestleboard) do sistema norte-americano, nota-se também, da mesma forma, a tal escada, simbolizando a(escada) de Jacó, descrita em(Gen: 28:12-17).
Os painéis do REAA20, o simbólico, ou seja, o VERDADEIRO e ÚNICO, não apresenta tal escada.
Existe também um outro, denominado de alegórico, que nada tem haver com a filosofia e doutrina do REAA. Foi um enxerto efetivado pós criação(fundação) das então neófitas Grandes Lojas estaduais, nos idos de 1927.
Figura 01![]() REAA – GOB 2001 | Figura 02 ![]() LOJA DE EMULAÇÃO GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA 1845 |
Figura 03![]() GGLL Norte-americanas | Figura 04![]() Rito Brasileiro – GOB |
Figura 05![]() PAINEL DOS TRABALHOS DE EMULAÇÃO GGLL DO PARANÁ E RIO DE JANEIRO | Figura 06![]() PAINEL ALEGÓRICO21 RITO ADONHIRAMITA – GOB |
21 O Painel é do Craft Inglês(Ritual de Emulação). Destarte erroneamente aplicado para o Rito Adonhiramita.
Fontes de Consulta:
Ir. Sérgio Roberto Cavalcante.





