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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

domingo, 31 de julho de 2022

REAA - CIRCULAÇÃO E SAUDAÇÃO EM LOJA

O Respeitável Irmão Edson dos Santos, Loja Sabedoria, Equilíbrio e Poder, 4407, REAA, GOB-BA, Oriente de Ilhéus, Estado da Bahia, apresenta as dúvidas seguintes:

CIRCULAÇÃO E SAUDAÇÃO EM LOJA

Estou querendo tirar umas dúvidas a respeito das novas mudanças no REAA.

1º - Estando no Ocidente é permitido ir e retornar estando na mesma Coluna?

2º - Ao passar da Coluna do Norte para o Sul, em frente ao Oriente, é necessário para e saudar o altar?

3⁰ - O Diácono, no encerramento, ao sair do Oriente para levar a palavra ao 1º Vigilante, ele para e faz o sinal de saudação ao altar?

CONSIDERAÇÕES:

Antes das considerações propriamente ditas, destaco que no REAA quando se entra e sai do Oriente em Loja aberta a saudação é feita pelo Sinal ao Venerável Mestre e não ao altar ou ao Delta (vide página 42 do Ritual do REAA em vigência no GOB).

RESPOSTAS:

1. Perfeitamente. Na mesma coluna não há circulação. É preciso se levar em conta que no REAA o seu Templo representa um espaço retangular localizado sobre o equador terrestre, cujo comprimento (longitudinal) vai de Leste para Oeste e a sua largura é de Norte ao Sul. As Colunas do Norte e do Sul representam os hemisférios Norte e Sul da Terra. Partindo desse princípio, quem estiver se deslocando dentro da mesma Coluna, isto é, no mesmo hemisfério, não precisa atravessar para a outra Coluna, pois não é necessário dar a volta ao mundo para parar no mesmo lugar. O giro somente ocorre quando alguém em deslocamento precisa passar de uma para outra Coluna. Nesse caso o giro é feito no sentido horário (dos ponteiros do relógio). Assim, do Norte para o Sul passa-se cruzando o equador da Loja pelo espaço situado entre a retaguarda do Painel da Loja e o limite com o Oriente. Do Sul para o Norte passa-se cruzando o equador da Loja pelo espaço entre a frente do Painel e a porta de entrada. Para se ingressar no Oriente o transeunte passa obrigatoriamente pela Coluna do Norte e ingressa no quadrante oriental subindo pelo lado nordeste, isto é, próximo ao lugar do Orador. Para dele sair, se faz pelo lado sudeste, isto é, próximo ao lugar do Secretário descendo para a Coluna do Sul.

2. Não, pois atendendo ao que prescreve o Ritual e o SOR – Sistema de Orientação Ritualística do GOB, saudações em Loja são feitas somente em Loja aberta ao Venerável Mestre quando se entra ou saída do Oriente, ou às Luzes da Loja (Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes) quando da entrada formal, ou ainda às Luzes da Loja quando em retirada definitiva antes do encerramento. Saudação em Loja se faz pelo Sinal Penal. Não existe sinal de saudação, mas toda a saudação é feita obrigatoriamente pelo Sinal Penal do Grau em que a Loja estiver trabalhando. Por assim ser, reitero que não existe nenhuma saudação no Ocidente quando se cruza o equador do Templo, nem passando do Norte para o Sul e nem do Sul para o Norte. Também, não existe saudação para o altar e nem para o Delta. Saudações em Loja atendem apenas ao disposto na página 42 do Ritual de Aprendiz do REAA, edição 2009 em vigência no GOB e no SOR.

3. Sim. No encerramento dos trabalhos a Loja ainda está aberta. Nesse caso, o 1º Diácono ao sair do Oriente volta-se para o Venerável Mestre e lhe presta saudação pelo Sinal. De retorno ao Oriente, ao ingressar, da mesma forma saúda pelo Sinal ao Venerável Mestre. Vale mencionar mais uma vez que a saudação é ao Venerável Mestre e não ao altar ou ao Delta. Ao contrário, durante a abertura o Diácono não faz nenhuma saudação porque a Loja ainda não está aberta, mas em procedimento de abertura.

Ao concluir, lembro que o Sistema de Orientação Ritualística hospedado na plataforma do GOB RITUALÍSTICA na página oficial do GOB, traz correções, orientações e esclarecimentos sobre o conteúdo dos rituais do GOB, portanto deve ser aplicado de imediato. O SOR está amparado pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral do GOB, publicado no Boletim Oficial nº 31 de outubro de 2019.

T.F.A.
PEDRO JUK
Secretário Geral de Orientação Ritualística – GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O TEMPLO MAÇÕNICO

INTRODUÇÃO

“A humanidade seria muito mais feliz se todos fossem maçons “.

O que esta frase tem haver com templo maçônico?

Bem, o templo maçônico, lugar propositalmente fechado, isolado completamente do mundo exterior, é onde se reúnem os homens livres e de bons costumes com o objetivo firme de divulgar e praticar a igualdade, liberdade e fraternidade com justiça.

O templo maçônico, em todos os ritos, segue, bem de perto, a orientação e a decoração do templo de Jerusalém e do tabernáculo.

De acordo com o texto bíblico, Moisés, seguindo as instruções recebidas no Sinai, mandou construir o Tabernáculo (em hebraico, suká: tenda), para os ofícios religiosos, durante a vida nômade do deserto, desde a saída do Egito, e para a guarda do Torá, conjuntos de textos sagrados hebraicos, conhecidos como o Pentateuco (Gênese, Êxodo, Números, Deuteronômio e Levítico).

Estaremos dissertando neste trabalho os diversos pontos importantes sobre o templo tais como: As Colunas, J B e as Romãs; Os 12 signos; Pavimento Mosaico e a orla dentada; A corda de 81 nos; Altar dos Juramentos; O Delta luminoso, sol, lua, O trono do venerável, as 7 luzes e o Painel da loja.

AS COLUNAS DO TEMPLO

Normalmente, em Templos Maçônicos, encontramos na entrada as 2 colunas “B” e “J”, estando “B” a esquerda de quem entra e “J” a direita; de cada lado do Templo visualizamos 6 Colunas e, sobre os tronos, 3 colunas menores.

A palavra “coluna” se origina do latim e seu significado refere-se ao sustentáculo vertical. Com exceção das colunas “B” e “J” , muitos autores não vêem, para as demais colunas, nenhum significado simbólico, a não ser o de representarem o sustentáculo do Templo. Outros autores citam que as colunas representam os principais oficiais da Loja, sendo cada coluna ornamentada por um signo do zodíaco. Desta maneira temos:

Venerável Mestre: Sol
1º Vigilante: Netuno
2º Vigilante Urano
1º Experto Saturno
Orador Mercúrio
Secretário Vênus
Tesoureiro Marte
M∴ de Cerimônias Lua

As quatro demais colunas são normalmente distribuídas ao Hospitaleiro, ao Porta Estandarte e aos Diáconos. Por outro lado e independentemente da determinação acima, cada um de nós é Coluna de seu próprio Templo e, portanto, sustentáculo espiritual da Maçonaria.

Se, no entanto, existem diferenças relativas a importância dada as12 Colunas, tal não se dá em relação as Colunas “J” e “B”. Estas têm significado histórico e possuem forte representação Simbólica. A presença delas protegeria aquele que recebesse de Jeová a consagração de ser Rei ou Sacerdote. A presença de uma dessas colunas simboliza, portanto, a presença do próprio Senhor.

Sobre elas iremos tecer alguns comentários:

As Duas Colunas: (1º Livro dos Reis, Cap. VII - Bíblia).
O Rei Salomão trouxe de Tiro, um artesão de nome Hiram Abif, israelita por parte de pai e nephtali, por parte de mãe. Esse homem foi quem executou todos os ornatos do Templo de Salomão, incluindo, portanto, as 2 colunas construídas em bronze. Simbolicamente essas representavam as 2 colunas de homens que Moisés dirigiu quando da saída dos Hebreus do Egito.

No alto das duas colunas, ele colocou um ”capitel “ fundido em forma de lírio. Ao redor deste, uma rede trançada de palmas em bronze, que envolviam os lírios. Desta rede, pendiam em 2 fileiras de 200 romãs. À coluna da direita foi dado o nome de J e à da esquerda, B. Atribui-se a cor vermelha – ativo, Sol -- à coluna J∴ e a cor branca ou preta – passivo, Lua – à coluna B∴. O Vermelho significa inteligência, força e glória; O Branco, beleza, sabedoria e vitória.

Há quem esclareça que as colunas se destinariam a guarda dos instrumentos e ferramentas dos operários e que junto a elas, seria o local onde os operários receberiam seus pagamentos pelos serviços prestados. Nestas colunas estariam, portanto, guardados as espécies e o ouro com o que os operários eram pagos. No entanto, pelo tamanho das colunas fornecido pela Bíblia, seria impossível, em tão pequeno espaço, caberem todas as ferramentas e instrumentos alem do ouro e espécies. Também, em nenhum momento a Bíblia cita as colunas como local possuidor de portas de armários.

AS ROMÃS, OS LÍRIOS E AS CORRENTES

Os Lírios simbolizam a pureza e a virgindade: a beleza feminina. Representam a chama pura e fecundante: o calor.

As Romãs simbolizam a virilidade masculina. Romã é um fruto possuidor de sementes avermelhadas unidas e de sabor agridoce. O vinho proveniente do cultivo da Romãzeira – utilizado desde os primórdios de Israel – possui propriedades afrodisíacas.

O grande número de grãos que a Romã possui e sua propriedade afrodisíaca, fez com que a mesma fosse considerada, na Simbologia popular, como sendo a representante da fecundidade e da riqueza. Este, talvez, seja o significado mais correto para as Romãs colocadas sobre as colunas de Salomão. No entanto, também, são simbolizadas como sendo a força impulsionadora para o trabalho e dispêndio de energia.

Na Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados numa polpa transparente, simbolizam os maçons unidos com energia e força para realizarem o trabalho.

Sete voltas de Correntes envolvem o capitel das colunas. Entre os antigos, as correntes representavam o cativeiro, mas, o verdadeiro significado dessas correntes nas colunas é obscuro. Para a Maçonaria representam, por um lado, os laços que acorrentam os profanos e por outro, a união dos maçons.

O PAVIMENTO DE MOSAICO

Estendido no centro do templo, o Pavimento Mosaico é um tapete retangular, que evoca o quadro da loja. É representado por uma série de quadrados alternadamente brancos e pretos, que lembram o tabuleiro de xadrez, jogo de origens sagradas, e de relevantes significados simbólicos.

Os quadrados brancos e pretos simbolizam respectivamente a luz e as trevas, ou o dia e a noite, e em geral, congregam todas as dualidades cósmicas surgidas da reflexão bipolar da Unidade ou Ser Universal. Esta dualidade, é encontrada também na simbologia oriental do YIN-YANG. Onde YIN, representado pela cor preta simboliza a energia negativa, e o YANG ao contrário simboliza a energia positiva.

Segundo os orientais, a harmonia cósmica é obtida através da perfeita combinação YIN-YANG, que encontrados em todos os fenômenos da natureza, se complementam, proporcionando um perfeito equilíbrio em todas as atividades do universo. Sendo assim, a cor branca simboliza as energias ativas, masculinas, é o Sol, enquanto a cor preta simboliza as energias passivas, femininas e terrestres. Ambas se complementam, e determinam em sua perfeita interação o desenvolvimento e a própria estrutura da vida cósmica e humana. Essa estrutura, é gerada pela confluência de um eixo vertical (celeste) e outro horizontal (terrestre), que no mosaico formam uma trama quadriculada, que reflete as tensões e equilíbrios a que está submetida a ordem da Criação. Podendo equiparar-se também ao tempo (eixo vertical) e espaço (eixo horizontal), as duas coordenadas que estabelecem a existência de nosso mundo e de todas as coisas nele incluídas. O significado do Pavimento Mosaico aplica-se perfeitamente à loja Maçônica, recinto sagrado onde cada uma das partes ou seu conjunto constituem uma síntese simbólica da harmonia universal. Comparado a mandala, o pavimento mosaico é uma imagem simbólica da Ordem, onde o iniciado tem de se integrar plenamente, conciliando todas as influências procedentes do céu e da terra, que lhes permitirão recuperar a unidade de seu ser.

A ORLA DENTADA

Simboliza a união dos Maçons. Os dentes representam os planetas que giram no Cosmos. Cada dente tem o formato de um triângulo. O Triângulo expressa a espiritualização dos Maçons que partindo da individualidade unem-se de forma indissolúvel, em torno de um ideal. Fisicamente dentro do Templo existem 2 Orlas Dentadas: uma ao redor do Pavimento dos Mosaicos; a 2ª contorna no Ocidente o pavimento da Loja.

O ALTAR DOS JURAMENTOS

O Altar dos Juramentos é a parte mais sagrada de uma Loja. Este Altar derivou-se do Altar dos holocaustos, construído por Moisés, sob as ordens diretas de Deus.Na Maçonaria este altar que é simbólico, representa um altar de sacrifícios eis que ali o Neófito deixará, quando de seu juramento, todos os seus vícios e as suas paixões em holocaustos ao grande Arquiteto do Universo.

A posição do Altar dos Juramentos no Rito Escocês determina que seja ele colocado no eixo da Loja sobre a metade superior do Pavimento do Mosaicos, isto atendendo as considerações de ordem histórica e filosófica. O Altar dos Juramentos simboliza a Beleza do Caráter e constituindo-se no pilar principal. Há que se entender que o sistema filosófico da Maçonaria gira em torno de um ideal representado pelo Altar da Loja como fulcro de toda filosofia Maçônica. Sobre o Altar dos Juramentos encontra-se o Livro da Lei, um Esquadro com seus ramos voltados para o Oriente e um Compasso aberto com as pontas voltadas para o Ocidente e colocadas sobre o Esquadro.

Painel da Loja – Por Painel entende-se o Quadro que a Loja apresenta por ocasião da abertura dos trabalhos. Três são os quadros de uma Loja: Painel da Loja de Aprendiz; de Companheiro e de Mestre. Nos graus filosóficos normalmente não se usa a denominação Painel, mas, Emblema ou Escudo correspondente ao grau.

No Painel estão desenhados todos os símbolos maçônicos, necessários ao desenvolvimento dos trabalhos de seu respectivo grau. A sua colocação na Loja indica que continua viva toda a simbologia que orienta os trabalhos.

A colocação do Painel idealiza também, que nenhum trabalho seja iniciado sem que antes tenha havido um planejamento das atividades, ou seja, todos os participantes, ao adentrarem ao Templo e olharem para o Painel, estarão cientes do grau em que os trabalhos serão realizados. No inicio, os símbolos do grau eram desenhados, com giz, no chão, transformando o local num Templo. Posteriormente passaram a ser pintados ou bordados sobre panos ou tapetes. Em 1820, John Harris desenhou os Painéis que, salvo pequenas modificações, se encontram em uso até o presente.

TRONO DE SALOMÃO

"Ao Trono de Salomão somente poderão estar assentados o V∴M∴ e, quando for o caso, a mais Alta Autoridade Maçônica do Simbolismo presente na sessão, à direita do V∴M∴. O ex-Venerável não mais ocupa lugar no Trono de Salomão à esquerda do V∴M∴. Quando da Circ.: do Tronc∴ de Benef∴ e da Bolsa de PProp∴ e IInf∴, o Ir∴ M∴ de CCer∴ e o Ir∴ Hosp∴ deverá (sic) colher a Pr∴ e o Óbolo de todos que estiverem assentados ao Trono de Salomão".

Peço vênia, apesar do respeito pelos autores, para discordar, veementemente. do texto, antes que ele influencie maçons novos e inexperientes:

Trono de Salomão só existe na cerimônia de Instalação de Veneráveis, a qual é encenada como tendo sido realizada no palácio de Salomão, onde existia, realmente, o Trono; no templo não havia esse Trono. O assento que se encontra no Oriente, sob o dossel, no REAA, é, simplesmente, o Trono, e mais nada. Não é de Salomão e nem do Venerável.

Outra coisa: Trono é uma só cadeira. Como é que podem estar sentados no Trono (e não ao Trono), ao Altar, o Venerável e a mais alta autoridade do Simbolismo? Ocupam a mesma cadeira? E. se o ex-Venerável ainda ali tivesse assento, seriam três no mesmo lugar? Da mesma maneira, como podem, o Mestre de Cerimônias e o Hospitaleiro colher pranchas e óbolos de todos que estiverem assentados ao Trono "de Salomão", se o Trono é um lugar único?

O correto é dizer que, sentados ao Altar, ficam, o Venerável, no Trono, e a mais alta autoridade do Simbolismo, num lugar á direita do Venerável, o qual é exclusivo. Essa, inclusive, foi uma concessão do novo ritual do Grande Oriente do Brasil à vaidade de alguns maçons "notoriedades", porque, na realidade, esse lugar é privativo do Grão-Mestre, ou de seu Adjunto (Deputado Grão-Mestre), em qualquer lugar em que a Maçonaria seja praticada seriamente e não para servir a pavões. O ritual original, feito pela Grande Secretaria Geral de Orientação Ritualística, preconizava isso, mas, depois de tantas “luminares" mexerem nele, inclusive um Grão-Mestre estadual, que é do Rito Moderno, deu no que deu: ele continua deturpado, porque mexer todo mundo quer mexer, mas mexer com base, com pesquisa e com autoridade, poucos fazem e poucos podem fazer.

O SOL

O Sol é o vitalizador essencial, possuidor de uma generosa fecundidade. Sem ele não existiríamos.

O Sol, sendo entendido como fonte de vida, passa a ser, automaticamente, a majestade, a luz principal, a fonte de todo o conhecimento e saber, o símbolo da espiritualidade, o ponto central de todas as coisas.
O Sol pode ser associado ao Irmão Orador, pois, este deve emanar a Luz como guarda da lei maçônica.
No Templo, o Sol fica no oriente, atrás do Venerável Mestre.

A LUA

A Lua, é o reflexo do sol. Representa tanto quanto o sol, a saúde, pois, recebe e reflete os raios do sol.

A Lua é associada ao Irmão Secretário. Tradicionalmente, o Irmão Secretário, apenas registra as palavras do Irmão Orador (Sol), daí, sua associação com a Lua que reflete, simplesmente, a luz recebida do Sol.

DELTA LUMINOSO

O Delta Luminoso está localizado no Oriente, entre o Sol e a Lua, alteando o trono do Venerável Mestre. Simboliza a principal luz da loja, da qual saem os raios vivificadores que iluminam e aquecem todos os irmãos, em igual forma e intensidade. É o símbolo do Ser e da Vida, uma figura com 3 lados e 3 ângulos que se mostra indivisível. No centro deste triângulo eqüilátero encontra-se um olho humano, representando o “olho divino” simbolizando o Poder Supremo com a sua principal característica, a Onisciência, na qualidade de principal entendimento divino que o povo traduz na frase: “Deus vê tudo...”

A CORDA DE 81 NÓS

Corresponde a uma corda formando de distância em distância nós emblemáticos, chamados laços de amor, em número de 81 que percorrem toda parte superior dos Templos Maçônicos terminando suas extremidades diante das Colunas B e J onde pende uma borla de cada lado, indicando que os laços de fraternidade devem se estender para fora do templo.

Estão também representadas no painel do Grau de Aprendiz e indicam os laços de a união e a fraternidade que deve abranger a todos os Maçons do mundo.

A corda de 81 nós também tem relação com outros símbolos do templo, são eles : a Orla Dentada, o Pavimento Mosaico , a Cadeia de União e as Romãs, símbolos estes que relembram a todos os Maçons espalhados pela superfície do globo, que formam entre si uma única família.

SIGNOS

Sinal, símbolo. 2.Cada uma das 12 constelações que se localizam na faixa do Zodíaco que corresponde 1/12 desta faixa da esfera celeste, tendo, assim, 30º de extensão. E cada signo está representado por uma forma e ligado a um anjo a saber:Áries/Shamael, Touro/Hanniel, Gêmeos/Raphael, Câncer/Gabriel, Leão/Mikhael, Virgem/Raphael, Libra/Hanniel, Escorpião/Shamael, Sagitário/Zadkiel, Capricórnio/Orifiel, Aquário/Orifiel, Peixes/Zadkiel.

Assim como as doze colunas da Loja indicam os doze signos do zodíaco, dentro do corpo físico se acham doze partes, doze faculdades influenciadas por aqueles signos e repartidas em redor do sol espiritual no homem, representar um ideal mais esotérico. Semelhante ao sol colocado entre os signos, assim e o verdadeiro homem; está dentro do corpo físico, está suspenso entre duas decisões donde vai nascer seu futuro espiritual, depois de haver nascido seu ser físico. Obs.: Algumas Lojas as doze colunas são representadas pelos doze quadros dos signos.

O ano tem 12 meses; Jacob teve doze filhos; Jesus doze Apóstolos, e o homem, como contraparte de lei cósmica, tem doze faculdades de espírito em si. Durante o ano, o sol visita seus doze filhos do Zodíaco; o Sol Cristo, no homem, também vivifica durante o ano as doze faculdades representadas pelos filhos de Jacob ou apóstolos de Jesus.

CONCLUSÃO:

Todos sabemos das grandes influências exercidas por maçons, em fatos históricos em todo o mundo. No Brasil especificamente, o cidadão comum, desde que possuidor de um nível cultural razoável, sabe o quanto foi decisiva, para fatos relevantes de nossa história, a participação da maçonaria. É claro que os tempos mudaram. No entanto, ninguém pode apagar a história e estes fatos, podem se constituir na grande arma de que dispõe a maçonaria, para fortalecer o seu exército, trazendo para suas fileiras um número maior de seguidores. Homens de conduta também exemplar, preferencialmente cultos e com capacidade de desenvolver liderança e formar opinião. Já existe uma movimentação maçônica neste sentido, nas universidades. Serão os maçons do futuro, e que certamente ocuparão lugar de destaque em nossa sociedade.

Em síntese, poderíamos admitir como verdade, que a humanidade seria muito mais feliz, se todos os homens fossem maçons. Esta seria uma situação ideal, apenas teórica. Mas considerar que todos os homens gostariam de viver a prática dos princípios maçônicos é real e perfeitamente possível. Estaríamos vivendo em uma sociedade, onde o próprio homem exerceria uma permanente vigilância sobre si mesmo, sem oportunismos, egoísmos e vaidades pessoais.

Bibliografia:

01) Boucher, J. - "A Simbólica Maçônica"
02) Camino, R. da – "Dicionário Filosófico de Maçonaria"
03) Castellani, J. - "Cartilha do Aprendiz" e "Dicionário Etimológico Maçônico"
04) Charlier, R. J. – "Pequeno Ensaio Simbólica Maç nos Ritos Escoceses"
05) Christian J. – "A Franco-Maçonaria"
06) Figueiredo, J. G. – "Dicionário de Maçonaria"
07) Moreira, A. P. – "Chave dos Mestres"
08) Prado, Luiz – "Roteiro Maçônico para o Quarto de Hora de Estudos"
09) Pusch, J. – "ABC do Aprendiz"
10) Santos, S. D. – "Dicionário Ilustrado de Maçonaria"
11) Tourret, F. – "Chaves da Franco-Maçonaria"
12) "Ritual do Simbolismo – Aprendiz Maçom"
13) Comentários ao Ritual de Aprendiz de Nicola Aslan - Editora Maçônica.
14) Maçonaria Mística de Rizzardo Da Camino - Editora Aurora
15) Assis Carvalho - Caderno de estudos maçônicos (O Aprendiz Maç Grau1)
16) José Castellani - Maçonaria e Astrologia
17) José Castellani - O Grau de Aprendiz Maçom
18) Rizzardo da Camino - O Aprendiz Maçom
19) Edição 1999 - Ritual do Grau de Aprendiz
20) Aslan, N. – "Comentários ao Ritual de Aprendiz Vade – Mécum Iniciático"
21) José Castellani - A Maçonaria Moderna

Fonte: http://cidademaconica.blogspot.com

sábado, 30 de julho de 2022

GESTUAL DE APROVAÇÃO, SIGILO, ETC. (SINAL)

O Respeitável Irmão Jaylton Reis, Grupo A Bigorna de Tubalcaim, apresenta a seguinte questão:

GESTUAL DE APROVAÇÃO

O Sinal de Aprovação, convencional, de Juramento de Silêncio, tem a sua origem na antiga Roma, de forma adaptada? Se faz sentado? Muito embora os Rituais recomendem que sinais, devem ser feitos em pé! Há de se cuidar para que as nossas Lojas, não reproduzam a saudação nazi.

CONSIDERAÇÕES:

De fato, essas expressões feitas por gestos com as mãos e braços, assim como meneios com a cabeça, são práticas utilizadas para exprimir ideias ou sentimentos. A origem disso acompanha a história das civilizações e é muito antiga.

Certamente que a Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, se fez servir de muitos desses costumes, utilizando-os, de acordo com os ritos e na necessidade dos seus trabalhos ritualísticos.

No tocante a esse gestual, dependendo da oportunidade, eles podem ser feitos em pé, ou sentados, destacando que essa prática nada tem a ver como os sinais iniciáticos dos graus, cujos quais devem ser rigorosamente feitos em pé (em se estando à Ordem). Me refiro aos Sinais Penais dos graus.

Assim, na Maçonaria, os gestos de aprovação – como prefiro trata-los em vez de “sinal” - comumente são feitos em se estando sentado, enquanto que os que manifestam ratificação de sigilo, silêncio, etc., devido as circunstâncias, são feitos em pé, não havendo para eles nenhuma regra rígida nesse sentido, portanto seguem nos conformes do que prescreve cada ritual.

Eu particularmente acho redundante gestual de confirmação de silêncio ou sigilo, até porque todo maçom ao ser iniciado, ou quando muda de grau, presta o seu juramento de segredo sobre tudo o que ali se passa, o que é ratificado pelo Sin∴ Pen∴ do seu grau. No meu modesto entendimento, jurou, está jurado, não carecendo de ratificações e afirmativas para tal. Por si só, a promessa de silêncio é eterna e não precisa ser renovada (isso já eliminaria gestos desnecessários).

No tocante à sua colocação de algum gestual que pode ser confundido com práticas contrárias aos nossos princípios, o Irmão tem razão, contudo fazemos isso dentro de Loja e, a priori, o que ali se passa não pode ser revelado. Mesmo assim, todo cuidado para que se evitem interpretações contraditórias.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE PETER SELLERS

RICHARD HENRY SELLERS (Hampshire, 1925 — Londres, 1980). Mais conhecido como Peter Sellers, foi um ator, comediante e cantor britânico. Ele é mais conhecido pelo público mundial através de suas caracterizações em muitos filmes, entre eles, o Inspetor-Chefe Clouseau da série de filmes A Pantera Cor de Rosa. Seu pai também era maçom (William Sellers).

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 18 de julho de 1948 (Domingo)

Loja: Chelsea nº 3098, Londres, Inglaterra.

Idade: 23 anos.

Oriente Eterno: Faleceu aos 54 de idade, vítima de infarto do miocárdio.

Fonte: famososmacons.blogspot.com

A CARIDADE MAÇÔNICA

Ir∴ Marcelo Artilheiro

Inicialmente, para tratar de tal tema é necessário citar os ensinamentos de Cristo escritos por Mateus (Mateus 6,1-6), talvez, só eles bastassem para ditar as regras da verdadeira caridade: “Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando de. resesmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará recompensa. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade, vos digo: eles já receberam a sua recompensa.”

As boas obras devem ser praticadas em segredo, no íntimo do coração, é inegável que vivemos a era da publicidade (não propaganda, que é outra coisa, com outra finalidade), da exposição, das mídias sociais, onde quase tudo aquilo que as pessoas fazem têm de ser mostrado num cartaz, post, fotos, filmes e ser proclamados e divulgados.

A verdadeira caridade não precisa de exposição e nem de divulgação, pois aqueles que a recebem sentem o toque da generosidade, e esta, quando é verdadeira é também gratuita. E o verdadeiro caridoso faz como a viúva, doa em sigilo e não doa apenas o que lhe sobra, pois aquele que doa para caridade aquilo que lhe sobra, nada dá. “Todos deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver” (Marcos 12, 43).

Às vezes, quando um grupo pessoas, um banco, uma empresa, uma instituição ou uma associação propõe-se a ajudar pessoas ou uma associação e etc., quer que se faça ou ela mesmo faz uma placa dizendo que ela ou seu grupo, ou aquela empresa, que aquele banco ou instituição está ajudando. E aí, coloca-se a placa: “Este orfanato, esta creche é mantida pela instituição XXXXX”. A“recompensa” dela já está ali na publicidade, porca recompensa, para que isso? Basta ajudar, a placa só custou mais recursos financeiros.

A caridade perfeita é ofertada quando não se espera nada em troca, nade se exige em troca, nem mesmo o "muito obrigado", de ninguém, nem o reconhecimento. Nada se cobra de ninguém, se se cobra, não é caridade, não se pode cobrar nada, nem mesmo dos outros possíveis doadores, pois não se pode cobrar dos outros para dar a outro, pois não se admite a caridade alheia involuntária, aliais toda caridade alheia e involuntária não é verdadeira.

Há que se entender também o duplo sentido da palavra caridade que é a benevolência para com todos, não apenas com os necessitados e a indulgência para as imperfeições alheias.

Infelizmente, muitos irmãos não entenderam ainda, mesmo tendo alcançado o grau de Mestre que a verdadeira caridade ou beneficência maçônica, é aquela praticada sem ostentação, e aqui, correndo o risco de antecipar conhecimento que deveria ser fruto de pesquisas, estudos e etc., digo que a verdadeira caridade maçônica além de material é também caridade moral visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o “benefício”, sem que seu amor-próprio se ressinta e mantendo inatingível sua a dignidade como homem, obviamente, que o conceito de “dignidade” e de “homem” não é o conceito do doador, mas aquele conceito dos estados mais evoluídos. A verdadeira caridade deve ser sempre anônima, se ela apresentar nome, imagem, símbolo é porque sofreu uma metamorfose imoral e se transformou em vaidade.

O Maçom faz a verdadeira caridade, até mesmo quando deixa de doar, pois ele sabe que quando a caridade não é verdadeira corrompe o doador e o donatário (favorecido).

A verdadeira caridade, a caridade moral que é feita em sigilo não te faz melhor que ninguém, ela te faz melhor do que você era. Paradoxalmente, na caridade maçônica (moral), quem recebe é o doador.

Fonte: https://artilheiro7.wixsite.com

sexta-feira, 29 de julho de 2022

POSIÇÃO DO ESQUADRO E DO COMPASSO - GRAU 02

(republicação)

Em 25/09/2017 o Respeitável Irmão José Antonio Figueiredo de Sousa, Loja Acácia da Vila Prudente, 1648, REAA, GOSP-GOB, Oriente de São Paulo, Capital, formula a seguinte questão:

DISPOSIÇÃO DO ESQUADRO E COMPASSO GRAU 2

Sou Orador recém-empossado na Loja. Solicito sua orientação no esclarecimento de uma dúvida que persiste há tempos sobre a posição do Compasso no Grau de Companheiro Maçom no REAA. 
No ritual do Grau 2 do REAA está descrito "ponta dir⸫ do Com⸫ sobre o Esq⸫" (grifo meu), a seguir uma foto da página do ritual: 

Tendo em vista essa descrição, qual a verdadeira posição do esquadro? Conforme a seguir, posição "A" ou posição "B"?

Certo de sua atenção fico a disposição e no aguardo de orientações.

CONSIDERAÇÕES:

As fotos que o Irmão menciona infelizmente não vieram com a pergunta.

ESQUERDA                  DIREITA
Conforme a sua exposição na pergunta, do ponto de vista de quem abre o Livro da Lei, segundo o Ritual, confuso como sempre, dá a entender que no entrelaçamento com o Esquadro a ponta do Compasso que vai por cima é aquela que fica apontando aproximadamente para o Sul.

Na verdade o Compasso “possui” hastes, enquanto que o Esquadro possui “ramos”. Assim, conforme a posição dos objetos que vão dispostos sobre Livro da Lei, o Esquadro tem os seus ramos voltados para a parte superior do Livro, enquanto que o Compasso tem as suas hastes voltadas para a base do Livro. Tudo isso do ponto de vista daquele que diante do Altar dos Juramentos fica voltado para o sólio (lugar do Venerável Mestre).

A direita nesse caso é de quem lê o Livro da Lei, portanto direita e esquerda não é a “do” objeto, mas a “do” leitor (vide figura).

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

PADROEIROS DA MAÇONARIA: SÃO JOÃO BATISTA

São João Batista pregando no deserto.
Fonte: MENGS, 1760

Guilherme Cândido

João Batista (Joannis Baptista), João o Precursor (John the Forerunner), ou ainda João filho de Zacarias (Yochanan ben Zecharyah), foi primo de Jesus Cristo em segundo grau, e um pregador Judeu do início do século I. Segundo o Evangelho de São Lucas, era filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima da Virgem Maria, mãe de Jesus. João nasceu numa pequena cidade chamada Aim Karim a cinco milhas de Jerusalém. Foi denominado Batista por que era aquele quem batizava, no Rio Jordão, pessoas que vinham de toda parte, especialmente de Judá e Jerusalém.
Guilherme Cândido

A comemoração em seu nome é em sua data natalícia, ou seja, 24 de junho, segundo o Martirológio Romano (Martyrologium Romanum), que é o catálogo dos santos e beatos honrados pela Igreja Católica Romana cuja primeira versão foi escrita no século XVI e aprovada pelo papa Gregório XIII em 1586. Na versão de 1749, temos: “24 Junii […]Nativitas sancti Joannis Baptistae, Praecursoris Domini, ac sanctorum Zachariae et Elisabeth filii, qui Spiritu Sancto repletus est adhuc in utero matris suae.”. Traduzindo para o português: “24 de junho […] nascimento de São João Batista, o Precursor do Senhor, e filho dos Santos Zacarias e Isabel, que foi preenchido pelo Espírito Santo quando ainda estava no ventre de sua mãe.”. É importante frisar que, quanto à data de nascimento de João, nada pode ser dito com certeza, pois o evangelho sugere que o Precursor nasceu seis meses antes de Cristo, mas a data de nascimento de Cristo também não é conhecida com certeza e a atribuição desta data a 25 de dezembro (data a qual 24 de junho antecede em exatos seis meses) não está fundamentada em evidências históricas.

Vale ressaltar também que 24 de junho é uma data próxima ao solstício de inverno (no hemisfério Sul, e solstício de verão no hemisfério norte), e esse mesmo dia, no ano de 1717, é marcado por ser a data da fundação da Grande Loja de Londres, tida como primeira Grande Loja Maçônica do mundo, marcando a organização da Francomaçonaria na forma como conhecemos hoje.

Zacarias, pai de João, era um sacerdote da ordem de Abias, a oitava das vinte e quatro ordens em que os sacerdotes eram divididos. Isabel, sua mãe, era paternalmente descendente de Aarão e maternalmente prima em primeiro grau da virgem Maria.

O nascimento de João o Precursor foi anunciado de uma forma muito marcante. Zacarias e Isabel eram, segundo a Bíblia, ambos justos perante Deus, andando em todos os mandamentos e preceitos do Senhor, mas infelizmente não possuíam filhos pois Isabel era estéril. Eles oraram por muito tempo para que Deus os abençoasse com um filho, mas já estavam avançados em idade e o peso da esterilidade pairou sobre eles.

Acontece que quando Zacarias estava executando suas funções sacerdotais de oferecer o incenso diante de Deus, a caminho do Templo do Senhor, e toda a multidão orava fora do Templo, um anjo de Deus apareceu a Zacarias em pé e à direita do altar de incenso. Zacarias ao vê-lo, perturbou-se e o temor caiu sobre ele. Entretanto, disse-lhe o anjo para que não temesse, pois as orações dele haviam sido ouvidas por Deus e sua esposa Isabel daria luz a um filho varão, que se chamaria João, e que nele teriam muita alegria e regozijo, assim como muitos outros também o teriam, pois João haveria de ser grande diante do Senhor, não haveria de beber vinho nem qualquer outra bebida forte e seria cheio do Espírito Santo desde o ventre de Isabel.

O anjo anunciou ainda que João converteria muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, e que ele teria o poder de transformar os corações de pais e filhos, e também os incrédulos à sabedoria dos justos. Tudo isso para preparar ao Senhor um povo perfeito. Como Zacarias custou a acreditar na profecia do anjo, este anunciou a ele que como punição por sua incredulidade ele permaneceria mudo até que seu filho nascesse. Acontece que após seu serviço sacerdotal ele voltou para casa. Isabel logo ficou gravida e se escondeu por cinco meses.

Durante o sexto mês, a Anunciação da vinda de Jesus à Maria já havia ocorrido, e como ela sabia da gravidez de sua prima Isabel, ela foi às pressas para felicitá-la. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, João se encheu do Espírito Santo e saltou de alegria no ventre de Isabel pois reconheceu estar na presença de seu Senhor.

Quando chegou ao final da gestação, Isabel deu a luz ao menino, e no oitavo dia quando foram circuncidá-lo, queriam dar o nome a ele de Zacarias, assim como seu pai. No entanto Isabel disse que seu nome seria João, mas logo foi contrariada pelos presentes que alegaram não existir nenhum antecedente com esse nome na família e perguntaram a Zacarias qual seria o nome. Zacarias, ainda mudo, pediu uma prancheta e escreveu “João é o seu nome.” e imediatamente sua boca se abriu, sua língua se soltou e ele voltou a falar dizendo a João que seria o Profeta do Senhor, pois antecederia o Senhor preparando os seus caminhos, dando conhecimento ao povo de sua salvação para a remissão dos seus pecados através da misericórdia de Deus.

Dos primeiros anos da vida de João Batista, sabe-se apenas que ele crescia e se robustecia em espírito, e que viveu nos desertos até o dia de sua manifestação em Israel. Passados então cerca de trinta anos, no décimo quinto ano do Império de Tibério César, a palavra do Senhor foi feita a João, o filho de Zacarias, no deserto. João percorreu toda a vizinhança do Rio Jordão pregando. Vestiu-se com vestes feitas de pele de camelo e com um cinto de couro. Alimentava-se apenas de gafanhotos e bebia mel silvestre e água. Tinha também o semblante rude e os cabelos e barbas agitados pelo vento. E embora a existência de todas essas peculiaridades pudesse assustar, todo o povo ia ter com ele, homens e mulheres de todas as condições, atraídos por sua personalidade forte e pelo peso de suas palavras, reconheceram-no logo como um verdadeiro profeta.

Para confirmar a boa disposição de seus ouvintes para com A Palavra, João os batizava no Rio Jordão. Foi esta característica de seu ministério que, mais do que qualquer outra coisa, atraiu a atenção do público a tal ponto que ele foi apelidado de “Batista”, ou seja, aquele que batiza.

João Batista já havia pregado e batizado por algum tempo quando Jesus Cristo veio da Galileia para o Jordão para ser batizado por seu primo. Pode-se perguntar: por que é que Jesus precisaria ser batizado já que não tinha nenhum pecado para ser purificado? A igreja diz que o momento deste batismo foi programado por Deus para que, através de João Batista, Jesus se manifestasse ao mundo como sendo O Filho de Deus. A priori João se recusou a batizar Jesus dizendo que era Jesus quem deveria batizá-lo, mas em seguida Jesus o convenceu e foi batizado. Quando saia das águas do Jordão, os céus se abriram a Jesus e uma voz disse: “Este é o meu Filho amado, com quem me regozijo.”.

Parte do ministério de João Batista foi exercido em Perea e também na Galileia. Eis que estas terras faziam parte da tretarquia de Herodes Antipas. Este era um príncipe, um filho digno do rei Herodes o Grande, que tinha se casado por razões políticas com a filha de Aretas rei de Nabathaeans. Porém, em uma visita a Roma, ele se apaixonou por Herodias, esposa de seu meio irmão Herodes Filipe, e a induziu a partir para a Galileia com ele. Diz-se que sobre este adultério, João Batista repreendeu Herodes, que em represália mandou que o prendessem. No entanto, existe uma outra vertente que diz ter sido a prisão de João premeditada por Herodes pelo medo que este sentia da influência moral do Precursor sobre o povo e de uma possível rebelião liderada por aquele.

Qualquer que seja o motivo da prisão de João, o fato é que Herodias nutria um grande ódio por ele e estava desejosa de sua morte, e embora Herodes a princípio compartilhasse de seu desejo, temia uma resposta do povo a qualquer mal que fosse causado ao Profeta João.

João Batista ficou por muito tempo na prisão de Machaerus, mas a ira de Herodias, ao contrário da de Herodes, nunca diminuía e eis que ela viu uma chance de consumar sua ira. Houve uma festa no palácio de Herodes Antipas na qual Salomé, sua sobrinha filha de Herodias e seu meio irmão Herodes Filipe, apresentou um espetáculo de dança que muito entusiasmou a Antipas e em retribuição este disse que Salomé poderia pedir qualquer coisa que ele o faria. Por instrução de Herodias, Salomé pediu a cabeça de João Batista em um prato. O rei, que não mais odiava João, entristeceu-se, mas como parte de seu juramento para com a jovem enviou um carrasco que logo trouxe a cabeça de João Batista em um prato e entregou à Salomé, que entregou a sua mãe Herodias.

A data da morte de João foi convencionada em 29 de agosto do ano 30 d.C.

João Batista foi canonizado num período de “pré-congregação”, isto é, uma época que antecedeu a instituição das investigações modernas realizadas pela Congregação para as Causas dos Santos. Logo, aqueles que foram canonizados ou beatificados antes da instauração desta Congregação, muito provavelmente foram assim feitos por bispos ou patriarcas locais como resultado de uma devoção popular local. Consequentemente, não existem muitos registros sobre as datas precisas da canonização.

São João Batista é padroeiro de centenas de cidades ao redor do globo.

Sua imagem é representada vestindo roupas de pele de animal, com uma cruz alta e fina em sua mão, e por vezes acompanhado por um cordeiro. Também pode ser ilustrado por uma cabeça degolada sobre uma bandeja.

Referências Bibliográficas

BLOG CATHOLIC SAINTS INFO. Saint John the Batist. 2015. Disponível em http://catholicsaints.info/saint-john-the-baptist/. Acesso em Nov. 2015.

BLOG LITURGIA LATINA. Disponível em: http://www.liturgialatina.org/martyrologium/00.htm. Acesso em Nov. 2015.

BLOG LUSI. Porque Lojas de São João. Disponível em: http://www.lusi.org.br/trabgeral/wat1.pdf. Acesso em Jul. 2015.

BLOG OBREIROS DE IRAJA. São João: O Patrono da Maçonaria. Disponível em: http://www.obreirosdeiraja.com.br/sao-joao/. Acesso em Jul. 2015.

CASTILHOS, Tiago Oliveira de. São João padroeiro da maçonaria: Mas qual João? Disponível em: http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/310-sao-joao-padroeiro-da-maconaria-mas-qual-joao.html. Acesso em Jul. 2015.

PIKE, Albert. The Porch and the Middle Chamber – The Book of the Lodge – Secret Work. 1872.

SOUVAY, Charles. Catholic Encyclopedia – Saint John the Batist. 1913. Disponível em: http://catholicsaints.info/catholic-encyclopedia-saint-john-the-baptist. Acesso em Nov. 2015.

Fonte: https://pavimentomosaico.wordpress.com

quinta-feira, 28 de julho de 2022

T(...) - O PERSONAGEM E O SIGNIFICADO DE P(...)s MA(...)s

(REEDIÇÃO – CONTEÚDO ATUALIZADO EM JULHO/2022)

Uma questão que me foi apresentada em 2009 – Consulente do Rito de York, GORGS (COMAB), Oriente de Pelotas.

TUB∴ E OS PP∴ MM∴

Não estou convencido de que estejamos certos ao interpretar as palavras PP∴MM∴ no ritual do 3° Grau, quando o Irmão está sendo elevado, esclarecendo a ele que "a palavra é T∴ e que significa PP∴ MM∴"

Digo ao Irmão que o significado usado por nós é "posse do mundo", o que não me convence, pois quando se abrevia com 2 letras, é sinal de plural, daí a minha dúvida.

CONSIDERAÇÕES:

A palavra T∴, utilizada na Maçonaria Moderna por vários ritos é consagrada como P∴ de P∴. Como tradição operativa, o maçom pedia passagem se utilizando métodos consagrados de reconhecimento. Outrora não existiam graus especulativos entre os cortadores e esquadrejadores da pedra, entretanto os operários eram divididos em duas classes, então conhecidos como Aprendizes Admitidos e Companheiros do Oficio. O dirigente dos trabalhos era geralmente um Companheiro experimentado escolhido pelos seus pares e era denominado o Mestre da Obra.

Com a paulatina transição da Maçonaria Operativa (de Ofício) para a do dos Aceitos (especulativa), muitos costumes consagrados de então, como o de reconhecimento, por exemplo, acabariam permanecendo na Moderna Maçonaria com tradições, usos e costumes.

Com o advento dos ritos maçônicos a partir do século XVIII e, particularmente o surgimento do Grau de Mestre especulativo a partir de 1725, o ideário iniciático de graus por aperfeiçoamento ganhou, principalmente no Grau de Companheiro e de Mestre, palavras de reconhecimento como as de passe e sagrada (método de identificação da qualidade maçônica de alguém).

Nesse contexto, as PPal∴ de PPas∴ mais consagradas no Franco-maçônico básico então adotadas foram S∴ para o 2º Grau e T∴ para o 3º Grau.

No que diz respeito ao significado da palavra T∴, comenta Jean. L. Granger, membro da Loja de Pesquisa Quatuor Corotati 2.076 de Londres, que as informações lendárias, assim como das escrituras sagradas, nos trazem poucas informações sobre o nome Tub∴. Concernente à existência do personagem, citado no Livro de Gênesis, Tub∴ era o instrutor de todos os artífices em bronze e ferro. Em algumas versões bíblicas, como a inglesa, por exemplo, mencionam Tub∴ na condição de ter sido o pai de todos os artífices.

Assim, debaixo dessas circunstâncias, é grande a possibilidade de que o personagem Tub∴ tenha sido introduzido ainda nas lendas da Maçonaria primitiva. No Manuscrito Dowland (1500-1550) encontra-se o relato de que Tub∴, um dos filhos de Lamec, foi nominado como o criador da ciência do ferreiro, do forjador, do fundidor do ouro, prata, bronze, cobre e ferro. Na verdade, aos filhos de Lamec (Jub∴, Jab∴, Tub∴ e Noema) atribuía-se a origem de todas as ciências do mundo. Graças a isso é que provavelmente Tub∴ passou a ganhar espaço nas lendas maçônicas, no caso como o primeiro homem a inventar a arte de trabalhar no ferro e no bronze, ou o artífice dos metais.

Conforme mencionam alguns tratadistas da língua hebraica, a palavra Tub∴ se arrola aos vocábulos “tebel” e “kanah”, cujo significado é descrito como “posse do mundo”.

Vale a pena destacar que na Maçonaria esses são apenas e tão somente conceitos lendários – o conteúdo de uma lenda não exprime nenhuma verdade histórica.

Em relação ao significado das palavras PP∴ MM∴, escritas no Ritual de 2007 como P(...)s Ma(...)s” é preciso antes se levar em consideração a forma de abreviar palavras utilizada na maçonaria anglo-saxônica, ou no Craft, aqui tratado como Rito de York.

De pronto é bom lembrar que a tripontuação em forma de um triângulo (∴) é natural da Maçonaria latina e é muito usada no Brasil porque nossa Maçonaria historicamente é filha espiritual da França, destacando, contudo, que os ritos de vertente inglesa por aqui praticados preservam a forma anglo-saxônica de abreviatura. É o caso do ritual do Rito de York, edição 2007 aqui mencionado, onde P(...)s Ma(...)s denotam palavras no plural. Observe a letra “s” presente ao final, isto é, após os parêntesis de cada palavra abreviada.

Desse modo, a abreviatura anglo-saxônicas para P(...)s Ma(...)s significa “Primeiros Materiais”.

Em que pese o termo “Posse do Mundo” até seja aceitável sob o ponto de vista físico ou terreno, quando a posse da arte da metalurgia tenha feito do homem o “rei da terra”, sob o viés iniciático, que é o que de fato nos interessa, os metais, nessa conjuntura representam as faculdades intelectuais do iniciado, passíveis de aperfeiçoamento. Em primeira análise isso significa que o trabalho intelectual é mais difícil do que aquele exercido sobre matéria física ou terrena. Nessa circunstância a “prima matéria” é o elemento que impulsiona o iniciado em direção à porta de “passagem” para o grau de Mestre. Em linhas gerais a matéria prima se destaca como “Primeiros Materiais”.

Esse enigma é demostrado nos Painéis ou nas Tábuas de Delinear do 3º Grau das duas vertentes maçônicas. Desse corolário, a alegoria do Painel, ou da Tábua, concentra mais ou menos o seguinte teor:

“O enigma do Painel de Mestre mostra que H(...) A(...), pai e mestre foi sepultado pelos T(...)s maus C(...)s no interior do Homem há mais de três mil anos, quando as luzes desapareceram e reinaram as trevas na alma humana. Entretanto, com às virtudes e ferramentas de um f(...) de m(...)s que trabalha nos P(...)s Ma(...)s, ou seja, um verdadeiro T(...) haverei de transmutar a dureza dos metais da minha personalidade através do fogo do amor, permitindo que H(...) reviva no Filho Abençoado, no M(...) B(...), ou filho da putrefação, tornando-me um Templo imortal e eterno para o sagrado e Todo Poderoso Deus Altíssimo – O F(...) do J(...) está M(...).”

Evidentemente esse é um tema complexo que por razões óbvias aqui não pode ser detalhado. A mensagem dos símbolos é o que de fato expressam quando houver por parte do Mestre uma observação e meditação acurada.

PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
OUT/2009 (original)
JUL/2022 (atualizado)

Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS

 

O QUE É UM MESTRE INSTALADO?

José Edson de Andrade MI
VM∴ da ARLS Arca da Aliança n° 229 - GOB/MG

Mestre Instalado

É a condição de destaque da liderança, da confiabilidade do espírito fraterno, do respeito às diferenças individuais, ao homem, ao irmão.

É o prêmio da consciência iniciática de um Mestre Maçom, atestada e sufragada pelos seus irmãos em pleito legal e legitimo confirmada em cerimônia privativa dos Mestres Instalados, ocasião em que lhe são confiados os segredos e as chaves mágicas indispensáveis a um pleno e eficaz exercício daquela liderança conquistada.

É a maior das honrarias, o maior desafio e a maior oportunidade com que se depara o maçom no seu evoluir.

É aquele momento em que o Mestre não mais se preocupa em desbastar a sua própria pedra bruta, mas sim, em proporcionar aos irmãos uma maneira mais suave de desbastarem as suas.

É viver o amor, o doar, o respeitar, o linimento na dor, a mão estendida, a luz na escuridão, é o renovar da alegria, é a palavra amiga, o ouvido ouve.

É também voz que cobra, o exemplo que norteia, que estabelece limites, o voto de Minerva, a decisão.

É pois preciso, que muito mais do que todo e qualquer mestre, o Mestre Instalado se conscientize do peso de suas atitudes e palavras, pois é ele a liderança de muitos e, aquilo que ele sinaliza tem força e peso maiores, podendo contribuir, decisivamente par a construção da obra precípua da maçonaria, o homem justo e perfeito, e sua inserção no conjunto que lidera.

Deve, por isso mesmo, adotar uma postura sóbria, responsável, construtiva e coerente com o alto posto com que fora honrado, pautando sua conduta e atitudes em consonância com os ditames e preceitos nobre da fraternidade maçônica.

Tal procedimento, no entanto, deve observar fielmente as leis que norteiam e protegem tanto a Ordem Maçônica como a seus membros.

É inadmissível, pois, que um maçom, e muito menos aquele distinguido com tamanha honraria, mesmo por brincadeira, "UM LÍDER NÃO BRINCA", contribua ou faça qualquer ato ou atitude que possa manchar, denegrir, macular ou menoscabar a imagem de todo e qualquer irmão, quer no âmbito da Loja, da Maçonaria, da família ou mesmo do mundo profano, o que com fulcro nos próprios juramentos prestas, o tornariam um perjuro para o G∴A∴D∴U∴ desonrado para com os homens, indigno portanto de ocupar o alto posto de liderança dos irmãos.

A todos nós maçons do Aprendiz ao Mestre Instalado, deixamos esta palavra de alerta, para que pautemos sempre nossos atos palavras e atitudes, dentro dos parâmetros justos e perfeitos de nossa sublime instituição.

Fonte: https://focoartereal.blogspot.com

quarta-feira, 27 de julho de 2022

PERSONAGEM T(...) NO GRAU DE MESTRE MAÇOM

Em 17.12.2022 o Respeitável Irmão Ismael Ramos Gomes, Loja Luz e Verdade, 0123, MRGLSC (CMSB), sem mencionar o nome do Rito, Oriente de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, apresenta a questão que segue:

O PERSONAGEM T∴ NO GRAU DE MESTRE MAÇOM

Me reportei ao Irmão por mensagem pelo Messenger e com a costumeira atenção foi orientado a fazer meus questionamentos por aqui...

A dúvida e falta de conhecimento que me trazem aqui é o seguinte: Se Tub∴ era da linhagem de Caim, o primeiro assassino da história, se T∴ em tese falsificava armas, se T∴ confrontou Noé na construção da Arca, etc...

Por que consta seu nome na P∴ S∴ do M∴?

COMENTÁRIOS:

No que diz respeito ao REAA, T∴ é a P∴ de P∴, e não a P∴ S∴ do 3º Grau.

A questão é de característica alegórica e não histórica, pois é sabido que muitos personagens e passagens que constituem lendas e alegorias maçônicas foram retiradas do Velho Testamento e inseridas nos velhos manuscritos (Old Charges) das corporações de ofício da Idade Média (Maçonaria Operativa).

Assim, no 3º Grau da Moderna Maçonaria o personagem T∴ representa um forjador de metais que na conjuntura iniciática concebe um elemento de transformação pelo elemento fogo (a forja dos metais) e dá enfoque no que é produto da perseverança para se alcançar o belo e duradouro. A compreensão desse enigma iniciático habilita o Mestre Maçom a, depois de ter alcançado o topo da Esc∴ em Carac∴, conhecer a árvore da vida - A A∴ M∴ É C∴.

O conteúdo iniciático do 3º Grau acabou sendo construído na Moderna Maçonaria após 1725 na Inglaterra quando surgia o grau especulativo do Mestre Maçom. Anteriormente a isso, a Maçonaria dos Aceitos possuía apenas e tão somente dois Graus.

Vale então mencionar que na construção desse arcabouço doutrinário, o que menos interessa à Maçonaria é a genealogia do personagem. No contexto iniciático o que de fato importa é o significado do ofício que esse personagem, pertencente à prole de Lamec, exercia.

Reitero que no Grau de Mestre Maçom do REAA, T∴ é a P∴ de Pas∴.

Por fim, é oportuno também mencionar que a Maçonaria possui aproximados 800 anos de história, portanto os personagens e passagens bíblicas são lendários na Ordem. Assim, é sob essa óptica que a Maçonaria deve ser estudada. Nos tempos de Noé e do dilúvio não existia Maçonaria.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

INTUIÇÃO

1º - Em latim "intuitio" vem de "intus" e "ire", ir dentro, penetrar no âmago de uma coisa. O termo intuição foi empregado na filosofia sempre no sentido de penetração na singularidade do objeto por parte do sujeito.

2º - Chama-se intuição a todo conhecimento que se relacione com os objetos, quando este conhecimento se faz sem intermediário, sem raciocínio dedutivo ou por analogia.

3º - Segundo certos filósofos, existem no homem três faculdades intuitivas: a percepção exterior, a consciência e a razão. Não se pode sustentar que a percepção exterior seja devida a uma intuição.

4º - Platão, afirmou-o Shelling, sustenta que a intuição intelectual é o ato real pelo qual a inteligência apreende o absoluto na sua identidade.

5º - A intuição é um conhecimento instantâneo que atinge o objeto na sua realidade individual, não abstrata, e que dispensa o esforço do raciocínio, ela transcende o raciocínio. Há inteligências mais intuitivas e outras mais discursivas. Ambas podem ser grandes e criadoras, conquanto se atribua, em geral, ao gênio, maior poder de intuição.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

DO RITUAL

Rui Bandeira

Todas as sessões de Lojas maçónicas se processam segundo um ritual padronizado. Cada sessão de cada Loja inicia-se sempre da mesma maneira, repetindo-se sempre as mesmas palavras, efetuando-se as mesmas ações. E igualmente termina também sempre da mesma maneira, com as mesmas palavras e ações que foram ditas e executadas em todas as vezes que anteriormente a Loja se reuniu em sessão formal.

Por que razão homens adultos, alguns homens maduros ou mesmo idosos, pais de filhos, alguns avós de netos, muitos deles com importantes responsabilidades profissionais e sociais, semanal, quinzenal ou mensalmente se juntam para repetir, vezes sem conta, as mesmas palavras e executar sempre e sempre as mesmas ações?

A primeira resposta consiste na consideração de que a prática do ritual, o facto de se iniciar as sessões sempre da mesma forma e igualmente as terminar com os mesmos procedimentos marca uma diferença, estabelece um tempo e um espaço próprios, diferentes das experiências pessoais anteriores ao início da sessão e das que sobrevirão depois do fim desta.

Com a execução do ritual de abertura, cria-se um hiato, faz-se um corte com o que se passa no exterior, com o que se vivenciou antes do início da sessão. Paralelamente, ao executar-se o ritual de encerramento, marca-se a fronteira entre o tempo e o espaço comuns aos presentes e só a eles e os tempos e lugares em que cada um, na sua vida normal, interage com a generalidade das pessoas.

Com e execução dos rituais de abertura e enceramento, os maçons criam como que uma cápsula do tempo e do espaço que é só dos elementos da Loja e dos visitantes presentes, diferente em tudo do que se passa antes, depois, em outros lugares, com outras pessoas. Cria-se um espaço e um tempo de confiança mútua, regido por regras próprias que ali e então se aplicam, destinadas a permitir que cada seja e se sinta livre para se expressar como entenda, para abrir a sua alma, para compartilhar os seus anseios e preocupações, alegrias e receios, sem temer que essa exposição pessoal seja aproveitada fora dali. O que se passa na sessão de Loja fica ali. O quer é dito, revelado, proposto, considerado ali e então queda reservado aos presentes, porque só aos presentes diz respeito.

Com a confiança estabelecida nesse tempo e espaço, criam-se as condições para a máxima cooperação entre os presentes. Cada um pode sugerir o que achar melhor, expor uma ideia e colocá-la à consideração dos demais, sabendo que a sua sugestão e a sua ideia serão analisadas segundo os seus méritos, sem preconceitos - e sobretudo sem temer que porventura uma ideia falhada, uma sugestão desajustada, sejam utilizadas ou expostas fora dali ou a estranhos aos que ali estavam.

Cria-se um tempo e um espaço de confiança e cooperação próprios para que cada um partilhe com os demais o que sabe, o que teme, o que o preocupa, o que o alegra, e receba dos demais a reação que a sua partilha proporcionar. Cada um dá ao grupo o que pode dar. Cada um recebe do grupo o que necessita de tudo o que o grupo está em condições de proporcionar.

Estabelece-se um tempo e um espaço de confiança e cooperação em que o elogio é sincero, a crítica é pura, a solidariedade é sentida, o desacordo, quando existe, é livremente expresso e livremente analisado, possibilitando a determinação dos pontos de acordo que existem nos desacordos e das vias de superação de desacordos em acordos aceitáveis para todos.

Com esse espaço e tempo de confiança e cooperação, criam-se as condições necessárias para a natural solidariedade e para a criação de sólido espírito de corpo.

Tudo isso se constrói dentro de um espaço e de um tempo delimitados pela execução dos rituais de abertura e enceramento.

Mas não é esta a única nem, porventura, a principal razão por que homens adultos, maduros e alguns idosos, pais de filhos e avós de netos, alguns assumindo grandes responsabilidades profissionais ou sociais, persistem em, uma e outra vez e ainda outra e sempre, repetir as mesmas palavras, executar as mesmas ações.

A repetição semana a semana, quinzena a quinzena, mês a mês, anos e anos a fio, permite o aperfeiçoamento. Não só da execução do ritual, mas - e sobretudo - de quem executa o ritual.

O ritual não é um mero conjunto de palavras destinado a marcar uma diferente entre o que está de fora e o que fica dentro, entre nós e os outros. O ritual contem um assinalável conjunto de lições, de lembranças, de normas, de conselhos, de princípios que nos devem guiar ao longo das nossas vidas. O ritual é a caixa das ferramentas do aperfeiçoamento de cada um. Quanto mais se repete o ritual, melhor se conhece o ritual. Quanto melhor se conhece o ritual, mais se descobre no ritual. Quanto mais se descobre no ritual, mais e melhor se evolui. É por isso que o que se aprende, o que se surpreende, o que nos toca no ritual hoje é diferente do que se aprendeu, surpreendeu, nos tocou há cinco anos. E isso há cinco anos diferente de há dez anos. E aquilo de há dez anos diferente de há vinte anos. Porque o que se aprendeu, surpreendeu e tocou há vinte anos foi o que permitiu evoluir para aprender, surpreender e ser tocado diferentemente há dez anos, diversamente há cinco anos e diferenciadamente hoje. Porque se foi evoluindo e é em virtude da evolução havida que se está em condições de notar agora o que se não lobrigava há cinco anos, se não via há dez anos e nem se suspeitava que estava lá há vinte anos.

O ritual é uma caixa de ferramentas que pode ser preciosa para o aperfeiçoamento e a evolução de cada um. Mas atenção que não basta repetir, não chega papaguear o ritual. O ritual é para ser executado e repetido, mas também para ser lido, para ser analisado e sobretudo para ser MEDITADO. Porque evoluir segundo o método maçónico não se resume a comparecer a sessões, a executar rituais de forma acrítica, displicente ou mecânica. É necessário compreender o ritual, determinar porque se faz assim e não de outra forma, a razão e o objetivo de cada ato, de cada palavra ou expressão. Porque é dessa compreensão que nascem as condições para a mudança em nós. E a cada mudança, a cada evolução, mais se descobre, mais se compreende.

O ritual é fonte de Luz, da Luz que todo o maçom (todo o humano?) busca. Mas não se espere que essa Luz nos apareça escancaradamente defronte de nós. Caramba, convém instalar e ligar ao fornecimento o quadro de eletricidade, instalar os cabos pela casa, colocar a lâmpada e ligar o interruptor! Afinal de contas o ritual é uma caixa de ferramentas, não é uma varinha mágica!

Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

terça-feira, 26 de julho de 2022

PRÁTICAS RITUALÍSTICAS INERENTES AO REAA

Em 16.02.2022 o Respeitável Irmão Ricardo Albuquerque, Loja Barão de Mauá, 4399, GOB-DF, REAA, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta a o que segue:

PRÁTICAS RITUALÍSTICAS INERENTES AO REAA

Desde a minha iniciação eu sempre tive um particular interesse pelos assuntos de ritualística em geral, de maneira que procuro constantemente me aperfeiçoar no tema, objetivando entender a história e as origens de tudo o que praticamos nas nossas sessões.

Procuro sanar minhas dúvidas nos adendos disponibilizados no Sistema de Orientação Ritualística do GOB, os quais imprimi e sempre levo para as sessões. Lamento, contudo, que muitos irmãos desconheçam os adendos e perpetuem práticas manifestamente equivocadas, especialmente no REAA, rito em que trabalhamos.

De qualquer forma, sempre existirão dúvidas ou curiosidades para as quais a leitura combinada dos rituais, dos adendos, da cartilha de dinâmica ritualística do GOB (2016) e dos artigos de seu blog ainda não me trouxeram as respostas.

Considerando a posição ocupada pelo respeitado irmão na alta gestão do GOB (Secretaria Geral de Orientação Ritualística), pergunto:

1) Existe a possibilidade de retificação da cor dos detalhes do avental de Mestre Maçom no GOB, retomando-se o uso da cor vermelha e desfazendo o equívoco da mudança para a cor azul?
2) É possível a edição de novo compêndio de rituais para o REAA, compilando na íntegra as orientações dos adendos, porém com vigência postergada, permitindo que as Lojas corrijam
gradualmente a ritualística até que os "novos" rituais entrem efetivamente em vigor?

3) Por que motivo muitas Lojas não demandam o uso da faixa para os Mestre Maçom sem cargo/função, a despeito das determinações do Ritual do Grau 3 e do respectivo adendo? O GOB poderá editar alguma orientação específica sobre o assunto?

4) Finalmente, agora sim uma dúvida eminentemente ritualística: durante a transmissão da Pal∴ Sagr∴ pelo 1º Diác∴ no encerramento dos trabalhos, deve ele saudar o Ven∴ Mestre ao cruzar a balaustrada (ao sair e retornar ao Or∴)? Ao que me parece, aparentemente sim, combinando a leitura do item "c, III" dos quesitos 66 e 157 e dos itens "b, II" e "b, III" do quesito 31 do adendo ao ritual do grau 1, todavia esse procedimento não está claro nos quesitos 66 e 157.

CONSIDERAÇÕES:

1) Sim, existe a possibilidade, até porque o avental MB de Mestre, debruado de vermelho é o correto e consagrado desde o Congresso de Lausanne na Suíça em 1875.

2) Tudo o que está na plataforma do GOB RITUALÍSTICA, hospedado oficialmente no site oficial do GOB, que trata do Sistema de Orientação Ritualística – SOR, fará parte dos novos rituais quando o Grão-Mestre Geral determinar. Não haverá novo compêndio. O que está no GOB RITUALÍSTICA é para ser aplicado até as novas edições. Destaco que o Sistema de Orientação Ritualística tem a cobertura do Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral, publicado no Boletim Oficial do GOB sob o nº 31 de outubro de 2019.

3) A questão não é de o GOB editar outra normativa. Ora, já está no ritual e no Sistema de Orientação Ritualística. Vale mencionar que o que consta no ritual e na orientação é para ser cumprida. As Lojas devem atentar para o seu cumprimento.

4) Ora, se a Loja ainda estiver aberta (me parece que é o caso), obviamente que sim. Tanto para ingressar no Oriente, quanto quando dele sair, há saudação ao Venerável Mestre. Vide página 42 do Ritual de Aprendiz do REAA, 2009 e o SOR. No caso da sua questão na abertura ainda não porque a Loja ainda não fora aberta (ainda em processo de abertura). Já nos procedimentos para encerramento dos trabalhos, a Loja ainda está aberta, portanto o Diácono saúda o Venerável Mestre na forma de costume.

A propósito, no GOB vale apenas os rituais em vigências combinados com a aplicação do Sistema de Orientação Ritualística e outros Decretos pertinentes. Manuais e cartilhas de orientação ritualísticas no GOB estão suspensos conforme o Art. 5º do Decreto 1102/2009 (Decreto que institui o Ritual de Aprendiz do REAA em maio de 2009, impresso no próprio ritual).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MÚSICA E MAÇONARIA

Por Jean-Moïse Braitberg
Tradução J. Filardo

Embora sejam tão antigas quanto a Arte Real, as relações entre música e maçonaria permanecem misteriosas, quase indescritíveis. Existe uma música maçônica? Os compositores e músicos maçons cujos retratos tratamos aqui expressaram sua arte de uma maneira maçônica? Como nossos rituais, a música fala ao coração e nos convida, a cada um, com nossa própria sensibilidade, a ouvir profundamente dentro de nós mesmos o murmúrio secreto da alma humana.

A Harmonia é uma palavra chave na Maçonaria. Como em uma orquestra sinfônica, o tempo da loja é, na verdade, o momento em que cada um, carregando sua diferença de tom, deve se esforçar para servir um ideal maior do que ele. Agucem bem seus ouvidos! Na antessala, ainda impregnada dos rumores do mundo profano, irmãos e irmãs produzem os sons dissonantes de uma formação embaralhada que se procura pelas gamas e acordos nem sempre muito harmoniosos. E então, uma vez que cada um em seu lugar e em seu ofício, é necessário concentrar e ficar atento para não apenas ouvir, mas também compartilhar esta partitura comum, este solfejo obrigatório que é o ritual, sem o qual as dissonâncias do mundo profano fariam ranger entre si as pedras do Templo.

Uma vez que a harmonia reina em ambas as colunas, por que então precisar de música?

Por que essa “coluna” da harmonia? Para dar mais brilho às nossas cerimônias? Para tornar mais explícito, por frases sonoras, o que o verbo não consegue expressar completamente, ou mesmo se esforçar para esconder?

Bernard de Besson, um músico que foi durante muito tempo o diretor de uma grande editora de música, era Grão-Mestre da Grande Loja Tradicional e Simbólica Opera (GLTSO) cujo principal rito, o Rito Escocês Retificado, não prevê música alguma. Uma tradição que ele justifica nestes termos: “Estou bem consciente de que, enquanto músico, minhas palavras podem parecer paradoxais, mas acredito que nossa verdadeira música é o ritual. E o ritual nossa partitura. Se você der às palavras toda a vibração que elas merecem, já é música. Eu compreendo perfeitamente que, em certos ritos, a música pode dar uma respiração ao desenvolvimento dos trabalhos, marcar certas transições, servir como uma espécie de pausa. Ela pode até acentuar a dimensão sagrada dos trabalhos. Mas na minha opinião ela não é essencial e, pode em alguns casos, ser usado como um tampão ou folha de figo…

Aqui, sem dúvida, é necessário introduzir uma nuance. Lembrar-se que até a invenção do gramofone, a coluna de harmonia era realizada por músicos e cantores “ao vivo”. O que tinha um olhar totalmente diferente das ilustrações sonoras da época escolhidas ao gosto de suas fantasias por alguns mestres da harmonia, às vezes assumindo o papel de disc jockeys ou “ambientadores” …

Da harmonia à orquestra

Originalmente, a coluna de harmonia designava precisamente uma harmonia no sentido musical do termo: um conjunto de instrumentos de sopro cujo papel se queria simbólico, conforme evidenciado por um ritual de 1737:

“O que você ouviu?

– Uma trombeta que fazia ressoar os ares …

– Como falava esta trombeta?

– Por três bocas …”

Muito rapidamente, conforme mostram algumas gravuras da primeira metade do século XVIII, instrumentos de corda foram introduzidos no templo para acompanhar canções e cânticos maçônicos com o reforço de trombetas, tímpanos e cornetas de caça.

Um texto de 1745 evoca uma cerimônia solenizada “por um concerto de cornetas de caça e outros instrumentos, cujos acordes harmoniosos ecoava ao longe os símbolos respeitáveis”. ”

Foi somente no final do Século das Luzes que se formaliza o conjunto que presidia a coluna da harmonia, com uma composição semelhante à de pequenas formações militares compostas de duas clarinetas, duas cornetas, dois fagotes aos quais às vezes se adicionava um tímpano. Este tipo de conjunto se generalizará na Europa, passando por várias modificações de acordo com as composições, os gostos da época e a disponibilidade dos irmãos músicos. De fato, nem todas as lojas tinham músicos, ou mesmo o número suficiente. No caso de falta, era frequente “emprestar” músicos das melhores lojas militares que eram as mais equipadas de instrumentistas. Essa qualidade profana era, portanto, um motivo de recrutamento, embora de natureza muito particular. Por muito tempo os músicos eram submetidos ao mesmo regime de exclusão que os irmãos servos. Confinados aos dois primeiros graus, ou mesmo ao único grau de aprendiz, eles certamente não pagavam capitação, mas deviam a pedido da loja, para emprestar sua ajuda gratuitamente, exceto para ir tocar em outra loja.

Algumas lojas tornaram-se verdadeiros conjuntos orquestrais, trazendo sua ajuda contra pagamento às cerimônias de lojas amigas. Este era particularmente o caso da Loja Olímpica da Perfeita Estima em Paris na década de 1780, que acabou se tornando uma verdadeira companhia de concertos interpretando todos os tipos de música.

Música maçônica ou música iniciática?

Desde a origem da maçonaria, a música aí existiu quando se vê que ocupa um lugar importante no desenrolar dos trabalhos. Isso significa que a música escrita pelos maçons ou composta para os propósitos do ritual maçônico seria pela única virtude de seus autores e suas intenções, mais maçônica que certas músicas “profanas”? O poder evocativo dos Noturnos de Claude Debussy, que, embora descrito por Victor Segalen como músico “órfico”, não era maçom, é menos iniciática do que os sábios ritornellos da Flauta Mágica do Irmão Mozart? As Gnossiennes de Erik Satie, adepto da rosa cruz de ouro que encontrava sua inspiração no pensamento gnóstico, não são propensos a apelar à interioridade que sugere o ritual em loja? O que têm em comum, musicalmente, Sibelius, Mozart, Haydn, Duke Ellington, Liszt e Josephine Baker? Senão ter pertencido à Maçonaria?

“Nossa verdadeira música é o ritual.

E o ritual nossa partitura.”

Bernard de Bosson

Se existe um vínculo entre a música e a Maçonaria, é sem dúvida a maneira como alguns músicos se comportaram em relação à música, tentando traduzir em som os seus próprios sentimentos pessoais. A ligação com a essência da abordagem maçônica é acima de tudo individual, pessoal. E músicos não são exceção. O resto é uma questão de ouvir, de sentir. De compartilhamento. Se propormos aqui retratos de músicos e compositores cuja afiliação maçônica é provada – existe neste domínio como em outros, supostos maçons que não o eram, entre outros Gershwin, Armstrong e Beethoven – é, em primeiro lugar, para os descobrir, ou para os redescobrir com um novo ouvido, ligando-nos ao que vibra nossa corda particular sensível, em ressonância com nossa sensibilidade pessoal?

Wolfgang Amadeus Mozart
(1756-1791)

O triunfo da luz

Foi em Mannheim, na Alemanha, que Mozart, um jovem prodígio itinerante, conheceu a Maçonaria pela primeira vez em 1772, na pessoa do barão von Gemingen. Foi apenas em 1784, no entanto, que aquele que estava no auge de sua glória, foi recebido maçom pela Loja A Beneficência, no oriente de Viena, que tomou logo após o título distintivo da Esperança recém coroada.

Como mostra sua correspondência, Mozart era um espírito livre. Mas para ele a liberdade não era dada. Ela deveria ser conquistada por uma luta incessante das forças do bem contra as do mal, da luz contra as trevas. Essa dicotomia se reflete plenamente em suas principais óperas. Em Don Juan, acima de tudo, no final de um verdadeiro desafio contra Deus, o herói mostra que a liberdade só pode ser adquirida à custa de riscos inauditos: os da condenação e do inferno. Mas é em Flauta Mágica que a luta entre a escuridão e a luz é mais explícita. Seu libretista Schikaneder era maçom. Foi ele quem propôs a Mozart que escrevesse uma espécie de comédia musical destinada a tornar populares os temas maçônicos em uma época em que o imperador Leopoldo II acabara de fechar as lojas austríacas. A temática é, por assim dizer, destacada ao final. Os raios do sol empurram a Rainha da noite para fora do templo e os dois impetrantes, Sarastro e Tamina, podem acessar a luz.

Mas se com a Flauta Mágica ainda estamos em uma alegoria tingida de simbolismo, Mozart também compôs explicitamente obras maçônicas destinadas a acompanhar o desenrolar dos rituais em loja da maneira que a música sacra acompanha as cerimônias da igreja. A mais famosa destas obras são conhecidas sob o nome de Maurerische Trauermusik – Música Funerária Maçônica K. 477. Interpretado erroneamente como destinado a acompanhar as sessões fúnebres, trata-se mais uma música que dá pleno significado ao ritual de exaltação do mestre.

“Glória a vós, iniciados

Sarastro: Os raios do sol repelem a noite, aniquilando o poder dos demônios.

O coro: Glória a vós, iniciados Vós conquistastes a noite. Nós vos rendemos graças, Osiris e Isis! A Força triunfou e coroou a Beleza e a Sabedoria por toda a eternidade.”

Na flauta mágica, Mozart também produziu nove obras maçônicas para o canto coral, a maioria das quais são adaptações de textos de poetas maçons. Um dos mais famosos é Die ihr Unermesslichen Weltalls Schöpfer ehrt – Cantata Maçônica K 619 – Você que do Universo incomensurável – honra o Criador. Esta cantata para tenor ou soprano, com acompanhamento de piano ou orquestra, foi composta no final da vida de Mozart em julho de 1791. O texto é do poeta maçom Franz Heinrich Ziegenhagen (1753-1806).

Além de temas explicitamente maçônicos, Mozart às vezes aplicava a algumas de suas melodias uma dimensão inspirada em sua própria experiência maçônica. Este é particularmente o caso do quarteto Dissonances K. 465, sexto dos quartetos dedicados ao seu irmão Haydn. Composta em 14 de janeiro de 1785, um mês após sua iniciação, esta peça é considerada como a tradução musical das impressões da iniciação de Mozart. Em seu prólogo, considerado na época, como dissonante, podemos ouvir a imagem de tentativa e erro precedendo a contemplação da Luz traduzida então por um alegre allegro.
Joseph Haydn
(1732-1809)

O músico de toda uma época

É possível que a iniciação de Joseph Haydn na loja A Verdadeira Concórdia, no oriente de Viena, em 14 de março de 1785 tenha sido motivada pela frequência de Mozart, que ingressara na maçonaria dois meses antes.

Vinte e quatro anos mais velho que o autor da Flauta Mágica, Joseph Haydn manteve uma bela proximidade com este último. Amizade sincera que viu Mozart dedicar seis de seus quartetos ao mais velho. Uma amizade ainda mais notável é que ela estava livre daquela rivalidade que frequentemente prejudica as relações entre artistas. À liberdade de humor, de tom e de vida de Mozart se opõe a existência forçada e necessitada de Haydn, que passou a maior parte de sua vida produzindo obras encomendadas pelo príncipe Esterhazy, do qual ele era e compositor e músico titular. Não foi senão ao se aproximarem os 60 anos que Haydn foi capaz de dar livre curso ao seu próprio gênio e compor uma música original que, a começar pelas adoráveis figuras do barroco, abriu caminho entre as tempestuosas sobreposições do romantismo. Sua de uma riqueza excepcional inclui mais de cem sinfonias, óperas e os dois famosos oratórios: “A criação” e “As Estações”.

Ao contrário de Mozart, Haydn nada escreveu de específico para a Maçonaria. Além disso, existem dúvidas de que ele frequentasse muito pouco a sua loja após a sua iniciação. No entanto, os laços de Haydn com a Maçonaria são atestados pelos concertos que ele conduziu em Londres, no Freemasons’ Hall, e pela importante encomenda que lhe foi feita por membros da Sociedade Olímpica de Paris para a composição de seis sinfonias, chamadas “Sinfonias parisienses”.
Franz Liszt
(1811-1886)

O Idealismo atormentado

Ferenc Liszt, cujo primeiro nome foi germanizado como Franz, era súdito austro-húngaro de nascimento, alemão pela cultura familiar e europeu, se não francês, de coração. Uma criança talentosa para a música e o piano, ele foi, como Mozart, destinado a ser “exibido” na boa sociedade por seu pai Adam Liszt para lucrar com isso. Foi em Paris, na década de 1820, que o jovem Liszt conseguiu aperfeiçoar sua educação musical. Foi também em Paris que ele descobriu o mundo borbulhante de ideias de progresso que então agitavam a Europa. Seduzido pelo catolicismo social de Lamennais, mas também pela generosa utopia Saint-Simoniana, o jovem adquiriu a reputação de músico “humanitário” ao expor suas ideias em um curto ensaio sobre a situação dos artistas e sua condição na sociedade, publicado em Paris em 1835, uma espécie de profissão de fé contra o “aviltamento” da música pelo dinheiro … que foi soberbamente ignorado.

Foi na Alemanha, durante uma turnê em 1841-1842, que Liszt encontrou o sucesso não somente por sua música, mas também por suas qualidades intelectuais. Tanto que em 1842 a Universidade de Kijnigsberg lhe concedeu o título de doutor honoris causa em filosofia. Nessa época, Liszt já era maçom há um ano, admitido pela loja Der Einigkeit – A Unidade – em Frankfurt-am-Main. Iniciado em setembro de 1841, ele foi recebido companheiro em fevereiro de 1842 na loja Royal York de Berlim, na presença do príncipe Wilhelm, o futuro imperador Wilhelm I. Então, é em Frankfurt, na loja que o havia iniciado, que ele acedeu ao mestrado no mesmo ano. No entanto, a carreira maçônica de Liszt foi curta, mesmo que lhe desse a oportunidade de se apresentar em várias lojas, incluindo um concerto dado em 3 de dezembro de 1845 diante da loja A Sinceridade, no Oriente de Reims.

A partir de 1848, Liszt deixou de frequentar as lojas. Nessa época, ele já era assombrado por um violento misticismo católico, mas sem dúvida também, quando a condenação da Maçonaria pela Igreja se tornou mais virulenta. ele via em sua pertença à Maçonaria um obstáculo ao seu projeto de renovação da música religiosa. E foi em Roma, onde ele se estabeleceu em 1861, que Liszt recebeu o hábito e a tonsura, tornando-se abade na ordem franciscana. No entanto, o homem que se tornaria o sogro de Richard Wagner pelo casamento de sua filha Cosima com o enfant terrible de Bayreuth não rompeu completamente com a maçonaria. Em 1870 ele se encontra em Budapeste, visitando uma loja, e depois, em 1881, quatro anos antes de sua morte, ele deu um concerto para a loja Zur Verschiefenheit – A Discrição – em Preflburg – Bratislava. Assim, este grande compositor romântico cuja vida sentimental foi tão atormentada quanto sua carreira filosófica, comportou-se com respeito à Maçonaria assim como as mulheres, demonstrando para uma e outra uma fidelidade não exclusiva.
Duke Ellington
(1899 – 1974)

O espírito do jazz em seu reino

O planeta jazz é um reino cujo rei foi o “Rei” Louis Armstrong, o “conde” Count Basie, o “barão” Earl Hines e o “Duque” Ellington. Como muitos músicos de jazz negros, mas também alguns brancos, Duke Ellington era maçom, iniciado na obediência afro-americana de Prince Hall na Loja Social N ° 1 de Washington.

Nascido em uma família modesta, o futuro gigante do jazz frequentou pouco a escola, preferindo os campos de beisebol, e deixou os estudos de arte gráfica para se dedicar à música, escrevendo suas primeiras composições enquanto não tinha ainda quinze anos. Muito rapidamente, mostrou grande desenvoltura ao piano e formou um primeiro grupo com alguns amigos que conheceu rapidamente o sucesso. Originários de Washington, era natural que a banda assumisse o nome de Washingtonians para a gravação de suas primeiras músicas em meados da década de 1920.

As composições de Ellington se caracterizam por um senso agudo de ritmo combinado com uma grande suavidade de execução e uma aptidão da parte do pianista, de não se impor, deixando toda a latitude para se expressar a de grandes virtuosos como o saxofonista Johnny Hodges e o clarinetista Barney Bigard. No final de várias turnês triunfais em todos os Estados Unidos, a banda foi contratada em 1927 pelo Cotton Club, o mais famoso clube de jazz de Nova York, onde Ellington se apresentará ao lado dos maiores, como Louis Armstrong e até o cantor francês Maurice Chevalier. Apesar de uma ligeira queda durante a Grande Depressão, o sucesso de Ellington e sua formação não se desmentirá ao longo das décadas seguintes. Demonstrando grande ecletismo, Ellington atravessou épocas e estilos, tocando ao lado de grandes nomes do jazz tão diferentes quanto Count Basie, Ben Webster ou John Coltrane.

No plano maçônico, é difícil saber se seu percurso iniciático influenciou a música de Ellington, a não ser dando-lhe uma grande cobertura de espírito e uma incrível capacidade de adaptação. O que não é nada. Alguns queriam ver na peça intitulada Estou começando a ver a luz uma alusão explícita à sua iniciação. O que desmente em seu livro, o saxofonista e historiador de jazz Raphaël Imbert, para quem “esta peça é escandalosamente apresentada como suas impressões de iniciação por muitos maçons pouco escrupulosos em termos de credibilidade histórica e musical”. Sem dúvida Ellington não foi privado de preocupações espirituais e metafísicas, mas ao invés de traduzi-las em uma expressão puramente maçônica, ele se esforçou para explicar isso com sua própria sensibilidade, que era essencialmente religiosa, na série de concertos sagrados que ele deu de 1965 até seu desaparecimento em 1974.
Jean Sibelius
(1865 – 1957)

Um patriota apaixonado e austero

Sem dúvida, pode-se falar pela Finlândia do “Século de Sibelius”, já que a vida desse compositor, que morreu aos 92 anos, se confunde com a atormentada história de seu país. Quando nasceu em 1865, Sibelius e sua família eram então súditos do império russo falando a língua sueca, a língua da pequena burguesia finlandesa. Órfão muito cedo de seu pai, o jovem Jean será criado por sua mãe, mas descobre a música graças a um tio violinista. Dedicado aos estudos de direito, ele mostra mais interesse pela música, compõe e é conhecido por círculos musicais na Finlândia, mas também na Alemanha e na Áustria que ele percorre para aperfeiçoar sua arte. Foi em 1898, quando o czar Nicolau II restringiu ainda mais os direitos da Finlândia, que Sibelius decidiu colocar sua música a serviço do ideal patriótico finlandês. Ele comporá várias obras exaltando a alma de seu país, a mais famosa das quais é Finlandia, um poema sinfônico interpretado pela primeira vez em 1900 como parte de uma obra mais longa originalmente escrita para celebrar a liberdade de imprensa, reprimida pelo regime russo. Sibelius, cuja fama está crescendo na Europa, encarnará a luta do seu país pela liberdade, uma luta que só terá êxito após a revolução russa e da guerra civil que se seguiu. É – portanto, em uma Finlândia agora independente que o compositor é iniciado em 1922 pela loja Suomi N ° 1 de Helsinque no mesmo dia em que ela tinha sido instalada por maçons americanos.

Ele realiza a escrita de oito hinos maçônicos sobre os textos de autores finlandeses, mas também de Goethe, Schiller e Confúcio.

Personalidade severa e um pouco atormentada, Sibelius encontrou na maçonaria, matéria para fazer jorrar com sinceridade uma música profundamente espiritual e grave na qual transparecia a austera cultura luterana do compositor, empreende a escrita de oito hinos maçônicos sobre textos de autores finlandeses, mas também de Goethe, Schiller e Confúcio. Entre 1946 e 1948, ele completará estas composições por um Hino de Louvor, uma Ode à fraternidade e um Hino de abertura. Mason particularmente apegado à discrição, Sibelius que havia doado suas partituras à sua loja proibindo a interpretação diante um público profano. Além de uma obra ter “vazado”, que foi interpretada em Nova York em 1938, o essencial de suas peças maçônicas, só esteve disponível para o público em geral nos anos 2000.
Josephine Baker
(1906 – 1975)

Fantasista e idealista

Freda Joséphine Mac Donald nasceu em um distrito pobre de St. Louis, Missouri. Sua infância foi difícil, forçada às vezes a limpar casas, às vezes dançar em estabelecimentos mal-frequentados para ajudar sua família. Aos 13 anos, ela deixou a casa da família para contrair um primeiro casamento e fazer sua estreia no palco de uma trupe itinerante. Um ano depois, ela se casa novamente com Willie Baker, que lhe dará seu nome. Mas ela o deixa pouco depois para ir para a Broadway e se engajar em diferentes trupes antes de ser notada pela esposa do adido comercial da embaixada francesa em Paris. Esta última a convence a segui-la para a França, prometendo-lhe ser contratada na “Revista Negra”. O sucesso é imediato. No palco do Théâtre des Champs Élysées, a jovem afro-americana desperta uma paixão com toques de escândalo ao dançar freneticamente o charleston, vestindo uma simples tanga feita de bananas falsas. Ao fazê-lo, Josephine junta-se à atiradora senegalesa da publicidade Banania, no imaginário colonial colorida da benevolente condescendência dos franceses da época.

Durante dos anos vinte, Josephine Baker ainda é a queridinha de toda Paris, atuando no palco do Cassino de Paris e no Folies Bergere. A canção Rai deux amours que lhe escreve Vincent Scotto lhe assegura um enorme sucesso. Ela então proclama seu amor pela França, mas somente em 1936 ela adquirirá a nacionalidade francesa casando-se com o francês Jean Lion, rico herdeiro de uma família de comerciantes de açúcar. Este terceiro casamento, que não durará mais do que os anteriores, a leva a converter-se ao judaísmo.

A partir de 1939, Josephine Baker foi recrutada pela contraespionagem francesa e se colocou ao serviço da França livre a partir de 1941. Sua atividade artística permitia que ela viajasse. Ela empreendeu uma série de turnês no norte da África e no Oriente Médio, que lhe dava a oportunidade de colher informações valiosas para os aliados junto às autoridades que ela frequentava. Uma patriota incansável, ela se juntou à Força Aérea e desembarcou em Marselha em 1944. Por sua ação corajosa, ela recebeu a Legião de Honra, a Medalha da Resistência e a Croix de Guerre de 1939 a 1945 com palma. Apesar de uma saúde frágil, Josephine prossegue depois da guerra seu compromisso humanista ao adoptar, com seu novo companheiro Jo Bouillon, doze crianças de diferentes origens e cores de pele que ela cria em sua propriedade de Milandes, na Dordogne. Depois de se envolver na defesa dos direitos dos afro-americanos desfilando ao lado de Martin Luther King, ela foi a Cuba com Fidel Castro em 1965 para a conferência anti-imperialista da tricontinental. Alguns afirmam que ela teria levado uma mensagem discreta de apoio da parte do General de Gaulle. Conduzida pelo “líder máximo” ao local da Baía dos Porcos, lugar do desastroso desembarque anti-castrista americano de 1961, ela declara “Estou feliz por ter testemunhado o primeiro grande fracasso do imperialismo americano.”

No entanto, sua atividade transbordante não lhe dá um centavo e não lhe permite, após sua separação de Jo Bouillon, manter sua propriedade de Milandes. Apesar do apoio que goza no meio do showbiz, os Milandes serão vendidos em leilão em 1969. Em 1975, sustentada por amigos, ela é incentivada a voltar ao palco para uma retrospectiva em Bobina. Mas ela sucumbe à exaustão e morre em abril do mesmo ano.

Josephine Baker fora iniciada pela loja Nova Jerusalém da Grande Loja Feminina da França em 1960. Embora ela pareça ter tido pouco envolvimento na vida de sua loja, sua passagem pela maçonaria mostra que ela soube encontrar o caminho certo para aperfeiçoar os ideais de justiça e igualdade que iluminaram sua vida.

Publicado na revista FM Franc-Maçonnerie Edição Julho/Agosto no. 69

Fonte: https://bibliot3ca.com