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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

TÁBUA DE DELINEAR - CRAFT

Em 05.07.2021 o Respeitável Irmão Helton Magnus, Loja Cavaleiros de Aço, 3887, Rito de York, GOB-SP, Oriente de Santos, Estado de São Paulo, apresenta a questão seguinte:

TÁBUA DE DELINEAR

Estou realizando um trabalho sobre o painel do grau de A∴ M∴, sou M∴ I∴. No painel aparecem algumas pessoas(anjos), na escada de Jacó. Falo do Rito de York, Ritual de Emulação, GOB.

Podes me ajudar a saber quem são na escada, tem alguns anjos (acho que Gabriel ...) tem uma mulher, ou foram colocados aleatoriamente, somente para ilustrações. Acho que não, mas não consigo achar algo.

Podes me ajudar?

CONSIDERAÇÕES:

Os personagens religiosos como os anjos mencionados se aplicam provavelmente mais pelo caráter teísta da Maçonaria anglo-saxônica.

Em linhas gerais, o mais comum na Tábua de Delinear inglesa, é se ver de modo equidistante sobre os degraus da escada em direção ao céu o símbolo das Três Virtudes Teologais - Fé, Esperança e Caridade.

Os personagens angelicais da Tábua no ritual com certeza se associam a essas virtudes, embora não raras vezes elas sejam também apresentas de formas diferenciadas.

De modo clássico, os símbolos das Virtudes Teologais aparecem trazendo a Fé representada por uma cruz, a Esperança por uma âncora e a Caridade por uma mão e um Graal.

Salvo melhor juízo, a figura de anjos na Tábua de Delinear não me parece tão original, mas alguém deve tê-los colocados em alusão a Escada de Jacó, termo esse muito utilizado na Maçonaria inglesa, onde o personagem bíblico Jacó teve um sonho onde se viam anjos que subiam e desciam uma escada que ligava a Terra ao céu. Em síntese é uma alegoria teísta que menciona a relação do homem com a Divindade.

Algumas Tábuas trazem bem delineado no topo da Escada uma Estrela com sete pontas. Exegetas como Theobaldo Varolli Filho se referiam a esse conjunto emblemático como a soma das três virtudes teologais, mais as quatro virtudes da Justiça, Prudência, Temperança e Coragem. Essas últimas representadas pelas quatro borlas que aparecem no canto do quadro – a bem da verdade, nos cantos da Loja. As sete pontas da estrela representam o caminho e o ápice a ser alcançado (3 + 4 = 7).

A despeito dessas considerações, contudo, é preciso se levar em conta as distorções advindas de inúmeras gravuras que acabariam servindo as Tábuas de Delinear. Nesse sentido, é flagrante o aparecimento de diferenças no seu conteúdo.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O QUE REALMENTE SIGNIFICA "NÃO TOLERAR OS INTOLERANTES EM NOME DA TOLERÂNCIA"

O QUE REALMENTE SIGNIFICA "NÃO TOLERAR OS INTOLERANTES EM NOME DA TOLERÂNCIA"
Jason Kuznicki

O Paradoxo da Tolerância de Karl Popper tem recebido muita atenção ultimamente. Com razão: os americanos e todo o mundo estão perguntando o que fazer quando surgem neonazistas entre nós. Talvez seja bom tolerar visões intolerantes, mas não é arriscado para a própria tolerância?

Popper discutiu esse medo, ao escrever:

“a tolerância ilimitada deve levar ao desaparecimento da tolerância. se ampliarmos a tolerância ilimitada mesmo para aqueles que são intolerantes, se não estamos preparados para defender uma sociedade tolerante contra o ataque do intolerante, então o tolerante será destruído e a tolerância com eles.
esta perspectiva não implica, por exemplo, que devamos sempre suprimir o enunciado de filosofias intolerantes; desde que possamos contrariá-los por argumentos racionais e pelo debate público, a supressão certamente seria imprudente. mas devemos reivindicar o direito de suprimi-los, se necessário, mesmo pela força.
é possível que eles não estejam preparados para disputar o campo do argumento racional e os escutem como se fossem denúncias. eles podem proibir seus seguidores de ouvir argumentos racionais, porque são enganadores, e ensiná-los a responder argumentos com o uso de seus punhos ou pistolas. devemos, portanto, reivindicar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante.”

Mas esta passagem – em uma nota de rodapé para o volume 1 de “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos” – não é a mais clara de Popper sobre esse princípio, e por isso tem sido abusada grosseiramente tanto pela extrema esquerda quanto pela extrema direita.

O que a direita não entendeu sobre o Paradoxo da Tolerância

A direita lê e diz: “Veja? Até a própria tolerância é intolerante conosco! Então, vamos perseguir quem quisermos. Ao contrário das pessoas chamadas “tolerantes”, não estamos sendo hipócritas!”

E por essa fina e quase imperceptível diferença, se imaginam os superiores morais contra quem condena a violência.

Isso é uma má leitura de Popper. A sociedade aberta defendida no livro, quando combate a violência, não se iguala de modo algum aos grupos que querem destruí-la.

Popper defende que, para se preservar, uma sociedade aberta primeiro tenta coisas como pensamento racional, debate aberto, votação e um sistema de leis, protegendo até crenças odiosas contra a violência política. A violência aparece apenas como último recurso, se e somente se, os outros métodos não forem possíveis. A violência contra discursos é utilizada raramente e apenas defensivamente, com o objetivo de retornar a um modo de existência mais civilizado sempre que possível.

Para os grupos anti-liberais, a violência não é o último recurso. É o primeiro, ou quase isso. Existe um mundo de diferença moral entre isso e o Paradoxo da Tolerância de Karl Popper.

O que a esquerda não entendeu sobre o Paradoxo da Tolerância

Enquanto isso, muitos na esquerda também interpretam mal a ideia de Popper, novamente por uma leitura grosseira. Como afirmado nas redes sociais e até mesmo na grande imprensa, o Paradoxo da Tolerância defenderia algo como:

– Uma sociedade tolerante deve ser tolerante por padrão,

– Há uma exceção: deve-se usar a violência para combater a intolerância

Popper jamais disse algo assim. Essa leitura grosseira ignora o que ele diz explicitamente quando tratou do Paradoxo:

esta perspectiva não implica, por exemplo, que devamos sempre suprimir o enunciado de filosofias intolerantes; desde que possamos contrariá-los por argumentos racionais e pelo debate público, a supressão certamente seria imprudente. mas devemos reivindicar o direito de suprimi-los, se necessário, mesmo pela força.

Para Popper, a violência contra um discurso não deve ser implantada porque ele ofende, é mal-educado ou deixa alguém muito irritado. A intolerância, e talvez essa palavra não seja adequada, só é justificada contra intolerantes que debatem com “punhos e pistolas”, ou, presumivelmente, algo ainda pior.

Para saber o que ele realmente queria dizer, não basta uma leitura atenta das passagens que citei, mas de todo o livro “Sociedade Aberta e Seus Inimigos”, onde ele trata do Paradoxo da Tolerância. O próprio é um debate contra ideias intolerantes, dissecadas e combatidas numa defesa fundamentada do pluralismo. Popper defendia a visão liberal sobre o debate público e seu primeiro recurso era o argumento racional. Foi apenas em uma nota de rodapé que ele considerou a possibilidade de violência contra intolerantes numa Sociedade Aberta, e com evidente desdém em meio à visão geral.

Parte essencial da visão liberal, afinal, é que o livre uso da razão e argumento são armas sempre melhores do que violência. Desviar-se deste princípio seria negar a hierarquia de preferências morais que, em primeiro lugar, sustenta os argumentos do livro. É tornar-se semelhante aos inimigos citados no título de A Sociedade Aberta, pelo menos nos métodos. Usar a violência como primeira arma contra discursos de ódio seria conceder à extrema direita razão em sua acusação de hipocrisia.

Popper considerava os antiliberais como “inimigos da sociedade aberta”, mas não necessariamente defendia violência contra eles

Por outro lado, utilizar métodos intolerantes diante de ameaças à sociedade aberta pode ser visto como renúncia de uma consistência filosófica liberal. Está longe de ser claro, no entanto, que esse era o modo de pensar de Popper. Em todo o livro, ele argumenta que todas as formas de tentativa de soberania ideológica nas atividades do Estado leva a essa inconsistência, e uma soberania liberal não menos que qualquer outra.

Ele considerou que isso era o resultado de uma confusão profunda na história do pensamento político, que erroneamente fez do Estado o único responsável por ordenar a vida social. Seu paradoxo de tolerância vem no contexto dessa afirmação.

Liberais anarquistas podem discordar desse ponto. Eu não acho que eles estariam errados, até porque Popper não era anarquista. Ele esperava, antes, por uma sociedade aberta em que o Estado tinha papel limitado e auxiliar, não dirigente.

Entendido corretamente, o “não se tolera os intolerantes” de Popper o aproxima de liberais clássicos, como F. ​​A. Hayek. Para torná-lo um amigo de leis de discurso de ódio, ou pior, de perseguição, é distorcer seu pensamento além do reconhecimento.

Quão útil é o paradoxo da tolerância? Na prática, a defesa de uma sociedade tolerante com discursos é, por definição, incompatível com a própria intolerância. Em alguns casos extremos, e se usarmos uma definição particular da palavra “intolerância” – a autodefesa contra intolerantes violentos.

Fonte: https://bibliot3ca.com

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

COBRIDOR INTERNO NO REAA - DE ONDE ANUNCIA

Em 05/07/2021 o Respeitável Irmão Fernando Rodrigues, Loja Virtude e Bondade, nº 146, REAA, GOB-AL, Oriente de Maceió, Estado de Alagoas, formula a pergunta seguinte:

COBRIDOR INTERNO

Muito obrigado pelos esclarecimentos sobre a pergunta que fiz anteriormente, ligada ao assunto do uso do Balandrau. Contudo, uma nova dúvida me surgiu, agora sobre a função do Cobridor na abertura dos trabalhos.

Após verificação de cobertura do templo, reingresso e pancadas na porta, para anunciar que o templo está coberto ele precisa passar para a Coluna do Norte ou deve anunciar estando ele mesmo na Coluna do Sul para o 1º Vigilante que está na Coluna do Norte?

2. Se for necessário passar para a Coluna do Norte próximo ao 1º Vigilante para fazer o anúncio, em seguida ele precisa fazer a volta por trás do painel do grau obedecendo a circulação para voltar ao seu lugar?

3. Quando retardatários batem na porta do templo o Cobridor deve anunciar ao 2º Vig∴ para que ele anuncie ao 1º Vig∴? Ou deve anunciar diretamente ao 1º Vig∴? E assim sendo, precisa se aproximar da Col∴ do Norte e fazer a volta no painel para retornar ao seu lugar ou pode anunciar estando no Sul?

Mais uma vez, desde já, muito obrigado pelos esclarecimentos!

COMENTÁRIOS:

O Cobridor Interno após os procedimentos de verificação, da Coluna do Sul comunica o 1º Vigilante, não havendo necessidade dele se deslocar até o Norte para anunciar. Não existe regra para isso. 

Note que o 2º Vigilante, ao se comunicar com o 1º faz isso do seu lugar, sem ter que mudar de Coluna para anunciar. É o caso do Cobridor Interno comunicando do Sul o 1º Vigilante que está no Norte.

 Como dito na resposta nº 1, ele não precisa ir ao Norte, contudo, apenas a título de exemplo, digamos que a situação assim exigisse, o Cobridor Interno, estando no Norte, para retornar ao Sul passa pelo espaço entre a retaguarda do Painel e o limite com o Oriente (circulação). 

Como previsto no SOR – Sistema de Orientação Ritualística, as circulações horárias no Ocidente se iniciam a partir do momento em que o Venerável Mestre, solicita ajuda dos Irmãos para abrir a Loja (página 44 do Ritual de Aprendiz, REAA - IIr∴, ajudai-me a abrir a Loja).

O Cobridor Interno, atendendo a presença de um retardatário no Átrio (não havendo Cobridor Externo), comunica do Sul diretamente o 1º Vig∴ sem a necessidade de primeiramente comunicar o 2º Vig∴. O diálogo se dá entre o Cobridor Interno e o 1º Vigilante porque ambos, mesmo em colunas distintas, se colocam em Loja no extremo do Ocidente – um a sudoeste e outro a noroeste.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS

 

A ORIGEM DO NOME GADU

A ORIGEM DO NOME GADU

O RITO MODERNO, intelectualmente direcionado para o verdadeiro princípio da tolerância, e em nome da total liberdade de identificar-se com as consciências de seus membros, desconsidera a afirmação DOGMÁTICA de que o recipiendário é obrigado, no dia de sua Iniciação, a afirmar solenemente a sua crença no GADU, fórmula que harmoniza o princípio da construção com o Ideal Maçônico, na Construção do Edifício da Liberdade Humana.

A Tradição Maçônica chama de “Deus” o Grande Arquiteto do Universo, mas seria isso uma Tradição a partir de 1717 ou desde mais além?

Todos sabemos que a partir da chamada Maçonaria dos Aceitos, erroneamente chamada de especulativa, uma forte influência protestante fez-se presente na sua primeira Constituição, através dos Irmãos Pastores, responsáveis por sua redação, notadamente seu compilador, ANDERSON.

Todavia, onde teria ele buscado o nome GADU?

“À espera da cidade dotada de sólidos fundamentos, da qual Deus é o Arquiteto e Construtor”
Epístola aos Hebreus, 11, 10.

“Como sábio Arquiteto, pus o alicerce”
1ª Epístola aos Coríntios, 3, 10.

Sabemos que, nos Antigos Deveres, nas raras invocações Rituais, encontraremos uma forte influência do catolicismo e, um pouco mais próximo ao novo período, o credo andersoniano. Todavia, merece nossa consideração o fato de a data da primeira condenação pontifícia ter ocorrido justamente em 1738, quando os ingleses modificam, pela primeira vez, o Livro das Constituições, tornando-o mais próximo ao Teísmo de Roma, condenação esta que não aconteceu em 1723, quando o texto original, nitidamente Deísta, foi aprovado e publicado pela Grande Loja de Londres.

Parece-nos ter sido uma preocupação constante a introdução de nomes e episódios bíblicos para a formação da nossa mitologia maçônica. Até mesmo a fórmula GADU, que nos parecia tão pessoal, foi buscada na Epístola de Paulo…

Se entendermos nossa Arte como não dogmática, somente um Maçom livre e de bons costumes poderá entender essa Liberdade como a querem os franceses, que em seu nome suprimiram das suas constituições, em 1877, a fórmula do GADU, o que provocou o rompimento com a Inglaterra e o início da sua “irregularidade” perante a Loja-Mãe da Moderna Maçonaria, oriunda da Grande Loja de Londres, de 1717, considerada “Maçonaria Regular”, ou seja, fundada por maçons autênticos, regularmente Iniciados e possuidores dos poderes necessários para fundas Lojas.
Seria isso mesmo se a afirmação acima fosse verdadeira; acontece que, segundo AMBELAIN, não é:

“En septiembre de 1714, en Londres, el Pastor presbiteriano James Anderson educa a profanos en las ideas masónicas y, a finales de ano, probablemente el dia de san Juan de Invierno, funda una logia com siete de ellos.

Ahora bien, Anderson no es MAESTRO DE LOGIA. Por lo tanto, no puede transmitir la iniciación masónica. Ni siquiera es masón regular, ya que no se ha encontrado ningrín rastro de su iniciación, sino CAPELIAN de logia, cosa muy diferente. Por conseguiente, esas iniciaciones son totalmente irregulares, sin ningún valor. Y aunque hubiera sido COMPAÑERO regular (lo que no es el caso), seguiram siendo ilícitas, y ninguno de sus iniciados podria ir más lejos. Tres anos más tarde, en 1717, esos ocho masones irregulares constituirán cuatro logias, tan irregulares como la primera”

Robert Ambelain. El Secreto Masónico. Mertinez Roca. Págs. 219 e 220.
Acreditamos corajosamente que, em momento algum, nossos Irmãos franceses negaram a existência da fórmula do Grande Arquiteto do Universo. Deixaram, sim, fluir, e isto deve ser visto com o respeito devido a todo ser que se pretendia livre de dogmas, a percepção íntima e pessoal do Deus do seu próprio coração, quando e como esta realidade manifestar-se na suam mente pequenina, perto do Macro-ideal de um Universo em expansão e ainda quase totalmente desconhecido. O mais são regras pessoais, impostas e determinativas de algo que não se impõe, mas oferece-se como demonstração do mais profundo amor.

Esse amor representa a Unidade, o princípio e o fim de tudo. Ela não pretende eliminar os contrários, mas estabelecer o princípio da Ordem sobre a desordem, ao que o lema escocista tão bem se ajusta: ORDO AB CHAO.

A origem do nome “GADU” está, portanto, no princípio criador, independente da fórmula ou oposição. O GADU não exige a crença Nele; Ele simpresmente é. Uma Atualidade não pode ser uma Realidade humana. Seu nome está inscrito na Constituição da Maçonaria, o verdadeiro livro do Conhecimento Sagrado. Somente através desta Lei Sagrada, que rege o Universo, será possível ascender do inferior até o superior. Todavia, esta Constituição não foi escrita por mãos humanas. Não foi Anderson quem a elaborou e as Potências a compilaram. Não, suas páginas estão brancas como a Alma Universal. Apenas o verdadeiro Iniciado, o Mestre Exemplar, saberá gravar, no seu próprio coração, a ORIGEM DO NOME “GADU”, lendo no silêncio da PAZ PROFUNDA, as regras que lhe forem atribuídas.

Fontes:
http://grau33.com.br/trabalhos-maconicos/a-origem-do-nome-gadu/
http://www.entreirmaos.net/wp-content/uploads/2011/09/Arte-Real-56.pdf

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

QUESTÕES RITUALÍSTICAS

QUESTÕES RITUALÍSTICAS
(republicação)

O Respeitável Irmão Luiz Carlos F. Ribeirinho, Mestre Maçom da Loja Cavaleiros de Salomão, 2.355, REAA, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná. Estou exercendo na Loja a função de Guarda do Templo. Gostaria de alguns esclarecimentos sobre minhas dúvidas se possível;

1) Depois de montado o templo pode se permitir à entrada de algum Irmão antes da seção ser iniciada?

2) No caso de algum irmão precisar sair no meio da seção (por exemplo, ir ao banheiro) a solicitação de saída deve ser dirigida ao Venerável Mestre ou a um dos Vigilantes?

3) No caso de seção estar meio tumultuada (sem energia, tipo os Irmãos deixando cair algum instrumento de trabalho, conversa paralelo mesmo sendo baixinho, pular alguma frase do manual, etc.) pode o Irmão Mestre de Cerimônias dar uma volta dentro do templo sem falar e sem ser solicitada sua presença por algum Irmão e retornar ao seu lugar para que a Loja seja energizada novamente.

4) O Guarda do Templo deve estar com a espada, ombro arma mesmo quando a seção ainda não foi aberta.

5) O Templo pode ser incensado.

6) Obrigatoriamente o Guarda do Templo deve ser o último Venerável.

7) O guarda do Templo na saída dos Irmãos no termino da seção pode ser tocado (tipo a famosa batidinha no ombro).

8) No termino da seção é o Guarda do Templo que apaga a vela no altar dos perfumes, fechando a porta do templo e ficando junto com o Irmão Mestre de Harmonia, voltando abrir a porta do templo após ser apagada a vela.

9) Pode o Irmão 1º Diácono circular no templo, em paralelo quando o Saco de Propostas e Informações ou Tronco estiver sendo circulado dentro do templo.

Caso não seja incomodo gostaria futuramente solicitar mais algumas explicações alguma determinação ou orientação no RGF, na Constituição ou orientação.

CONSIDERAÇÕES PARA O R⸫E⸫A⸫A⸫

01 – O que está previsto é o procedimento de entrada dos Irmãos do Átrio conforme exara o Ritual. Não entendi bem esse termo “montado”. 

Durante a abertura dos trabalhos não é aconselhável interromper os procedimentos para a entrada de algum retardatário. É costume consuetudinário primeiro fazer a abertura da Loja para que após sejam tomadas as providências de algum ingresso, se for o caso.

O que também não é aconselhável no caso do Rito Escocês Antigo e Aceito é que os Irmãos antes da abertura da Loja fiquem reunidos, no interior do Templo. Obviamente isso não tem nenhuma conotação mística, ou coisas do gênero, senão o de ordenar uma qualificação respeitosa. Assim, os Irmãos se reúnem na Sala dos Passos Perdidos para se paramentarem, assinar o Livro de Presenças, trocar assuntos de tesouraria e secretaria, dentre outros.

Devo salientar que isso não é uma regra maçônica, porém mais direcionada à Maçonaria latina, já que existem sistemas maçônicos que admitem presença de Irmãos, reuniões de comissões, tesouraria, etc., dentro da Sala da Loja normalmente, inclusive o de se paramentar, como é o caso do Rito de York (americano) e alguns costumes ingleses, antes do início dos trabalhos.

02 – No caso do “apertado” estar no Ocidente, este deve solicitar providências ao Vigilante da sua Coluna que, por sua vez solicita ao Venerável Mestre. Em estando o “necessitado” no Oriente este pede diretamente ao Venerável Mestre.

03 – O bom senso nos permite a concluir que não existe sessão “meio tumultuada”, ao mesmo tempo em que uma Loja não é nenhuma pilha ou bateria recarregável que indique algum procedimento de “energiza-la”. Um objeto que possa cair nada mais é do que um simples descuido. Conversa em paralelo (nem baixinho ou “altinho”) é mesmo falta de educação e descumprimento do disse o Venerável na abertura dos trabalhos –“desde agora a nenhum irmão é permitido falar (...) sem obter permissão e (...)”. Pular uma frase do ritual também não se trata e falta de energia, todavia de mera desatenção.

Agora, essa do Mestre de Cerimônias dar um giro no recinto para “energizar”, sinceramente é o fim da picada. Isso não existe mesmo. Uma sessão em desordem deve ser severamente corrigida pelo Venerável Mestre de forma racional e educada em vez de certas firulas imaginosas que não cabem acomodação nos trabalhos de uma Loja.

Não sei o que é pior: um irmão falando baixinho, por exemplo, ou o Mestre de Cerimônias representando um bólido energético.

4 – Durante o ingresso dos Obreiros no Templo para o início dos trabalhos é costume consuetudinário que o Cobridor Interno se posicione empunhando a espada que deverá estar em riste (ponta para cima) junto ao lado direito do corpo.

5 – Não. Essa prática não pertence ao Rito Escocês Antigo e Aceito e não está prevista nos rituais em vigência. No caso da existência dessa anomalia no Rito, esta é considerada como delito conforme prevê o próprio ritual quando exara a proibição de procedimentos que ali não constem.

6 – Nada impede, todavia no caso do Grande Oriente do Brasil não existe previsão nesse sentido, salvo de que qualquer cargo ocupado em Loja é prioridade de um Mestre Maçom.

7 – Não existe sentido ritualístico algum na prática e fica a critério de cada Irmão se assim o desejar. Considerações a respeito me parecem mais para dourar a pílula do que a de trazer esclarecimento. Agora, se o Cobridor estiver “energizado”, cuidado para não levar um choque.

8 - Não está prevista a existência de nenhuma vela acesa sobre o Altar dos Perfumes. Daí não procede ao ato de apagar alguma coisa que não existe. O que ocorre às vezes é que quando as Luzes litúrgicas não sejam lâmpadas elétricas, coloca-se uma vela auxiliar para que o Mestre de Cerimônias dela tome a chama para acender aquelas previstas sobre as mesas ocupadas pelos Vigilantes e o Altar ocupado pelo Venerável Mestre. No caso, assim que o Oficial acender as velas, ele apaga imediatamente a auxiliar, pois no Rito em questão não existe cerimônia de acendimento das Luzes. Essa prática é originalmente pertencente a outro Rito.

Ao termino da Sessão o Mestre de Cerimônias por ordem do Venerável Mestre comunica a retirada dos Irmãos simplesmente na forma de costume. O Cobridor permanece junto à porta até a saída do último Irmão. Esvaziada a Sala da Loja, ele então apaga as luzes que iluminam o ambiente – não confundir com as Luzes litúrgicas que já estão apagadas – e em retirada fecha a porta do templo.

É sempre bom lembrar que quem fecha a Loja (trabalhos da Loja) é o Primeiro Vigilante por ordem do Venerável. Quem fecha a porta do Templo é o Cobridor. Daí, não confundir “alhos com bugalhos”.

9 – Obviamente que não. Passagens ritualísticas devem ser cumpridas conforme o explicitado no Ritual. Na bolsa de Propostas apenas circula o Mestre de Cerimônias, enquanto que no Tronco, apenas o Hospitaleiro. Essa não é função de nenhum Diácono, muito menos qualquer Irmão circular durante a coleta, salvo o Oficial que estiver cumprindo o dever de ofício.

Aliás, os procedimentos de coleta a que se referem o Tronco e as Propostas somente são executados em Loja aberta, portanto, dentro da Sala da Loja com os trabalhos cobertos.

Finalizando, estarei sempre à disposição do Irmão sem qualquer incômodo. Esse é o meu ofício que busco na medida do possível cumprir com critério e imensa satisfação.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews n. 691, 18/07/2012

MINUTO MAÇÔNICO

ABERTURA DOS TRABALHOS

1º - A necessidade de algumas cerimônias preparatórias de caráter mais ou menos formal, antes de proceder à abertura dos trabalhos.

2º - Os Maçons fazem a abertura e o encerramento dos trabalhos das Oficinas de qualquer natureza por um cerimonial e fórmulas especiais, que não podem ser dispensados e que são prescritos nos rituais dos vários graus.

3º - "Estas cerimônias, que diferem levemente em cada grau, diferindo de forma tão leve que não conseguem afetar o seu caráter geral; dividem-se de acordo com os vários propósitos que pretendem realizar".

4º - Uma Loja de Maçons é aberta com o seu cerimonial, todos de uma importância simbólica e prática imensurável, é de se esperar que todo membro presente tome parte.

5º - O decoro e a dignidade da reunião sugerem a participação de todos os presentes, mesmo daqueles que não ocupam cargo ou função em Loja.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

LIBERDADE E DESIGUALDADE NO BRASIL

LIBERDADE E DESIGUALDADE NO BRASIL
(Uma reflexão maçônica durante a pandemia)
Autor: Márcio dos Santos Gomes

“Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança” (Benjamin Franklin)

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, fruto do Iluminismo e aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte da França revolucionária em 1789, resume no primeiro artigo que “os homens nascem e são livres e iguais em direito”. A crítica que se faz é que a liberdade e igualdade ali referenciadas eram restritas às pessoas do sexo masculino, cidadãos possuidores de interesses, ficando de fora os pobres, os empregados, os escravos e as mulheres.

Em dezembro de 1948 foi promulgada “A Declaração Universal dos Direitos Humanos”, que delineia os direitos humanos básicos, adotada pela Organização das Nações Unidas, como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. O que poucos sabem é que a influência da maçonaria é que permitiu a sua codificação.

Desde a primeira Declaração permanece em moda a discussão sobre o que é ser livre e ser igual. As sociedades que souberam trabalhar melhor e equilibrar esses conceitos são consideradas as mais prósperas.

O Brasil carrega uma dívida decorrente da Lei Áurea de 1888 que libertou juridicamente os escravos, mas não lhes proporcionou as condições de liberdade de consciência e de ter uma vida verdadeiramente livre, com o exercício da cidadania plena, que permita às pessoas exercerem todas as suas potencialidades legítimas. Na Constituição de 1891 foi negado o direito de voto aos analfabetos. Daí a se concluir que a chave da liberdade se dá com a melhoria da qualidade da educação, que emancipa, forma pensamento crítico, proporciona esperanças e é a mais efetiva via de acesso ao desenvolvimento de uma nação. É a educação que prepara o ser humano para o exercício consciente da cidadania.

Promulgada em 1988, um ano antes da queda do muro de Berlim, quando ainda imperava a crença de que o socialismo seria a solução para superar a pobreza e a desigualdade, e com um viés estatizante e quase anticapitalista, a atual Constituição Federal ampliou direitos ao permitir o acesso dos mais pobres aos serviços públicos. O Capítulo II, artigos 6º e 7º, definem com muita clareza os Direitos Sociais, com o destaque do art. 6º:

“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência ao desamparado.”

Representam conquistas do povo, mas é preciso vigilância, pois aquilo que se conquista pode também se perder ou nem chegar a ser implantado.

Políticas como o Bolsa Família, as cotas sociais nas universidades, o salário mínimo, as ações do SUS e fundos constitucionais (Fundef/Fundeb), produziram seus resultados. O Fundeb corre o risco de ser extinto em 2021, caso não seja prorrogado. Essa rede de assistência social criada ao longo dos anos pós-Constituição é que permite ao Estado amenizar o sofrimento das classes menos favorecidas. Mas, poucos são os assistidos e a qualidade deixa a desejar, em especial quanto ao ensino nas escolas públicas e as dificuldades de marcação de consultas, exames e atendimentos hospitalares. Isso para não falar nos problemas ligados a segurança, transporte público, habitação, violência e acesso à cultura.

No campo dos direitos civis, ações como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor e o Estatuto do Idoso se constituíram em grandes conquistas. Quanto aos direitos políticos, os avanços se deram a partir da permissão do voto do analfabeto e maiores de 16 anos, atendimento a demandas da população indígena, dos movimentos negro, feminista, LGBT e demais grupos minoritários.

Mas, privilégios em determinadas áreas ainda são mantidos. Esses direitos não deveriam ser bandeiras de grupos de pressão ou de partidos políticos, mas uma missão do Estado brasileiro. O País continua desigual porque o orçamento público sempre destina recursos aos grupos mais influentes, à elite burocrática e a quem efetivamente não precisa. Pequena parcela chega aos mais vulneráveis, como o Bolsa Família e a renda mínima aos maiores de 65 anos (Benefício de Prestação Continuada criado pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS – de 1993). A solução passaria por uma reforma profunda do Estado.

As grandes dimensões territoriais do Brasil representam um fator dificultador, com desigualdades regionais, de renda e de elevado nível de violência. Essas desigualdades sociais e a injustiça persistem e são dolorosas. Mesmo entre os mais pobres existe diferença entre graus de pobreza. Como agravante, destacam-se o saneamento escasso e falta de urbanização em comunidades carentes, a precariedade da rede de proteção social, as diferenças entre os sistemas público e privado de saúde, com estimados 40% dos trabalhadores na informalidade, além de milhões de desempregados e pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.

O surgimento do coronavírus, que atinge com sua força destrutiva indistintamente ricos e pobres, evidenciou o fosso social brasileiro, demonstrando que a desigualdade deixa claros seus efeitos em catástrofes naturais ou em pandemias, ensejando a urgente necessidade de socorro à população mais vulnerável e de um novo pacto social, com políticas públicas e econômicas mais progressistas. Especialistas afirmam que essa crise é a maior enfrentada pelo mundo desde o desastre econômico gerado pela Grande Depressão dos anos 30 e pós Segunda Guerra Mundial, sabendo-se ainda muito pouco de seus efeitos na sociedade e no corpo humano, em particular. A corrida armamentista da biologia está no seu auge.

As autoridades brasileiras durante a crise deixaram claro que são competentes para lidar com os incluídos, aqueles que pagam impostos e são, portanto, visíveis, mas extremamente ineficaz quando tem de lidar com os excluídos, aqueles não integrantes da sociedade de consumo, em especial os que não têm endereço fixo, os “desbancarizados” (sem conta em banco), sem telefone celular e acesso à internet, não detentores de um CPF ou com os mesmos bloqueados. O governo não sabe onde estão e quem são eles. Como falar em isolamento social em comunidades com famílias amontoadas em becos, muitas sem água encanada em casa, em uma convivência confusa entre as pessoas? São, portanto, invisíveis e muitos vivem ou sobrevivem em condições desumanas.

A classe carente e esquecida sempre esteve presente na cena diária, como os moradores de rua, os catadores de lixo, os mendigos, os vendedores e acrobatas de cruzamentos, dentre outros. Acrescentem-se os que vivem na informalidade e de biscates, sem garantias trabalhistas, os autônomos, os trabalhadores sem registro, que não têm poupança e precisam de rendimentos diários para sustentar suas famílias e dos poucos assistidos do programa Bolsa Família. E, por derradeiro, ainda sofrem com o menosprezo de autoridades de relevo em face das perdas com mortes de entes queridos vitimas da pandemia.

Assim como foi desafiadora a libertação dos escravos no século XIX, assim o é a superação da miséria nos tempos atuais. Os devastadores impactos da crise planetária da Covid-19 lançaram luzes nesse campo, e o Brasil se viu diante de um número gigantesco de desassistidos à míngua de uma renda mínima que garanta a sobrevivência, tendo o governo que adotar um auxílio emergencial para superar o grave momento vivido, que inicialmente tem a previsão de 3 meses, mas podendo ser vislumbrada a possibilidade de tornar-se perene. E sabe-se que esses recursos voltam imediatamente para a economia sob a forma de consumo. É sangue direto na veia.

O tamanho e a complexidade do País dificultam a escolha de um caminho ideológico para solução das desigualdades, ainda historicamente restrito ao grupo de centro-esquerda. Aqueles posicionados na centro-direita apostam na competição e enfatizam os valores da concorrência como condição para a promoção do desenvolvimento, para que o setor privado gere prosperidade, mas adota ações sociais focadas para o combate da pobreza e desigualdade, quando as contas públicas o permitem.

Um tema recorrente entre esses grupos é o combate à corrupção (sempre atribuída ao outro lado) como agenda prioritária, tema esse bastante explorado pelos meios de comunicação de massa, que acaba ocultando a questão da desigualdade. Ambas as correntes chegam aos extremos do espectro, com discursos bem polarizados e desviam o foco do essencial. O que se espera é que não haja retrocessos em função dessa polarização, com perda do que foi até aqui conquistado, e que as lideranças políticas do país sirvam a todos indistintamente, e não apenas ao seu grupo de iguais.

O dilema é ainda maior quando se fala em igualdade em um cenário de milhões de empregos a serem extintos pelo uso da inteligência artificial. Não se pode olvidar a nova tendência do “home office”, que se tornou alternativa viável durante a pandemia do coronavírus, acelerando mudanças de comportamento, vislumbrando-se um caminho sem volta, pois as empresas reduzem custos e os profissionais conciliam tempo e outros afazeres, além dos ganhos dos grandes centros em termos de movimentação de pessoas e veículos e melhoria do clima, com o destaque para as operações “on-line” que afetam a formatação das lojas físicas.

Mesmo não nos deixando influenciar pelo sentimento de angústia quanto ao futuro, difícil não pensar em um mundo mais desigual decorrente desta crise sanitária, com as implicações negativas em todas as áreas, como a econômica, política e, sobretudo, a social. Já se especula que essa pandemia possa ter as mesmas consequências para o Liberalismo do que representou a queda do “Muro de Berlim” para o Comunismo. Chegou a hora da verdade: é pagar para ver? Como ensina a sabedoria popular, o imprevisível é realmente muito difícil de prever.

O cenário da evolução tecnológica e o pós-crise ensejam novas preocupações na medida em que grande parte da força de trabalho desatualizada enfrenta concorrência das máquinas inteligentes com o aumento das condições de desigualdade. Mais uma vez, a solução está na educação e em políticas que protejam os direitos dos trabalhadores e apoio às empresas que geram empregos.

Entretanto, no momento, a única certeza é a de que as consequências da atual crise terão reflexos em políticas protecionistas e nas cadeias produtivas globais e serão absorvidas exclusivamente pelas empresas do setor privado, com quebras já no horizonte e o desemprego. O Brasil como um todo certamente sairá mais pobre, com déficit e dívida pública agravada e coesão social comprometida. Segundo os economistas, a solução passa pelo crescimento do Produto Interno Bruto, que dará suporte aos gastos públicos e à geração de empregos.

No contexto pré-crise, parte significativa do contingente de desempregados já não estava preparada para ocupar espaço na economia do futuro, por falta de mão de obra qualificada e carência de profissionais, inclusive para enfrentar os dias atuais. Muito tempo foi perdido com lorotas e populismo. E a sociedade assiste a tudo apenas dizendo-se esperançosa e confiante. Em quê ou em quem? Então, a solução passa por um alinhamento de todas as instituições agindo em uma só direção, com as diferenças colocadas de lado em nome do bem comum. Difícil de acreditar quando já se fala em sucessão no governo e grupos políticos reiniciam os tradicionais conchavos.

Mais difícil ainda reconhecer a ideologia social de que somos todos iguais e de que não existem seres piores ou melhores. Nosso País precisa desenvolver políticas públicas visando ao fortalecimento das instituições democráticas e superação da desigualdade e da violência. Por ser um dos mais injustos do mundo, o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. E justiça pressupõe dar a cada um o mínimo que lhe cabe, evitando privilégios e exclusões sociais. Sem justiça não há paz.

Por sua vez, a liberdade é motor do empreendedorismo e de transformações tecnológicas, que decorrem de projetos e sonhos. A área da Economia demanda um Estado bem organizado e uma sociedade consciente e mobilizada. Compete ao Estado criar as condições que viabilizem o desenvolvimento sustentado, em especial nos setores de saúde, educação, meio ambiente e ciência e tecnologia.

Segundo o artigo de Karen Franklin (CESCON, Paulo; Nodari, César. Filosofia, ética e educação: por uma cultura da paz. São Paulo: Paulinas, 2011),

“Toda sociedade democrática necessita de cidadãos comprometidos com o respeito aos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Contudo, a conquista desse comprometimento não é natural e espontânea, ela precisa ser forjada no interior dos sujeitos e da sociedade, enfim, ela necessita ser educada.”

Mas, há uma corrente que vê isso como uma ameaça, dado que a formação de massa crítica e a consciência cidadã incomodam alguns dirigentes políticos que perdem espaço de dominação.

A discussão sobre a liberdade evoca um dilema repisado por vários analistas:

“devemos aceitar uma ditadura, com restrição às liberdades individuais, em troca de um contrato social de melhoria coletiva do padrão de vida?”

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve uma fala citada na Revista VEJA (Edição 2682, ano 52 – nº 16, de 15.04.2020, p. 26), prevendo a ascensão dos países orientais, menos presos às ideias de liberdade, após a pandemia da Covid-19:

“O povo não quer nem saber o que é liberdade e individualismo. Quer saber se tem emprego, tem comida, tem transporte, tem saúde. E, se eles derem isso, vão nos dar um banho.”

Esse posicionamento conflita com o pensamento contido na abertura desta prancha e merece reflexão.

No mesmo diapasão sente-se que a liberdade de expressão não é mais um valor cultuado ao se constatar que não se pode mais pensar de forma diferente sem sofrer a condenação de tribunais virtuais e ver ameaçadas as relações sociais e até mesmo o sagrado convívio no lar. Tempos muito estranhos!

Ainda sobre o direito à privacidade, uma nova ferramenta gerada pela revolução tecnológica passou a ser motivo de questionamentos, como ficou evidenciado na pandemia do coronavírus, com a possibilidade de rastreamento de pessoas doentes por intermédio dos telefones celulares. Essa estratégia poderia ser utilizada também por governos autoritários para controlar seus habitantes. O que precisa ser definido é como aplicar essas ferramentas sem desrespeitar as liberdades individuais.

A geração atual ainda não tinha passado pela experiência de confinamento social, com restrições de liberdades. Ainda não é possível avaliar as consequências de como as pessoas se portarão com a continuidade da quarentena e das perdas percebidas em cada situação, em especial na saúde mental, e notadamente quando iniciarem-se o relaxamento por setores da economia e houver um sentimento de tratamento desigual. Certamente teremos uma referência no tempo deste segundo decênio como o real marco do início do século XXI, antes da Covid e depois da Covid (a.c e d.c – com todo o respeito, com o “c” minúsculo).

No que tange à igualdade é imprescindível que criemos consciência de que dependemos um do outro para vivermos, não havendo espaço para o egoísmo que submete as pessoas ao nosso redor em situação de fragilidade. E, como cidadãos, devemos manter o respeito ao coletivo, dando tratamento igual e digno a todos, o que se constrói por meio do espírito de solidariedade e da garantia de uma sobrevivência com a instituição de uma modalidade de seguro social que garanta renda mínima para todos, nos moldes já mundialmente defendidos desde a crise econômica global de 2008, como a proposta de uma Renda Básica Universal (RBU), de forma que não haja famílias desassistidas. Isso é apenas o começo.

Enfim, a Maçonaria brasileira não pode apenas divulgar manifestos de repúdio e deixar de agir, ficando à margem dessas discussões, notadamente por sua histórica característica progressista, o que a colocou sempre envolvida nos grandes temas de interesse da sociedade em geral, sem partidarismos e apegos a personalidades da hora e a ideologias que não a sua missão de tornar feliz a humanidade. Repúdio sem ação é mera insatisfação!

Com as luzes do G∴A∴D∴U∴, que essa pandemia nos ajude a desconectar do egoísmo e do ódio e a focar em ações mais construtivas.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

ESTRUTURA DA ATA - MODÊLOS OFICIAIS

Em 03.07.2021 o Respeitável Irmão Higor dos Reis de Almeida, sem mencionar o nome da Loja, REAA, GOB-RJ, Oriente de Rio das Ostras, Estado do Rio de Janeiro, apresenta as dúvidas seguintes:

ESTRUTURA DA ATA

Desde já agradeço por compartilhar vosso e-mail em seu blog e sou fã de seu trabalho. É muito enriquecedor para nós e nossa Ordem. Sou Mestre Maçom do Oriente de Rio das Ostras, GOB-RJ, tenho 35 anos e fui iniciado na Ordem em 2008, exaltado no REAA em 12/2020, alguns meses antes de entrarmos em recesso devido a pandemia. Recentemente fui eleito Secretário de minha Loja, onde tenho algumas opiniões sobre como deveria ser uma ata de sessão maçônica, porém, observo que os Secretários antecessores redigiam suas atas da mesma forma como Irmãos do passado aprenderam e foram passando como herança até os dias de hoje. Percebo que eles narram exatamente fatos como discussão entre Irmãos, incluindo trocas de ofensas, etc. Como se fosse um depoimento policial ou algo do tipo. Penso que discussões e pontos de vistas diferentes fazem parte de nossas vidas seja no mundo profano como na ordem. Desta forma, procuro hoje, pensar diferente e tentar mudar este aspecto em minha Loja, no que acredito ser certo para futuros Irmãos daqui a 10, 20 anos que lerão as atas e entenderem os assuntos debatidos e conclusão sobre os mesmos, sem narrativas de falas e discussões. Não localizei no RGF ou similar, até mesmo na estrutura do GOB, instruções em como deve ser uma ata de sessão, porém, encontrei no Livro do nosso Irmão, Tito Alves de Campos, Instrucional Maçônico, Grau de Mestre, alguns exemplos de atas que vão muito em favor do que penso. Desculpe me alongar, mas minha pergunta é se o Irmão saberia me dizer se existe algum procedimento ou modelo pelo GOB que devamos respeitar ou alguma sugestão de modelo oriundo de vossa experiência.

CONSIDERAÇÕES:

Uma ata, por definição é o registro escrito no qual se relata o que se passou numa sessão, convenção, congresso, etc. No nosso caso, numa sessão maçônica que ocorre normalmente em Loja aberta.

Na verdade, não existe oficialmente modelo específico para a redação de uma ata maçônica, contudo ela deve ser construída ordenadamente seguindo o roteiro da sessão, isto é, uma descrição clara, objetiva e sucinta dos períodos da sessão.

Por certo a ata tem que ter uma introdução constituída pela sua identificação, data, Loja, tipo de sessão, etc. De resto é seguir o roteiro, mencionando resumidamente a abertura ritualística conforme o ritual, etc.

Obviamente que uma ata deve ser fiel aos acontecimentos, contudo sem exageros dados à prolixidade. O Secretário deve usar do seu bom senso sem que a ata se torne confusa, enfadonha e cansativa aos ouvidos alheios.

Entendo que cada período deve ser descrito resumidamente, porém não perdendo o seu conteúdo. Não há necessidade de relatos esmiuçados, valendo sim o resultado e não as firulas das discussões e dos procedimentos.

Acho de boa geometria que a Loja faça uma instrução a respeito para auxiliar o Secretário na redação das atas da Loja, assim como também ensinar aos seus obreiros a objetividade no uso da palavra, já que essa, quando mal usada, serve como vetor para rechear a ata com intermináveis “blá, blá, blás” e repugnantes discursos rançosos.

É bom que se diga que as atas contam a história de uma Loja. Aliás, em Maçonaria é comum que a ata seja conhecida pelo substantivo balaústre, já que esse colunelo, junto com outro iguais, serve para sustentar uma travessa, corrimão ou peitoril. É nesse sentido figurado de sustentar alguma coisa, no caso a história da Loja, que o nome balaústre é mais apropriado para titular uma ata maçônica.

Como dito, é tudo uma questão de bom senso, não existindo, a priori, a necessidade de se seguir um modelo específico para a sua redação.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS QUE RECEBERAM O PRÊMIO NOBEL DA PAZ

MAÇONS QUE RECEBERAM O PRÊMIO NOBEL DA PAZ
(repasse do Ir∴ Wanderley C. do Nascimento)

O presente trabalho não tem outra finalidade senão a de entregar aos Irmãos uma compilação e ordenamento de dados sobre celebridades maçônicas, para um melhor e maior cabedal de conhecimento do que é a Franco-maçonaria no que diz respeito ao aperfeiçoamento pessoal.

Julio Juan Bautista Vicente Bordet, 1870 - 1961
Medico e Bacteriologista Belga, titular do Prêmio Nobel de Medicina em 1919 por seu trabalho sobre imunidade, os soros e o descobrimento do micróbio “de la tos ferina y el de la difteria”. Foi iniciado em 01 de novembro de 1908 na Loja “Os amigos Filantropos” de Bruxelas.

Leon Burgeois, 1815 – 1925
Político Francês, delegado nas conferências de Paz em Haya (1899-1907) contribuiu na organização da Sociedades das Nações e presidiu a primeira seção em 1920. Foi laureado com o prêmio Nobel da Paz em 1920. É reconhecido como maçom segundo uma publicação da Grande Loja do Chile de maio-junho de 1975.

Aristide Briand, 1862-1932
Político francês, ardente defensor das idéias democráticas e pacifista. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1926 juntamente com o Irmão Gustav Stresseman. Por diferenças políticas não foi iniciado na loja “le trait d’unión” de caráter conservador, “sin embargo” foi iniciado finalmente em 1895 na loja “le chavalier du travail” que pertencia a uma obediência de duvidosa regularidade, em todos os casos conheceu a Luz Maçônica.

Giosue Carducci, 1835 – 1907
Poeta, escritor italiano com idéias republicanas, grande crítico da monarquia e do papado, foi parlamentarista, recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1906. Foi iniciado em 1862 na Loja Felisinia (agora 846) de Bologna, posteriormente se uniu a Loja de Propaganda de Roma. Hoje há 4 Lojas que levam seu nome em sua homenagem, as Nrs. 103 e 853 de Bologna; a Nr. 686 de Florença e a Nr. 820 de Follinica.

Salvatore Cuasimodo, 1901 – 1968
Poeta e literato italiano. Foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1959. Sabe-se que foi maçom através do livro “la Masoneria” do autor espanhol José a Ferrer Benimeli. 

Sir Wiston Leonard Spencer Churchill, 1874-1965
Político, militar e publicista inglês, um dos grandes estadistas deste século, famoso pela defesa da Inglaterra na Segunda Guerra Mundial, lhe foi concedido o Prêmio Nobel de Literatura em 1953. Foi iniciado na Loja Studholmes Nr. 1591 de Londres, contrariamente ao que havia sido suposto, ele recebeu os três graus em sua Loja Mãe. Foi iniciado em 24 de maio de 1901.

Elio Ducommon, 1833-1907
Publicista e filantropo suisso, organizador da Oficina Internacional da Paz em 1891. Por sua obra pacifista lhe foi concedido o Prêmio Nobel da Paz em 1902 compartido com Alberto Gobat. Tendo em vista não se o nome de sua Loja Mãe, serviu como Grão Mestre da Grande Loja Alpina e foi membro da antiga e famosa Loja “Modestia y Libertad” de Zurick.

Jean Henry Dunant, 1828-1910
Filantropo e escritor suisso, foi o pilar da fundação da Cruz Vermelha Internacional. Em 1901 pelos seus méritos lhe foi concedido juntamente com Frederico Passy, o Prêmio Nobel da Paz. Escritores e autoridades maçônicas tais como Lennhoff e John Mirt afirmam que o mesmo foi Maçom mais não sabem precisar o nome de sua Loja.

José Echegaray Y Eyzaguirre, 1847-1927
Ilustre poeta, dramaturgo, economista, matemático, e político espanhol, foi ministro, membro da Academia de Lingua e Ciências Exatas, em 1904 obteve o Prêmio Nobel de Literatura em companhia do poeta Mistral. Foi Maçom de acordo com a “História do Supremo Conselho 33′′, “Masoneria Española” publicada no exílio, no México.

Enrico Fermi, 1901-1954
Matemático e cientista italiano, autor de trabalhos de investigação sobre elementos radioativos e, nesta qualidade é considerado um dos criadores da Energia Atômica. Em 1938 lhe foi concedido o Prêmio Nobel de Física. O autor especialista em História Maçônica José Ferrer Benimeli de Zaragoza assegura em sua obra “La Masoneria” que Enrico fora maçom.

Alexander Fleming, 1881-1955
Químico inglês, seus estudos e experiências com os vegetais e, em especial com o hongo “penicillium” permitiu descobrir a penicilina, antibiótico que revolucionou a medicina e salvou muitas vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1945 juntamente com Florey y Chain, lhe foi outorgado o Prêmio Nobel de Medicina. Iniciado na Loja “Maria” 2682 se uniu a Loja Misericórdia 3286, tendo ocupado todos os cargos de uma Loja, e chegou ao Grau 30º.

Alfred Herman Fried, 1864-1921
Doutor editor e jornalista, pacifista austríaco. Em 1911 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. R. V.Denslow disse em sua obra “Masoneria en el hemisferio Este”que pertenceu a antiga e respeitável Loja “Sócrates” onde foi um dos mais antigos e fiéis membros.

Frank Billings Kellog, 1856-1937
Político americano, secretário de Estado do Presidente Colidge. Criou o pacto que leva seu nome em que se declara aos fora da lei, assinado por 15 países em 1928. Por isso lhe foi outorgado o Prêmio Nobel da Paz em 1929. Foi iniciado na Loja Rochester no 21 de Rochester Minnesota em 1880.

Rudyard Kipling, 1865-1936
Escritor e poeta inglês, em quase toda a sua obra literária está presente a Maçonaria, como: “Loja Mãe”, “O Homem que seria rei”, “O livro das terras virgens”, “If (Ser)” . Foi lhe outorgado o Prêmio Nobel em 1907. Sendo muito jovem foi iniciado na Loja “Esperança e Perseverança nr. 782′′ de Lahore – Índia.

Enrique Lafontaine, 1854-1943
Político e jurisconsulto belga, teve participação ativa em questões de Arbítrio Internacional. Representou seu país na Assembléia das Ligas das Nações 1920 – 1921 pelo que foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1913. É considerado Maçom na Revista Maçonica da Grande Loja do Chile de maio-junho de 1975.

George Cattlett Marshall, 1880-1959
Político e militar norte-americano, serviu em três guerras pelo seu país, na primeira guerra mundial em importantes missões, na Segunda foi um grande estrategista no Pacífico e na guerra da Coréia foi Ministro autor do Plano Marshall que ajudou a reconstrução da Europa. Foi iniciado Maçom “A Vista” pelo Grão Mestre da Grande Loja do Distrito de Columbia, sistema em que se dá os três graus simbólicos de uma forma mais rápida (no malhete), sendo um ato excepcionalmente concedido na Maçonaria. Prêmio Nobel da Paz em 1953.

Albert Abraham Michelson, 1852-1931
Físico norte – americano de origem alemã, grande estudioso dos fenômenos luminosos e dos movimentos interferenciais da luz, demonstrou a constante da velocidade da luz de Einstein. Recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1907. Sendo “Guardiamarina” foi iniciado na Loja Washington 21 de New York em 1875.

Gabriela Mistral (Lucila Godoy Alcayaga), 1889-1957
Professora, Poetisa, nascida em Elqui -Chile, grande valor das letras Americanas e Mundiais, foi premiada em inúmeras oportunidades pela sua prosa. Teve cargos diplomáticos. Foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura em 1945. A poetiza Irmã Nina Donoso Correa da Grande Loja Mixta do Chile dos disse em seu trabalho “Evocando Poetas Maçons” de 1986, que Gabriela Mistral foi iniciada na Loja Destellos de la Serena – Chile.

Carl von Ossietsky, 1889-1938
Escritor Alemão, pacifista, prisioneiro por espionagem em 1931 e reivindicado posteriormente em forma pública em 1932. Ao assumir o poder os Nazistas o encarceraram novamente e foi enviado a um campo de concentração e morreu em 1938. Em 1936 recebeu com louros o Prêmio Nobel da Paz, porém não o recebeu pois não houve autorização dos nazistas. Foi iniciado em 1919 na Loja Menschentum Nr 3207 da Grande Loja do Sol Nascente.

Wilheim Ostwald, 1852-1932
Professor, Físico-Químico e Pensador Alemão, nascido em Riga, especialista em trabalhos de Eletrólises, foi o criador da síntese dos Nitratos que trouxeram a decadência das “Saliteras Chilenas”. Em 1909 recebeu o Prêmio Nobel de Química. Foi iniciado na Loja Zu Den Drei em 1911 pelo Grão Mestre da Loja do Sol Nascente da Alemanha.

Izhak Rabin, 1922-1966
Político, militar israelense, Diplomático, foi fundador junto a outros do Estado de Israel. Ministro de Golda Meier e Presidente de seu país, trabalhou na Paz no Oriente Médio e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984, basicamente pela sua intervenção na paz com o Egito. Em 1968 ao assumir o cargo de Embaixador em Washongton foi iniciado Maçom por “Comunicação” pelo Grão Mestre de Israel, Shalom Kassan, recebendo os três graus simbólicos em uma única cerimônia. 

Santiago Ramon Y Cajal, 1852-1934
Historiador Espanhol de Fama Universal, entre seus muitos descobrimentos figuram as leis que regem a morfologia e as conecções das células nervosas na substância “gris” e logo em todos os órgãos. Em 1906 recebeu o Prêmio Nobel de Medicina. Segundo o autor espanhol e presidente do Centro de Estudos Históricos da Maçonaria, José Ferrer Benimeli, afirma em seu livro “A Maçonaria” ser o mesmo maçom.

Charies Robert Richet, 1850-1935
Filósofo Francês, uma das maiores figuras da medicina moderna, autor de numerosos estudos, dentro deles a imunologia, tendo feito grandes descobrimentos que permitiu um grande avanço na cura da epilepsia. Foi galardoado com o Prêmio Nobel de Medicina em 1913. Foi iniciado na Loja Cosmos de Paris em 1876.

Theodore Roosevelt, 1858-1919
Político e Presidente dos Estados Unidos 1901-1909, sua atitude de homem popular foi devido as suas intervenções saneando a política interior, controlando os Truste financeiros, reconheceu a Independência do Panamá. Em 1906 foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. Foi membro da Loja Matinecock Nr 306, Bahia Oyster de New York.

Thomas Mann, 1899 – 1955
Teve grande repercussão em 1975 na República Federal da Alemanha, as celebrações literárias pela passagem do primeiro centenário de nascimento de Thomas Mann, no dia 06 de junho. Em honra ao célebre escritor alemão, filho dileto da Maçonaria, agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura de 1929, foram dedicadas numerosas solenidades e publicações. Já em 1974, um livro sobre Thomas Mann, atingiu a lista de “Best Sellers”, do país: as reminiscências da esposa de noventa anos do grande literato, falecido em agosto de 1955 em Kilchberg, na Suíça. Embora pouca gente saiba, sua mãe, Julia da Silva Bruhns, era brasileira natural de Angra dos Reis, tendo contraído núpcias com o comerciante e senador Johns Heinrich Mann. Evocando as palavras de Gorthe, é o próprio Thomas Mann que escreve: “Indagando pela origem das inclinações herdadas, devo contatar que tenho de meu pai a maneira séria de encarar a vida, mas de minha mãe a natureza alegre e no mais amplo conceito artístico – sensitivo, o prazer de fabular”. Juntamente com as cidades de Munique – onde Thomas Mann viveu de 1893 a 1933, antes de ser perseguido pelos nazistas como “autor subversivo” – e depois de regressar aos EEUU, de 1952 até a sua morte – foi realizado uma Semana Thomas Mann de 01 a 08 de junho de 1975.

Elihu Root, 1845-1937
Político Norte-americano, secretário do Presidente Mac-kinley, membro do Tribunal de Haya, foi um dos fundadores de Tribunal do Mundo (o del Arbitraje). Em 1912 recebeu o Prêmio Nobel da Paz quando de visita a T. Roosevelt em Bahia Oyster, sendo membro da Loja Matinecoock Nr 306 como presidente vitalício.

Hernan Staudinger, 1881-1965
Destacado Professor de Química Alemão desempenhou suas atividades no Colégio Técnico Federal da Suissa, que lhe considera um dos fundadores da moderna indústria de plástico. Em 1953 recebeu o Prêmio Nobel de Química. Pese p fato de ser alemão, foi membro da Loja Suiza Modestia Cum Libertate.

Gustav Stresseman, 1878-1929
Político Alemão, foi Ministro entre 1923 e 1929, junto com Bismark é considerado como um dos políticos mais brilhantes de sua época. Em 1926 foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz junto com Brian, outro Maçom, por sua obra em prol da Paz. Em 1929 se uniu a Grande Loja Frederick Nr 618 em Berlim e foi um Honorário, Grande Oficial da Loja “Los Tres Globos”.

Fonte: JBNews - Informativo nº 154 - 28/11/2011

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

CORRESPONDÊNCIA RESERVADA, O SECRETÁRIO PODE ABRIR?

Em 02.07.2021 o Respeitável Irmão Alberto Alexandre G. Nogueira Júnior, Loja Gralha Azul, 2514, Benfeitora da Ordem, REAA, GOB-PR, Oriente de São José dos Pinhais, Paraná, pede opinião sobre o que segue:

CORRESPONDÊNCIA ENDEREÇADA AO VENERÁVEL MESTRE

Antes de solicitar o auxílio do Respeitável Irmão, agradeço a sua contribuição no esclarecimento dos diversos assuntos que envolvem a nossa Sublime Ordem.

A minha dúvida não está relacionada ao Rito praticado em minha Loja e nem ao desenvolvimento dos trabalhos em uma sessão (diretamente). E sim à administração da Oficina e foi levantada durante uma explanação que estava fazendo dos cargos ocupados em loja, no caso, o de Secretário.

Como sabemos, faz parte das suas atribuições, receber todo e qualquer documento dirigido a sua Loja. Desta forma, perguntamos:

Quando o Secretário recebe um envelope ou qualquer outro tipo de documento que venha dirigido: “AO VENERÁVEL MESTRE DA AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA...” levando em conta que é de sua responsabilidade a preparação antecipada e a leitura do expediente durante sessão, ele pode fazer a abertura ou verificação deste documento?

Considerando que, não está descrito neste impresso o termo: “ao Venerável Mestre EM MÃOS” que, logicamente deve ser respeitado em qualquer situação.

Quando apresentei esta questão, tivemos o entendimento divido entre Irmãos e fiquei responsável por trazer uma opinião que sustente um dos lados (deve ou não deve verificar o seu conteúdo).

Naquele momento, tivemos argumentos pertinentes na defesa das duas situações. Mas os irmãos de ambos os “lados”, em demonstração de pura condescendência, preferem escutar o seu parecer, a impor ou adotar um procedimento que não tenha pelo menos um pequeno assenso de todos.

CONSIDERAÇÕES:

De pronto, entendo que esse assunto nem deveria merecer discussão em Loja, sobretudo porque com clareza se trata de uma correspondência reservada a alguém, no caso, ao Venerável Mestre, portando o Secretário, ou outro qualquer, não deve abri-la sob nenhuma justificativa. É desejo do remetente que ela seja aberta reservadamente por quem ele indicou.

Compreenda-se que o Secretário da Loja organiza o expediente da Ordem do Dia, conferindo correspondências endereçadas à Loja como instituição, contudo isso não lhe dá o direito de abrir correspondências reservadas a alguém da Loja.

Quando uma correspondência for reservada a alguém, o Secretário deve encaminhar a missiva antes ao destinatário para que ele a abra, avalie e dê conhecimento, se for o caso.

Um exemplo de correspondência reservada ao Venerável Mestre é a Pal∴ Sem∴, cujo envelope lacrado o Secretário deve por primeiro encaminha-lo ao Venerável Mestre para que ele, exclusivamente ele, dê ciência à Loja na forma de costume.

Concluindo, o Secretário abre as correspondências endereçadas à Loja como instituição, já aquelas reservadas especificamente a um destinatário que é membro da Loja, como ao Venerável Mestre, por exemplo, devem ser encaminhadas intactas àquele indicado pelo remetente. É o que eu entendo.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

EM QUEM DEVEMOS NOS INSPIRAR? ARISTÓTELES E A ÉTICA

EM QUEM DEVEMOS NOS INSPIRAR? ARISTÓTELES E A ÉTICA
Ir∴ José Roberto Cardoso - Loja Estrela D´Alva 16 - Oriente de Ceilândia - DF (GLMDF)

Certamente que onde estivermos seremos o retrato do meio em que vivemos, até mesmo na Maçonaria, uma Ordem que se fundamenta nos princípios da Moral e da Razão e que vem sendo vilipendiada por profanos de avental que comungam das idéias dos políticos atuais e até fazem parte delas. Onde está nossa tradição, nossa inspiração, nosso dever?

Há muitos anos, um velho amigo me dizia: "a humanidade é podre e canalha"! Se voltarmos no tempo veremos que pouco mudou ou quase nada. As mesmas falcatruas e barbaridades do Senado romano estão ainda hoje presentes. A mesma proposição do Imperador Vespasiano, se referindo a pão e circo estão presentes...

Dá um desânimo danado...

Dá vontade de desistir de tudo, até por que nada mudou e nada vai mudar. Mas ainda assim, posso dizer que não sou como eles, não concordo com eles e vou continuar lutando.

Nós, Obreiros da Arte Real, devemos estar atentos e fazer o nosso papel, construindo um mundo melhor e honrando a letra do nosso Hino! Maçons alerta, tende firmeza!!!

Como ponto de reflexão transcrevo o texto a seguir:

Não há, nem poderia haver, a pretensão de publicar neste espaço um resumo que fosse de 'Ética a Nicômaco'. Aqui só pretendemos lembrar que esse tratado mais do que nunca precisa ser lido em nosso país. Ética e Política são inseparáveis em toda a obra de Aristóteles.

O filósofo não negligencia nem a Política, nem a Moral ao desenvolver sua concepção do que deve ser a vida dos cidadãos e se pronuncia sempre em direção à busca da Virtude, que deve ser a essência da Cidade. (Que, é bom recordar, tem na época o sentido de Cidade-Estado).

*A virtude ética é adquirida pelo hábito; não nascemos com ela, mas nossa natureza é capaz de adquiri-la e aperfeiçoá-la. A virtude tem dois aspectos, o intelectual e o moral; a virtude intelectual (sabedoria) provém em sua maior parte da instrução, que lhe é necessária para se manifestar e se desenvolver. Também exige prática e tempo, enquanto a virtude moral (prudência) é filha dos bons hábitos.

*Não nascemos com nenhuma virtude moral; na verdade, nada modifica uma condição que nos é dada pela natureza; por exemplo, a pedra tem um peso que é seu: nada muda essa situação, nem que ela seja jogada ao ar mil vezes ela perderá seu peso; o fogo não saberia descer, só sabe subir; e assim sucessivamente com todos os corpos que não podem modificar suas características originais. Ao nascer, não temos nem virtudes, nem vícios.

*Não é pois por um dom da natureza que uma virtude nasce em nós; somos sim naturalmente predispostos a adquiri-la e vivenciá-la, desde que a aperfeiçoemos pelo costume, assim como acontece com as artes e os ofícios.

*Aquilo que deve ser estudado, aprendemos pela prática: é construindo que nos tornamos arquitetos; é tocando a cítara que nos tornamos citaristas.

*O mesmo acontece com as virtudes. De tanto enfrentar situações perigosas e de nos habituar ao medo ou à audácia, passamos a ser pusilânimes ou corajosos.

*A virtude ética está relacionada com sentimentos e ações. No entanto, agir virtuosamente e ser virtuoso são coisas diferentes. Ser virtuoso requer três coisas: a) que a pessoa saiba o que está fazendo; b) que tenha a intenção de fazer o que está fazendo; c) que tenha essa intenção por saber que é o mais correto e por nenhum outro motivo; d) e que aja com firmeza e determinação.

*Sendo assim, o modo como somos educados desde a infância não tem pouca importância. Que digo? Tem importância extrema, na verdade é essencial. Por isso é importante exercer nossas atividades de modo virtuoso, determinadamente, pois as diferenças de conduta podem criar hábitos diferentes em quem nos cerca.

*Vejamos o que acontece nas cidades: os legisladores, ao bem habituá-los, formam cidadãos virtuosos. E essa deve ser a intenção de todo legislador. Todos aqueles que não se comportam assim, deixam de cumprir seu papel, pois é só por aí que uma Cidade difere da outra, uma boa Cidade de uma cidade má.

Aristóteles nasceu em 384 a.C, em Stagira, na margem norte do Mar Egeu. Seu pai, médico do rei da Macedônia, se chamava Nicômaco, nome que ele depois deu a seu filho. Foi preceptor de Alexandre, o Grande. Quando Alexandre já não precisa mais dele, ele volta para Atenas onde funda o Liceu. É a um seu aluno que devemos a herança de ler o que ele escreveu. Faleceu em Atenas, em 322 a.C.

Excertos traduzidos livremente de diversas traduções do original grego.

Extraído do Blog do NOBLAT

Fonte: http://joseroberto735.blogspot.com

domingo, 26 de dezembro de 2021

O BASTÃO E O SINAL

BASTÃO E O SINAL
(republicação)

Em 15/06/2017 o Respeitável Irmão Marcelo Gass, Loja Tríplice Aliança, 3.277, REAA, GOB-PR, Oriente de Toledo, Estado do Paraná, pede esclarecimentos.

Li no seu blog, sobre Sinal e Instrumentos de Trabalho, onde está bem claro de como fazer corretamente. Atendendo ao pedido de alguns Irmãos, minha questão é a seguinte: O Mestre de Cerimônias quando pega ou leva um Irmão ao seu lugar. Exemplo: vai pegar um Irmão Aprendiz para apresentação de uma Peça de Arquitetura entre colunas. Quando o Mestre de Cerimônias chega à Coluna do Norte, ele fica a Rigor, enquanto o Irmão Aprendiz desfaz o Sinal? Essa dúvida ficou entre os Irmãos, pois em nossa Loja, sempre que o Mestre de Cerimônias vai pegar um Irmão, o mesmo faz com o Bastão um movimento como se fosse fazendo o Sinal. Ou seja, passa o Bastão pelo lado esquerdo e traz até o direito, no mesmo momento que Irmão desfaz o Sinal.

CONSIDERAÇÕES:

Isso hoje não existe mais. Houve tempo que a prática de se levar o bastão ao lado esquerdo do corpo em posição de rigor era bastante disseminada, porquanto até nos nossos Manuais de Dinâmica, hoje revogados, essa prática era recomendada.

Hoje em dia, entretanto, não se adota mais essa prática, justamente porque o movimento parecia um Sinal e é sabido que não se usa instrumento de trabalho para com ele fazer Sinal. Do mesmo modo, o Ritual em vigência não prevê esse movimento.

Assim, atualmente estar à rigor com o bastão é simplesmente mantê-lo na vertical apoiado no chão com a mesma postura que se adota ao empunhá-lo em deslocamento, ou seja, com a mão direita, respectivo braço colado no lado direito do corpo tendo o antebraço para frente formando com o braço direito uma esquadria. O bastão, na vertical, vai empunhado pela sua porção mediana. 

Estando o Mestre de Cerimônias parado o bastão fica com a sua base apoiada no chão (à rigor); em deslocamento, obviamente o portador o levanta suficientemente para que o mesmo não arraste no chão durante o trajeto.

Em síntese, andando ou parado a posição é quase estática, não existindo mais aquele movimento com o braço direito girando em direção do lado esquerdo do corpo e voltando.

Dúvidas a respeito: consulte os Procedimentos Ritualísticos do GOB-PR edição de 2016 (atualizada), qualquer dos volumes para os três graus.

No que diz respeito aos deslocamentos que envolvem a condução de alguém, o Mestre de Cerimônias parado, simplesmente fica à rigor, até porque ele não está saudando ninguém. O seu conduzido ao levantar é que compõe o Sinal ao ficar em pé, já que quem estiver em pé sem empunhar instrumento de trabalho fica à Ordem. Ao iniciar o deslocamento seguindo o seu guia, desfaz imediatamente o Sinal, pois nessa situação, não se anda com o Sinal. A propósito isso não é saudação, senão o cumprimento da regra de compor em pé o Sinal de Ordem e desfazê-lo pela pena simbólica para iniciar um deslocamento. Note que procedimentos podem ser iguais, entretanto nem sempre o objetivo será o mesmo. Compor e desfazer um Sinal não significa que se está irrestritamente saudando alguém.

Concluindo e ratificando a questão do movimento com o bastão, esse hoje em dia não existe mais, pois não se faz nenhum sinal com instrumentos de trabalho.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br