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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sábado, 30 de abril de 2022

REAA - SAUDAÇÃO AOS VISITANTES - ORADOR OU VENERÁVEL?

SAUDAÇÃO AOS VISITANTES
(republicação)

Em 10/08/2017 o Respeitável Irmão Orlando Sanchez Junior, Loja Amor e Liberdade 2427, REAA, GOB-PR, Oriente de Ivaiporã, Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento:

Tenho um questionamento quanto à saudação dos visitantes em Loja. O Orador é o responsável por tais saudações, mas não concordo com isso, porque quando o Venerável Mestre está com a palavra ele vai repetir toda a saudação aos visitantes, o que acho mais coerente, já que como presidente da Sessão, ele faz o papel de anfitrião e acho muito estranho quando o Venerável Mestre não toma esta atitude, mesmo sabendo que estamos entre Irmãos e que todos conhecem a ritualística. Penso que somente o Venerável Mestre deveria fazer está saudação, mas não tenho conhecimento ritualístico que justifique ao Orador tal função.

CONSIDERAÇÕES:

Antes devo lembra-lo que o Venerável Mestre é um dos obreiros que menos manifesta a sua opinião ou se pronuncia em determinadas ocasiões em Loja. 

Além do mais, o último obreiro a se pronunciar em nome da Loja antes do encerramento ritualístico é o Orador, salvo se estiver presente o Grão-Mestre, já que nessa situação, ele é o último a falar.

Também, não é o Venerável Mestre o anfitrião, porém é a Loja que ele preside que é quem recebe os visitantes. O Venerável a dirige e para que a sua direção seja bem sucedida, cada Dignidade e cada Oficial deve trabalhar conforme a liturgia do Rito.

Assim, não deve existir nada de “estranho”, pois não é atribuição do Venerável Mestre saudar os Irmãos visitantes, já que essa atribuição é, de acordo com nossos usos e costumes, do Orador, e isso inclusive está descrito no Ritual de Aprendiz em vigência, página 77, no explicativo correspondente quando o Venerável Mestre coloca a palavra no Oriente antes do encerramento ritualístico. Menciona o referido explicativo:

Reinando silêncio o Ven\ fará os avisos e comentários, deixando a saudação aos VVisit⸫ para o Ir⸫ Orad⸫” (o grifo é meu). 

Ainda, na página 77 no último explicativo consta o seguinte: 

O Orad⸫ fará uma rápida análise dos trabalhos, saúda os VVisit⸫ (o grifo é meu) dando, então, a sessão como...”.

O que não pode existir é o péssimo costume de alguns Veneráveis Mestres que se antecipam e ficam a exercer um ofício que não é o seu – nesse caso o de saudar os visitantes.

No que diz respeito às origens do cargo da Dignidade do Orador, sugiro que seja consultada bibliografia relativa ao tronco francês de Maçonaria e a evolução dos ritos e rituais no século XIX. Essa pesquisa é vasta, trabalhosa, mas compensadora (nem tudo está pronto e nem condensado em escritos maçônicos).

O Orador, além de ser o Guardião da Lei, era ele quem no passado conferia o produto auferido pela doação dos “metais” que eram destinados às obras de benemerência da Loja e trazidos pelos visitantes. Nessa ocasião ele os agradecia pela ajuda nos trabalhos e pelos “metais” trazidos que reforçavam o “tronco” da Loja. O termo “metais” se referia aos “metais preciosos” e às medalhas cunhadas que eram na época pesados e conferidos na presença de todos (não existiam cédulas de papel). É desse agradecimento e saudação que se originou o costume de se atribuir ainda hoje ao Orador à missão de cumprimentar os visitantes (ainda existem bons rituais onde genuinamente o Orador é quem confere o produto do Tronco).

Então, como se pode notar, as coisas parecem bem claras nesse sentido. É direito seu em não concordar, porém é nossa obrigação seguir o que está legalmente aprovado. Alterações no ritual são possíveis sim, desde que, se fundamentadas, sigam elas os trâmites legais para aprovação e publicação pelo Poder Central.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE JOE FRAZIER

JOSEPH WILLIAM FRAZIER (Beaufort, Carolina do Sul, 1944 - Filadélfia, 2011). Conhecido como Smokin' Joe, foi um pugilista norte-americano, campeão mundial de boxe na categoria de pesos-pesados. Sua carreira estendeu-se pelas décadas de 1960 e 1970, ficando famosos pelos combates que disputou com Muhammad Ali e George Foreman pelo título de campeão de pesos pesados. Foi o primeiro a derrotar Muhammad Ali. As famosas cenas da corrida na escadaria do museu e do treino com socos em carne congelada do filme Rocky foram baseadas no método peculiar de treinamento de Frazier no início da carreira.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 28 de março de 2009.

Loja: MB Taylor Lodge No. 141 em Hammonton, Nova Jersey.

Idade: 64 anos.

Oriente Eterno: Faleceu aos 67 anos, em consequência de um câncer de fígado, diagnosticado apenas um mês antes de sua morte.

Fonte: famososmacons.blogspot.com

O TRABALHO FORA DE LOJA: SEGUNDO VIGILANTE

O TRABALHO FORA DE LOJA: SEGUNDO VIGILANTE
Rui Bandeira

Ao Segundo Vigilante de uma Loja maçónica compete, além do exercício das funções rituais, a coadjuvação do Venerável Mestre na administração da Loja, em conjunto com o Primeiro Vigilante, e, sobretudo, a superintendência no trabalho e na formação dos Aprendizes.

Quanto ao seu papel na administração da Loja, se nele falhar ou executar deficientemente, tal implicará uma sobrecarga do Venerável Mestre (que terá de suprir a falta ou a deficiência no auxílio) e, sobretudo uma quebra ou uma deficiência na planificação e execução de longo prazo da atividade da Loja. Não é por acaso que, pese embora a Loja delegue a responsabilidade e o poder de decisão no Venerável Mestre, se refira que a administração do grupo recai sobre as "Luzes da Loja", ou seja, no conjunto composto pelo Venerável Mestre e os dois Vigilantes. Porque tendencial - e desejavelmente - estes três Oficiais da Loja cumprem uma linha de sucessão na direção da mesma, a boa cooperação entre esta tríade, independentemente das alterações concretas dos elementos que nela se integram, permite um desenvolvimento harmonioso, a longo prazo, do trabalho da Loja. O Segundo Vigilante tem dois anos para se preparar para o exercício do ofício de Venerável Mestre. O Venerável Mestre pode iniciar ou prosseguir projetos de longo prazo, com o conhecimento e a participação dos seus Vigilantes, sabendo que eles estarão aptos a dar continuidade aos projetos e a inserir neles, se necessário, as modificações que se mostrem aconselháveis.

Mas o principal objetivo, a principal tarefa, do Segundo Vigilante é assegurar o acolhimento, a integração e a preparação dos Aprendizes. E essa tarefa, para ser bem executada, não pode ser deixada apenas para os dias de sessão. O Segundo Vigilante tem de ter disponibilidade, interesse e organização para acompanhar individualmente cada Aprendiz.

Quando é iniciado numa Loja maçónica, o novel Aprendiz, por regra, entra num grupo em que conhece muito poucos elementos (por vezes só um ou dois), com regras estabelecidas que inicialmente desconhece e cujo conhecimento tem de adquirir em simultâneo com o seu cumprimento, e com uma ligação forte entre os seus elementos. Sente-se um estranho, um peixe recém-entrado num aquário já bem povoado... Para que a sua integração no grupo ocorra rápida, fácil e harmoniosamente, é importante o apoio do Segundo Vigilante. É este quem deve dar as primeiras indicações, os primeiros esclarecimentos, ao novo elemento, quem deve zelar pela rápida e tranquilizadora integração do novo "peixe" na segurança do "cardume" dos Aprendizes, com ele e nele tomando conhecimento dos "meandros do aquário".

Paralelamente à integração dos novos elementos, compete ao Segundo Vigilante coordenar a sua formação. Afinal de contas, Aprendiz é para aprender... Esta tarefa é complexa a vários títulos. Desde logo, porque naturalmente haverá Aprendizes em vários estádios de integração e formação, havendo que corresponder às necessidades de cada um de forma individualizada. As necessidades de integração e de auxílio na formação de um Aprendiz recém-iniciado são, naturalmente, diversas de um outro que já leva alguns meses de integração ou de um terceiro que tem já a sua primeira fase de preparação quase terminada e que ultima a elaboração e apresentação da sua prancha de proficiência ou que, apresentada esta, aguarda a oportunidade para o seu aumento de salário.

Mas também há que ter noção que coordenar a formação de um grupo de Aprendizes maçons não tem rigorosamente nada a ver com lecionar uma turma de jovens estudantes. Os Aprendizes maçons serão Aprendizes, mas são homens ativos, alguns homens maduros, em pleno auge das suas carreiras profissionais ou já na fase mais avançada dela, com famílias constituídas, responsabilidades que asseguram, filhos que educam e guiam. São Aprendizes, mas não são - longe disso! - meninos! O tempo em que aprendiam ouvindo as preleções do "sôtor" já é para eles passado, para alguns já longínquo.

O Segundo Vigilante tem de coordenar a formação do conjunto de Aprendizes, normalmente heterogéneo, em termos de idade, de experiências de vida, de formações académicas, profissionais e culturais e em diferentes estádios de desenvolvimento na aprendizagem da Arte Real. Mas, com todas estas diferenças, são, Aprendizes e Vigilante, essencialmente IGUAIS. Não há qualquer relação de superioridade, nem intelectual, nem académica, nem de responsabilidade. A única coisa que diferencia o Vigilante dos seus Aprendizes é tão só a experiência em Maçonaria que aquele adquiriu e que tem a obrigação de ajudar a que estes adquiram.

A tarefa de coordenar a formação dos Aprendizes não é, pois, fácil. Cada Vigilante terá de a desempenhar por si, em função das suas circunstâncias, das suas disponibilidades, das suas capacidades, das caraterísticas do grupo e dos indivíduos que lhe cabe coordenar.

Não há, assim, um modelo único de formação que se possa aconselhar. Nem sequer um único método a seguir. No entanto, pode-se sugerir um plano e um método de formação que - sempre sujeito e aberto às adaptações e alterações que cada Vigilante entender necessárias e justificadas - se entende adequado para atender às diferenças do grupo de Aprendizes e apto a captar e manter o interesse de gente por vezes já altamente formada e especializada nos respetivos campos profissionais e que, assim, não está propriamente na disposição de regredir aos seus tempos de polidores dos bancos da escola.

Sugiro que, no início das suas funções, no dealbar do ano maçónico, o Segundo Vigilante selecione até sete temas, não mais, que constituirão a base da formação de Aprendizes nesse ano. Uma hipótese (entre muitas e variadas) pode ser, por exemplo:

1) HISTÓRIA DA MAÇONARIA
2) SÍMBOLOS DO GRAU
3) VALORES MAÇÓNICOS
4) RITUAL DE INICIAÇÃO
5) O MAÇOM PERANTE O CRIADOR
6) O MAÇOM PERANTE SI PRÓPRIO
7) O MAÇOM PERANTE A SOCIEDADE

Repare-se que cada um destes temas é suficientemente amplo e aberto para ser abordado, tratado, desenvolvido, de uma miríade de diferentes maneiras. É esse o objetivo! Não se vai ensinar nada a ninguém, muito menos um pensamento único ou uma visão "correta". Como homens livres e de bons costumes que são, com a maturidade que lhes foi reconhecida como apta a integrar a Loja, os Aprendizes não precisam de ser ensinados, de receber lições. Apreciarão, pelo contrário, enquadramento e meios para que cada um aprenda o que quiser, pelo ângulo que entender, com a perspetiva que achar melhor.

A cada tema corresponderá um ciclo de trabalho de duas sessões e um desenvolvimento.

Para a primeira sessão de cada ciclo, o SEGUNDO VIGILANTE deve ter identificada e preparada (desejavelmente em ficheiros informáticos para serem disponibilizados aos Aprendizes) bibliografia sobre o tema, nos vários aspetos e abrangências dele, tão variada quanto possível - cinco a dez obras ou trabalhos.

Na primeira sessão do ciclo, o Segundo Vigilante deve introduzir o tema, designadamente chamando a atenção para os aspetos mais importantes nele, os subtemas ou questões que acha que serão importantes que os Aprendizes sobre eles debrucem a sua atenção. Deve indicar a bibliografia, de preferência chamando a atenção para diferentes formas de tratar o tema ou os diferentes aspetos abrangidos pelos trabalhos disponibilizados. Deve designar um LÍDER DE DISCUSSÃO para a sessão seguinte sobre o tema. De preferência, os líderes de discussão devem ser designados por ordem de antiguidade dos Aprendizes. O LÍDER DE DISCUSSÃO fica com o encargo de preparar e dirigir a discussão sobre o tema na sessão de trabalho subsequente, escolhendo vários aspetos do tema a tratar para colocar em debate, competindo-lhe garantir que, na sessão seguinte, haja mesmo discussão, debate sobre o tema, sem tempos mortos. Finalmente, o Segundo Vigilante designa a data da sessão de trabalho subsequente, exorta os Aprendizes a prepará-la lendo a bibliografia fornecida e o mais que entenderem e acentua que a sessão subsequente consistirá num debate de todos sobre o tema, dirigido pelo LÍDER DE DISCUSSÃO, que só será proveitoso se todos e cada um, entre as duas sessões, lerem a bibliografia, aprenderem sobre o tema e se prepararem para, expondo o que cada um aprendeu, ajudar à aprendizagem dos demais.

Na segunda sessão. processa-se a discussão do tema, sob a direção do LÍDER DE DISCUSSÃO. Esta será tanto mais proveitosa quanto melhor o LÍDER DE DISCUSSÃO e os demais Aprendizes se tiverem preparado entre as duas sessões. Se porventura ninguém se tiver preparado convenientemente, provavelmente a sessão será muito aborrecida, constrangedora e muito pouco proveitosa... Mas, pelo menos ensinará a todos que, em Maçonaria, não se ensina, aprende-se - e que a aprendizagem é um esforço individual de cada um, posto em comum com o grupo. Na discussão da segunda sessão, o Segundo Vigilante deve intervir o menos possível - apenas quando necessário para repor a conversa no tema, quando o grupo dele se afastar (as conversas são como as cerejas...).

Finalmente, após a segunda sessão, o LÍDER DE DISCUSSÃO fica encarregado de preparar e apresentar uma prancha sobre o tema - que poderá vir a ser a sua prancha de proficiência para aumento de salário.

Repete-se, ao longo do ano, este esquema, com os vários temas. Ao fim do ano, tem-se Aprendizes preparados, não por terem ouvido umas preleções, mas por se terem debruçado sobre vários temas, por si e para si e para todos. Tem-se trabalhos elaborados - e tendencialmente de boa qualidade, porque resultantes de discussão em grupo e elaborados por quem se preparou para dirigir essa discussão. Tem-se um conjunto de obreiros que criou naturalmente espírito de grupo. O Segundo Vigilante ainda tem o bónus de, no ano seguinte, ir ter, como Primeiro Vigilante, Companheiros que foram Aprendizes bem preparados e bem habituados a preparar-se.

Finalmente, este método permite que, com toda a naturalidade e sem custo, sem demasiado esforço nem dificuldade, os novos Aprendizes que sejam iniciados ao longo do ano se integrem no trabalho da Coluna de Aprendizes, No ano seguinte, o trabalho recomeça. com os mesmos ou outros temas, ou alguns destes e temas novos, consoante o entender o Segundo Vigilante de então.

Não tenho dúvidas que uma Loja que siga consistentemente este método de formação de Aprendizes terá, mais cedo do que mais tarde, um escol,de obreiros da melhor qualidade, prosperará e cumprirá devidamente o seu papel de fazer, cada vez mais, de homens bons homens melhores!

Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

sexta-feira, 29 de abril de 2022

DÚVIDA NO RITUAL DE EXALTAÇÃO

DÚVIDA NO RITUAL DE EXALTAÇÃO
(republicação)

Em 10/08/2017 o Respeitável Irmão Emiliano Vicente, atual Venerável Mestre da Loja Joaquim Nabuco 18, nº 3.152, REAA, GOB-PE, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco, apresenta a seguinte questão:

Estimado Irmão Pedro Juk,
Encontramos dificuldade na interpretação e consequentemente na prática de uma parte de nossa EXALTAÇÃO (Ritual de Mestre Maçom, 2009, pág. 132), onde aparentemente se trata de um diálogo entre Venerável Mestre, Mestre de Cerimônias e recém Exaltados.
Você poderia elucidar a questão, e como de forma prática devemos executá-la?

CONSIDERAÇÕES:

Eu já escrevi bastante sobre essa passagem ritualística. Os textos andam espalhados por aí. 

Trata-se ela de uma remota reminiscência do telhamento que antecede a transmissão da Pal⸫ Sagr⸫ do Mestre durante o telhamento do REAA⸫

Essa prática é na verdade um gesto de precaução para que um Mestre se certifique da qualidade do seu oponente (se ele é realmente um Mestre Maçom). 

Nesse interim então o Mestre que é examinado precisa saber que o T⸫ no 3º Grau somente é dado pela composição dos C⸫ PP⸫ PP⸫ da Maç⸫ (antigamente do Companheirismo) e, para tal, antes de se executar o conjunto completo do T⸫, há necessidade de cautela para que ele não seja dado aleatoriamente sem as devidas precauções. 

Nesse sentido existe então um interrogatório que só começa depois da pergunta feita pelo examinador: “Quereis ir mais longe”. 

O examinado então, querendo prosseguir, sem nada pronunciar, adota imediatamente a postura que lhe foi ensinada no 6º parágrafo da página 132 do Ritual em vigência – esse gesto de imediato corresponde à resposta afirmativa. 

Ocorre, entretanto, que infelizmente existe um pequeno trecho impresso nessa explicação ritualística que, além de equivocado, é ainda incompreensível, ou melhor, inexequível. 

Trata-se da seguinte parte da descrição assim impressa no ritual: (...) e com a m⸫ e⸫ sobre a c⸫ formai uma e⸫. Na realidade o trecho deveria ser assim descrito de modo correto: (...) e com a m⸫ e⸫ sobre a c⸫, formai com os pp⸫ uu⸫ pelos cc⸫ uma e⸫ (o grifado é a parte que falta para dar sentido à explicação). Na verdade, a e⸫ é feita com os pp⸫. É isso que falta descrever.

Sendo o gesto agora compreensível e exequível, entenda-se que somente depois de assumida essa postura pelo examinado é que o examinador formará com ele a G⸫. 

Com a G⸫ formada entre os protagonistas, o examinador dá continuidade ao telhamento pronunciando as questões seguintes descritas no ritual, sendo as quais respondidas uma a uma pelo examinado conforme o previsto.

Respondidas as perguntas pelo examinado, ambos ficam à Ordem no 3º Grau, se saúdam pelo Sin⸫ Pen⸫, fazem o Sin⸫ de H⸫ e a devida exclamação formando em seguida os C⸫PP⸫ PP⸫ da Maç⸫.

Somente depois de formados os C⸫ PP⸫ é que a Pal⸫ Sagr⸫ do Mestre é transmitida.

É oportuno mencionar que os C⸫ PP⸫ PP⸫ na ordem como determina o ritual têm o seguinte significado simbólico: primeiro ponto, a estabilidade; segundo, o equilíbrio; terceiro, o amparo; quarto, o apoio e por fim o quinto, a fraternidade. Esses C⸫ PP⸫ PP⸫ têm origem na cena teatral em que H\ é revivido no teatro da Exaltação.

Dados os erros e acertos ocorridos na impressão do ritual, é essa a prática que inspira cautela durante a transmissão da Pal⸫ Sagr⸫ durante um telhamento completo no Terceiro Grau do REAA⸫.

Concluindo, ficam as seguintes observações: primeira é a de que fugindo dessas características tradicionais, já inventaram uma transmissão abreviada que desafortunadamente foi também incluída no ritual (vide página 40 no Cobridor do Grau do Mestre e a opção do T⸫ e transmissão formando-se apenas a G⸫ e gir⸫ os pp⸫ à dir⸫ e à esq⸫). Provavelmente por pura preguiça que retira toda a beleza e interpretação dos C⸫PP⸫PP⸫ da Maç⸫. A segunda e última observação é a de que eu radicalizei nas abreviações maçônicas para me proteger dos ataques dos puristas de plantão.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

O GRANDE CISMA DA MAÇONARIA - OS ANTIGOS E OS MODERNOS

O GRANDE CISMA DA MAÇONARIA - OS ANTIGOS E OS MODERNOS
H.L.Haywood
Tradução J. Filardo


De todos os capítulos dessa longa e variada história de nossa Arte, nenhum é mais interessante ou mais importante do que aquele que conta como um competidor cresceu com a Primeira Grande Loja (descrita no capítulo anterior), como ambas se tornaram rivais, e como elas finalmente vieram a se reconciliar. Assim, os leitores podem aprender como certas mudanças ocorreram na Ordem, mudanças que ainda os confundem e também, em certa medida, a razão pela qual as cerimônias maçônicas na América diferem daquelas praticadas na Inglaterra e também entre diferentes estados americanos. Por conta do espaço, apenas um rápido resumo de muitos eventos pode ser tentado aqui; quem estiver à procura de mais detalhes deve consultar os livros listados na bibliografia e, em particular, Masonic Facts and Fictions de Henry Sadler, o clássico nessa área.

I. AS CAUSAS QUE CONDUZIRAM À DISPUTA

Não é possível, absolutamente, desenvolver uma história conectada e detalhada de todas as causas que levaram à formação de uma nova Grande Loja e, pelas mesmas razões, é impossível apontar para um determinado ano ou um determinado lugar e dizer: aqui é onde tudo começou. Tudo aconteceu gradualmente e a partir de muitas forças em operação.

Um dos principais resultados da fundação da primeira Grande Loja estabelecida em Londres em 1717 foi que a Maçonaria Especulativa suprimira completamente a Maçonaria Operativa. Essa mudança radical na natureza íntima da Arte não poderia deixar de despertar oposição. Supõe-se, por exemplo, que as dificuldades por que passou Anthony Sayer após ter sido o primeiro Grão-Mestre, podem ter sido devidas à sua aversão ao novo regime, vez que ele era um antigo Maçom Operativo. Agora é impossível determinar quantos problemas a grande mudança causou, ou quanto tempo durou, mas parece óbvio que o ressentimento contra a nova ordem das coisas perdurou por muito tempo em algumas áreas, e que lojas inteiras se recusaram por muitos anos a consentir em tal abandono dos usos antigos.

Outra importante causa de problemas nos primeiros anos da primeira Grande Loja foi a adoção do “Parágrafo Concernente a Deus e à Religião” [1]nas Constituições de Anderson. Antes de 1717, os fundamentos dos maçons eram a religião cristã e a própria Arte, a julgar por suas próprias Constituições, era francamente cristã trinitária. As novas Constituições, agora associadas ao nome de Anderson, mudaram tudo; segundo a sua formulação um tanto ambígua, o maçom era obrigado apenas a pertencer a uma religião, aquela “em que todos os homens de bem estão de acordo”. Essa novidade não agradou aqueles que desejavam ver a Maçonaria permanecer especificamente cristã e, portanto, tiveram problemas com isso.

A partir dos registros da própria Primeira Grande Loja, fica evidente que nem tudo foi fácil.

Havia reclamações constantes sobre “iniciações irregulares”, mas pouco foi feito para evitar isto; também parece que os assuntos da Grande Loja eram tratados com desleixo, se não total negligência. Um bom exemplo disso é fornecido no caso de Lord Byron[2], que foi eleito Grão-Mestre em 30 de abril de 1747. Este cavalheiro, conhecido como “o demoníaco Lord Byron”, apareceu diante de seus irmãos apenas cinco vezes em cinco anos, e parece ter dedicado pouca atenção às suas responsabilidades. O descaso despertou tantos sentimentos que “era opinião de muitos velhos maçons que uma consulta era necessária para a eleição de um novo grão-mestre mais ativo”; eles “se reuniram para este propósito” e teriam feito isso se não fosse pela intervenção do irmão Thomas Manningham, M.D.

A partir desse caso e de outros casos semelhantes que poderiam ser citados, pode-se julgar que a Grande Loja não mantinha muito controle das rédeas, fato que ajudará a explicar a sequência de eventos.

II- INOVAÇÕES FORAM FEITAS

A pior coisa, isto é, “pior” da perspectiva dos irmãos conservadores da época, é que a primeira Grande Loja havia feito, deliberadamente, “inovações” drásticas nas forma antigas, algo que se acredita ter sido feito como segue: depois que a Maçonaria se tornou mais ou menos popular em Londres, muitos homens quiseram encontrar o caminho para as lojas sem o custo problemático da iniciação. Para atender às suas necessidades, “exposições ou divulgações” foram publicadas, sendo a mais notável delas o livro Maçonaria Dissecada, por um certo Samuel Prichard, descrito como um “membro falecido de uma loja constituída”. Em vista disso, o “clandestinismo” tornou-se tão comum que a Grande Loja, em sua própria defesa, acabou decidindo que mudanças seriam feitas no trabalho esotérico que permitiria às lojas regulares detectar fraudes. Hoje é quase impossível saber com certeza o que exatamente foi modificado, mas de acordo com os inimigos da Grande Loja de 1717 e as referências espalhadas por todos os registros da Grande Loja, elas foram mais ou menos as seguintes: A cerimônia de instalação do Venerável Mestre de Loja foi abolida ou passou a ser automática; o Terceiro Grau foi reformado o simbolismo da preparação de um candidato foi modificado; um dos segredos mais importantes do primeiro grau foi transferido para o segundo, e vice-versa; alguns dos antigos “segredos geométricos” há muito praticados entre “antigos maçons” foram completamente omitidos ou substituídos de forma a se tornarem irreconhecíveis, etc. A prova de que tais acusações de inovações tinham fundamento é, de fato, um dos itens da edição de 1784 das Constituições da Grande Loja de 1717, que diz: “Algumas variações foram feitas na forma estabelecida”, e continua explicando que essas mudanças foram feitas, “mais efetivamente para mantê-los [isto é, os cowans ou clandestinos] e seus cúmplices afastados das lojas”.

Outra causa que contribuiu para as inovações é o Arco Real[3], um assunto particularmente difícil de tratar, principalmente no papel e, principalmente, em pouco espaço. Laurence Dermott[4], o gênio criativo da nova Grande Loja (da qual falarei logo em seguida), certa vez escreveu estas palavras:

“Um maçom moderno e membro de uma loja sob a Grande Loja de 1717 pode comunicar com segurança todos os seus segredos a um antigo maçom, um membro de uma loja sob as Constituições da Grande Loja iniciada em 1751, mas um antigo maçom não pode com segurança comunicar todos os seus segredos a um maçom moderno sem qualquer cerimônia.”

Depois de citar essas palavras, e algumas outras que não preciso incluir aqui, o irmão Fred J.W. Crowe, em sua revisão da História Concisa da Maçonaria de Gould, observa que, “Não há dúvida de que essas diferenças consistem em mudanças no Terceiro Grau e na introdução do Arco Real”.

III – O ARCO REAL SE TORNOU UM PROBLEMA

A teoria é que, em sua reorganização do Ritual, Dr. Desaguliers e seus companheiros logo nos primeiros dias da Grande Loja de 1717 deixaram o Terceiro Grau sem sua conclusão lógica, de modo que um certo segredo vital foi perdido, mas não foi encontrado; e que muitos irmãos, para completar o simbolismo, adaptaram ou criaram uma cerimônia complementar para reparar os danos. Ao fazer isso, eles contradisseram as práticas da Grande Loja de 1717 e foram, portanto, estigmatizados como “irregulares”. Firmemente convencidos de que estavam certos e que a Grande Loja estava errada, eles continuaram seu caminho até que finalmente fundaram sua própria Grande Loja. Isso, como afirmado acima, é uma “teoria”, mas há fatos que a sustentam e é razoável diante do que se sabe.

Quaisquer que sejam os fatos, é certo que após a formação da nova Grande Loja, ela usou a cerimônia conhecida como Arco Real e a realizava como uma parte legítima da Maçonaria antiga[5]. Os resultados disso foram brevemente descritos por W.J. Hughan em uma comunicação citada na página 1185 da História Revisada da Maçonaria de Mackey, pelo irmão Robert I. Clegg:

“O Grau do Arco Real não foi iniciado por estes” Antigos” [quando a nova Grande Loja apareceu], mas apenas adaptado por eles como uma cerimônia autorizada. Em sua defesa, os “Modernos” [nome dados à Grande Loja de 1717 pelos Maçons Antigos e Aceitos], que havia trabalhado nela antes da origem dos “Maçons de Atholl” [outro nome dado à nova Grande Loja], mas, não oficialmente, gradualmente deram-lhe mais importância. Em 1767, eles formaram um Grande Capítulo do Arco Real e emitiram Cartas Patentes de Capítulos, promovendo o grau mais que os “Antigos”, embora não fossem reconhecidos por sua Grande Loja; então, quando as duas Grandes Lojas se uniram, em dezembro de 1813, o caminho estava preparado para a inauguração do ‘Grande Capítulo Unido’em 1817, e a cerimônia foi adotada como uma conclusão da cerimônia do Mestre Maçom, não como um grau separado e independente.“

A mais importante teoria sobre a origem da nova Grande Loja é a desenvolvida por Henry Sadler, embora a palavra “teoria”, diante dos muitos fatos reunidos em seu livro Masonic Facts and Fictions, sejam fracos demais para sugerir a força e poder de seu raciocínio. Devemos nos contentar em resumir brevemente os resultados obtidos neste livro notável.

O resultado mais importante do trabalho de Sadler foi abolir a velha noção de que a Grande Loja “Antiga” resultou de um “cisma” ou uma “secessão” da Grande Loja mais antiga. A teoria “cismática” foi tornada público pela Grande Loja mais antiga e foi geralmente aceito entre seus apoiadores e defensores; até mesmo Gould, que normalmente era tão independente em suas teorias, teimosamente agarrou-se a ela muito depois de outros terem se convencido do ponto de vista de Sadler, razão pela qual foi considerado prudente revisar sua história concisa. Sadler esclareceu que a Grande Loja “Antiga”não nasceu de uma cisão da Grande Loja de 1717, mas de causas independentes, e em um momento antes da adoção da doutrina da jurisdição exclusiva ter sido adoptada, portanto, não havia ilegalidade nisso.

O segundo resultado mais importante de sua pesquisa é que a principal fonte de inspiração para a fundação da Grande Loja “Antiga” veio de maçons irlandeses que haviam se estabelecido em Londres e não eram reconhecidos pela Grande Loja de 1717. Sadler mostra que a maioria dos membros da primeira loja autorizada pelos “Antigos“ eram irlandeses e que eles copiaram os usos e costumes da Grande Loja da Irlanda, que nas conversas da época foram devidamente apelidados de “Maçons Irlandeses”. A maioria desses homens pertencia às classes “inferiores”, pintores, alfaiates, mecânicos, trabalhadores, etc., contrastando assim fortemente com os membros das lojas que trabalhavam sob a Grande Loja de 1717.

IV – OS “ANTIGOS” ERAM MAIS PRÓXIMOS DA GRANDE LOJA DA IRLANDA

Os “Antigos” diferiam muito em suas práticas da Grande Loja mais antiga (1717) e, ao mesmo tempo, e de forma diferente, aproximavam-se dos costumes da Grande Loja da Irlanda. O resumo do próprio Sadler sobre isso pode ser dado:

“É, sem dúvida, suficiente que eu simplesmente mencione os principais pontos de conexão restantes e da mesma forma, sem mais comentários: O Livro das Constituições e os Estatutos das lojas privadas; Cartas constitutivas reconhecendo o grau do Real Arco; Selos da Grande Loja, bem como o método de afixá-los nas mesmas cores [as mesmas, isto é, as da Grande Loja da Irlanda], que, até onde eu sei, não foram usados por nenhuma outra Grande Loja; Certificados em Latim e Inglês; Constituição de uma loja apenas para Grandes Oficiais, e os nomes dos membros inseridos na frente do livro; Sistema de registro nos livros da Grande Loja; o fato de que os “Antigos” foram chamados de “Maçons irlandeses”, suas lojas “Lojas irlandesas” e suas cartas patentes ‘cartas constitutivas irlandesas’ por escritores independentes e não oficiais em diferentes momentos, de cerca de quinze anos após sua organização em 1751 até o final do século passado.” [isto é, do século XVIII].

Após a organização da nova Grande Loja e depois que ela começou se chocar com o corpo mais antigo, é claro, os defensores dos “Antigos” passaram a apresentar argumentos para defender suas próprias posições; em grande medida, esses argumentos eram apenas uma apelação especial e não deveriam ser levados muito a sério atualmente. Este, por exemplo, era o argumento de Dermott de que a primeira Grande Loja fora constituída ilegalmente. Em seu Ahiman Rezon (ANEXO V), edição de 1778, ele diz que “para formar uma grande loja, são necessários Mestres e Vigilantes de cinco lojas regulares”, e afirma que “isso é bem conhecido por todos os homens familiarizados com as leis antigas, usos, costumes e cerimônias dos mestres maçons, que nem é preciso dizer mais nada.” Dermott devia saber na época que tal declaração não tinha fundamento; nunca existiu tal lei. Com o tempo, esse argumento foi substituído por outro no sentido de que os “Antigos“ montaram uma loja para si mesmos, já que a Grande Loja mais antiga era culpada de inovações que, embora certamente verdade, não podiam se sustentar muito bem porque os próprios “Antigos” eram culpados de muitas inovações próprias; porque eles trouxeram um grau maçônico completamente novo ao sistema, uma inovação de primeira classe, poder-se-ia imaginar.

V. CRIAÇÃO DA GRANDE LOJA “ANTIGA”

Vejamos agora como surgiu a Grande Loja “Antiga”.

Antes, porém, direi alguma coisa sobre Laurence Dermott, que apareceu extensivamente em tudo o que aconteceu, recomendando que o leitor folheie as Notes de W.M. Bywater sobre Laurence Dermott e sua Obra publicado em Londres em 1884. Dermott nasceu na Irlanda em 1720, vinte e dois anos antes do nascimento de William Preston, que nasceu em Edimburgo em 28 de julho de 1742 e é o único de todos os luminares da Maçonaria desta geração a compartilhar com Dermott uma reputação igual. Dermott foi feito maçom na Irlanda em 1740 e percorreu os cargos da Loja No. 26 na Irlanda, onde foi empossado Venerável Mestre em 24 de junho de 1746. Aparentemente, ele era muito educado para a época, e Gould pensa que ele provavelmente conhecia um pouco de hebraico, o que seria a razão de seu carinho por cobrir suas obras com caracteres hebraicos, idioma antigo e difícil! Ele se mudou para Londres, provavelmente ainda jovem, com pouco dinheiro, mas muitos estratagemas fermentando em sua cabeça; ele era infatigável, alerta, inteligente, sarcástico e muitas vezes um pouco inescrupuloso na guerra contra seus inimigos, que tinha aos montes. Parece que ele se empregou como pintor diarista (Preston tornou-se impressor diarista, lembremo-nos) e floresceu tão bem que nos anos que se seguiram gastou muito dinheiro em instituições de caridade e atividades maçônicas. Nos arquivos mais recentes, ele foi descrito como comerciante de vinhos e pareceu sofrer de gota. Uma vez feito maçom, nunca descansou, mas dedicou-se à Maçonaria como se fosse uma amante, com uma sinceridade apaixonada, destemido e sempre na linha de frente da luta. Além de sua genialidade em colocar uma Grande Loja em operação, sua maior conquista foi a redação de seu Ahiman Rezon (que significaria “Digno Irmão Secretário”), as constituições da nova Grande Loja, posteriormente adotadas por muitas outras Grandes Lojas, na Pensilvânia, Maryland e Carolina do Sul entre elas.

VI- A “GRANDE COMISSÃO” É FORMADA

Chega de Dermott, já falamos bastante dele. A extensão das “iniciações irregulares” tão frequentemente denunciada nos arquivos da Grande Loja de 1717 pode ser demonstrada pelo fato de que, por essa causa, a Grande Loja retirou de sua lista pelo menos quarenta e cinco lojas entre 1742 e 1752. Irmãos faziam isso, juntamente com muitos freelancers e também algumas independentes, ou “Lojas de São João” (sobre as quais pode-se escrever muitas coisas interessantes) se reuniram e formaram uma “Grande Comissão” da “Antiga e Honorável Irmandade dos Maçons Livres e Aceitos”; esta Comissão se tornou a “Grande Loja da Inglaterra, de acordo com as Antigas Constituições”, a Grande Loja foi mais tarde chamada de Grande Loja “Antiga”, em oposição a “Moderna”, como a Grande Loja mais antiga ficou conhecida. O registro mais antigo da Grande Comissão é datado de 17 de julho de 1751; nesse dia, as Lojas Nº. 2, 3, 4, 5, 6 e 7 foram autorizados a conceder Dispensas e Cartas Patentes e a atuar como Grão-Mestre.” O cargo de Grão-Mestre permaneceu vago até um “irmão nobre de linhagem” pudesse ser encontrado para aceitar o posto; e a condição de Loja nº 1 na lista foi deixada para a Loja do Grão-Mestre, algo sem dúvida sugerido pela Grande Loja da Irlanda, que fizera a mesma coisa. John Morgan foi eleito Grande Secretário em 1751, mas parece ter sido relapso em seus deveres; e, consequentemente, Laurence Dermott foi eleito para tomar seu lugar em 5 de fevereiro de 1752, após o que os mais ferozes inimigos do Grande Secretário não puderam reclamar de qualquer negligência, porque Dermott assumiu o espírito de liderança em tudo o que aconteceu a partir dali, e sua genialidade está em que um grupo de pessoas insatisfeitas, oriundas do que então era a classe baixa ou média, conseguiu avançar e crescer mais rápido que a Grande Loja rival, considerando o tempo que levou até estar formada.

Um dos expedientes empregados por Dermott foi conceder cartas patentes a lojas militares, o que não havia sido feito antes, e que foi responsável pelo rápido crescimento da Maçonaria Antiga nas colônias americanas, graças à concessão de cartas constitutivas a lojas militares nas forças da Inglaterra que se tornaram missionárias maçônicas neste continente. A Grande Loja Moderna depois seguiu o exemplo. Outro expediente foi incentivo direto e aberto ao Grau do Arco Real; é fácil entender que um sistema que oferece quatro graus teria um apelo geral maior, do que um que oferece apenas três. Os Antigos também conseguiram o apoio formal das Grandes Lojas da Irlanda e da Escócia e, além disso, um certo apoio ativo daqueles corpos maçônicos influentes.

Em uma lista dos Grandes Secretários da Grande Loja Antiga, observa-se que Dermott serviu por dezoito anos:
  • 1751, John Morgan.
  • 1752-70, Laurence Dermott.
  • 1771-76, William Dickey.
  • 1777-78, James Jones.
  • 1779-82, Charles Bearblock.
  • 1783-84, Robert Leslie.
  • 1785-89, John McCormick.
  • 1790-1813, Robert Leslie.
Ainda mais instrutiva é a lista de grãos mestres eleitos:
  • 1753, Robert Turner.
  • 1754-56, Edward Vaughan.
  • 1756-59, Earl of Blesington.
  • 1760-1766, Conde de Kelly.
  • 1766-1770, o Exmo. Thomas Mathew.
  • 1771-74, John, terceiro duque de Atholl (também escrito Athol, Athole).
  • 1775-81, John, quarto duque de Atholl.
  • 1783-91, Conde de Antrim.
  • 1791-1813, John, quarto duque de Atholl.
  • 1813, Duque de Kent.
Vemos que dos sessenta anos durante os quais os Antigos tiveram um Grão-Mestre, um Duque de Atholl ocupou o trono por 31 anos; por esta razão que os Antigos eram frequentemente chamados de “Maçons de Atholl”, e por uma razão correspondente que os modernos às vezes eram chamados de “Maçons do Príncipe de Gales”.

VII – ELES CRESCERAM RAPIDAMENTE

O zelo e a energia dos líderes Antigos, além da maior atratividade de seu sistema de graus, são demonstrados pela velocidade com que a nova Grande Loja evoluiu. Em 1753, uma dúzia ou mais lojas estavam na lista; nos quatro anos seguintes, e principalmente por meio das atividades de Dermott, vinte e quatro foram acrescentadas; entre 1760 e 1766, quando o Conde de Kelly era nominalmente o Grão-Mestre, outras sessenta e quatro foram assumidas. Até 1813, quando ocorreu a União, os Antigos reivindicavam um total de 359 lojas, mas é verdade que em muitos casos a lista ainda incluía nomes de lojas extintas.

(Acima, fac-símile, do Livro das Constituições Ahiman Rezon, usado pela Grande Loja dos “Antigos” composto por Laurence Dermott, em 1756) – (ANEXO V)

Os Antigos adotaram o Ahiman Rezon como seu Livro das Constituições, em grande parte obra de Dermott, embora ele seguisse de perto o esboço das Constituições da Grande Loja da Irlanda e, ao mesmo tempo, tomasse emprestado livremente das Constituições de Anderson usadas pelos Modernos, publicadas pela primeira vez em 1723; a primeira edição do Ahiman Rezon apareceu em 1756. Seguindo de perto as Constituições já em uso, Dermott conseguiu evitar um afastamento muito grande da Maçonaria como ela era praticada, e ao mesmo tempo, embora inconscientemente, estava pavimentando o caminho para a União que veio depois, um fato muito positivo para a Maçonaria em geral [6].

A existência de duas Grandes Lojas, ambas baseadas em Londres, naturalmente causou grande confusão e desacordo entre os maçons comuns. Em muitos casos, esses irmãos não defendiam nenhuma das duas, portanto, em alguns casos, deve-se notar que havia lojas que seguiam ambas as constituições; mas na maioria das vezes havia muita agressividade entre os apoiadores, embora deva ser dito que os Antigos eram mais avessos à controvérsia do que os Modernos, e que em quase todos os casos quando todos os ramos de oliveira eram oferecidos, era sempre o domínio destes últimos. Um exemplo da atitude conciliatória dos Modernos é oferecido por Preston, que afirma que em 1801, quando foram feitas acusações contra os irmãos dos Modernos por suas atividades em lojas Antigas, o caso foi encerrado.

Em 1797, um movimento foi feito visando a união, mas o projeto fracassou. Dois anos depois, no entanto, os dois grão-mestres, o Conde de Moira pelos Modernos e o Duque de Atholl pelos antigos, trabalharam juntos para liberar a Maçonaria da Lei de Prevenção da Sociedades Secretas na Inglaterra. Além disso, como outra etapa que abriu o caminho para a fusão, a Grande Loja Moderna obteve endossos das Grandes Lojas da Irlanda e da Escócia para colocar os Antigos em uma posição um tanto duvidosa, o que reverteu completamente a situação original, até onde esses dois Grandes Corpos estavam envolvidos.

VIII- E OCORRE A UNIÃO

Em 1809, as comissões já se reuniram para examinar “a propriedade e a viabilidade da união”. Em 26 de outubro daquele ano, o Conde de Moira (pelos Modernos) concedeu uma carta constitutiva a uma loja especial para servir de meio de realização de uma fusão; esta loja realizou a sua primeira sessão no dia 21 de novembro e posteriormente decidiu denominar-se “Loja Especial de Promulgação”. Em 10 de abril do ano seguinte, o Conde de Moira informou sua Grande Loja que ele e o Grão-Mestre dos Antigos “ambos eram totalmente de opinião que seria um evento realmente desejável consolidar, sob uma mesma cabeça, as duas sociedades maçônicas que existiam neste país”. Estes resultados foram transmitidos à Grande Loja dos Antigos, onde esta franca confissão do desejo de unidade foi recebida com sincera cordialidade, de modo que após concessões feitas por ambas as partes, embora mais calorosamente pelos Modernos, chegou-se a um acordo em que as diferenças deviam ser resolvidas e uma união estabelecida. “A Grande Assembleia de Maçons para a União das Duas Grandes Lojas da Inglaterra” aconteceu em 27 de dezembro de 1813. Com as devidas cerimônias solenes, realizou-se a tão almejada fusão, com todos os Grandes Oficiais mostrando, quase sem exceção, um espírito fino e de estadista. Durante o mês anterior, o Duque de Atholl renunciou ao posto de Grão-Mestre dos Antigos em favor do Duque de Kent, sendo este último empossado em 1º de dezembro; no momento da União, este último nomeou o Duque de Sussex como “Grão-Mestre da Grande Loja Unida dos Maçons Antigos da Inglaterra” sendo ele eleito por unanimidade.

Cada uma das duas Grandes Loja participantes nomeou uma comissão de nove Mestres Maçons ou antigos Veneráveis especialistas e eles formaram a Loja de Promulgação, com o objetivo de desenvolver algum tipo de ritual aceitável para todos. Esta loja continuou seu trabalho de 1813 a 1816, muitas vezes contra a oposição; mas embora seu trabalho fosse consistente e oficial, o fusão real entre os dois sistemas continuou a depender de circunstâncias nas lojas particulares, de modo que a influência da Loja de Reconciliação era mais acadêmica do que real.

O trabalho de redação de um novo Código de Regulamentos para a Grande Loja Unida foi encaminhado a uma Câmara Geral; seu trabalho foi aprovado pela Grande Loja em 23 de agosto de 1815. Nesse ínterim, e para estabelecer o relacionamento mais próximo possível entre a nova Grande Loja Unida e as Grandes Lojas da Escócia e Irlanda, foi criada uma Comissão Internacional que iniciou suas deliberações em 27 de junho de 1814, continuando até 2 de julho do ano seguinte. Como resultado, foi afirmado que “as três Grandes Lojas estavam perfeitamente em uníssono em todos os fundamentos principais do Mistério e da Arte, de acordo com as tradições consagradas pelo tempo e o uso ininterrupto dos Antigos Maçons”; oito resoluções, o chamado Pacto Internacional, foram aprovadas.

IX- CONCLUSÃO

O efeito de toda essa reorganização sobre o ritual foi muito bem resumido pelo irmão W.B. Hextall:

“A conclusão a que chego pessoalmente é que por muitos anos após a União – aproximadamente, até cerca de 1825, um grande número de “dar e receber” ligada ao ritual aconteceu oficiosamente em Londres, bem como nas províncias, e que as nossas cerimônias de Ofício, praticadas a partir de 1830, diferiam consideravelmente das que haviam sido acordadas na Loja de Promulgação entre 1809-1811; trabalhadas na Loja de Reconciliação de 1813-1816, e foi aprovado pela Grande Loja em 5 de junho de 1816. O material do qual devemos fazer inferências é leve, mas ao mesmo tempo convincente; e quando (para citar alguns pontos apenas) descobrimos que as tarefas inicialmente atribuídas ao primeiro diácono são transferidas para o segundo; confiar evidências satisfatórias que conduzam à prática do segundo grau de outra maneira; e a admissão de um membro ou visitante ‘mediante prova de que ele se identificou de acordo com o grau em que a loja está aberta pelas três grandes luzes na entrada’ (atas da Loja de Promulgação, 5 de janeiro de 1810) caídos totalmente em desuso; é difícil evitar perceber que, em grande medida, o tema da obra da Maçonaria deve ter sido colocado no cadinho, e que independente do meio empregado na instrução foram oficialmente disponibilizados em 1813. “

Para ajudar os irmãos a sair dessa confusão, foram criadas Lojas de Instrução, algumas das quais se tornaram instituições permanentes; e é devido à sua influência que os várias variantes do “craft” entram em uso na Inglaterra “Emulação”, “Estabilidade”, “Oxford”, etc.

Se assumirmos uma visão suficientemente ampla da história da Maçonaria inglesa de 1717 até a aceitação da União em todos os lugares, veremos que todo o período assume o caráter de uma grande transição, e que, nesta perspectiva, os simples detalhes e mecanismos do Grande Tribunal, bem como o posterior ato oficial da União, ficam em segundo plano como acontecimentos, de grande importância, mas de caráter incidental. A mudança da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa oficialmente efetuada em 1717 foi profunda, além de nosso entendimento usual; e tal mudança só pode ser totalmente percebida depois de muitos anos, muita experimentação e longa evolução. Diante disso, o grande resultado da União é que finalmente trouxe a plena cristalização e solidificação da Maçonaria especulativa, fixou seu caráter para as gerações futuras, consagrou no Reino Unido o princípio da jurisdição territorial exclusiva, e possibilitou o estabelecimento dentro da Maçonaria dos poderes e autoridades que hoje impedem a dispersão de suas energias e a divisão de suas forças. Mesmo agora, essa influência está em ação; e continuará a agir, devido à sua lógica inevitável, será encontrada uma forma de unir e unificar a Maçonaria em todo o mundo, consumação da qual todos podemos dizer com sinceridade: Que assim seja!

[1] Artigo I – Um maçom é obrigado por seu caráter a obedecer à lei moral e, se compreende bem a arte, nunca será um ateu estúpido nem um libertino irreligioso. Embora nos tempos antigos os maçons fossem obrigados em cada país a praticar a religião daquele país, qualquer que fosse ela, agora é considerado mais conveniente apenas obrigá-los a seguir a religião com a qual todos os homens concordam, isto é, ser homens bons e verdadeiros, ou homens de honra e probidade, quaisquer que sejam as denominações ou confissões que ajudam a diferenciá-los, de forma que a Maçonaria se torne o centro de união e o meio para estabelecer uma amizade sincera entre homens que de outra forma permaneceriam separados para sempre. (Constituições de Anderson 1717)

[2] Nota do Tradutor: Este não é o famoso poeta Lord Byron. É o pai dele, encrenqueiro, tinha mil inimigos que inventavam mil coisas contra ele, matou um primo em um duelo em 1752.

[3] Nota do Tradutor: O Arco Real, ou Real Arco, é uma extensão da maçonaria simbólica, uma espécie de quarto grau. Está ligado ao mito da Palavra Perdida pelos Mestres que só será recuperada no Real Arco. Organizado em capítulos, os ensinamentos desse “grau” são transmitidos usando uma alegoria ritualizada que se baseia nos relatos do Velho Testamento envolvendo o retorno dos judeus a Jerusalém quando se libertaram da Babilônia para reconstruir a cidade e o Templo.

[4] Nota do tradutor: Por ser pobre, maçom operativo pintor de paredes na Irlanda, não temos hoje sua figura imortalizada em pintura. Foi feito maçom em Dublin onde chegou a Venerável da Loja no. 26 da Grande Loja da Irlanda. Mudando para Londres em 1748 chegou a ingressar em uma loja da Grande Loja de Londres, onde não conseguiu se adaptar sendo irlandês (eram discriminados pelos ingleses) e também em razão das modificações feitas pela Grande Loja de Londres nos usos e costumes tradicionais da maçonaria operativa. Deixou a loja e ingressou em uma das muitas lojas irlandesas de Londres, remanescentes das lojas que vieram reconstruir Londres depois do Grande Incêndio e começou a reunir interessados em fundar uma grande loja tradicional de acordo com os usos antigos.

[5] Nota do Tradutor: As lojas irlandesas, muito antes de 1717, já praticavam um ritual que tinha o grau de Mestre (que os maçons da Grande Loja de Londres só viriam a integrar em 1740) e também o Real Arco, mais tarde praticado na Grande Loja dos Modernos.

[6] Nota do tradutor: O rei da Inglaterra da época era George III, pai da Rainha Victoria. Escravagista e fanático protestante ele desenvolveu uma doença mental em 1811 da qual nunca se recuperou até sua morte em 1820, cego, louco e surdo confinado em Windsor. Seu reinado foi muito movimentado. Aconteceu Napoleão Bonaparte, a Guerra de Independência Americana, a Revolução Francesa, sofreu uma tentativa de morte, anexou a Irlanda, entre outros acontecimentos. Era um pouco desequilibrado mentalmente e ficou completamente demente após a morte de sua filha preferida. Seu filho George IV assumiu a regência do Reino e receoso de que a existência de duas Grandes Lojas Maçônicas no reino levassem à divisão diante de Napoleão, ordenou aos grãos mestres da duas GGLL que se unissem, o que veio a acontecer com a Grande Loja dos Antigos engolindo a Grande Loja de Londres, para criar a Grande Loja Unida da Inglaterra em 1813.

Fonte: https://bibliot3ca.com

quinta-feira, 28 de abril de 2022

INSTALAÇÃO E O USO DE PARAMENTOS PELO MESTRE INSTALADO

Em 01/10/2021 o Respeitável Irmão Carlos dos Santos Pinheiro, Loja Fraternidade de Santos, 132, GOB-SP, REAA, Oriente de Santos, Estado de São Paulo, faz a seguinte pergunta:

INSTALAÇÃO

Peço novamente ajuda ao seu vasto conhecimento no sentido de esclarecimento de uma dúvida. Se eu pertencer a duas Lojas em ritos diferentes e for instalado em um desses ritos. No final da veneralato, seria "Past Master" nos dois ritos?

CONSIDERAÇÕES:

Sim, será um Mestre Maçom Instalado em qualquer rito.

Em que pese a cerimônia de instalação ser uma cerimônia original da Maçonaria Inglesa e não na Francesa, no Brasil, onde a Maçonaria é filha espiritual da França, o costume de instalação à moda esotérica acabou com o tempo se consagrando consuetudinariamente e hoje é uma realidade, tanto no GOB (desde 1968), como nas Grandes Lojas Estaduais (CMSB) e também nos Grandes Orientes Independentes (COMAB).

O REAA, rito de origem francesa, mas com inegável influência anglo-saxônica no seu simbolismo, no Brasil acabou adquirindo, de modo generalizado, a pratica da Instalação do Venerável Mestre, por conseguinte, a adoção do título distintivo de Mestre Instalado;

Destaque-se que Mestre Instalado não é grau iniciático maçônico, porém um título honorífico.

Originalmente, na França instalação significa simplesmente a posse de um Irmão que fora eleito para o veneralato de uma Loja. Após ter cumprido a sua missão pelo tempo regimental, ele passa a ser um “Ex-Venerável”, ou ainda um “Ex-Venerável Mestre mais recente” (aquele que deixou recentemente o veneralato).

Registre-se, contudo, que embora não original é possível se encontrar na França, mais precisamente na Grande Loja Nacional Francesa, instalação à moda inglesa. Provavelmente para se adequar às questões de reconhecimento da Maçonaria Inglesa só para aquela Obediência francesa.

Em linhas gerais, os títulos distintivos de Past Master, e Imediated Past Master são mais comuns na Maçonaria inglesa e não na francesa. Na Inglaterra não é comum a denominação de “Mestre Instalado”, porém de “Mestre Passado” ou o “Mestre Passado Imediato”.

Vale mencionar que a Maçonaria Brasileira é filha espiritual da França, mas mesmo assim no Brasil ainda encontramos, em algumas Obediências, o costume de se tratar o ex-Venerável mais recente por Past Master. Em resumo, uma salada à moda “tupiniquim”.

Dito isto, em face à generalização da prática de instalação como a que ocorre por aqui, independente do rito, um Venerável Mestre que acabou de deixar o veneralato é o “Ex-Venerável mais recente” ou mais comumente conhecido como “Mestre Instalado mais recente”. Por fim ele passa a ser o “Mestre Maçom Instalado”, ou simplesmente o “Mestre Instalado”.

Assim, não importando o rito em que o maçom possa ter sido porventura instalado, daí em diante ele ficará ad aeternum conhecido como Mestre Instalado, tendo, com isso, os seus próprios paramentos (avental, colar e joia), assim como assento no Oriente da Loja.

No caso dele, como Mestre Maçom Instalado pertencer a mais de uma Loja com ritos diferentes, recomenda-se que como membro dos respectivos quadros dessas Lojas, não como visitante, use os paramentos de Mestre Instalado inerentes ao rito praticado pela Loja em que ele é membro e nela esteja presente.

Essa observação se faz oportuna porque as alfaias do Mestre Instalado muitas vezes podem apresentar diferentes configurações conforme o Rito. Já, se o caso for apenas de um Mestre Maçom Instalado em visita, então ele usa os paramentos de um Mestre Instalado (não importa o rito).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS

 

CONSUETUDINÁRIO MAÇÔNICO

CONSUETUDINÁRIO MAÇÔNICO
Sérgio Quirino

Antes de falar do tema, faz-se necessária a explicação do que significa a palavra “consuetudinário”.

Os Irmãos operadores do Direito tem familiaridade com este conceito jurídico. De forma simplificada, são normas, regras, leis fundamentadas em práticas, condutas e comportamentos de grupos sociais, que resultam em direitos que não tiveram seus trâmites legais passados por Câmaras Legislativas. Em outras palavras, o que se pratica como um hábito usual e se transforma em costume de um povo.

Há vários exemplos na sociedade: Muitos comerciantes aceitam o cheque pré-datado como uma operação de crédito, apesar de não ser regulamentada por lei. Na cidade mineira de Barbacena, existe a Praça dos Andradas. Mas, toda a população a trata como Praça dos Macacos, porque, no passado, era repleta de micos-estrela. Em tempos passados, a presença de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confiança.

Mas, o que vem a ser Consuetudinário Maçônico? Simplesmente, nossos Usos e Costumes!

A própria expressão resulta de nossa origem inglesa, tendo em vista a forte influência dos costumes britânicos em doutrinas e decisões na área jurídica.

Todavia, há que se separar de um lado, os usos e costumes e, de outro, os desvirtuamentos praticados no âmbito maçônico.

A PRÁTICA DE USOS E COSTUMES NÃO PODE PRESCINDIR DOS RITUAIS!

O Maçom deve praticar o rito no qual foi iniciado. Não há um rito melhor do que outro. Mas, mesclar ritualísticas é uma forma de degradação.

Em determinado rito, há o acendimento/abafamento das velas. É bonito? Sim, mas não pode ser praticado em sessões que não trabalham com o referido rito.

As Lojas são autônomas e soberanas para decisões internas. Mas, estando sob a jurisdição de uma Potência/Obediência, não podem recorrer ao “Uso e Costume” da Oficina para não fazer a leitura de Atos, Decretos e Circulares e não se comprometer com os projetos da Instituição Mater.

Os Irmãos são Homens Livres, mas não podem invocar “Usos e Costumes” pessoais e entrar em Loja usando tênis branco com calça jeans sob o balandrau. Ele pode ser livre, mas, principalmente, deve ter bons costumes.

O VERDADEIRO CONSUETUDINÁRIO MAÇÔNICO, OU SEJA, NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRÁTICA CONSTANTE E REITERADA DE AÇÕES INTEGRADORAS, QUE RESULTAM EM BENEFÍCIO COLETIVO E A CONVICÇÃO INDIVIDUAL DE QUE O COMPORTAMENTO DÉVE SER ADEQUADO AO PROPÓSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS.

Neste décimo quarto ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuamos a incentivar os Irmãos ao estudo, reflexão e, principalmente, pelo momento em que vivemos a fraternidade solidária entre os Irmãos.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br

quarta-feira, 27 de abril de 2022

VIGILANTES FALAM EM PÉ OU SENTADOS?

Em 30.09.2021 o Respeitável Irmão Victor Hugo P. de Oliveira, Loja Verdade, União e Vitória, 2.122, REAA, GOB-MG, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais.

EM PÉ OU SENTADO?

Inicialmente, gostaria de parabenizá-lo pelo nobre trabalho prestado à Ordem. Sempre acompanho o seu blog, pois as suas respostas às dúvidas submetidas à vossa análise, são sempre muito esclarecedoras e enriquecedoras.
Tomei a liberdade de lhe enviar esse e-mail, com um pedido de esclarecimento à uma questão surgida durante nossos trabalhos.

Pois bem. A dúvida é a seguinte:

Os Vigilantes possuem a prerrogativa de se manifestarem/falarem para os obreiros em loja, especialmente no momento da palavra a bem da ordem e do quadro em particular ou mesmo nas demais deliberações travadas durante a sessão, sentados em suas cátedras, ou devem se levantar e ficar de pé com o sinal de ordem em tais momentos?

CONSIDERAÇÕES:

Os Vigilantes, por constituírem, junto com Venerável Mestre as Luzes da Loja, são os únicos que têm prerrogativa de falar sentado no Ocidente, salvo nas oportunidades em que o ritual preconizar o contrário.

Entretanto, se por deferência um Vigilante resolver falar em pé em Loja aberta, ele então deixa o seu malhete sobre a cátedra e se coloca à Ordem, isto é, fazendo o Sinal normalmente com a mão, ou mãos conforme o caso e na forma de costume.

Mesmo quando o ritual determinar que os Vigilantes fiquem em pé e a Loja estiver aberta, eles ficam à Ordem compondo o Sinal normalmente com a mão, ou mãos se for o caso. Essa regra se aplica também ao Venerável Mestre.

O SOR - Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA, Decreto 1784/2019 orienta para um único caso em que o 1º Vigilante se coloca em pé com o malhete pousado no lado esquerdo do seu peito (isso não é Sinal). Esse fato ocorre quando o 1º Vigilante, em Loja do 1º Grau do REAA, cumpre a sua segunda obrigação de ofício, ou seja, verificar se todos os presentes no Ocidente são maçons.

No caso acima ele se coloca em pé empunhando o seu malhete a rigor para que hipoteticamente não seja revelado aos examinados o Sinal que é o objeto do exame. Nesse caso ele, o 1º Vigilante, se mantém empunhando o malhete a rigor. Vale mencionar que o 2º Vigilante, nessa oportunidade, também deixa o seu malhete e se coloca à Ordem como os demais examinados. No Oriente todos permanecem sentados porque ali não se processa o telhamento.

Vale também lembrar que o Tesoureiro e o Chanceler em Loja aberta falam em pé, portanto à Ordem. Alguns confundem procedimentos porque esses oficiais, que equivocadamente o GOB os trata por Dignidades, ocupam cátedras, todavia isso nada tem a ver com o falar em pé ou sentado.

Concluindo, reitera-se que no Ocidente da Loja os únicos que têm o direito de falar sentados são apenas os Vigilantes. Corretamente, o Tesoureiro e o Chanceler fazem parte dos cargos eletivos e não das Dignidades. Originalmente no REAA as Dignidades de uma Loja são cinco, ou seja, as três Luzes da Loja mais o Orador e o Secretário.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

ISRAEL

1º - Do hebraico "yisra’el" é o nome dado a Jacó pelo ser misterioso com o qual teve de travar uma luta noturna na beira de Jaboc, ou pelo Deus (Eloim) que lhe apareceu em Betel.

2º - Ambas as vezes esta mudança de nome está em relação com a idéia de Jacó ser ancestral dos filhos de Israel. A etimologia popular explicava o nome como: "Lutador de Deus":

3º - "Doravante não te chamarás mais Jacó, e sim Israel, pois lutaste com Deus e com os homens, e vencestes". A verdadeira etimologia é um ponto discutido, diz o Dicionário Enciclopédico da Bíblia.

4º - Israel foi também o nome de um dos dois reinos que se formaram na Palestina no tempo de Roboão (o outro era o reino de Judá), sendo também o nome da nação constituída oficialmente na Ásia Menor, em 14 de maio de 1948.

5º - O nome de Israel, designando o povo hebreu, ocupa o lugar de destaque na Ordem maçônica, por ser a história do referido povo a fonte das lendas míticas da Maçonaria.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

POR QUE MAÇONARIA E POLÍTICA?

POR QUE MAÇONARIA E POLÍTICA?
Francisco Simas

Definição de Política – Aristóteles

O bem do indivíduo é da mesma natureza que o bem da cidade (polis), mas este é “mais belo e mais divino” por que se amplia da dimensão do privado para a dimensão do social, para a qual o homem grego era particularmente sensível, porquanto concebia o indivíduo em função da cidade e não a cidade em função do indivíduo.

Aristóteles dá a esse modo de pensar dos gregos uma expressão paradigmática, definindo o próprio homem como “animal político” (ou seja, não simplesmente como animal que vive em sociedade, mas como animal que vive em sociedade politicamente organizada).

Mas, nem todos aqueles que vivem na cidade são cidadãos. Para Aristóteles, ser cidadão é preciso participar da administração púbica, ou seja, fazer parte das assembleias que legislam, governam a cidade e administram a justiça.

O que é a Maçonaria ? É uma instituição que tem por finalidade estabelecer a justiça na humanidade e fazer imperar a fraternidade. Suas divisas são : Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Aí vamos deparar-nos com os vários conceitos de justiça: aquele emanado do direito, ou da filosofia, ou da economia, ou podemos sintetizá-los todos por um só conceito: O DE JUSTIÇA SOCIAL. É dever do maçom persegui-lo. E como persegui-lo senão pela política.

Parece-me que a grande dificuldade consiste em estabelecer a linha divisória que separa a política, entendida como a gestão da polis, objetivando fazer imperar a fraternidade, das inclinações, ou, pior ainda, das paixões partidárias. Tudo isso potencializado pelo fato de não existir interpretação inocente da história, como pretendia o positivismo.

A própria Maçonaria fez sua opção por um modelo de ordenamento social, que é aquele fundamentado nos princípios de suas divisas.

Como escola de aperfeiçoamento e alternativa de sociabilidade, qual o procedimento a adotar para otimizar seu objetivo ?

A meu ver, há dois procedimentos basilares que podem ser combinados: o primeiro seria reunir as cabeças privilegiadas que temos e, mediante a madura administração de nossas divergências, acharmos o leito que possibilite escoar todo o jorro de ideias, delas emanadas, á direita e á esquerda, com tal magnitude que possibilite preencher o vazio das idéias transformadoras que agem como profetas da nova era. A outra, é buscar nas nossas melhores tradições históricas portadoras de futuro a metodologia já utilizada por nossos irmãos e que provaram sua eficácia na práxis… Aí nosso Rito é imbatível.

Há duas ricas fontes para nos abeberarmos: uma é a Revolução Francesa; a outra, é a História do Brasil. Como o tempo é exíguo, procurá-la-ei somente na revolução Francesa.

Foi ela um momento de tamanho fulgor na história da humanidade que, até hoje, é possível vislumbrar o seu brilho! Ainda caminha altaneira em cima dos escombros da ordem velha que sepultou.

A referência à história pátria, por ser específica, fica para outra oportunidade. Queremos uma referência universal.

Mas, o que foi a Revolução Francesa e qual foi o papel desempenhado pela maçonaria ? Bem, a revolução foi o coroamento de uma lenta evolução econômica que instala no domínio do Estado a classe que estava madura para exercê-lo : a burguesia.

Foi o clímax provocado pela agudização das contradições existentes entre o caráter das forças produtivas e as relações sociais de produção.

Apesar de burguesa, com ela já nasciam as ideias de uma nova ordem social que lhe seria superior, posto que se pretendia menos excludente. Esta é a grande diferença para as revoluções que a precederam: a Inglesa e a Americana. Enquanto estas eram “estreitamente” burguesas e conservadoras , a francesa, pela sua “mélange” de classes, foi “largamente” burguesa e democrática. Ali começava a se forjar o emblema maçônico de construtores sociais. No passado, nós fizemos jus a ele; por isso, é ali que vou buscar a inspiração para falar sobre o tema.

A alternativa sobre “nossas cabeças privilegiadas” fica para o dia 02 de outubro.

Como se preparou o advento da Nova Ordem?

Vamos primeiro entender o que era a “velha ordem”, aproveitando a didática de Leo Huberman:

“Quando vamos ao cinema assistir um filme sobre a Idade Média, observamos na tela os cavaleiros e damas engalanados em sua armadura brilhante e vestidos alegres, respectivamente, em torneios e jogos. Vivem em esplêndidos castelos, com fartura de comida e de bebida. Quase nem nos apercebemos que alguém deve produzir todas essas coisas. Também alguém tinha que fornecer alimentação e vestuário para os clérigos que pregavam, enquanto os cavaleiros lutavam. Assim, além de lutadores e padres, havia um outro grupo: o dos servos. A sociedade feudal consistia dessas três classes: sacerdotes, guerreiros e servos; sendo que o homem que trabalhava, o servo, produzia para as outras classes”.

A maioria das terras agrícolas estava dividida em áreas chamadas feudos. Um feudo consistia, apenas, de uma aldeia e as várias centenas de acres de terra arável que a circundavam e, nas quais, o povo da aldeia trabalhava. Na orla da terra arável, havia uma extensão de prados, terrenos ermos, bosques e pastos.

Cada propriedade feudal tinha um senhor. Pastos, prados, bosques e ermos eram usados em comum, mas a terra arável se dividia em duas partes : uma, de modo geral a terça parte do todo, pertencia ao senhor e era chamada de “seus domínios”; a outra ficava em poder dos arrendatários que, então, trabalhavam a terra.

As terras não eram cultivadas em campos contínuos, tal como hoje, mas pelo sistema de faixas espalhadas.

Quais eram, então, as relações sociais de produção?
  • O camponês vivia numa choça miserável. Trabalhando arduamente em suas faixas de terras espalhadas, conseguia arrancar do solo apenas o suficiente para uma vida paupérrima;
  • Dois ou três dias por semana, tinha que arar a terra do senhor em pagamento;
  • Em época de colheita, tinha primeiro que segar o grão nas terras do senhor (eram os “dias de dádiva”);
  • A propriedade do senhor tinha que ser arada primeiro, semeada primeiro e ceifada primeiro;
  • Uma tempestade ameaçava fazer perder a colheita ? Então, a plantação do senhor era a primeira a ser salva;
  • O produto do senhor deveria ser vendido primeiro;
  • A estrada ou uma ponte necessitavam reparos ? Então,o camponês devia deixar o seu trabalho e atender à nova tarefa;
  • As prensas para moer o trigo ou a uva eram do senhor e exigia-se pagamento para sua utilização.
Por muito tempo, esta foi a relação social de produção. E por tanto tempo que a vida parecia ignorar a sua principal manifestação : o movimento.

O nascimento da burguesia

Mas, começa a entrar em cena um personagem.

No século XI, as fortunas tinham pouco valor por que eram capital estático. Não havia estímulos à produção de excedente, por que o feudo se bastava. Só se fabrica ou cultiva além da necessidade de consumo quando há uma procura firme.

Mas chegou o dia em que o comércio cresceu e cresceu tanto que afetou profundamente toda a vida da Idade Média.

Os navios singravam de um ponto a outro para apanhar peixe, madeira, peles, couros e peliças. Os mercadores que conduziam as mercadorias do norte encontravam-se com os que cruzavam os Alpes, vindos do sul, na planície de Champagne. Aí, numa série de cidades realizavam grandes feiras.

O senhor da cidade, o burgo-mestre, preocupava-se em preparativos especiais por que a feira proporcionava riqueza a seus domínios e a ele pessoalmente.

Os mercadores pagavam taxa de entrada/saída, de armazenamento, de vendas e de aramar a barraca da feira. Possuíam salvo conduto, etc… O comércio, que era um riacho irregular, foi transformando-se em corrente caudalosa. Um dos efeitos mais importantes foi o crescimento das cidades. Aonde houvesse local onde duas estradas se encontrassem, uma embocadura de um rio, ou, ainda, a terra apresentava um declive adequado, lá estavam os mercadores prontos para o exercício do comércio. E como um número cada vez maior de mercadores se reunisse nesses locais, criaram-se os “fauburgs”ou burgos extra-murais.

O aparecimento das contradições

Se recapitularmos as relações sociais de produção do tipo feudal, veremos que o crescimento das cidades, habitadas sobretudo por uma classe de mercadores que surgia, logicamente conduziria a um conflito. Toda atmosfera do feudalismo era de prisão, ao passo que, a da atividade comercial na cidade, era de liberdade.

As terras das cidades pertenciam aos senhores feudais que, a princípio, não viam diferença entre as terras da cidade e as outras que possuíam.

Esperavam arrecadar impostos, desfrutar os monopólios, criar taxas e serviços e dirigir os tribunais de justiça, tal como faziam em suas propriedades feudais. As leis e a justiça feudais se achavam fixadas pelo costume e eram difíceis de alterar. Mas, o comércio, por sua própria natureza, é dinâmico, mutável e resistente a barreiras. Não podia se ajustar à estrutura feudal. Novos padrões precisavam ser criados. E os audazes mercadores começaram a agir. Face a face com as restrições feudais que os asfixiavam, uniram-se em associações chamadas de “corporações” ou “ligas”ou “guildas”.

Quando conseguiam o que queriam, sem luta, contentavam-se; quando tinham que lutar para alcançar o que almejavam, lutavam. E qual era a exigência básica desses pioneiros?

LIBERDADE! Liberdade para ir e vir; liberdade para comerciar; liberdade para possuir suas próprias terras, diferentemente do hábito feudal de arrendar.

O mercador poderia precisar para hipotecá-la, diante de um financiamento que possibilitasse a expansão dos seus negócios, sem pedir permissão a uma série de proprietários.

As populações urbanas desejavam proceder a seus próprios julgamentos, em seus próprios tribunais. Eram contrários às cortes feudais vagarosas, que se destinavam a tratar dos casos de uma comunidade estática. Desejavam fixar os impostos a sua maneira. Na luta pela conquista da liberdade da cidade, os mercadores assumiram a liderança.

O Mercantilismo

A teoria econômica do mercantilismo fundamentava-se na convicção de que a riqueza de uma nação baseava-se na quantidade de ouro, prata e metais preciosos de que dispusesse. Era uma política puramente nacional. O espetáculo oferecido pela Espanha do séc XVI é sugestivo: a extraordinária prosperidade atingida por essa nação coincide com a circunstância de ser esse país o que maior quantidade de ouro e prata recebia de suas minas da América.

A teoria sofistica-se, posteriormente, com a introdução do conceito de Balanço de Pagamento superavitário. Assim, um país devia exportar, nem que tivesse que acabar com a indústria do outro para forçá-lo a importar e “planejar” sua economia para esse fim. Os mercantilistas acreditavam que, no comércio, o prejuízo de uma país era o lucro do outro, isto é, um país só podia aumentar seu comércio a expensas do outro. Não consideravam o comércio uma troca vantajosa, mas como uma quantidade fixa, da qual todos procuravam tirar a maior parte.

O fruto da política mercantilista era a guerra.

A Revolução Industrial

Adam Smith, membro da Loja Maçônica Capela de Santa Maria, Edimburgo, desmascara a teoria mercantilista. Ficou claro que a maioria dos mercantilistas tinha interesses a proteger e, como tal, interessava-se mais pelas sugestões práticas do que pela análise. Adam Smith procura abordar o assunto de forma científica.

Na Europa Ocidental, a indústria ia crescendo e dando novos contornos à civilização. A questão do comércio livre passa a ser defendida por todos, principalmente pelos fisiocratas franceses. “Laissez faire, laissez passer”, torna-se o lema deles. A humanidade tinha chegado ao limite da velha ordem. Raiava, no horizonte da história, a promessa de um novo ordenamento social que marcaria o alvorecer de uma nova era.

O progresso nunca foi uma realização linear, nem evoluía linearmente. Sempre representou uma ruptura com o passado. As novas forças acabavam por subjugar a tradição e emergiam prontas para iniciar um novo ciclo histórico, até que chegasse a hora de ser substituídas.Assim como o aparecimento do mercador promoveu o choque com o sistema feudal, o próprio desenvolvimento do capital mercantil, com o tempo, começou a organizar a produção numa base capitalista que necessitava libertar-se das restrições artesanais das guildas.

Mas, faltava o papel final dos malhetes e ele não tardou. Quando as contradições atingiram seu apogeu, no momento mesmo em que a história convocava todos os homens livres e de espírito temperado, para erigir os fundamentos da nova era, nossa instituição bradou: PRESENTE! Aquele brado selou para sempre o compromisso de o maçom ser o portador da revanche dos oprimidos pela ausência de Liberdade, dos excluídos pela negação da Igualdade e dos desesperados pela falta de Fraternidade. É a “vingança” final dos justos!

O lento desenvolvimento começa a proporcionar uma base material que possibilita o desenvolvimento da vida espiritual da sociedade. As novas idéias começam a influenciar a opinião culta européia. O Iluminismo (ou Ilustração ), admite-se, começa a nascer por volta de l640 e tem seu apogeu em 1789. Começa por combater uma ordem cósmica livre de qualquer poder divino, regida por leis imutáveis e uniformes.

As lojas maçônicas, mesmo antes do nascimento da Moderna Maçonaria, já exercitavam a rebeldia intelectual. Primeiro, rebelando-se contra os dogmas religiosos, opondo-se-lhes a razão; depois, como decorrência vieram as teorias evolucionistas, o desenvolvimento das ciências físicas, químicas , econômicas e, finalmente, o compromisso de construir um novo edifício social, livre das estacas do absolutismo.

Desenvolve-se a compreensão de que a razão era algo humano, uma faculdade que se desenvolvia através da experiência , junto com suas irmãs memória e imaginação. Era uma força para transformar o real e um caminho à disposição de todos os homens que buscassem a verdade.

A grande burguesia, aliada aos nobres liberais, aproveita a maçonaria para divulgar suas ideias. Para isso, conta com o concurso dos luminares.

A filosofia dos luminares, própria para a burguesia, possuía tal largueza de vistas e se assentava tão solidamente sobre a razão que, ao criticar depois contribuir para a queda do velho regime, dirigia-se a todos os franceses indistintamente.

Assim, entre os enciclopedistas, vamos encontrar:
  • Montesquieu – L`Esprit des Lois (1748);
  • Buffon – Histoire Nature ( 1749 – 1 vol);
  • Condillac – Traité des Sensations (1754);
  • Pe. Morelly – Code de La Nature (1755);
  • Voltaire – Essai sur les moeurs e l`esprit des nations (1756);
  • Rousseau-Discours sur l`origine et les fondements de l`inegalite parmi les hommes (1756);
  • Helvetius – De l`Esprit (1758);
  • Rousseau – L`Emile et Contract Social (1762).
O primeiro volume da enciclopédia aparece em 1751, sob o impulso de Diderot (Siecle de Luís XIV), de Voltaire e do “Journal Economique”,que se tornou o jornal dos fisiocratas.

O Ir∴ Malesherbes, cooptado pela maçonaria, estava à frente da Biblioteca de Paris ( como tal, era o censor oficial) e não censurava as obras dos filósofos.Encorajado por essa neutralidade, o movimento filosófico se ampliou. Depois de 1770, a propaganda filosófica triunfou. A Enciclopédia foi concluída em 1772. Voltaire e Rousseau morrem em 1778.

Em 1778, Panckoucke, Suard, Mably, Reynal, Morelly, Condorcet, D`Alembert e vários outros filósofos de segunda geração, todos maçons, continuaram a obra dos chefes do movimento, com a publicação da suprema enciclopédia, a “Encyclopédie Méthodique”.

A propaganda oral, via lojas maçônicas, ampliou os limites da palavra impressa.

Com o aparecimento da nova indústria, há a necessidade de transformar o Estado, para estimular o desenvolvimento dos negócios. A vida espiritual da Nova Era prepara-se para sepultar à da Velha Ordem. Mais tarde, a “Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão” constituir-se-á no atestado de óbito do “ancien regime”.

Vida espiritual da sociedade

A nascente maçonaria francesa estudava a Enciclopédia. Passou a congregar todos os homens livres, inclusive os clérigos, contrários às amarras feudais e espirituais.

As grandes lideranças pertenciam à maçonaria: Sieyes, Condorcet, Petion, Gregoire, Mirabeau, Danton, Marat, Brissot, Camille Desmoulins, Laclos,etc… e souberam agir sincronizadamente para impor ao rei Luís XVI uma Assembléia Nacional. Em 27/06/1789, o rei sanciona o que tentara mas não pudera impedir. Ali nascia o emblema de construtores sociais, os Arquitetos do Progresso.

Novas ideias
  • Econômicas : Laissez faire, laissez passer;
  • Políticas: extinção das ordens privilegiadas – liberalismo político;
  • Sociais: busca da felicidade na própria terra dos homens;
  • Naturais : desenvolvimento da física, química, biologia, etc…
As ideias eram levadas, mediante correspondência dos deputados, para todos os rincões da França pela máquina jacobina. E o que era a máquina jacobina?

Vejamos a definição de François Furet:

“A máquina jacobina, fundada e dirigida com o concurso dos maçons, era uma apertada rede de sociedades políticas, culturais, fraternais que se multiplicavam através da França de 1789 ao ano III. Entre clubes, lojas, círculos, etc… chegavam a 5500. Eram lugares privilegiados de aculturação política e constituíram muito cedo um vasto corolário em que se experimentavam a linguagem, as práticas e as representações da democracia direta.”

Após a revolução e, principalmente, quando houve o derrube da monarquia, já não havia mais o elemento comum que unia todos os maçons. As forças políticas diversas estavam livres para iniciar suas jornadas, agregando elementos e campos afins.

Ainda assim, os maçons mantiveram a liderança em suas respectivas jornadas ideológicas.

À esquerda, no Clube dos Cordeliers, havia a liderança de Danton e Marat. Danton iniciado, ainda como obscuro advogado, na loja das Nove Irmãs. Marat, iniciado em setembro de 1769 na Loja Maçônica de Amsterdam, segundo seu biógrafo Gerard Walter.

Na centro esquerda, na Confederação Geral dos Amigos da Verdade, destacavam-se os maçons Pe. Fauché e o republicano Nicollau de Boneville, redatores do jornal Bouche de Fer ( Boca de Ferro). O Círculo Social, como era conhecida a Confederação, foi essencialmente um laboratório de idéias sociais progressistas. Não dispunha da preferência das massas populares (estas preferiam o Clube dos Cordeliers), por tomarem posições bastante afastadas da extrema esquerda. Havia, principalmente no Pe. Fauchet, uma extraordinária noção de realidade e das possibilidades geradas. O próprio Marx , ao estudar a Revolução Francesa, reconhece que o Círculo Social foi uma das matrizes do Socialismo Científico, pela consistência das idéias divulgadas.

À direita, havia a Sociedade de 1790. Congregava a alta burguesia aliada aos nobres liberais; destacavam-se os maçons: Pe. Sieyes, Marquês de Mirabeau, Duque de Orlelans, Duque de Chartres, Duque d`Aguillon, Duque de Biron, Conde de Clermont Tonerre, Visconde de Noialles, Duque de Rochefoucauld, Marquês de La Fayette, Pe. Gregoire, Laclos, etc…

Que chama era aquela que atraía e iluminava todos os homens com potencial vocação para Homem-Humanidade, que intuitivamente compreenderam que não são os homens que fazem as revoluções, mas estas, nas suas necessidades inelutáveis, é que fazem os homens quando estes exprimem a rotação dos seus movimentos?

A Maçonaria e o momento atual

Vimos, anteriormente, que o desenvolvimento das forças produtivas condicionava as novas relações sociais de produção e que as velhas relações tinham que ser modificadas para estabelecer um novo equilíbrio dinâmico entre o caráter das forças produtivas e elas.

Onde estamos hoje? Quais são as atuais relações sociais?

Para o economista Jeremy Rifkin,

“a transição para uma sociedade sem trabalhadores, a sociedade da informação, é o terceiro e atual estágio de uma grande mudança nos paradigmas econômicos, marcado pela transição de recursos energéticos renováveis para os não renováveis e de fontes de energia biológicas para as mecânicas. Ao longo de extensos períodos de história, a sobrevivência humana esteve intimamente vinculada à fecundidade do solo e às mudanças de estações.O fluxo solar, o clima e a sucessão ecológica condicionaram cada economia na terra. O ritmo da atividade econômica foi estabelecido com o aproveitamento da força do vento, da água, do animal e da capacidade humana”.

É só lembrar que, com a Revolução Industrial, a escassez de energia, pelo corte predador das árvores que forneciam madeira para a construções naval e civil, para combustíveis, etc…, forçou a transição para uma fonte de energia disponível – o carvão. Nessa época, é patenteada uma bomba a vapor para bombear o excesso de água das minas.

A união do carvão e das máquinas para produzir vapor marcou o início da era econômica moderna e sinalizou a primeira etapa de uma longa jornada para substituir o trabalho humano pela força mecânica.

É consenso que tivemos três Revoluções Industriais. Na primeira Revolução Industrial, a energia movida a vapor foi usada para extração de minério, na indústria têxtil – força dinâmica daquela Revolução – e na fabricação de uma grande variedade de bens que antes eram feitos à mão. A escuna foi substituída pelo navio a vapor, a locomotiva a vapor puxava os vagões de carga, até então, puxados a cavalo. Já se iniciava uma significativa melhora no processo de transporte de matérias primas e produtos acabados. Escreve Rifkin: “a nova máquina a vapor era uma nova espécie de escravo, uma máquina cuja habilidade física excedia grandemente o poder, tanto dos animais quanto dos seres humanos”.

A segunda Revolução Industrial foi a competição, no campo energético, entre o petróleo e o carvão. A energia elétrica entra em cena, ampliando as alternativas para operar as fábricas, iluminar as cidades e proporcionar comunicação instantânea entre as pessoas. A transferência de carga da atividade econômica do homem para a máquina continuava. “Na mineração, na agricultura, no transporte e na industrialização, fontes inanimadas de energia eram combinadas a máquinas para acrescentar, ampliar e, eventualmente, substituir mais e mais tarefas humanas e animais no processo econômico”. (Idem)

A terceira Revolução Industrial emerge após a segunda guerra mundial e, somente agora, começamos a sentir o impacto no modo como a sociedade organiza a sua atividade econômica. Robôs com controle numérico, computadores e softwares avançados estão invadindo a última esfera humana – os domínios da mente. Adequadamente programadas, estas novas “máquinas inteligentes”são capazes de realizar funções conceituais, gerenciais e administrativas e de coordenar o fluxo de produção, desde a extração da matéria prima ao marketing e à distribuição do produto final e de serviços.

Após esse panorama comparativo, vamos à análise:

O homem sempre se organizou em função do trabalho. Do caçador/coletor paleolítico e fazendeiro neolítico ao artesão medieval e operário da linha de montagem atual, o trabalho tem sido parte integrante da existência diária. E isto é tão verdadeiro que criamos e desenvolvemos toda uma cultura centrada no trabalho. Condicionamo-nos até a estigmatizar os que não trabalham.

Mas, as sofisticadas tecnologias da informação e da comunicação já nos permitem antever a fábrica virtual. Por ironia, estamos mais próximos de Paul Lafargue do que do seu sogro, Karl Marx. Aí, já verificamos uma aguda contradição entre o caráter das forças produtivas ( fundamento tecnológico da produção) e as relações sociais de produção. Entretanto, não dá para afirmar que esta é a contradição primária).

Juntando-se a estas, aparecem outras contradições, como :

  • a “racionalização” do sistema financeiro, fundamentada na tecnologia, proporcionou uma substancial redução nos custos de operação, oriunda da dispensa da mão de obra, da agilidade e confiança nas operações. Como contrapartida, o mesmo sistema gasta algumas vezes mais para garantir a segurança;
  • a tecnologia da informação proporcionou um aumento significativo dos lucros, na medida em que possibilitou processar e controlar operações que ,pelo seu volume, jamais poderiam ser feitas sem ela. Parte considerável desse lucro foi e continuará sendo “mordida” por eventos como o “bug”do milênio e as ações dos Hackers;
  • hoje, já ‘possível projetar a fábrica virtual, operada e controlada por robôs ou tecnologias da informação, cercada por milhões de agressivos esfomeados que perderam seus empregos para as “máquinas”.;
  • há uma fortuna potencial relativa ao lixo gerado pela moderna sociedade que poderia ser racionalmente administrado não só em benefício dos excluídos, como também, em benefício da qualidade do meio ambiente;
  • nunca a humanidade esteve tão próxima de promover a integral liberdade para os seres humanos, no mínimo, e, ainda assim, nunca houve uma época com tanta incerteza;
  • a tecnologia promove uma abundância perigosa, pois traz consigo o desemprego tecnológico e a demanda ineficaz do consumidor. Num mundo em que os avanços tecnológicos prometem aumentar dramaticamente a produtividade e a produção de bens, ao mesmo tempo em que marginalizará ou eliminará do processo econômico milhões de consumidores, a mágica da tecnologia parece ingênua, insensata até.
As evidências são preocupantes. Sabidamente planejamento e sistema capitalista não se combinam, o que acaba contribuindo para potencializar as preocupações.

Entretanto, a finalidade desta palestra não é propor soluções alternativas para o mundo. Faltam-me engenho e arte para tal. Mas sobram-me consciência e vontade para participar de uma busca compartilhada.

Então o que e como fazer?

Aqui há uma tentativa de proposta, que vai buscar na experiência histórica o norte da ação transformadora. Sem a história, é impossível entender o que se passa no mundo, pois ela possui uma estrutura e um padrão que nos permitem verificar de que modo os vários elementos reunidos no interior de uma sociedade contribuem para a deflagração de um dinamismo histórico ou, inversamente, não conseguem provocar tal dinamismo.

Sabemos que determinada etapa histórica não é permanente e a sociedade humana é uma estrutura bem sucedida porque é capaz de mudança; o presente, não é o seu fim.

O exemplo da burguesia revolucionária, que foi sábia o suficiente para reunir todos os ingredientes que possibilitaram o salto de qualidade, deve ser seguido, devidamente relativizado. Somos a única instituição no mundo capaz de se apresentar diante da história como agentes catalisadores da mudança, sem que confundamos nossas ações com as ações próprias de um partido político. Na minha avaliação a maçonaria está acima e além da luta de classes. Ela e só ela!

Por sermos universais, podemos promover vários ensaios, encontros, congressos, etc… com todas as grandes inteligências do mundo, presentes na instituição. Se não estiverem, nós as traremos. Aqui é o lugar delas.

Poderemos forjar novas lideranças mundiais a partir de nossas lojas universitárias. Deveremos ir aos parlamentos, forças armadas, Academia, etc… e buscar todos que se sentem compromissados perante o desafio de promover a necessária harmonia entre os elementos que formam a complexa tessitura de nossa marcha evolutiva. A exigência será a vocação para Homem-Humanidade. E, hoje, ser Homem-Humanidade é sonhar com um ordenamento social que desempenhe a função histórica de ultrapassar a emancipação provocada pela Revolução Francesa, superando os seus limites, isto é, criar uma emancipação universalmente humana e não apenas a de uma classe.

Um congresso do GOSP talvez ajudasse a criar os mecanismos necessários para iniciar nossa trajetória, ao contribuir para a formação de uma massa crítica, tão distante de nós. Mas já poderíamos inicia-la seguindo a orientação do Ir.: Onias de procurar inserirmo-nos e participarmos de Associações de Moradores, Sindicatos, Partidos Políticos, Conselhos Regionais, etc… Até porque a história nos ensina que as conquistas sociais se deram em função de uma estreita aliança com as massas populares.

Quanta experiência acumularíamos e que nos ajudaria a encontrar as variáveis que promovessem uma requalificação interna dos obreiros, definissem um perfil dos futuros candidatos e possibilitassem combinar internamente nossa disponibilidade de tempo, de tal ordem que as poucas horas disponíveis de um obreiro, multiplicadas pelo número de obreiros fossem suficientes para continuar a jornada racionalmente, isto é, sem os espontaneísmos. Poderíamos, aí, definir objetivos e as velocidades para alcançá-los.

Continuaremos fora da ribalta, fora do foco das atenções, onde se desenrolam os dramas da vida, até por que os bastidores são a especialidade da casa!

Mas, se em alguma Loja Maçônica do futuro, nossos irmãos fizerem referência às ações dos irmãos do passado, que não permitiram que se apagasse a chama do compromisso histórico de participar da criação de um ordenamento social fundado nos princípios da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, com certeza eles estarão falando de nós.

Bibliografia
  • História da Riqueza do Homem – Leo Huberman – Ed Zahar;
  • A Evolução do Capitalismo – Maurice Dobb – Ed Zahar;
  • A Revolução francesa – Albert Soboul – Ed Zahar;
  • A Interpretação Social da Revolução Francesa – Alfred Cobban – Ed Gradiva;
  • 1789, O Emblema da razão – Jean Starobinsky – Cia das Letras;
  • Os Best Sellers proibidos na França Pré Revolucionária – Robert Darton –Cia das Letras;
  • Princípios Fundamentais de Filosofia – Pulitzer – Ed hemus;
  • Evolução do Pensamento Econômico – Paul Hugon _EASA;
  • Pensar a Revolução Francesa – François Furet – Edições 70;
  • A Revolução Francesa – Manfred –Ed Arcádia;
  • História da Filosofia – G.Realis/D.Antiseri – Ed Paulus;
  • Discurso sobre A Origem e Fundamentos da Desigualdade entre os Homens – Jean Jacques Rousseau – lb 140;
  • A Revolução Francesa – Carlos Guilherme Motta;
  • A Era dos Extremos – Eric Hobsbawn – Cia das Letras;
  • Marat, O Amigo do Povo – Gerard Walter – Ed Vecchi Ltda;
  • O Novo Século – Eric Hobsbawn – Cia das Letras;
  • Dicionário Crítico da Revolução Francesa – F.Furet/M.Ozouf – Ed Melhoramentos;
  • O Fim dos Empregos – Jeremy Rifkin – Ed Makron;
  • O Futuro do Capitalismo – Lester Turow – Ed Rocco;
  • A Dialética do Concreto – Karel Kosek – Ed Paz e terra.
  • O Iluminismo como Negócio – Robert Darton – Cia das Letras
Fonte: https://opontodentrocirculo.com