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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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segunda-feira, 18 de abril de 2022

LUGAR DO ASSESSOR DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS

LUGAR DO ASSESSOR DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS
(republicação)

Em 10/08/2017 o Respeitável Irmão Antônio Vaz dos Santos Filho, Loja Força e União Vale do Jiquiriça, 108, REAA, Grande Loja do Estado da Bahia, Oriente de Mutuípe, Estado da Bahia, formula a seguinte questão:

Solicito a seguinte informação: O Mestre que não é Instalado e é nomeado para Assessor de Assuntos Estratégicos da Grande Loja tem direito o assento no trono ao lado direito do Venerável Mestre. 

CONSIDERAÇÕES:

Embora instalação de Mestre seja uma cerimônia enxertada no REAA⸫ na Maçonaria brasileira e tenha paulatinamente se tornado prática consuetudinária por aqui, o Mestre Maçom Instalado é inquestionavelmente apenas aquele que, sendo eleito para dirigir uma Loja, tenha passado pelo cerimonial específico de Instalação.

Assim, um Mestre Maçom eleito é instalado na cadeira do dirigente da Loja (Trono), cuja cadeira é única no Oriente do Templo.

Não raras vezes, entretanto, as Obediências têm colocado por via legal cadeiras de honra ao lado do Trono ocupado pelo Venerável e que são preenchidas em algumas ocasiões, geralmente pelo Grão-Mestre e outras autoridades, inclusive até pelo ex-Venerável mais recente. Tudo conforme a legislação e do ritual vigente.

Diga-se de passagem, que salvo a presença do Grão-Mestre, o mais é mera filigrana criada para sustentar “vaidades” e atrapalhar o Venerável Mestre na condução dos trabalhos. 

Exceto o Grão-Mestre, que é o dirigente maior de todas as Lojas da sua jurisdição e tem lugar no Altar de fato e de direito ao lado do Venerável Mestre, no rigor da tradição ninguém mais deveria sentar ao lado do Venerável (no mesmo nível do terceiro degrau que se assenta o sólio).

Mas como nem sempre o correto é levado em consideração, infelizmente e eu diria, até de modo desproporcional, inventaram lugares para outras autoridades, além do Grão-Mestre (ou Grão-Mestres como é o caso do GOB) no sólio. 

O adjetivo “desproporcional” usado no parágrafo imediatamente acima é porque muitas Lojas, além do Grão-Mestre e do Venerável ainda agrupam um imenso número de cadeiras ao lado do trono para satisfazer certos “egus vivendi”.

Assim, somando-se ao enxerto do título distintivo do Mestre Maçom Instalado em um rito que originalmente não o possui, já que na França (país de origem do REAA) instalação significa simplesmente “posse” e, com ele ainda a visão distorcida de que Mestre Instalado é uma espécie de grau, é que se construiu esse mito equivocado de que para se ocupar as cadeiras, ou a “cadeirada”, além do Venerável e do(s) Grão-Mestre(s), precise ser um Mestre Instalado.

Na realidade, nem uma coisa e nem outra. 

Já que inventaram mais cadeiras além das que de fato ali deveriam estar, a do Venerável e do(s) Grão-Mestre(s), os demais ocupantes (autoridades) não necessitam ser instalados, até porque nenhuma legislação maçônica prevê que para ser uma autoridade maçônica o maçom precise ser um Mestre Maçom Instalado. 

Sob esse prisma, e é o que eu entendo, a “cadeirada vazia” pode ser ocupada por qualquer Mestre Maçom que na legislação da Obediência possua um título que o considere como autoridade maçônica e que lhe dê o direito de ocupar cadeiras ao lado do Venerável – tudo depende do que prevê o Regulamento da Obediência.

Salvo se inventaram outra novidade, o que se sabe é que instalado é apenas aquele já que tenha sido regularmente eleito para dirigir os trabalhos de uma Loja, englobando-se aí o Grão-Mestre que é o dirigente de todas as Lojas. 

Então, se inventaram mais lugares (além dos que são necessários) e se a “autoridade” tiver direito previsto, ela ocupa o lugar ao lado do Venerável mesmo não sendo ela um Mestre Maçom Instalado.

Também se a cadeira de honra do Grão-Mestre estiver vazia e a autoridade tiver o direito legal de ocupar aquele lugar, ele necessariamente não precisa ser um Mestre Maçom Instalado.

Entretanto, é bom que se diga que tudo isso não faz parte da verdadeira e tradicional Maçonaria. Deveria ser inaceitável que em uma escola que ensina a aplicar a virtude da humildade, assuntos dessa natureza ainda façam parte de discussões nas nossas lides e preencham páginas dos nossos regulamentos e rituais.

Dando por concluído eu diria àqueles que gostam de fazer do sólio um “poleiro de ostentações”: Vaidades de vaidades, disse o pregador; tudo é vaidade.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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