LUGAR DO ASSESSOR DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS
(republicação)
Solicito a seguinte informação: O Mestre que não é Instalado e é nomeado para Assessor de Assuntos Estratégicos da Grande Loja tem direito o assento no trono ao lado direito do Venerável Mestre.
CONSIDERAÇÕES:
Embora instalação de Mestre seja uma cerimônia enxertada no REAA⸫ na Maçonaria brasileira e tenha paulatinamente se tornado prática consuetudinária por aqui, o Mestre Maçom Instalado é inquestionavelmente apenas aquele que, sendo eleito para dirigir uma Loja, tenha passado pelo cerimonial específico de Instalação.

Não raras vezes, entretanto, as Obediências têm colocado por via legal cadeiras de honra ao lado do Trono ocupado pelo Venerável e que são preenchidas em algumas ocasiões, geralmente pelo Grão-Mestre e outras autoridades, inclusive até pelo ex-Venerável mais recente. Tudo conforme a legislação e do ritual vigente.
Diga-se de passagem, que salvo a presença do Grão-Mestre, o mais é mera filigrana criada para sustentar “vaidades” e atrapalhar o Venerável Mestre na condução dos trabalhos.
Exceto o Grão-Mestre, que é o dirigente maior de todas as Lojas da sua jurisdição e tem lugar no Altar de fato e de direito ao lado do Venerável Mestre, no rigor da tradição ninguém mais deveria sentar ao lado do Venerável (no mesmo nível do terceiro degrau que se assenta o sólio).
Mas como nem sempre o correto é levado em consideração, infelizmente e eu diria, até de modo desproporcional, inventaram lugares para outras autoridades, além do Grão-Mestre (ou Grão-Mestres como é o caso do GOB) no sólio.
O adjetivo “desproporcional” usado no parágrafo imediatamente acima é porque muitas Lojas, além do Grão-Mestre e do Venerável ainda agrupam um imenso número de cadeiras ao lado do trono para satisfazer certos “egus vivendi”.
Assim, somando-se ao enxerto do título distintivo do Mestre Maçom Instalado em um rito que originalmente não o possui, já que na França (país de origem do REAA) instalação significa simplesmente “posse” e, com ele ainda a visão distorcida de que Mestre Instalado é uma espécie de grau, é que se construiu esse mito equivocado de que para se ocupar as cadeiras, ou a “cadeirada”, além do Venerável e do(s) Grão-Mestre(s), precise ser um Mestre Instalado.
Na realidade, nem uma coisa e nem outra.
Já que inventaram mais cadeiras além das que de fato ali deveriam estar, a do Venerável e do(s) Grão-Mestre(s), os demais ocupantes (autoridades) não necessitam ser instalados, até porque nenhuma legislação maçônica prevê que para ser uma autoridade maçônica o maçom precise ser um Mestre Maçom Instalado.
Sob esse prisma, e é o que eu entendo, a “cadeirada vazia” pode ser ocupada por qualquer Mestre Maçom que na legislação da Obediência possua um título que o considere como autoridade maçônica e que lhe dê o direito de ocupar cadeiras ao lado do Venerável – tudo depende do que prevê o Regulamento da Obediência.
Salvo se inventaram outra novidade, o que se sabe é que instalado é apenas aquele já que tenha sido regularmente eleito para dirigir os trabalhos de uma Loja, englobando-se aí o Grão-Mestre que é o dirigente de todas as Lojas.
Então, se inventaram mais lugares (além dos que são necessários) e se a “autoridade” tiver direito previsto, ela ocupa o lugar ao lado do Venerável mesmo não sendo ela um Mestre Maçom Instalado.
Também se a cadeira de honra do Grão-Mestre estiver vazia e a autoridade tiver o direito legal de ocupar aquele lugar, ele necessariamente não precisa ser um Mestre Maçom Instalado.
Entretanto, é bom que se diga que tudo isso não faz parte da verdadeira e tradicional Maçonaria. Deveria ser inaceitável que em uma escola que ensina a aplicar a virtude da humildade, assuntos dessa natureza ainda façam parte de discussões nas nossas lides e preencham páginas dos nossos regulamentos e rituais.
Dando por concluído eu diria àqueles que gostam de fazer do sólio um “poleiro de ostentações”: Vaidades de vaidades, disse o pregador; tudo é vaidade.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
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