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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

ASSUMIR CARGO

ASSUMIR CARGO
(republicação)

Em 27/03/2016 o Respeitável Irmão Paulo Henrique da Silva, atual Secretário da Loja São João da Escócia, 1.857, GOB-MA, Rito Brasileiro, Oriente de Coroatá, Estado do Maranhão, formula a questão que segue:
maconariacoroata@gmail.com

Gostaria de saber se um Aprendiz pode assumir algum cargo mesmo sendo em Associação Paramaçônica, representando algum Oriente ou mesmo uma Loja.

CONSIDERAÇÕES:

Representações oficiais feitas por Irmãos em nome de uma Obediência ou de uma Loja Maçônica são passíveis de um ato de representação emitido por uma autoridade de direito. Certamente que esses atos são restritos àqueles que já atingiram a plenitude maçônica, ou seja, alcançaram o Grau de Mestre Maçom.

Mesmo no caso mencionado na questão, há que se levar primeiro em consideração que o representante nomeado estará importando uma Obediência ou uma Loja Maçônica, desse modo não faz sentido qualquer um Aprendiz ou um Companheiro ser revestido dessa representação quando, de fato e de direito, ela é permissível apenas aos Mestres.

Não vai aqui nenhum atenho de desfaçatez aos Irmãos Aprendizes e Companheiros. A questão é, além do aspecto legal, também de tradição, usos e costumes da Ordem.

Quanto à questão de assumirem cargos (não é o mesmo que representar uma Loja), os mesmos são também privativos dos Mestres Maçons. Agora em uma Associação Paramaçônica, penso que há que se atentar para o que rezam os regulamentos dessa Associação Paramaçônica. Devo lembrar que Associação Paramaçônica não é uma Loja maçônica.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.215 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 24 de outubro de 2016

MINUTO MAÇÔNICO

ABÓBADA CELESTE 

1º - Denomina-se assim o espaço infinito no qual se movem todos os corpos celestes, no espaço diáfano que rodeia a Terra e ao qual é dado o nome de céu, de abóbada celeste ou estrelada. 

2º - É o que, na realidade, representa o teto das Lojas simbólicas maçônicas, emblema de sua universalidade. A expressão “da terra ao céu” é bem conhecida dos Maçons e indica uma de suas medidas. 

3º - O teto do Templo maçônico, em forma de abóbada, representa o céu à noite, com uma multidão de estrelas visíveis, constelações, o Sol, a Lua e planetas. 

4º - A Maçonaria não tem exclusividade em abóbadas estreladas; os templos da antigüidade, como as igrejas medievais tinham também esta decoração. 

5º - A contemplação do céu estrelado dá ao homem uma grande quietude e notável serenidade de espírito; e incita não ao devaneio, mas à meditação.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

A ÉTICA E A EDUCAÇÃO SANITÁRIA

A ÉTICA E A EDUCAÇÃO SANITÁRIA
António Rocha Fadista
M∴I∴, Loja Cayrú 762 GOERJ / GOB – Brasil

A conexão entre a ética e a educação sanitária, até hoje, não foi levada na devida consideração pelos estudiosos do assunto. Na realidade, o problema permanece intocado no que se refere à maior exigência de nossa sociedade no que se refere à proteção e conservação da saúde.

Na situação de inegável desequilíbrio existente entre o cidadão e o serviço sanitário, que deveria estar disponível para todos, aparece de imediato a necessidade de privilegiar com ênfase a prevenção no que tange à terapia. Financeiramente, os custos envolvidos na prevenção sanitária são muito menores do que os custos da terapia necessária ao tratamento das doenças causadas pela inexistência ou pelo baixo índice de instalações sanitárias existentes. O lado econômico do problema tem, inclusive, reflexos éticos e sociais, a partir do momento em que a oferta destes serviços é, de maneira dramática, inferior à sua demanda.

O fato é que a alocação dos recursos para os serviços sanitários não pode ser feito de modo empírico ou discricionário, de acordo com a vontade política dos governantes de ocasião que, na maioria das vezes privilegiam as áreas onde se situam os seus currais eleitorais. A verdade é que a implantação dos serviços sanitários, de modo a beneficiar toda a coletividade, deve ser prevista em lei rigorosa, com alocação de recursos específicos e intocáveis pelos governantes. Só desta maneira será respeitada a lei da Igualdade entre os cidadãos e garantida a segurança do direito de todos à saúde e ao bem estar.

Adicionalmente, a prevenção sanitária é um valor ético que constitui um reconhecimento da importância do bem-estar psicofísico e social, de acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde. Prevenir, ao invés de curar, implica na eliminação ou na limitação do sofrimento e da angústia derivadas da doença. Assim sendo, é fora de dúvida que a estratégia da prevenção tem forte conotação ética e que, como conseqüência, também é válido no que respeita à educação sanitária das coletividades, como complemento indispensável à prevenção das doenças advindas da falta ou do mau uso das instalações sanitárias.

Em primeiro lugar, é necessária a existência de uma política de saúde, direcionada à defesa dos direitos do cidadão no âmbito sanitário, de modo a proteger a dignidade da pessoa humana. Para começar, é necessário atuar junto às famílias, objetivando despertar nelas a sua responsabilidade ético-social no campo da educação. Deste modo se poderiam reduzir bastante os riscos de caráter patogênico, como, aliás, mostram as estatísticas disponíveis, que tipificam o aparecimento de doenças similares, de origem sanitária, dentro da própria família. Com mais freqüência, isto acontece com as crianças e os adolescentes sem a devida educação a respeito.

Em segundo lugar, faz-se necessário intervir incisivamente nos currículos escolares. Um sistema escolar alinhado com as exigências da sociedade deveria, entre outras funções, realizar uma função capilar na difusão da educação sanitária entre os alunos, as suas famílias e os seus mestres. Isto, sem se limitar a fornecer somente informações, mas construindo uma verdadeira consciência da importância da saúde e do seu valor ético e social.

Em terceiro lugar, é fundamental ressaltar a finalidade preventiva dos serviços sócio-sanitários, mediante a implementação de programa didático e educativo, que considere a proteção à saúde, com o objetivo de modificar os maus hábitos sanitários, sob o ponto de vista higiênico. Por outro lado, a educação sanitária não é a panacéia capaz de acabar com todos os males derivados dos problemas sanitários. Deve-se sempre considerar os limites e os riscos de uma informação mal recebida ou mal entendida, considerando sempre as bases culturais das pessoas envolvidas.

Além disso, deve-se manter sempre a maior reserva sobre grande parte dos remédios divulgados pelos laboratórios que, se tomados sem a devida prescrição médica, podem ser altamente prejudiciais à saúde. A educação sanitária pressupõe a formação de uma consciência do valor da saúde como valor ético e social, que recomenda alguns comportamentos e desencoraja outros. O primeiro objetivo a alcançar nesta educação é o de reforçar a confiança no seu médico, de modo a garantir a aliança terapêutica na relação médico-paciente. Sem essa confiança, é sério o risco de impedir o tratamento da doença e, em alguns casos, anular a estratégia preventiva e terapêutica de seu médico.

Neste sentido, são extremamente importantes as campanhas veiculadas na mídia sobre as doenças sanitárias, enfatizando os casos deploráveis e condenáveis, que provocam dúvidas e a desconfiança da opinião pública nos tratamentos ditos caseiros, ou através do aconselhamento dos simples funcionários das farmácias. O que, por outro lado, não significa negar ou encobrir a negligência médica que, quando presente, deve ser sujeita à punição, tanto judicial quanto dos Conselhos Regionais de Medicina.

A respeito deve-se também ressaltar como ilegítimas as generalizações injustas e impiedosas, que negligenciam ou esquecem a orientação, sempre válida, do serviço sanitário. De qualquer modo, não se pode e não se deve esquecer que, sempre que o paciente perde a confiança nos recursos da medicina, fatalmente ocorrerá uma perda na qualidade das iniciativas terapêuticas, e assim também no seu estado de saúde.

Assim sendo, deve-se ressaltar que o conteúdo de uma educação sanitária é de natureza essencialmente higiênica, tanto física quanto mental, e que os riscos de contrair doenças são tanto maiores quanto piores forem os comportamentos e os hábitos incompatíveis com a conservação da saúde. Isto, tanto no âmbito da alimentação, quanto no uso de drogas e de tóxicos, no uso incorreto de remédios, e na inadequada atividade física e mental.

Além desta sua função negativa, a educação sanitária deverá, de maneira positiva, indicar modelos de estilos de vida que sejam coerentes com a conservação da saúde. Neste sentido, deve-se atribuir à medicina uma forte característica ética e social, com todo o seu tradicional conjunto de valores humanísticos, no âmbito das clássicas concepções de Hipócrates e de Galeno.

Se refletirmos sobre os dados epidemiológicos referentes às doenças mais graves da atualidade, e nas correlações etiológicas que eles apresentam, se verificará que, em muitos casos, estas doenças são derivadas dos maus hábitos, da falta de cuidado na vida sexual, do desequilíbrio da atividade física, dos excessos e dos maus hábitos alimentares, do abuso do álcool e do vício de fumar.

Por isso mesmo, não se pode mais omitir a necessidade de promoção de campanhas permanentes, nas escolas e na mídia, levando à população mensagens educativas eficazes, de modo a criar uma cultura que enfatize a conservação da saúde, inclusive por se tratar de um verdadeiro problema de ética, que afeta o bem estar de toda a humanidade.

Fonte: https://www.maconaria.net

terça-feira, 29 de setembro de 2020

BATERIA DA ALEGRIA

Em 11/04/2020 o Respeitável Irmão Walmor Bindi Júnior, Loja Fraternidade Mourãoense, 4.313, REAA, GOB-PR, Oriente de Campo Mourão, Estado do Paraná, apresenta a questão seguinte:

BATERIA DA ALEGRIA

Estava a fazer uma pesquisa sobre a "bateria da alegria", usada, em sessão, para expressar felicidade por algum acontecimento, ou homenagear visitantes ou uma Loja, dentre outras situações de "honrada alegria". Ocorre que não encontrei muito material. E, certa vez, em uma visita, presenciei um Venerável Mestre invocar tal bateria com o título de "salva do galo". Este termo está correto? Pode me dar um norte para esta pesquisa? 

CONSIDERAÇÕES:

É mesmo impressionante até aonde chega à imaginação de alguns Irmãos, sobretudo a desse Venerável Mestre que invocou a “salva do galo”!!!

Meu Irmão, nada disso existe, principalmente em se tratando do REAA. Nele não existe bateria de alegria, do galo, situações de honrada alegria, etc. 

De fato, se o Irmão fizer consulta em autores sérios e comprometidos com a verdade, certamente não serão encontradas referências relacionadas a essas invenções, simplesmente porque elas não existem, não passando de fértil imaginação.

Como se pode notar, essas práticas nem sequer são mencionadas no ritual em vigência, portanto são inexistentes na liturgia do Rito.

É preciso compreender que as Loja Maçônicas não servem para palco para proselitismos, experiências e aplicações de condutas que não condizem com a sua doutrina, prática e liturgia.

Esqueça por favor essas aberrações, ao tempo em que afirmo não existir nenhum Norte verdadeiro para pesquisas do tipo das que se sustentam em aleivosias ritualísticas. Siga o Ritual e o Sistema de Orientação Ritualística que se encontra a disposição na plataforma do GOB RITUALÍSTICA em http://ritualistica.gob.org.br

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

ENTENDENDO O TERMO "MAÇONS ANTIGOS, LIVRES & ACEITOS"

ENTENDENDO O TERMO “MAÇONS ANTIGOS, LIVRES & ACEITOS”
Kennyo Ismail

O termo “Maçons Antigos, Livres & Aceitos” que, utilizando a abreviação maçônica do REAA, fica “MM AA LL & AA” talvez seja, depois de “GADU”, o termo mais usado na Maçonaria. Apesar disso, parece que poucos são os maçons que sabem seu verdadeiro significado e o que se vê são muitos maçons experientes inventando significados mirabolantes e profundamente filosóficos para um termo que teve caráter político na história da Maçonaria. 

O termo geralmente é utilizado após o nome da Obediência ou, muitas vezes, faz oficialmente parte do nome. Em inglês a sigla é AF&AM (Ancient, Free and Accepted Masons), cujo significado é o mesmo do termo em português: Maçons Antigos, Livres & Aceitos. Porém, os Irmãos também podem em muitas Obediências se depararem com termo diferente, sem o uso do “Antigo”, apenas: “Maçons Livres & Aceitos” ou “F&AM – Free and Accepted Masons”. 

Afinal de contas, o que significa esse termo e qual o motivo da variação?

Em primeiro lugar, ao contrário do que muitos possam pensar, o termo nada tem com o Rito Escocês. Pelo contrário, foram os fundadores do Supremo Conselho do Rito Escocês em Charleston que, influenciados pelo termo, resolveram pegar emprestado o “Antigo” e o “Aceito”. 

Na verdade, o termo e sua variável surgiram do nome oficial das duas Grandes Lojas inglesas rivais, historicamente conhecidas por “Antigos” e “Modernos”. O nome da 1ª Grande Loja (1717) era “Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra”. Já sua rival (1751) foi fundada com o nome de “Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra de acordo com as Antigas Constituições” e por isso costumava ser chamada de “Antiga Grande Loja da Inglaterra”. Dessa forma, a mais nova se proclamava “Antiga” e chamava a primeira, que era mais velha, de “Moderna”. A partir daí, nos 60 anos de rivalidade entre essas duas Grandes Lojas, os maçons da Grande Loja dos “Modernos” ou daquelas fundadas por essa usavam o termo “Maçons Livres e Aceitos”, enquanto que os da Grande Loja dos “Antigos” ou daquelas fundadas por essa eram tidos como “Maçons Antigos, Livres e Aceitos”. Nesse período, a Grande Loja da Irlanda (1725) e a Grande Loja da Escócia (1736) se aproximaram dos “Antigos” e de certa forma aderiram ao termo. As duas Grandes Lojas inglesas resolveram se unir em 1813, porém, os termos permaneceram nas Grandes Lojas constituídas por essas, que consequentemente passaram àquelas que constituíram depois.

O maior reflexo dessa “rivalidade” e o uso dos termos que a representam ocorreu nos EUA, que tiveram Grandes Lojas fundadas pelos Modernos, pelos Antigos, e pelas Grandes Lojas da Irlanda e da Escócia. Com isso, 26 Grandes Lojas Estaduais usam o termo COM “Antigos” e outras 25 Grandes Lojas usam SEM “Antigos”:

F&AM (trad.: Maçons Livres & Aceitos) = 25 GLs: Alabama, Alaska, Arizona, Arkansas, Califórnia, DC, Flórida, Geórgia, Havaí, Indiana, Kentucky, Louisiana, Michigan, Mississipi, Nevada, New Hampshire, New Jersey, New York, Ohio, Rhode Island, Tennesse, Utah, Vermont, Washington, Wisconsin. 

AF&AM (trad.: Maçons Antigos, Livres & Aceitos) = 26 GLs: Colorado, Connecticut, Delaware, Idaho, Illinois, Iowa, Kansas, Maine, Maryland, Massachusetts, Minnesota, Missouri, Montana, Nebraska, Novo México, Carolina do Norte, Dakota do Norte, Oklahoma, Oregon, Carolina do Sul, Dakota do Sul, Texas, Virgínia, West Virgínia, Wyoming, Pensilvânia.

Apesar de a rivalidade ter acabado no início do século XIX, os termos permaneceram e podem ser vistos em várias outras partes do mundo. Alguns exemplos:

COM “Antigos”: Bolívia, Chile, Cuba, Costa Rica, Equador, Grécia, Guatemala, Honduras, Israel, Nicarágua, Panamá, Peru, África do Sul, Espanha, Venezuela. 

SEM “Antigos”: Argentina, China, Finlândia, Japão, Filipinas, Porto Rico, Turquia. 

Com o “Antigos” já desvendado, cabe aqui compreender a expressão “Livres & Aceitos”: “Livres” se refere aos maçons que tinham direito de se retirarem de suas Guildas e viajarem para realizar trabalhos em outras localidades, enquanto que os “Aceitos” seriam os primeiros maçons especulativos que, apesar de não praticarem o Ofício, ingressaram na Fraternidade.

Hoje, usar ou não o “Antigos” não faz mais tanta diferença. O importante é que não esqueçamos que o “Livres & Aceitos” é um elo, um registro histórico da transição entre a Maçonaria Operativa e a Especulativa. Qualquer interpretação diferente é tentar jogar nossa história fora.

Fonte: https://www.noesquadro.com.br

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

VOTOS DO VENERÁVEL

VOTOS DO VENERÁVEL 
(republicação)

Em 25/03/2016 o Respeitável Irmão Osni Adres Lopes, Loja Fátima e Caridade, 19, GOP – COMAB, REAA, Oriente de Nova Fátima, Estado do Paraná, pede esclarecimentos para o que segue: osnilopes7@hotmail.com 

Via de regra o Venerável Mestre, ou o Irmão que preside uma Loja ou sessão, só vota em caso que necessite desempate, ou por ocasião da realização do chamado Escrutínio Secreto, certo?! 

Sendo assim, ainda que a legislação não o proíba, entendo não ser coerente que um Venerável, ou outro Irm∴ ocupando a presidência, apresente proposta, pois inclusive, na hipótese de ocorrer necessidade de desempate, quem poderia fazê-lo, não é?! 

Outra questão, como um processo de apresentação de Candidato à admissão passa em seus momentos iniciais somente pelo Venerável Mestre, e a escolha de Sindicantes e outras providências são de exclusiva competência dessa Dignidade, como na situação anterior, ainda que a legislação não proíba, também é sensato e razoável concluir que o Venerável de uma Loja não apresente candidato durante a vigência de seu mandato, pois não?! 

CONSIDERAÇÕES:

A praxe não é do Venerável, ou seu substituto legal apresentar proposta que demande de aprovação pelo método costumeiro, justamente para que se evitem especulações em contraposição ao cargo do dirigente máximo. 

É o caso da apresentação de um Candidato, sobretudo levando-se em conta os trâmites legais e os de usos e costumes do processo maçônico, reservando-se aí apenas o voto por meio do escrutínio secreto para aprovação de um novo membro para o quadro da Loja. 

Entendo que essas situações deveriam estar bem claras no Regulamento da Instituição, mormente no que concerne às obrigações de um Venerável Mestre. 

Ainda, nos termos de voto do Venerável Mestre, essa possibilidade é perfeitamente plausível quando sujeita aos processos eleitorais, assim, antes de tudo, segue-se a regra do bom senso. 

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.212 – Florianópolis (SC) – sexta-feira, 21 de outubro de 2016

domingo, 27 de setembro de 2020

FOTO MAÇÔNICA DE DOMINGO

Por Géplu
Foi Olivier que nos enviou esta foto, tirada no Museu de Vidro Cazier em Madeira, perto de Charleroi. 

O Olho do chefe observando os trabalhadores.

Se você também estiver perto de sua casa ou em viagem e observar um prédio, objeto ou decoração maçônica ou alvenaria, envie-nos fotos com algumas explicações.

Esses "depoimentos" são muito populares entre os leitores do Blog. (tradução livre)

Fonte: Blog hiram.be

SAUDAÇÃO

SAUDAÇÃO 
(republicação)

Em 01/04/2016 o Respeitável Irmão Marcelo Melo, GOB-RN, REAA, sem declinar o nome da Loja, Oriente de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, formula a seguinte questão. marcelorefimosal@hotmail.com 

Ao ingressar e sair do Oriente qual o lugar certo em que se saúda o Venerável Mestre? 

CONSIDERAÇÕES:

Ao entrar no Oriente (nordeste), assim que se ingresse, isto é, na linha da balaustrada que é o limite com o Ocidente. Ali o obreiro para, fica à Ordem e saúda o Venerável Mestre pelo Sinal. Em seguida prossegue no seu deslocamento. 

Ao sair do Oriente (sudeste), antes de descer, na linha da balaustrada o obreiro volta-se para o Venerável Mestre, fica à Ordem e o saúda pelo Sinal. Ato seguido volve-se e prossegue no seu deslocamento. 

Se na oportunidade da entrada ou saída do Oriente o obreiro estiver empunhando (segurando) um objeto de trabalho, ele não fará Sinal, senão apenas uma parada rápida e formal, sem inclinação com o corpo ou qualquer maneio com a cabeça. 

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.210 – Florianópolis (SC) – quarta-feira, 19 de outubro de 2016

PÍLULAS MAÇÔNICAS

SINCRETISMO MAÇÔNICO

Poucos Maçons sabem o que é "Sincretismo Maçônico". Vamos esclarecer, na medida do possível.

A definição de sincretismo, tirada do Dicionário Etimológico Antonio Geraldo da Cunha, é: a mistura de doutrinas ou concepções diferentes. Reunião de idéias ou teses de origens disparatadas.Ampliando o conceito, temos que, em Filosofia, é a reunião, num só sistema, de doutrinas heterogêneas.

Etimologicamente vem do Francês (syncrétisme) que veio do Latim (syncrétismus) tendo como origem, do Grego (sygkéstismós).

O Sincretismo Maçônico é, portanto, a mistura de práticas e costumes diferentes, de diversos Ritos, agregados num único Rito. Esse Rito, assim incrementado, perde suas características originais e fica deturpado. Existem diversos motivos para que isso ocorra: vaidade, invencionice, achismo, etc.

No Brasil, por existirem diversos Ritos reconhecidos pelo GOB (06) e por ser o Rito Escocês Antigo e Aceito o mais praticado, ele sofre influência e adaptações dos demais com bastante assiduidade.

É o caso, por exemplo, das palavras ou orações ditas no Átrio, antes do início da Sessão. Ou então, o fato do Mestre de Cerimônias andar em esquadria no Ocidente. São práticas ritualísticas praticadas em outros Ritos e estão sendo cada vez mais comum no R.E.A.A. Existem muitas outras, além dessas.

No Brasil os Rituais são escritos. A cada edição, novas deturpações podem ser acrescidas ao mesmo. O Ritual, que refere-se a um cerimonial, ou a um conjunto de regras que devem ser seguidas, modifica-se, desse modo, com o passar do tempo.

Nos países onde o Ritual é transmitido oralmente, ou seja, ele é decorado, o Sincretismo Maçônico é mínimo, embora existam cópias escritas do mesmo. É o caso da Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia. Nesses países, as falas dos Oficiais em Loja são totalmente decoradas. Inclusive, nas Instalações, as falas do Grão Mestre e dos Oficiais da Comissão Instaladora, também são decoradas, como foi visto em recente visita em Lojas da Nova Zelândia, pelo grupo que lá esteve.

Com o Sincretismo Maçônico o Rito, seja ele qual for, empobrece, apesar de ter sido incrementado, pois perde sua originalidade.

M∴I∴ Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

O TETO DE UMA LOJA

O TETO DE UMA LOJA

A Astrologia era na Antiguidade, considerada a chave de todas as ciências humanas e naturais. O termo Astrologia deriva das palavras gregas “áster”, que significa “astro” e “logos”, que significa “palavra, razão e cômputo”.

Suas origens e desenvolvimento no passado distante não são conhecidos. Eles se confundem com as origens da civilização. Mas, seguramente, foram as necessidades de ordem prática, como a de marcar o tempo e reconhecer a ordem geral dos movimentos celestes para poder prevê-los, que fez com que em todos os povos da Antiguidade pudessem ser encontrados tais conhecimentos.

É preciso observar que todos os sistemas primitivos do Universo eram ao mesmo tempo astrológicos e astronômicos. A observação do céu tinha como objetivo a interpretação de tais fenômenos.

A Astrologia floresceu no Egito e na Mesopotâmia (situada entre os rios Tigre e Eufrates), onde habitavam os Sumérios, Acádios e Caldeus; e, é fato insofismável que para estes povos, o Sol, a Lua e os Planetas eram Deuses que tinham influência sobre a vida na Terra.

As provas mais antigas da existência da Astrologia são os fragmentos do relicário de um templo egípcio de 4.000 a.C., descoberto pela expedição do arqueólogo francês Frank Goddio, em 1999 e as Tabuas de argila, descobertas no século IXX, em escavações nas cidades de Niníve e Nippur, as quais já mostravam uma Astrologia bastante desenvolvida.

O conhecimento dos movimentos do Sol e da Lua levou à confecção dos primeiros calendários, ao planejamento dos plantios e colheitas e à previsão do Tempo.

No Egito Faraônico, a crença era no destino inelutável.

Contava-se que ao lado de Maat e de Ísis havia as Hathor, sete sacerdotisas que, na presença de um deus escriba, anunciavam ao recém-nascido seu destino, mas esse anúncio só era feito para os privilegiados, reis ou sacerdotes.

O conhecimento astrológico era ensinado apenas nos Templos. Os sacerdotes especialistas, inicialmente encarregados de medir o tempo, tornavam-se depois astrólogos do Estado.

Entretanto, foi a escrita cuneiforme dos povos da Mesopotâmia e a conservação dos documentos mais diversos de fatos de todos os tipos, inclusive os que se relacionavam com o céu, que possibilitou a comprovação do desenvolvimento da extraordinária tradição de observação desses povos.

Registravam, mês a mês, ano a ano e século a século, tudo que observavam e sabiam. As fases da Lua e a evolução do Sol, através das Constelações, também identificaram o movimento dos cinco planetas visíveis a olho nú (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) através do Zodíaco e determinaram seus períodos de revolução com exatidão.

Na Babilônia, já aparecem os simbolismos utilizados pela Astrologia até hoje. O deus lunar Sin reinava sobre a vegetação, os meses, os anos. Os dias e o destino dos homens.

O deus solar Shamash era o Senhor da Vida e da Justiça; Ishtar, deusa do amor, correspondia a Vênus; Júpiter era o Criador Marduk, deus protetor da Babilônia. Seu filho e companheiro Nabu, foi identificado como Mercúrio, o que segura o estilete das tabuinhas do destino, o deus das ciências.

Marte era Nergal, deus dos infernos e das armas, arauto da infelicidade, com seu inquietante brilho vermelho. Saturno, cuja evolução lenta foi notada, era assimilado a um velho Sol fatigado, Ninib, o estável, astro da justiça e da ordem.

Elias Ashmole (23/05/1617 – 18/05/1692), foi um antiquário, político, oficial de armas, estudante de Astrologia e alquimista britânico. Ilustra o transcurso da visão mundial pré-científica no século XVII. Enquanto ele imergia em estudos alquímicos, mágicos e astrológicos, era consultado com perguntas astrológicas por Charles II e sua Corte. Foi membro-fundador da Royal Society, um estabelecimento Superior, para promover o Ensino de Experimentos Físico-Matemáticos, além de um misto de homem renascentista e filósofo hermético.

Quando criou o Rito Escocês Antigo, colocou no céu da Loj.’. trinta e seis astros. Esses corpos celestes cuidadosamente escolhidos entre mais de cinco mil outros, obedecem à uma disposição geométrica exata e são os regentes dos cargos e graus dos IIr∴ em Loj∴.

Isso posto, no Diagrama Geométrico do Teto do T∴, temos:

O Sol
É a Luz Maior do céu e da Loj∴, representa o V∴M∴, colocado no Or∴ e no eixo da Loj∴

Para os gregos, representava o deus Hélios, que percorria o céu numa carruagem de fogo puxada por quatro cavalos (que simbolizavam as quatro estações do ano);

A Lua
Também chamada Selene representa o 1º Vig∴

Era filha de Hyperion e de Teia e irmã de Hélios.

Mais tarde identificada como Ártemis pelos gregos e Diana pelos romanos, também percorria o céu numa carruagem, mas de prata.

Mercúrio
Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e comerciantes, identificado como o Hermes dos gregos, era filho de Maia e Zeus (Júpiter), de quem recebeu o encargo de ser mensageiro dos deuses.

Tinha um par de sapatos alados e um capacete também alado. Carregava um bastão com duas serpentes enroladas (caduceu), símbolo da Paz (harmonia de forças opostas).

É o menor e mais rápido dos planetas. É também o mais próximo do Sol e por isso representa o 1º Diác∴

Vênus
É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Para os gregos era Afrodite, deusa da Beleza e do Amor. Surge sempre próxima da Lua e é o astro regente do 2º Diac∴

*Conhecida ainda hoje como “Estrela Matutina” ou “Stella Matutina”, a primeira a aparecer no céu.

Vênus era a “mensageira do dia”, anunciando a hora de começar o trabalho. Era conhecida também como “Estrela Vespertina” ou “Estrela Vésper”, que anunciava a hora do término dos trabalhos. (* texto inserido pela Redação).

Júpiter
Era Zeus para os gregos. O maior planeta do Sistema Solar, era o Deus Supremo do Universo, pai dos outros deuses e dos homens. Júpiter era o guardião do direito, o defensor do Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio.

Seu atributo é o raio, temido por todos os deuses e mortais. Júpiter é o astro regente do Past-Master e por isso fica no Or∴, à esquerda do Sol.

Saturno
É o sexto planeta do Sistema Solar e o segundo em tamanho. Possui três anéis na altura do Equador e quinze satélites, dos quais, só nove eram conhecidos na época em que os Rituais foram escritos.

Saturno é Cronos para os gregos, senhor do Tempo e da Eternidade. Pai de Zeus e por ele destronado. Por isso, em Loj∴, Saturno é representado com seus três anéis e nove satélites, exatamente sobre o Centro Geométrico do retângulo do Oc∴

Saturno rege a Cad∴ de União. Seus três anéis representam os AApr∴, CComp∴ e MM∴ Os nove satélites representam os nove cargos sefiróticos (V∴M∴, Orad∴, Sec∴, Tes∴, Chanc∴, 1º Vig∴, 2º Vig∴, M∴de CCer∴ e G∴ do T∴).

Stella Pitagoris
A Estrela Virtual ou Estrela Flamejante, colocada sobre o Altar do 2º Vig∴ Representa o iniciado que consegue integrar-se ao Universo.

O Homem-Deus, Cristo, Buda ou mesmo Hércules. É o iluminado que transcende a condição humana. É o astro regente do 2º Vig∴

Estrelas Reais
Arcturus
Estrela Alfa da Constelação de Boötis, que em grego quer dizer “guardião dos animais, zagal”. Por sua posição na Constelação da Ursa Maior, é conhecida como a “guardiã do Urso”.

Representa o cargo do Orad∴, o guardião do Or∴

Sua posição no céu do T∴ é exatamente em cima da Grade do Or∴

Aldebaran
Estrela Alfa da Constelação de Touro, à qual pertencem as Plêiades e as Hyades. O nome Aldebaran significa em árabe, “o sequaz” ou “o adepto”, por causa de sua posição próxima às Plêiades e às Hyades. Na abóbada maçônica representa o cargo do Tes∴

Formalhaut
Estrela Alfa da Constelação de Piscis Austrinis, que em latim significa “Peixe do Sul”, e aqui uma correlação com a Col∴ Zodiacal de Peixes. Formalhaut é uma palavra árabe que significa “a boca do Peixe Azul”. Representa o cargo do Chanc∴

Regulus
Estrela Alfa da Constelação Leonis (de Leão) da qual é a estrela mais brilhante. Repousa quase exatamente sobre a Eclíptica e é assim representada em Loj∴ Na astrologia, Regulus sempre manteve posição de comando.

Ela dirigia todos os trabalhos do Paraíso.

Foi Copérnico quem a batizou com o nome de Regulus, que significa “Regente” ou "Regulador". Representa o cargo de M∴ de CCer∴, o mordomo ou o regente dos trabalhos da Loj∴, cuja jóia é coincidentemente, uma régua.

Antares
Estrela Alfa da Constelação do Escorpião.
Estrela vermelha super-gigante.
Durante séculos foi a maior estrela conhecida.
Às vezes, confundida com Marte.
Com efeito, Antares, em grego significa “o rival de Marte”.

Tanto Antares como Marte (Aries) são vermelhos e ocasionalmente aparecem próximos. Antares é o astro-regente do G∴ do T∴

Spica
Estrela Alfa da Constelação de Virgem, que em latim quer dizer “a Espiga”, é a estrela regente do cargo de Sec∴ Além de estar nitidamente associada à Col∴ da Beleza, feminina, a Spica guarda ainda relação com a P∴ de P∴ dos CC∴MM∴

Por outro lado, os primitivos instrumentos de escrita usados por gregos e romanos não eram penas, mas canetas feitas com caules ocos de certos vegetais chamados “spiculas”.

Curiosamente, Spica não é considerada uma “estrela real”, isso porque o cargo de Sec∴ não é eletivo, mas um cargo de confiança do V∴M∴

As Constelações
Na abóbada da Loj∴ aparecem quatro grupos de estrelas pertencentes a quatro constelações:

Órion
Constelação equatorial, facilmente identificada por sua configuração geral de um retângulo formado por três estrelas brilhantes.

Com uma linha cruzando o centro das três estrelas, formam o chamado “Cinto de Órion”, sendo conhecidas popularmente por “Três Marias” ou “Três Reis Magos”.

Na Maçonaria, Órion pode ser associado ao avental com as três estrelas do cinto representando a abeta e as quatro externas representando o retângulo do avental.

No teto do T∴, só são representadas as três estrelas, pois lembram a idade do Apr∴ M∴, que ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria.

A respeito da imagem do avental, mais uma coincidência, pois, na tradição árabe mais antiga, Órion era chamado de “a ovelha de cinto branco” e o avental do Apr∴é feito de pele branca de carneiro com um cinto. Portanto, as três estrelas de Órion, são as regentes dos AApr∴ MM∴

Híadas ou Hyades
É um grupo notável de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha, na Constelação de Touro. As Híades, são as estrelas regentes dos com∴ O próprio grupo de estrelas tem a forma da marcha de Comp∴ e talvez a tenha inspirado.

Plêiades
É outro grupo de estrelas da mesma Constelação de Touro. São também conhecidas como “as sete irmãs”. Elas regem os MM∴ MM∴, a Plêiade de homens justos.

Ursa Maior
“O Grande Urso” é considerado a Constelação mais antiga. No teto da Loj∴, são representadas suas sete estrelas mais importantes que formam a “charrua”.

A última estrela da cauda da Ursa Maior é Alkaid, também conhecida como Benetnasch.

Ambos os nomes fazem parte da frase árabe “Qaid al Banat ad Nash”, que significa “A chefe das filhas do ataúde maior”.

Esse nome provém da concepção árabe mais antiga que representava a Ursa Maior como um caixão e três carpideiras.

Essa interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com a árabe, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Ísis) e filhos (filhos da viúva) em procissão fúnebre.

A Constelação da Ursa Maior é a regente dos Past-Masters, pois as quatro estrelas da cauda formam o chamado “arco real”, atributo dos Mestres Instalados.

Marte
Assim, contamos trinta e cinco astros existentes na abóbada maçônica. Falta um para completar os trinta e seis.

O último astro não está dentro do T∴

É o planeta Marte, para os gregos Ares. Marte é o deus da guerra e, como tal, não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia.

Por isso, Elias Ashmole desterrou para o Átrio, o reino profano dos tumultos e das lutas, dando-lhe a incumbência de “cobrir o T∴”, sendo então, o astro regente do Cob∴ Do lado de dentro da porta foi colocado Antares, o rival de Marte, para garantir a fronteira entre os mundos profano e o iniciático.

Cabe aqui destacar que este trabalho foi baseado no estudo elaborado pelo ilustre Ir∴ Carlos Alberto Inácio Alexandre, M∴I∴ da Loj∴ MMDC nº 247, há mais de duas décadas.

Os rituais dos Graus Simbólicos apenas fazem algumas (poucas) citações a respeito do assunto, o que gera dúvidas e críticas, pois devemos saber de que tudo que há dentro de um T∴, tem uma razão de ser e um simbolismo próprio.Também existem outras interpretações, variando de Rito para Rito, além das opiniões dos IIr∴ que se dedicam ao estudo de nossa Sublime Ordem.

Por exemplo, em Maçonaria e Astrologia, o ilustre Ir∴ José Castelani, associa os cargos em Loj∴ aos sete planetas esotéricos: V∴M.’.∴ a Júpiter, Orad∴ ao Sol, 1º Vig∴ a Marte, 2º Vig∴ a Vênus, Sec∴a Lua, Tes∴ a Saturno e M∴de CCer∴ a Mercúrio. * O mesmo acontece com o autor Oswald Writ, descrito no livro “Simbólica Maçônica”, de Jules Bucher (pág. 122). (*Nota da Redação).

Referências Bibliográficas do trabalho
Rituais de Graus Simbólicos
Internet - várias consultas
Boletins do Ven.’. Colégio
Mago da Franco-Maçonaria -T.Churton – Madras
Maçonaria e Astrologia – José Castelani
História da Astrologia – Serge Hutin
Sociedades Secretas – A. Tenório de Albuquerque.
Revista “A Verdade” - Glesp - A Abóbada Celeste - nº 467

Fonte: http://otemploeomacom.blogspot.com.br

sábado, 26 de setembro de 2020

DÚVIDAS NO RITUAL

DÚVIDAS NO RITUAL
(republicação)

Em 31/03/2016 o Irmão João Pires Castanho, Companheiro Maçom da Loja Fraternidade São Roquense, 3.931, REAA, GOSP-GOB, Oriente de São Roque, Estado de São Paulo, solicita os esclarecimentos seguintes: 
pirescastanho@uol.com.br

Irmão Pedro, fiquei muito feliz ao deparar com o seu blog, justamente em um momento de muitas dúvidas a respeito do R.E.A.A., esclareci muitas coisas, mas ainda tenho algumas dúvidas que venho solicitar sua ajuda para saná-las, dentre outras, destaco aqui 3 delas que ainda não compreendi: 

1 – Segundo o Ritual, apenas em três ocasiões é feita a saudação ao Venerável, entrada e saída do Oriente, e ao Venerável e aos Vigilantes durante a Marcha do Grau, porém é comum a seguinte situação, como ex: O Aprendiz vai ler um trabalho, o Mestre de Cerimônias dirige-se ao mesmo que esta sentado em seu lugar, este levanta-se e faz a saudação pelo Sinal Penal voltado ao Mestre de Cerimônias, vai até o local de leitura e novamente saúda as Luzes, após o término antes de sentar-se novamente faz a saudação pelo Sinal Penal, outra vez tendo o Mestre de Cerimônias a sua frente, sem voltar ao Sinal de Ordem e senta-se, isto esta correto? 

2 – Segundo o Ritual, na pag. 39, após o Sinal Gut ∴ ou Saud∴ Maçônica, volta-se ao Sinal de Ordem, entendo que voltando ao Sinal de Ordem, apenas o Venerável poderia autriza-lo a desfaze-lo, porém é comum vermos após a Saud∴ Maçônica não se voltar ao Sinal de Ordem e terminar o Sinal depois de deixar cair ao long∴ do corp∴, se, trata-se de uma Saudação deveria então voltar ao Sinal de Ordem, correto? 

3 – Após anunciar o valor arrecadado no Tr.'. de Benef.'., em qual momento o Tes.'. deve sentar-se? É preciso fazer a Saudação Maçônica antes de sentar-se novamente? Caso sim, como deverá ser feita esta Saudação?

CONSIDERAÇÕES:

Antes das questões propriamente ditas, tenho a informar que eu não possuo nenhum blog. O que tem acontecido é que muitos Irmãos tem usado as minhas respostas publicadas pelo Consultório Maçônico José Castellani da revista A Trolha e pelo diário JB NEWS na intenção de divulgar as mesmas. Obviamente que essas matérias têm a minha autorização, já que assuntos de cultura devem ser amplamente divulgados, desde que respeitados e mencionados a autoria dos textos e sem apropriação indevida. 

Questão 1 – o que me parece é estar havendo um excesso de procedimentos. Não se deve confundir, embora o procedimento seja o mesmo, o costume de se estar à Ordem com o ato da saudação. Nesse sentido, saudações em Loja são apenas aquelas mencionadas no ritual, o resto é simples procedimento ritualístico. 

Existe uma regra consuetudinária no REAA∴ de que em Loja aberta, sempre que um obreiro estiver em pé e parado, ele se posicionará à Ordem, isto é, compondo o Sinal do Grau, cujo Sinal quando desfeito se faz obrigatoriamente pelo Sinal Penal – na verdade tudo isso é o conjunto do Sinal Gutural (no caso do Aprendiz). 

Ocorre que saudações em Loja são impreterivelmente feitas sempre pelo Sinal, entretanto nem sempre aquele que compõem o Sinal estará obrigatoriamente saudando alguém. Embora iguais nos movimentos, os procedimentos se distinguem de acordo com o seu objetivo – um é o ato de saudar pelo Sinal (compor, desfazer e recompor), o outro é a ação de estar à Ordem e desfazer o Sinal antes de sentar ou romper um deslocamento (sempre pela pena simbólica). 

Outra questão é a forma protocolar daquele que fará o uso da palavra. Isso significa que um obreiro usando a palavra, estará primeiro à Ordem e em seguida se dirige às Luzes da Loja e aos demais na forma de costume sem desfazer o Sinal em momento algum. Nesse caso o protagonista mantém o Sinal composto e só o desfará ao término e antes de sentar. Assim, o procedimento de estar à Ordem durante a fala não é saudação. Não se refere às Luzes fazendo individualmente a saudação. 

Tomando como exemplo o Mestre de Cerimônias ao conduzir alguém em Loja, o que será conduzido antes fica à Ordem enquanto que o Mestre de Cerimônias portando o bastão não faz com ele Sinal algum. Durante a condução o conduzido antes de se deslocar desfaz o Sinal (isso não é saudação). No destino, o protagonista conduzido em pé e parado fica à Ordem novamente (isso não é saudação). De retorno, o conduzido antes do deslocamento desfaz o Sinal (isso também não é saudação). Chegando ao seu lugar em Loja, antes de sentar o conduzido parado fica primeiro à Ordem, desfaz o Sinal e senta-se (repito: isso também não é saudação). 

Como se pode notar, os movimentos são iguais já que tudo começa ao se estar à Ordem, seja para a saudação maçônica ou para o cumprimento da regra obrigatória daquele que estiver em pé sem empunhar objeto de trabalho, compõe o Sinal (fica à Ordem). Lembra-se que estar à Ordem é permanecer com o corpo ereto, pés unidos pelos calcanhares formando com eles uma esquadria aberta para frente e, com a(s) mão(s), compondo o Sinal do Grau. Composto o Sinal ele somente será desfeito pela aplicação simbólica da pena – não se desfaz o Sinal diretamente. 

Ratificando ainda: toda saudação maçônica é feita pelo ato da composição do Sinal seguido do imediato movimento que se faz ao desfazê-lo. 

Questão 2 – Existem aqui dois aspectos para serem considerados. O primeiro é que o que trata o ritual na página mencionada relaciona-se com o ensinamento do Cobridor do Grau, o que reforça inclusive que a saudação maçônica é feita pelo Sinal. 

Atente-se então que o Aprendiz que está sendo ensinado estará em pé nesse momento. Assim, ao se encerrarem os ensinamentos com o aprendizado dos movimentos relativos ao Sinal, ele continuará em pé, daí obrigatoriamente deverá voltar a ficar à Ordem. Note que esses movimentos são para o primário ensinamento do cobridor relativo à composição e a forma de se desfazer o Sinal. 

Obviamente que essa regra também se aplica para a Marcha do Grau já que ao seu final o executor saudará as Luzes da Loja hierarquicamente cada uma por sua vez, voltando ao final a ficar à Ordem (ele está em pé) aguardando providências. 

Já no simples deslocamento para ingressar e sair do Oriente, por exemplo, o protagonista saúda na forma de costume e imediatamente prossegue no seu deslocamento, não fazendo sentido ele saudar e voltar à Ordem novamente, muito menos ainda ficar aguardando ordens do Venerável para ele desfazer o Sinal. 

Quanto ao segundo aspecto dessa questão me parece ser relativo àqueles que desfazem aleatoriamente o Sinal quando do uso da palavra. Essa atitude não é prevista no REAA, portanto equivocada. Nesse caso, o obreiro em pé, durante a fala, permanece à Ordem, só desfazendo o Sinal antes de sentar e sem a necessidade de receber autorização para tal. O que não pode acontecer é falar em pé sem se estar à Ordem, salvo se o Venerável achar necessário, então ele poderá autorizar o usuário da palavra a desfazer o Sinal – diga-se de passagem, isso não é regra e deve ser bem avaliada antes de se autorizar alguém a falar a vontade, afinal esse não deve ser costume corriqueiro. 

É de péssima geometria também aquele obreiro que usando a palavra pede para desfazer o Sinal. 

Obviamente que todo esse comentário relativo ao Sinal está de acordo somente à situação daqueles que estiverem com a(s) mão(s) desocupada(s). 

Questão 3 – Embora o ritual seja omisso, já que orienta o Venerável para que dê andamento aos trabalhos no ato da conferência, o mais comum tem sido que o Tesoureiro peça a palavra no período seguinte, à Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular. 

No que se refere à parte final dessa questão, digo que esse é mais um caso daqueles em que está se confundindo saudação com a praxe ritualística de um costume usual. 

Nesse caso, o Tesoureiro, autorizado pelo Vigilante, fará a comunicação ao Venerável Mestre em pé, portanto à Ordem. Assim, estando à Ordem e sem desfazer o Sinal, ele faz a comunicação. Ato seguido, antes de tomar assento novamente, desfaz o Sinal na forma de costume. 

Volto a repetir: isso não é saudação maçônica, apenas a praxe consuetudinária de um procedimento do Rito que ordena que todo obreiro em pé e parado em Loja aberta ficará à Ordem, a despeito de que só se anda com o Sinal composto por ocasião da execução da Marcha do Grau. 

Finalizado as considerações, reforço a severa atenção para a interpretação detalhada da liturgia maçônica. Trocando em miúdos, é realmente se saber o que significa cada momento da prática ritualística. Afinal, nem tudo o que parece ser a mesma coisa, nem sempre é a mesma coisa – as aparências enganam; até na Maçonaria.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.204– Florianópolis (SC) – sexta-feira, 14 de outubro de 2016

AVENTAIS

English Royal Arch Freemason Woman XXth

MAÇONS SE SENTEM SÁBIOS...

MAÇONS SE SENTEM SÁBIOS EM DOIS ANOS E MEIO
por Luciano R. Rodrigues

Pesquisadores da United States Chamber of Freemasonry (grupo de pesquisa maçônica com sede em Washington D.C.), divulgaram resultados de um estudo que demonstra que a quantidade média de tempo que um novo maçom acha que sabe tudo é de cerca de dois anos e meio.

“Sim, ele vai variar de loja para loja”, explicou o Irmão Ledge Porter. “Mas de um modo geral, em algum momento entre dois e três anos, um maçom vai acreditar saber o suficiente para começar a se sentir superior aos novos iniciados”.

Falando sobre o paradoxo que contrasta os resultados do estudo com a afirmação de que a Maçonaria é um processo de aprendizagem ao longo da vida:

“Oh, não há dúvida de que muitos dos maçons realmente não acreditam que sabem tudo, mas uma vez que atingiu esse momento crítico, eles desenvolvem certos sentimentos de presunção de que eles têm bastante conhecimento e na verdade, o suficiente para que eles possam até mesmo começar a fazer julgamentos morais sobre o comportamento de um novo membro”.

Observando que muitos maçons são convidados a ocuparem cargos de oficiais em uma loja dentro de seus primeiros anos, nós entendemos que pode haver uma conexão.

“Nós não vimos uma conexão causal sólida”, disse Porter. “Isto é, nós ainda não descobrimos se ocupar um cargo de oficial nos faz sermos um pouco de burros moralizantes, ou se ele leva dois anos a fim de internalizar a cultura maçônica na medida em que a pessoa se sente confortável em fazer correções públicas aos novos irmãos”.

Porter acrescentou: “É claro, a satisfação presunçosa de corrigir um novo maçom em público é algo que fica com os maçons durante toda a sua carreira maçônica, por isso não esperamos que esta pesquisa leve a qualquer cura. No entanto, pensamos que isso pode ter alguma utilidade, porque alguns daqueles que atingiram este momento não estão apenas fazendo julgamentos sobre novos membros, mas também sobre oficiais mais velhos”.

Em resumo, lamentavelmente não é difícil encontramos tais atitudes em irmãos que se acham superiores, seja por tempo de iniciado ou por algum grau conquistado. O conhecimento deve ser utilizado para nos igualarmos e não para nos tornar superiores aos mais novos.

Fonte: http://www.oprumodehiram.com.br

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

SESSÃO CONJUNTA

SESSÃO CONJUNTA
(republicação)

Em 24/03/2016 o Respeitável Irmão Wilmar Gomes dos Reis, atual Venerável Mestre da Loja Acácia dos 33, 2.341, REAA, GOB-DF, Oriente do Gama, Brasília, Distrito Federal. wgreis@gmail.com

Estou precisando de informações de como realizar uma Oficina com duas Lojas do mesmo Rito (REAA). Quais os procedimentos a serem adotados? Ocupação dos cargos, enfim tudo será bem vindo, vez que nem eu nem o outro Venerável participamos de tal Sessão. Desde já agradeço pela atenção, pondo-me à disposição do Irmão.

CONSIDERAÇÕES:

Vou transcrever um trecho dos Procedimentos Ritualísticos do Primeiro Grau, REAA.'., Grande Oriente do Brasil – Paraná, edição 2.016, cuja autoria é da minha lavra e do Respeitável Irmão Orlando Antonio Cestaro. Assim está descrito nos Procedimentos no item 3.5.9. Recepção de Lojas – 

“Uma Loja pode estar presente na sessão de uma coirmã como incorporada (Art. 26, inciso IX da Constituição do GOB), quando ambas funcionarem no mesmo Rito. As Lojas incorporadas ingressam no Templo juntamente com a Loja anfitriã e com ela dividem a realização dos trabalhos em Sessão Conjunta (Art. 97, inciso VII do RGF). Cabe lembrar que o Venerável Mestre da Loja anfitriã não divide a direção dos trabalhos com qualquer Irmão. Na Sessão Conjunta não deverá ser lido o expediente das Lojas. Os assuntos da Ordem do Dia deverão ser de interesse comum das Lojas. Será confeccionada uma Ata pela Loja anfitriã que enviará cópia à Loja incorporada, a qual colocará sua própria numeração no Balaústre. O Tronco de Beneficência deve ser dividido entre as Lojas. Cada Loja fará a sua Lista de Presenças. Caso não seja do mesmo Rito ou, sendo do mesmo Rito, não atue no desenvolvimento dos trabalhos, tratar-se-á de uma Loja visitante. A Loja visitante ingressa após a abertura dos trabalhos com o Venerável Mestre à frente, seguindo-se o Estandarte e hierarquicamente, as Dignidades, Oficiais e Irmãos formados em colunas por dois do de maior grau para o de menor, sendo recebida de pé pela Loja visitada e sob-bateria incessante ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre e as respectivas mesas ocupadas pelos Vigilantes. Depois do ingresso no Templo, os visitantes param e colocam-se à Ordem. Somente o Venerável Mestre visitante saúda as três Luzes da Loja visitada, sendo conduzido ao Oriente para o lugar devido. Os Irmãos da Loja visitante desfazem o Sinal, ocupam seus lugares, indicados e comandados pelo Mestre de Cerimônias. Quando existirem duas ou mais Lojas em visitação, entra por último o de maior título ou condecoração; se estes forem iguais, entra em último lugar a mais antiga na Ordem (a de menor número)”.

Cabe lembrar que a Incorporação de Lojas será realizada em uma Sessão Conjunta. Note que o que parece ser a mesma coisa, possui destaques diferentes. Assim existe uma Sessão Conjunta desde que composta por duas ou mais Lojas incorporadas. Quando se tratar simplesmente de uma Loja ou mais Lojas visitantes, o caso não é de uma Sessão Conjunta.

Quanto à ocupação dos cargos em Loja Incorporada, exceto o Venerável da Loja anfitriã, que não divide o trabalho com ninguém, os outros cargos serão distribuídos conforme o combinado entre as Lojas incorporadas.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.202– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A CORDA DE OITENTA E UM NÓS

A CORDA DE OITENTA E UM NÓS

Os deuses não concedem nunca aos mortais qualquer bem autêntico, sem esforço e sem uma luta séria para obter. (Sócrates)

Iniciaremos nossa pesquisa neste dia, exortando que a Maçonaria é uma Instituição filosófica, filantrópica dotada de um esoterismo místico e uma natural simbologia que nos conduzem a uma reflexão profunda através de simples utensílios profanos. Dessa feita atribuir um significado próprio aos símbolos é de sublime importância para os aprendizes, pois é neles que nos apoiamos e com eles que trabalhamos.

A humanidade em geral aprendeu e evoluiu consoante a utilização de símbolos, hoje são utilizados certamente em todas as áreas do conhecimento, e até mesmo na dicção de uma simples palavra, que por uma convenção arbitrária atribuímos às letras, palavras e idiomas sons distintos; sujeitos a uma determinada interpretação. Na vida maçônica esta regra ocupa um lugar de destaque, senão vejamos, assim que adentramos ao Templo nossos olhos são guiados espontaneamente a todos os símbolos presentes e dispostos harmoniosamente, assim, de modo a obter um profícuo esclarecimento, buscamos o início, o significado da própria palavra símbolo.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira – “Símbolo. [Do gr. Symbolon, pelo lat. Symbolu] S. m 1. Aquilo que por um princípio de analogia representa ou substitui outra coisa; 2 Aquilo que por sua forma e natureza evoca, representa e substitui, num determinado contexto, algo abstrato ou ausente; 3 Aquilo que tem valor evocativo, mágico ou místico; 4 Objeto material que, por convenção arbitrária, representa ou designa uma realidade complexa...”

Assim a “corda de oitenta e um nós” é um símbolo presente nos Templos maçônicos, e é encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas Zodiacais, conforme estatuído no R∴E∴A∴A∴. A corda será preferencialmente de sisal, sua disposição inicia-se com a colocação e a observação do “nó” central dessa corda que deve estar acima do Trono de Salomão (cadeira do V∴M∴) e acima do dossel, se ele for baixo; ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, sua significação representa o número UM, unidade, indivisibilidade, sagrando-se por representar ainda o Criador, princípio e fundamento do Universo. Dessa forma a corda conta ainda com quarenta “nós”, eqüidistantes, de cada lado que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou Moderação), muito embora existam Templos na França que apresentam cordas com doze “nós” representando os signos do Zodíaco.

Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a Luz Maçônica, porém a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem Maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade, já que não pode ser Maçom aquele que rejeita as idéias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Na busca do significado esperado, remontemos no tempo... na Grécia antiga os cabelos longos das mulheres eram usados para fazerem as cordas necessárias para a utilização na defesa das cidades. Já os agrimensores egípcios usavam a cordas com “nós” para declinarem os terrenos a serem edificados, sendo que os “nós” demarcavam os pontos específicos das construções, onde deveriam ser necessárias aplicações de travas, colunas, encaixes, representando, portanto, os pontos de sustentação. Também fora utilizada, na Idade Média, como instrumento para medir e demonstrar dimensões e proporções da cúpula que se desejava construir através da sombra sabiamente provocada por uma luz. Incontestavelmente ela é um elemento que pode ser composto pelos mais diferentes materiais e que tem a finalidade de prender, separar, demarcar ou em nosso caso “unir”. Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra informe medieval, que cercava o seu local de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local.

Uma das possíveis origens da “corda de 81 nós”, ocorre quando em 23 de agosto de 1773, por ocasião da palavra semestral em cadeia da união na casa "Folie-Titon" em Paris, tomava posse Louis Phillipe de Orleans, como Grão-Mestre da Ordem Maçônica, na França, onde estavam presentes 81 irmãos em união fraterna, e a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas.

Contudo encontramos ainda, na Sociedade dos Construtores (Maçonaria Operativa), que foi o embrião na Maçonaria como conhecemos hoje, a herança da “corda” que era desenhada no chão com giz ou carvão, fazendo parte alegoricamente parte de um Painel representativo dos instrumentos utilizados pelos Pedreiros Livres. Agora nas reuniões maçônicas, seguindo o ritual, é pedido ao Irmão Guarda do Templo que verifique se o Templo está "coberto" em sua parte externa, das indiscrições profanas, somente iniciando os trabalhos após sua confirmação. Seguindo a isto a protetora Corda Maçônica saiu do chão e elevou-se aos tetos dos Templos, significando a elevação espiritual dos Irmãos, que deixaram de trabalhar no chão com o cimento e passaram a trabalhar no plano superior com o cimento místico que é a argamassa da Espiritualidade. Esta corda é que oferece-nos proteção através da irradiação de energias pela "Emanação Fluídica" que abriga e sustenta a "Egrégora" (corpo místico) formada durante os trabalhos em Templo através da concentração mental dos Irmãos, evitando que ondas de energia negativa desçam sobre os presentes na reunião. As borlas separadas na entrada do Templo funcionam como captores da energia pesada dos Irmãos que entram, devolvendo-lhes esta energia sob forma leve e sutil quando de sua saída.

A estrutura dos “nós” (melhor denominados “laços”) representa o símbolo do infinito –¥– e a da perpetuação da espécie, simbolizando na penetração macho/fêmea, determinando que a obra da renovação é duradoura e infinita. Este é um dos motivos pelos quais os laços são chamados "Laços de Amor", por demonstrar a dinâmica Universal do Amor na continuidade da vida. Os átomos detêm toda a sabedoria do Mundo, porque ele gera e cria novas propostas para a evolução humana. A Corda de 81 laços representa a laçada como um "8" deitado, lembrando ao Maçom que é preciso tomar muito cuidado para não puxá-la transformando-a em nó o que significaria a interrupção e o estrangulamento da fraternidade que deve existir entre os Irmãos. Os 81 laços são apresentados nos Templos Escoceses do Brasil e Paraguai, cuja Maçonaria foi originada da nossa

Depois de analisada a natureza dos símbolos, a disposição simbólica da “corda de oitenta e um laços” no Templo, assim como sua origem nesta sublime Instituição passemos a uma retida análise consoante ao número 81, representado através dos laços eqüidistantes, senão vejamos: Esotericamente, a “corda de oitenta e um laços” simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir, entre todos os Maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e objetivos da Maçonaria, que evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta.

“Para que um símbolo se torne de fato um símbolo são necessárias várias interpretações, justificativas e significados” já lecionavam carinhosamente os “velhinhos” da A∴R∴L∴S∴“Barão de Ramalho”, e é dessa maneira que a máxima se justifica, vez que mais uma vez encontramos várias teorias acerca do tema proposto.

Nesse contexto, inicialmente abstrairemos o laço central que é a representação G∴A∴D∴U∴ entre seu passado e o seu futuro, representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado. Destarte passemos às laterais com 40 laços, e lembramos que este número marca a realização de um ciclo que leva a mudanças radicais. A Quaresma dura 40 dias. Ainda hoje temos o hábito medicinal de colocar pessoas ou locais sob "quarentena" como se nela estivesse a purificação dos males antes existentes. Jesus levou 40 dias em jejum e tentações. Os Hebreus vagaram 40 anos no deserto. Quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4). Quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28). Os 40 laços representam os 40 dias que Jesus usou para preparar-se para a morte terrestre e os 40 dias que ficou entre nós após a ressurreição, preparando-se para a Eternidade.

Ato contínuo analisemos as justificativas simbólicas no próprio número 81 que segue os princípios místicos da Cabala, senão vejamos: o número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número Perfeito, bastante estudado em Escolas Esotéricas e de alto valor místico, para todas as antigas civilizações; Três eram os filhos de Noé; Três os varões que apareceram a Abraão; Três os dias de jejum dos judeus desterrados; Três as negações de Pedro; Três as virtudes teolegais (Fé; Esperança e Amor). Além disso, as tríades divinas sempre existiram, em todas as religiões: Shamash, Sin e Ichtar, dos Sumérios - Osiris, Isis, Horus, dos Egípcios - Brahma, Vishnu e Siva, dos Hindus - Yang, Ying e Tao, do Taoismo - Pai; Filho e Espírito Santo, da Trindade Cristã. Também não poderíamos deixar de citar a tríplice argamassa das oficinas Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

E ainda, os comportamentos humanos tem valores numéricos, de acordo com as letras de seus nomes. As letras são divididas em três grupos de 9 letras, cada letra com 3 chaves, a saber: o valor numérico que lhe é próprio; o som que lhe é próprio; e a figura que a caracteriza. Como temos nove variações comportamentais segundo a Psicologia, teremos 81 variações de comportamento. Podemos, então dizer em estudo livre, que esta corda mostra também os 81 comportamentos que uma pessoa pode ter em uma existência, sendo então a representação do indivíduo e suas mudanças humorais.

No ritual do Grau 20 do Supremo Conselho do Grau 33 do Paraná encontramos uma explicação para os 81 laços; na página 35, ao perguntar-se o porquê dos 81 laços, responde-se que Hiram Abiff tinha 81 anos quando foi assassinado. Também encontramos no Artigo II da Constituição dos Princípios do Real Segredo para os Orientes de Paris e Berlim, edição de 1762; para se chegar ao Grau 25, naquela época, eram necessários 81 meses de atividades maçônicas. A Cosmogonia dos Druídas, resumidas nas Tríades dos Bardos antigos, eram em número de 81 (as Tríades) e os três círculos fundamentais de que trata esta doutrina, tem como valor numérico o 9, o 27 e o 81, todos múltiplos de 3. Ragon, em seu livro "A Maçonaria Hermética", no rodapé da página 37, diz em uma nota, que segundo o Escocês Trinitário, o 81 é o número misterioso de adoração dos anjos. Assim, segundo Oswaldo Ortega, da Loja Guartimozim de São Paulo, à luz do Esoterismo, ele cita que os 81 laços que estão no teto, portanto, próximos do céu, tem ligação com os 81 anjos que visitam diariamente a Terra, com mostram as Clavículas de Salomão, e se baseiam nos 72 pontos existenciais (os 72 nomes de Deus), da Cabala Hebraica modificada. A cada 20 minutos, um anjo desce à Terra e dá sua mensagem aos homens. São 72 visitas no curso do dia, se levarmos em conta que a cada hora teremos 3 anjos, em 24 horas, teremos 72 anjos. Agora, somando 72 anjos aos nove planetas que nos influenciam diariamente chegamos ao número 81. Sabemos que estes anjos podem nos ajudar se os chamarmos pelos nomes no espaço de tempo que nos visitam. E eles estão representados no teto do Templo, através dos 81 laços.

Pontofinalizando encontramos ainda outra denominação à “corda”, ou seja, “Borda Dentada”, traduzida pela corda de nós (laços de amor) que rodeia o “Quadro de Aprendiz” (3 ou 7 laços), assim como o “Quadro de Companheiro” (5 ou 9 laços) terminada com uma borla em cada extremidade e que per si mereceria um estudo próprio. Não obstante ao explicitado, a lição primordial que nos resta é que a corda é a imagem da união fraterna que liga, por uma cadeia indissolúvel, todos os Maçons, simbolizando o segredo que deve rodear nossos augustos mistérios, assim como representa a Cadeia de União permanente pela busca da proclamada Fraternidade, tão bem explicitada no Salmo 133.

BIBLIOGRAFIA

CASTELLANI, José. “O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática”. 2. Ed. São Paulo: A Trolha, 1995.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”. 2. ed. 30. Impr. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira.

Fonte: http://cidademaconica.blogspot.com