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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

RITUALÍSTICA - CIRCULAÇÃO DAS BOLSAS

CIRCULAÇÃO DAS BOLSAS
(republicação)

Em 01/07/2017 o Respeitável Irmão Wilmar Gomes dos Reis, Loja Acácia dos 33, 2.341, REAA, GODF – GOB, Oriente do Gama, Distrito Federal, formula a questão seguinte:

Recebi a incumbência de dar uma instrução sobre a circulação do saco de propostas e informações e do tronco de beneficência, no REAA, no dia 03/07.

Verificando a literatura maçônica, constatei que as informações são poucas.

Diante do exposto, solicito ao mano que, dentro das possibilidades, me envie alguma informação a respeito do assunto.

CONSIDERAÇÕES:

A circulação para ambas as finalidade ocorre na mesma sequência, diferenciando-se apenas pelo oficial que executa a coleta. 

No REAA⸫, em qualquer situação a bolsa (saco) segue o seguinte percurso: Luzes da Loja (Venerável Mestre e os Vigilantes) respectivamente, as Dignidades do Orador e do Secretário e Cobridor Interno. Esses são os seis primeiros cargos obrigatórios na circulação. Dando sequência abordam-se todos os Irmãos do Oriente começando por aqueles que eventualmente estejam ocupando as cadeiras de honra (Decreto GOB 1469/2016), em seguida os Mestres que ocupam o Sul, os do Norte, os Companheiros, os Aprendizes e, por fim, o oficial circulante que é ajudado pelo Cobridor Interno.

Seguem algumas observações necessárias para o procedimento de abordagem.

a) Em hipótese alguma se faz a coleta do Venerável junto com os ocupantes das duas cadeiras de honra, nem mesmo se o ocupante for o Grão-Mestre. A coleta inicia-se obrigatoriamente pelos detentores dos malhetes.

b) A obrigatoriedade dos seis primeiros cargos se dá para cumprir a regra de que uma Loja somente pode ser aberta com sete Mestres. Nesse caso são os seis primeiros, mais o oficial circulante. É equivocada a justificativa da tal estrela de seis pontas que, além de não ser elemento simbólico do REAA⸫, é preciso ainda de muito exercício de imaginação para se formar uma estrela ligando os lugares dos primeiros seis cargos abordados.

c) Os seis primeiros cargos obrigatoriamente abordados seguem hierarquia administrativa – Luzes, Dignidades e o Cobridor, cujo cargo é tão importante que nenhuma Loja pode abrir os trabalhos sem a sua presença – o Cobridor representa o Landmark do sigilo.

d) Abordados os seis primeiros cargos, para os demais não existe nenhuma sequência obrigatória, senão que a coleta se dê no Oriente, Sul e Norte. 

e) No Ritual do GOB em vigência durante a circulação e abordagem do Cobridor Interno, nele aparece o termo “Cobridores”, obviamente se reportando ao Interno e o Externo. Esse foi um equívoco, mas que, como outros já aparece corrigido podendo ser conferido no site do Poder Central em: Ritualística – Grande Oriente do Brasil. Para acessa-lo é necessário que o Obreiro possua o GOB-CAD.

Outros comentários:

A postura do oficial circulante (Mestre de Cerimônias ou Hospitaleiro) parado ou em deslocamento será sempre segurando a bolsa aberta com as duas mãos junto e na altura do seu quadril esquerdo. Durante a abordagem o portador da bolsa deve discretamente virar o rosto para o lado oposto daquele que está sendo abordado. Esse gesto identifica a virtude da “discrição”.

A origem da postura ao carregar a bolsa pelo lado esquerdo vem de um costume haurido de algumas igrejas medievais na França quando nelas havia um personagem chamado “esmoler” que trazia consigo uma grande bolsa presa a tiracolo da direita para a esquerda. Esse personagem geralmente no final do ofício religioso oferecia a bolsa aos fiéis recolhendo doações para os necessitados. Assim a Maçonaria francesa através de alguns dos seus ritos copiou o gesto simbólico para as suas Lojas e o deu ao Hospitaleiro a postura de segurar a bolsa imitando a maneira do esmoler que trazia o recipiente a tiracolo ao coletar donativos na igreja.

Originalmente em Maçonaria a coleta para solidariedade intitula-se “Tronco” cuja coleta se destina para as obras assistenciais da Loja. Nesse caso, a origem do vocábulo é francesa já que a palavra “tronc” em francês, dentre outros, designa também uma caixa para óbolos (caixa de esmolas) muito comuns nas igrejas francesas, cujas quais se identificam como “Tronc”. A ideia figurada é de engrossar a caridade como o tronco de uma árvore que paulatinamente engrossa (encorpa) pelo tempo da sua existência.

No que diz respeito à Bolsa de Propostas e Informações, em analogia à discrição maçônica que cerca a coleta beneficente, o mesmo gesto e o mesmo percurso na Loja seriam adotados para a coleta de documentos e escritos que muitas vezes são sigilosos e que merecem primeiro uma análise acurada do Venerável antes de delas dar conhecimento (prudência). O encarregado de recebê-las na forma de costume é o Mestre de Cerimônias.

Como propostas e informações demandam geralmente de providências administrativas e podem aguardar constitucionalmente outros aprovisionamentos (ficar sob malhete) o gesto, para exarar boa-fé, exige a presença de duas testemunhas (Orador e Secretário) na oportunidade em que é conferido o número de propostas e informações coletadas. 

Tanto na coleta do óbolo como na das propostas e informações, impreterivelmente todos, sentados e sem fazer sinal ao serem abordados, devem inserir a sua mão direita fechada dentro na bolsa e retirá-la na forma de costume. Essa regra é admitida para que ninguém saiba o que, ou quanto, dependendo do caso, foi depositado no interior do recipiente.

Durante essas coletas ninguém pode colocar propostas, informações ou óbolo por outro Irmão. O procedimento é estritamente individual.

Propostas e informações sem assinatura não serão aceitas pelo Venerável Mestre.

Do mesmo modo, o produto da coleta no Tronco de Beneficência deve ser conferido na sessão em curo. Não existe a abominável prática de se lacrar o tronco em homenagem aos visitantes, isso é ilegal e só serviria se fossa para homenagear o pão-durismo de alguns. Em nome da lisura e transparência da sessão o total apurado na coleta do óbolo deve ser conferido e anunciado na presença de todos.

Enfim, esses são os apontamentos que me ocorreram nesse momento, lembrando que essas considerações são norteadas às Lojas do REAA⸫ e em particular às do Grande Oriente do Brasil.

Concluindo, devo lembrar que giro e coleta nessa forma ritualística é particularidade de alguns ritos maçônicos e não é um procedimento ritualístico unânime e assim aplicado em toda a Maçonaria.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

GRANDE LOJA DE ANDORRA

GRANDE LOJA DE ANDORRA
LucianoRodrigues 

O Principado de Andorra é um dos seis estados soberanos minúsculos na Europa referidos como microestados, que também incluem Liechtenstein, Malta, Mônaco, San Marino e Cidade do Vaticano. Ele está situado ao longo da fronteira entre Espanha e França a leste nas montanhas Pyrenees. O principado atual foi criado em 1278, e é uma monarquia governada conjuntamente por dois co-príncipes – O presidente da França e o Bispo Católico Romano espanhol de Urgell. Vivendo em tal região do pequeno país protegido da maioria das guerras e conflitos que se abateram sobre a Europa ao longo dos séculos, mas também manteve os povos isolados de grande parte do mundo exterior.

Em 1993, os andorranos votaram para aprovar uma Constituição Nacional que dá à população o direito de livre associação. Como resultado, a primeira loja maçônica oficial no país foi fundado em 1994 pela Grande Loge Nationale Française, seguido de uma loja espanhola, seis meses depois pela Grande Loja de Espanha.

A Grande Loja de Andorra foi oficialmente consagrada com o acordo das duas grandes lojas estrangeiras em 09 de setembro de 2000, na Sala de Congressos de Andorra. Ela é composta de apenas 16 lojas:
  • La Triada Nº 1
  • Sant Joan de les Valls Nº 2
  • Carlemany Nº 3
  • Vescomte Arnau de Castellbo Nº 4
  • Montsalvat Nº 5
  • Masonry Universal Nº 6
  • Minerva Nº 7
  • Els Cavallers d’Envalira Nº 8
  • Arca de Noé Nº 9
  • Fraternitas Nº 10
  • Sant Joan de Jerusalem Nº 11
  • Jean de la Valette Nº 12
  • Lògia ISIS Nº 13
  • Serenitat i Paciència Nº 14
  • La Constància Nº 15
  • L’Elecció dels Amics Nº 16
O primeiro Grão-Mestre eleito foi Antoni d´Ortadó, um membro da Loja Sant Joan de les Valls Nº2.

O país hoje é o lar de cerca de 20.000 andorranos, 45.000 residentes de outros países, e é visitado anualmente por 10.000.000 turistas. Não é um membro da União Européia.

O Principado de Andorra é o 184º Estado da ONU. Este país tem cerca de 20.000 andorranos, 45.000 residentes de diferentes nacionalidades e recebe uma média de 10.000.000 de visitantes de todo o mundo. É nesta área que o trabalho da Grande Loja de Andorra está a desenvolver. As 16 lojas de Andorra acolhem homens de diferentes nacionalidades, línguas, cultura, religião, raça e crenças políticas, com os objetivos comuns da perfeição pessoal, companheirismo e o desejo de contribuir para o progresso da humanidade.

Site – http://gran-logia-andorra.com/

Fonte: http://www.oprumodehiram.com.br - 28/01/2016

domingo, 30 de janeiro de 2022

ACESSO AO BALAÚSTRE (ATA) DA LOJA

Em 12.08.2021 o Respeitável Irmão, Hélio Lima, Loja União Palmeirense, 1.454, sem mencionar o nome do Rito, GOB-AL, Oriente de Palmeira dos índios, Estado de Alagoas, formula a questão que segue:

ACESSO AO BALAÚSTRE

Estou Secretário dessa Oficina, me chamo Hélio Lima e venho sendo cobrado pelo Irmão Tesoureiro os motivos pelos quais o mesmo não tem acesso aos Balaústres aprovados em Loja. Sou sabedor até então, que os mesmos só podem ser disponibilizados ao Venerável Mestre e por motivos assim aceitos por ele, a outros Irmãos que os assim os fizerem de maneira oficial e por intermédio de Pranchas. Só que não estou encontrando no Regulamento do GOB essa informação. O Irmão poderia me dizer se estou agindo dentro das condutas do Sigilo Maçônico?

E.T. - acho que esqueci de mencionar, que o mesmo desejar receber cópias do Balaústre. E não só ter o direito a leitura posterior.

CONSIDERAÇÕES:

Por certo que o livro de atas (balaústre) não é para ficar exposto à disposição para consulta a qualquer momento, até porque o responsável pela sua elaboração e guarda é o Secretário da Loja. Contudo, com essas ressalvas, não existe nada que proíba um Irmão regular do quadro justificadamente consultar uma ata da Loja, porém desde que o conteúdo seja compatível com o grau do solicitante.

Obviamente que existem critérios para a consulta, devendo a mesma ser na presença do Secretário e na Loja, não sendo recomendável a retirada do livro, assim como a elaboração de copias ou reproduções total ou parcial do conteúdo, salvo se por motivos comprovadamente justificáveis, como por exemplo o de ser parte de um processo legal.

Geralmente os membros da diretoria da Loja são os que têm rotineiramente mais acesso ao conteúdo da ata, sobretudo quando o dever do seu oficio exija.

Vale lembrar que a ata, ou o balaústre, é decifrado em Loja aberta, isto é, na presença dos Irmãos do quadro, inclusive é comum dela também tomarem conhecimentos na oportunidade Irmãos visitantes e até mesmo Irmãos do quadro que não estiveram presentes na sessão a que se refere a própria ata.

Assim, não cabe um sigilo irrestrito ao ponto de que a ata seja acessível apenas ao Venerável e ao Secretário, pois ela já foi lida em Loja.

O que de fato não é permitido é o envio eletrônico de atas para a apreciação antecipada de Irmãos, isto é, antes da sua leitura em Loja sob a alegação de se ganhar tempo. Nesse sentido os rituais são claros quando trazem um período próprio na liturgia para sua leitura e aprovação durante a sessão, ou seja, em Loja aberta.

Concluindo, entendo que nesse contexto valem as ações tomadas de acordo com as regras, mas adequadas para uma determinada ocasião (bom senso).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

FAZER POR MERECER

FAZER POR MERECER
(autor desconhecido)

Estava o Venerável Mestre em seu gabinete organizando a Ordem do dia com o Secretário, e o ágape para o final da reunião com o Mestre de Banquetes, quando Mário, um Obreiro sério, dedicado, cumpridor de seus deveres e já com seus vinte anos de Maçonaria se dirige ao Venerável para fazer uma reclamação:

- Venerável Mestre tenho trabalhado durante estes 20 anos na Loja com toda a dedicação e me sinto um tanto injustiçado. O Fernando está na Maçonaria e na Loja a pouco mais de três anos e foi convidado para compor a chapa oficial da Loja como 1o Vigilante; Nunca me convidaram para o cargo de Vigilante. Por que não mereço o cargo?.

O Venerável Mestre fingiu não ouvi-lo, cumprimentou-o e disse:

- Desculpe meu Irmão estou tratando da Ordem do Dia e organizando, também, o ágape. Foi bom você chegar; precisamos de um obséquio seu. Queremos oferecer na sobremesa de hoje algo diferente. Aqui na esquina há uma barraca de frutas. Por favor, vá até lá e verifique se eles têm abacaxi.

O Mário, sem entender, saiu da sala e foi cumprir a missão a ele designada. Em cinco minutos estava de volta.

- Como foi? perguntou o Venerável.

Suas ordens foram cumpridas, verifiquei, eles têm os abacaxis respondeu Mário.

- Quanto custam? - Isso eu não perguntei não.

- Há outra fruta que possa substituir o abacaxi? - Também não sei, não.

Muito bem Mário, sente-se ali e me aguarde um pouco.

O Venerável mandou chamar o Fernando. Quando o Fernando chegou na sala o Venerável foi logo dizendo:

- Fernando, queremos oferecer aos nossos Irmãos uma sobremesa diferente após o ágape de hoje. Aqui na esquina há uma barraca de frutas. Por favor, vá até lá e verifique se eles têm abacaxi.

Em oito minutos o Fernando estava de volta.

- Como foi, Fernando? perguntou o Venerável. 

- Eles têm abacaxi sim. Têm em quantidade suficiente para todos os nossos Irmãos e, se precisarmos eles têm, também, laranja e banana.

- E o preço? indagou o Venerável.

- Bom, o abacaxi é vendido a três reais a unidade, a banana a dois reais a dúzia e a laranja a cinco reais a sacola com três dúzias. Como eu disse que a quantidade que queríamos era grande, eles me concederam um desconto de 10%. Deixei reservado o abacaxi. Caso o Venerável resolva, eu confirmo.

Depois de agradecer ao Fernando pelas informações, o Venerável dispensou-o e voltou-se para o Mário, na cadeira ao lado:

- Você falou alguma coisa quando entrou na sala... O que era mesmo?

- Não era nada sério não, Venerável.

Fonte: JBNews - Informativo nº 156 - 30/01/2011

sábado, 29 de janeiro de 2022

DE MINHA LOJA OU DE NOSSA LOJA?

Em 11.08.2021 o Irmão Carlos Moccelin, Loja Fidelidade, 1883, GOB-PR, REAA, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, solicita esclarecimento para o que segue:

TELHAMENTO DO SEGUNDO GRAU

Recém elevado, ao comparar o Ritual 2009, de Companheiro Maçom e o Ritual de Aprendiz Maçom no interrogatório - telhamento, surgiu a seguinte dúvida.

Com o cuidado em manter nosso juramento e segredo, conservo implícito os dizeres.

A resposta à pergunta "nada mais trazeis?" possui respostas com uma pequena divergência.

Busquei a resposta junto ao GOB Ritualística e, não encontrei. Junto aos Mestres, um retorno satisfatório, porém, quero uma afirmativa do irmão ocupando cargo de Grande Secretário de Ritualística.

Há erro de digitação entre os rituais na resposta em questão? Caso negativo, qual significado (contexto) dos pronomes "de minha" e "de nossa"?

CONSIDERAÇÕES:

Não há nenhuma incongruência na questão. O sentido é o mesmo no contexto do questionário. Tanto um como o outro, ambos têm o mesmo significado.

O fato é que a questão em um ritual se refere a uma pessoa (singular) ao mencionar a "minha Loja" e em outro ritual dá a entender que o visitante fala em nome de mais de uma pessoa (plural).

É como se o examinado respondesse à questão solitariamente ou como se ele respondesse em nome dele e de outros mais. Note que quando vários visitantes de uma mesma Loja ingressam em visita, geralmente apenas um deles (de menor grau) se submete ao questionário.

O fato é que no contexto da resposta à questão é sempre o Ven∴ Mestre que s∴p∴ t∴ vv∴ t∴, tanto no caso de “minha” como de “nossa” Loja – a referência aqui é a de que o visitante traz (ou os visitantes trazem) a saudação do seu (único) Ven∴ Mestre.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE PRUDENTE DE MORAIS

PRUDENTE JOSÉ DE MORAIS BARROS (Itu, SP, 1841 — Piracicaba, SP,1902). Advogado, político e o primeiro presidente civil da República. Em 1859, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde fez amizade com colegas, que teriam grande influência em sua vida e na campanha republicana, como Rangel Pestana, Campos Salles e Bernardino de Campos. Graças a essas amizades, é provável que ele tenha sido iniciado maçom , nessa época — 1862, ou 1863 — através da Loja “Sete de Setembro”, da Capital de S. Paulo, fundada por seus amigos Campos Salles e Rangel Pestana, embora existam autores que afirmam que ele tenha sido iniciado na Loja “Beneficência Ituana”, de Itu (SP), o que não é comprovado. Não restam dúvidas, todavia, de que tenha sido Maçom, já que, em 1875, constou como um dos fundadores da Loja “Piracicaba” , de Piracicaba (SP), e, quando ele já era presidente da República, o seu nome foi lançado como candidato ao Grão-Mestrado do Grande Oriente.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 1862 ou 1863

Loja: Sete de Setembro, São Paulo, Brasil.

Idade: 21 ou 22 anos.

Oriente Eterno: Faleceu aos 61 anos de idade, vítima de tuberculose.

Fonte: famososmacons.blogspot.com

TOLERÂNCIA

TOLERÂNCIA

A tolerância sendo uma virtude é, portanto, um valor. Valores, como é sabido, não podem ser definidos, entretanto, podem ser descritos e analisados de acordo com comportamento dos integrantes de uma sociedade.

A idéia de tolerância somente pode ser analisada, com certa precisão, se estiver interada socialmente, pois está indissoluvelmente atrelada ao agir das pessoas nesta mesma sociedade.

Para abordar esse tema tão subjetivo por se tratar de uma virtude e também, sendo um dos valores da nossa Ordem, deixo duas perguntas para a nossa reflexão: "Julgar que há coisas intoleráveis é dar provas de intolerância?" Ou, de outra forma: "Ser tolerante é tolerar tudo?" Em ambos os casos a resposta, evidentemente é não, pelo menos se queremos que a tolerância seja uma virtude.

Partindo da afirmação que Filosofar é pensar sem provas, somente espero não ter indo longe demais nas minhas divagações filosóficas.

No opúsculo O que é Maçonaria, temos a seguinte frase: “A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige dos seus membros a mais ampla tolerância. Respeita as opiniões políticas e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em particular”.

A definição acima aborda a tolerância maçônica no seu aspecto religioso e político que, sendo um valor é muito mais abrangente, discutível e contestável do que os apresentados.

Quem tolera a violação, a tortura, o assassinato deveria ser considerado virtuoso? Quem admite o ilícito com tolerância tem um comportamento louvável? Mas se a resposta não pode ser negativa, a argumentação não deixa de levantar um certo número de problemas, que são definições e limitações. Nem tão pouco podemos deixar de considerar às questões sobre o sentido da vida, a existência do G∴A∴D∴U∴ e o valor dos nossos valores.

Tolerar é aceitar aquilo que se poderia condenar, é deixar fazer o que se poderia impedir ou combater? É, portanto, renunciar a uma parte do nosso poder, desejo e força! Mas só há virtude na medida em que a chamamos para nós e que ultrapassamos os nossos interesses e a nossa impaciência. A tolerância vale apenas contra si e a favor de outrem. Não existe tolerância quando nada temos a perder e menos ainda quando temos tudo a ganhar, suportando e nada fazendo. Tolerar o sofrimento dos outros, a injustiça de que não somos vítimas, o horror que nos poupa não é tolerância, mas sim egoísmo e indiferença. Tolerar Hitler é tornar-se cúmplice dele, pelo menos por omissão, por abandono e esta tolerância já é colaboração. Antes o ódio, a fúria, a violência, do que esta passividade diante do horror e a aceitação vergonhosa do pior.

É o que Karl Popper denomina como "o paradoxo da tolerância": “Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo com os intolerantes e não defendermos a sociedade tolerante contra os seus assaltos, os tolerantes serão aniquilados e com eles a tolerância”.

Uma virtude não pode ocultar-se atrás de posturas condenáveis e contestáveis: aquele que só com os justos é justo, só com os generosos é generoso, só com os misericordiosos é misericordioso, não é nem justo, nem generoso e nem misericordioso. Tão pouco é tolerante aquele que o é apenas com os tolerantes. Se a tolerância é uma virtude, como creio e de um modo geral, ela vale, portanto por si mesma, inclusive para os que não a praticam. É verdade que os intolerantes não poderiam queixar-se, se fôssemos intolerantes com eles. O justo deve ser guiado "pelos princípios da justiça e não pelo fato de o injusto poder queixar-se". Assim como o tolerante, pelos princípios da tolerância.

O que deve determinar a tolerabilidade deste ou daquele indivíduo, grupo ou comportamento, não é a tolerância de que dão provas, mas o perigo efetivo que implicam: uma ação intolerante, um grupo intolerante, etc., devem ser interditos se, e só se, ameaçam efetivamente a liberdade ou, em geral, as condições de possibilidade da tolerância.

Numa República forte e estável, uma manifestação contra a democracia, contra a tolerância ou contra a liberdade não basta para a pôr em perigo: não há, portanto, motivos para a proibir e faltar com tolerância. Mas se as instituições se encontram fragilizadas, se uma guerra civil ameaça, se grupos pretendem tomar o poder, a mesma manifestação pode tornar-se um perigo: pode então vir a ser necessário proibi-la ou impedi-la, mesmo à força e seria uma falta de prudência recusar-se a considerar esta possibilidade.

Estando diante de mais um paradoxo sobre a tolerância, para entende-la entramos por um caminho não muito claro e como não poderia deixar de ser exato, Karl Popper acrescenta: “Não quero com isto dizer que seja sempre necessário impedir a expressão de teorias intolerantes. Enquanto for possível contrariá-las à força de argumentos lógicos e contê-las com a ajuda da opinião pública, seria um erro proibi-las. Mas é necessário reivindicar o direito de fazê-lo, mesmo à força, caso se torne necessário, porque pode muito bem acontecer que os defensores destas teorias se recusem a qualquer discussão lógica e respondam aos argumentos pela violência. Haveria então de considerar que, ao fazê-lo, eles se colocam fora da lei e que a incitação à intolerância é tão criminosa como, por exemplo, a incitação ao assassínio. Democracia não é fraqueza. Tolerância não é passividade”.

Moral e politicamente condenáveis, a tolerância universal não seria, nem virtuosa e nem viável. Ou por outras palavras: existe, de fato, coisas intoleráveis, mesmo para o tolerante! Moralmente condenado é o sofrimento de outrem, a injustiça, a opressão, quando poderiam ser impedidos ou combatidos por um mal menor. Politicamente é tudo o que ameaça efetivamente a liberdade, a paz ou a sobrevivência de uma sociedade.

Como vimos, o problema da tolerância só se põe em questões de opinião. Ora, o que vem a ser uma opinião senão uma crença incerta. O católico bem pode estar subjetivamente certo da verdade do catolicismo. Mas, se for intelectualmente honesto (se amar mais a verdade do que a certeza), deverá reconhecer que é incapaz de convencer um protestante, ateu ou muçulmano, mesmo cultos, inteligentes e de boa-fé. Por mais convencido que possa estar de ter razão, cada qual deve, pois, admitir que não pode prová-lo, permanecendo assim no mesmo plano que os seus adversários, tão convencidos como ele e igualmente incapazes de convencê-lo. A tolerância, como virtude, fundamenta-se na nossa fraqueza teórica, ou seja, na incapacidade de atingir o absoluto. “Devemos tolerar-nos mutuamente, porque somos todos fracos, inconseqüentes, sujeitos à variação e ao erro. Humildade e misericórdia andam juntas e levam à tolerância”.

Um outro ponto a ser considerado prende-se mais com a conduta política do que com a moral, mais com os limites do Estado do que com os do conhecimento. Ainda que tivesse acesso ao absoluto, o soberano seria incapaz de impô-lo a quem quer que fosse, porque não se pode forçar um indivíduo a pensar de maneira diferente daquela como pensa, nem a acreditar que é verdadeiro o que lhe parece falso. Pode impedir-se um indivíduo de exprimir aquilo em que acredita, mas não de pensar.

Para quem reconhece que valor e verdade constituem duas ordens diferentes, existe, pelo contrário, nesta disjunção uma razão suplementar para ser tolerante: ainda que tivéssemos acesso a uma verdade absoluta, isso não obrigaria a todos a respeitar os mesmos valores, ou a viverem da mesma maneira. A verdade impõe-se a todos, mas não impõe coisa alguma. A verdade é a mesma para todos, mas não o desejo e a vontade. Esta convergência dos desejos, das vontades e da aproximação das civilizações, não resulta de um conhecimento: é um fato da história e do desejo dessas civilizações.

Podemos perguntar, finalmente, se a palavra tolerância é, de fato, a que convém. Tolerar as opiniões dos outros não é considerá-las como inferiores ou faltosas? Temos então um outro paradoxo da tolerância, que parece invalidar tudo que vimos anteriormente. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são liberdades de direito, então não precisam ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas e celebradas.

A palavra tolerância implica muitas vezes, na nossa língua, na idéia de polidez, de piedade ou ainda de indiferença. Em rigor, não se pode tolerar senão o que se tem o direito de impedir, de condenar e de proibir. Mas acontece que este direito que não possuímos nos inspira no sentimento de possuí-lo.

Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, os outros não estariam errados? E como poderia a verdade aceitar - senão, de fato, por tolerância - a existência ou a continuação do erro? Por isso damos o nome de tolerância àquilo que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se de respeito, simpatia ou de amor. Se, contudo, a palavra tolerância se impôs, foi certamente porque nos sentimos muito pouco capazes de amar ou de respeitar quando se tratam dos nossos adversários.

"Enquanto não desponta o belo dia em que a tolerância se tornará amável", conclui Jankélévitch, "diremos que a tolerância, a prosaica tolerância é o que de melhor podemos fazer! A tolerância é, pois uma solução sofrível; até que os homens possam amar, ou simplesmente conhecer-se e compreender-se, podemos dar-nos por felizes por começarem a suportar-se”.

A tolerância, portanto, é um momento provisório. Que este provisório está para durar, é bem claro e, se cessasse, seria de temer que lhe sucedesse a barbárie e não o amor! É apenas um começo, mas já é algum. Sem contar que é por vezes necessário tolerar o que não queremos nem respeitar e nem amar. Existem, como vimos, coisas intoleráveis que temos de combater. Mas também coisas toleráveis que são, no entanto, desprezíveis e detestáveis. A tolerância diz tudo isto, ou pelo menos autoriza.

Assim como a simplicidade é a virtude dos sábios e a sabedoria a dos santos, a tolerância é sabedoria e virtude para aqueles - todos nós - que não são nem uma nem outra coisa.

Opúsculo - O que é a Maçonaria
A Tolerância e a Ordem Normativa - Ir\ Luciano Ferreira Leite
Sponville, André - Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. Lisboa: Ed. Presença, 1995.


Fonte: http://cidademaconica.blogspot.com

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

INICIAIS MI NA ASSINATURA

Em 10.08.2021 o Respeitável Irmão José Walterler dos Santos Silva, Academia Coronel Walterler, Loja Evolução Segunda, 852, sem mencionar o nome do Rito, GOB-RN, Oriente de Natal, Rio Grande do Norte, apresenta a questão seguinte:

MESTRE INSTALADO

Ontem, por ocasião de uma sessão, um Irmão que é Mestre Instalado, criticou outro pelo fato daquele haver assinado o livro de presença e grafado a sigla "MI", argumentando que Mestre Instalado NÃO É GRAU e, portanto, não deve ser assinado usando-se essa sigla, mas, a sigla MM.

A discussão ficou em aberto, pois um outro Irmão presente disse que existe um Decreto de 1969 que estabelece que o Mestre Instalado deve registrar essa sua condição, no Livro de Presença e quaisquer outros escritos de sua lavra. Pesquisei, mas não consegui encontrar esse decreto. Se o senhor tiver e puder me enviar uma cópia, agradeço.

CONSIDERAÇÕES:

Caro Irmão, obviamente que Mestre Instalado não é grau e como tal não deveria acompanhar a assinatura de um Irmão conforme os nossos costumes.

O Regulamento Geral da Federação do Grande Oriente do Brasil em seu Artigo 42 menciona:

“O Mestre Maçom que passar pelo Cerimonial de Instalação integrará a categoria especial honorífica (o grifo é meu) dos Mestres Instalados. Parágrafo Único. Para ser consagrado Mestre Instalado é necessário que o Mestre Maçom tenha sido, a qualquer tempo, eleito Grão-Mestre ou Grão-Mestre Adjunto ou Venerável de Loja”.

Parece que é bem claro o texto do Diploma Legal em vigência quando não menciona nenhum grau simbólico iniciático, mas sim uma categoria especial honorífica (aquela que honra e distingue; honorário, honorável). Nada a ver com grau.

Contudo, infelizmente essa prática ainda continua presente entre nós, sobretudo entre aqueles que ainda não aprenderam que M∴ I∴ não é grau.

Assim, se as iniciais apostas à assinatura do maçom for para identificar o seu grau simbólico, por certo não é recomendável o uso das iniciais M∴ I∴, pois o simbolismo, ou o franco-maçônico básico universal da Moderna Maçonaria, é composto única e exclusivamente por três graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom.

Já o título honorífico de Mestre Instalado, que não é grau, é costume haurido da Maçonaria Anglo-Saxônica, mas que foi indevidamente inserido nos rituais de ritos de origem francesa.

Quanto a algum Decreto do ano de 1969 que estabelece a identificação de M∴I∴ após a assinatura, eu desconheço. A propósito, seria de bom alvitre que quem se arvorou em enunciá-lo, que então apresentasse na oportunidade pelo menos o número desse Decreto, data, assinatura, etc., para a competente averiguação sobre essa orientação.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BALANDRAU

BALANDRAU
Carlos Alberto dos Santos

Abrindo o presente trabalho, nos valeremos do auxílio do resumo do verbete, conforme consta às folhas 152/153 do volume I do “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia”, do saudoso Mestre e escritor maçom Nicola Aslan:

"Espécie de opa ou beca com mangas, o Balandrau é fechado até o pescoço, sendo confeccionado de tecido preto que pode variar de acordo com o clima. O Balandrau é usado por certas irmandades em atos religiosos, tendo sido adotado como vestuário pelos Irmãos de várias Lojas do Brasil.

O Balandrau do Ir∴  Experto, bastante comprido, é munido de uma capa ou mantelete e de um largo capuz, a fim de não ser reconhecido pelos profanos antes de receberem a Iniciação Maçônica.

O uso do Balandrau, segundo nos parece, é uma particularidade da Maçonaria brasileira, pois nenhum autor ou dicionarista maçônico, fora do Brasil, refere-se a ele como indumentária maçônica. A nosso ver, o uso do Balandrau remonta à última metade do século XIX, tendo sido introduzido na Maçonaria pelos Irmãos que faziam parte, ao mesmo tempo, de Irmandades Católicas e de Lojas Maçônicas, Irmãos estes que foram o pivô da famigerada Questão Religiosa, suscitada no Brasil em 1872.

Esta peça de vestuário parece ter sido adotada pelos maçons brasileiros como substituto barato e confortável do traje a rigor preto, exigido nas Cerimônias Maçônicas, que é o smocking com gravata borboleta e luvas brancas. Esta indumentária tinha a vantagem de poder ser confeccionada com qualquer tecido leve e barato, o que, além de não ser dispendiosos, permitia suportar, em tempo de canícula, altas temperaturas em recintos fechados. Estas razões ponderáveis o fizeram adotar por muitas Lojas no Brasil, e o seu uso não foi objeto de qualquer objeção por parte das altas autoridades maçônicas.

Assim, o uso do Balandrau não foi aprovado nem desaprovado; foi simplesmente tolerado, não constituindo, portanto, um traje litúrgico.

Atualmente, nas Sessões Magnas, admite-se o traje de passeio em cores escuras, dando-se, porém, preferência ao preto.”

Apesar de o resumo acima quase dispensar outros esclarecimentos, acrescentaremos mais alguns dados, objetivando enriquecer e dissecar o assunto.

Indispensável acrescentar que o Balandrau deve ser usado sempre com sapatos e meias pretos.

“O Balandrau é traje eminentemente maçônico, não sendo encontrado em lojas de modas, e iguala a todos os Iniciados, lembrando-lhes sempre sua condição de Maçons. Tendo o comprimento adequado, até os pés, devendo, preferencialmente, estar complementado pelo uso do capuz, tem, esotericamente, a função de manter a energia interna circulando, sem perdas para o exterior. Deixando à mostra somente as feições e mãos que, exprimindo inteligência, gestos e emoções, distinguem o Homem do restante da Criação, uma vez que somente aquele pode usar de expressões faciais e gesticulação para exteriorizar as faculdades e os sentimentos mais nobres de que é dotado.” (Nota: trecho extraído do livro “TEMAS PARA A REFLEXÃO DO MESTRE MAÇOM”, de Marcos Santiago).

Importante se frisar, ainda, que, apesar do seu uso já incluído nos “Usos e Costumes” maçônicos, não é difícil observar-se o “torcer de nariz” de alguns maçons “puristas”, que não aceitam o Balandrau, sendo rigorosos na exigibilidade do uso do terno.

Como o assunto diz respeito à indumentária maçônica, ou seja, o traje maçônico, importante que reproduzamos o pensamento do não menos culto e grande escritor maçônico, que foi o nosso Ir.: JOSÉ CASTELLANI, que dizia (No seu “DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO MAÇÔNICO”):

“BALANDRAU - substantivo masculino, designa a antiga vestimenta, com capuz e mangas largas, abotoada na frente e, também, certo tipo de roupa usada por membros de confraria, geralmente religiosas. O Balandrau é largamente utilizado em Maçonaria, durante as Sessões de Loja, sendo uma forma de uniformização; no Grau de Mestre Maçom, em quase todos os Ritos, é obrigatório para todos os maçons presentes à Sessão, enquanto o V.: M.: usa um manto de veludo negro. Embora alguns autores insistam em afirmar que o Balandrau não é veste maçônica, na realidade o seu uso remonta à primeira das associações organizadas de ofício (hoje chamada de Maçonaria de Ofício, ou Operativa), a dos ‘Collegia Fabrorum’, criada no século VI a.C., em Roma: quando as legiões romanas saíam para as suas conquistas bélicas, os ‘collegiati’ acompanhavam os legionários, para reconstruir o que fosse destruído pela ação guerreira, usando, nesses deslocamentos, uma túnica negra da mesma maneira, os membros das confrarias operativas dos franco-maçons medievais, quando viajavam para outras cidades, feudos, ou países, usavam um Balandrau negro. 

Assim, o Balandrau, que é veste talar (deve ir até os talões, ou calcanhares), foi uma das primeiras vestes maçônicas, sendo plenamente justificado o seu uso nas Sessões de Loja”.

Transcreveremos, ainda, a seguir, um pequeno trecho (Pág. 136) do livro “A Maçonaria OPerativa”, do escritor Nicola Aslan, por julgá-lo um importante acréscimo:

“A vestimenta do Maçom operativo medieval, conforme J. Fort Newton, citando “History of Masonry” de Steinbrenner é descrita no texto: ‘A vestidura consistia numa túnica curta e negra; no verão, de linho, e, no inverno, de lã, aberta aos lados, com uma gola à qual ia unido um capucho, ao redor da cintura traziam um cinturão de couro, do qual pendiam uma espada e um surrão”.

Segundo o escritor maçônico Marcos Santiago, em sua obra “Temas para Reflexão do Mestre Maçom”,supracitada, à pagina 100, “...Em gravuras de época do século XVIII, vemos maçons trazendo o Avental por sobre calções bufantes, casacos com peitilhos rendados, e usando meias três quartos e sapatos alambicados, como se usava então; (...) se o personagem fosse realmente Maçom seria essa roupa sobre a qual envergaria o Avental nas reuniões de Loja”.

Acrescenta, ainda, o supracitado escritor que “mesmo considerando que há de haver um traje definido por sob o Avental, penso, quer por motivos históricos ou esotéricos ou simbólicos, que o indicado seria mais o Balandrau que o terno, o qual, aliás, para ser mesmo “terno” deve se compor de calça, paletó e colete (três peças). Este traje é de uso comum em várias situações do mundo profano, no que é uma imitação terceiro-mundista - dos que vivem em clima tropical – dos hábitos do primeiro mundo, de climas mais frios”.

O Balandrau, diferentemente do terno, é traje extremamente maçônico. É a conclusão a que chegamos, através das pesquisas.

Esta é a nossa opinião a respeito do assunto.

*O autor desta matéria é M∴M∴da A∴R∴L∴S∴Renascimento no 8 – oriente de Cabo Frio, jurisdicionada ao GOIRJ; Deputado da Soberana Assembléia Legislativa do GOIRJ; Titular da Cadeira no 14 da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes e Editor Responsável do informativo maçônico O Pesquisador Maçônico.

Fonte: Revista Arte Real nº 2

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

REAA - AVENTAL VERMELHO OU AZUL?

A COR DO AVENTAL DE MESTRE DO RITO ESCOCÊS
(republicação)

Em 01/07/2017 o Respeitável Irmão Luiz Antonio Alves da Silva, Loja Crescêncio Pereira, 36, REAA, GOCE – Grande Oriente do Ceará, Oriente de Fortaleza, Estado do Ceará, formula a seguinte pergunta:

Meu irmão gostaria que você me esclarecesse sobre o seguinte assunto:

Qual a cor oficial do Rito Escocês? Porque uns dizem que a cor é vermelha e outros que a cor é azul?

CONSIDERAÇÕES:

A cor distintiva do REAA⸫ sempre foi vermelha encarnada, cujas origens primitivas são devidas aos Stuarts, reis católicos da Inglaterra. 

Em 1649 após a revolução puritana de Cromwell e a seguinte decapitação do Rei Carlos I em janeiro daquele ano, o reinado deposto da Inglaterra receberia exílio na França. Sob a capa de algumas Lojas maçônicas em solo francês (Guardas Irlandesas) seria urdida a retomada do trono perdido na Inglaterra. 

Essa influência “jacobita” (católicos) e a sua simbólica cor vermelha (do cardeal) viria influenciar a organização desse movimento maçônico “stuartista” alcunhado em território francês como “escocês”, devida a sua origem católica. Assim, sob a influência religiosa dos Stuarts, o matiz “encarnado” se consolidou paulatinamente no Rito Escocês.

Entretanto, nesse sentido ainda existe outro aspecto que é merecedor de consideração. 

No ano de 1801 nos Estados Unidos da América do Norte, já estando o Rito organizado e titulado como Escocês Antigo e Aceito com a fundação do seu Primeiro Supremo Conselho (Mãe do Mundo) em Charleston na Carolina do Sul, apareceria no ano de 1804, em Paris, sob a égide do Segundo Supremo Conselho e sob a tutela do Grande Oriente da França, o primeiro ritual simbólico para o REAA⸫. Até então o Rito Escocês Antigo e Aceito não possuía graus simbólicos (ia apenas do 4º ao 33º). A lacuna dos três primeiros graus simbólicos era preenchida utilizando-se das Lojas Azuis norte-americanas.

Com o aparecimento em 1804 do primeiro ritual em território francês, ainda no primeiro quartel do século XIX, também apareceriam as hoje extintas Lojas Capitulares, predominantemente “vermelhas”, cujas quais ficariam sob a tutela do Grande Oriente da França. Em síntese, essas Lojas acomodavam os graus simbólicos e os demais até o 18º, enquanto que do 19º em diante ficavam sob a égide do Segundo Supremo Conselho (da França).

Embora o formato de Lojas Capitulares não vingasse por muito tempo, pois logo as coisas retomariam os seus devidos lugares, ficando o simbolismo com o Grande Oriente e os demais com o Supremo Conselho, mesmo com a extinção dessas Lojas, muitos resquícios do Capítulo permaneceriam arraigados no simbolismo do Rito Escocês, como é o caso, dentre outros não menos importantes, do da cor capitular que é predominantemente vermelha, cuja qual se somaria ao original encarnado cardeal jacobita.

Assim, primariamente sob a influência stuartista jacobita (católica) e, por extensão, mais tarde pela influência das Lojas Capitulares (de alcance religioso cristão católico e templário) o Rito Escocês Antigo e Aceito consolidaria a cor encarnada (vermelha) como matiz identificador do seu simbolismo, o que seria sacramentado em 1875 na Suíça por ocasião do Conselho de Lausanne que reunia oficialmente os Supremos Conselhos do Rito para instituir uniformidade e outras medidas necessárias.

Em se tratando da cor azul, que na contramão da história assola o Rito Escocês em boa parte da Maçonaria brasileira, embora muitos não aceitem esse argumento verdadeiro, a principal razão para tal vem de acontecimentos ocorridos na cisão de 1927 no GOB e capitaneados pelo Irmão Mário Marinho Béhring, fundador das Grandes Lojas Estaduais Brasileiras.

Naquela oportunidade Béhring, buscando reconhecimento para a Obediência que acabava de florescer, se aproximou das Grandes Lojas Estaduais dos Estados Unidos da América do Norte. 

Não obstante a procura de reconhecimento; é sabido que as Grandes Lojas norte-americanas praticam o seu simbolismo pelo sistema dos “Antigos” da Segunda Grande Loja de 1751 inglesa, cujo qual foi organizado em solo norte-americano por Thomas Smith Webb ainda no século XVIII. 

As Lojas Azuis, ou o Craft Americano, ficaram conhecidos aqui no Brasil como Rito Americano, ou Rito de York (alusão aos antigos), embora no GOB se pratique o Ritual inglês, também conhecido como York ou os Trabalhos de Emulação.

Cabe lembrar que essas Lojas Azuis (americanas) são as mesmas que deram origem ao primeiro ritual do escocesismo simbólico em 1804 quando, naquela oportunidade, maçons franceses de regresso à França, influenciariam a sua construção pelo no modo “Antigo” (1751), já que a França da época desconhecia esse sistema, pois naquele período a prática maçônica francesa estava intimamente ligada aos “Modernos” ingleses da Primeira Grande Loja de 1717. O termo “Antigo” que compõe o título do Rito Escocês se deve a influência antiga anglo-saxônica.

Por outro lado, é amplamente conhecido que os aventais de Mestre do Craft norte-americano, ou Lojas Azuis, coincidentemente também são de gradação azul e foi assim que Béhring, em busca de reconhecimento no Craft norte-americano para as suas Grandes Lojas Estaduais Brasileiras, trouxe para Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil, provavelmente para promover um agrado, a cor azul em substituição à original cor vermelha do avental do Mestre no escocesismo.

Na verdade não foi só o avental do Mestre que sofreu essa equivocada mudança no escocesismo, mas também foram azuladas as paredes dos templos e outros adereços de decoração, tudo na contramão daquilo que se encontra oficializado desde 1.875 no Conselho de Lausanne, onde o avental do Mestre, as paredes, toalhas, estofos e decoração do Templo são inquestionavelmente “vermelhos”.

Infelizmente o Grande Oriente do Brasil viria também mais tarde a “azular” os aventais e templos escoceses - isso nos anos aproximados de 1.965, principalmente por influência de Irmãos oriundos das Grandes Lojas Estaduais que ingressaram no GOB.

Na verdade aventais azuis cabem tradicionalmente ao Rito Moderno ou Francês, ao Adonhiramita, ao York (inglês ou americano) e ao Schröder, dentre os ritos mais conhecidos, diferenciando-se por razões históricas apenas o REAA⸫ que originalmente, repito, possui a cor vermelha.

Atualmente, em se tratando das três Obediências brasileiras, apenas a COMAB tem se mantido na verdadeira e tradicional cor encarnada no simbolismo do REAA⸫

Em síntese essa e a razão da ambiguidade que envolve o vermelho e o azul no Rito em questão aqui no Brasil, sobretudo por determinadas “carcaças de dinossauro” que ainda são ferrenhamente defendidas por determinados articulistas que se arvoram em difundir velhos rituais anacrônicos editados no Brasil. 
A realidade, entretanto é que a cor predominante no Rito Escocês Antigo e Aceito é a encarnada, embora ainda vivamos - como já mencionado - na contramão da história atendendo rituais “azulados”, mas que estão em vigência, o que nos dá a obrigação de cumpri-los irrestritamente, mesmo que contraditórios.

Lembro àqueles Irmãos que estão, ou já estiveram colados no Grau 18 do REAA⸫, que atentem para a cor predominante no Sublime Capítulo R+ e, ao mesmo tempo, façam a sua correlação com as extintas Lojas Capitulares dos tempos de antanho onde o Athersata era o mesmo Venerável da Loja Simbólica. 

Do mesmo modo sugiro sejam perscrutadas as origens do escocesismo a partir da revolução puritana de Cromwell em 1649 na Inglaterra. 

Por fim sugiro consultas sobre esse assunto em obras e escritos de autores como José Castellani, Xico Trolha, Hercule Spoladore, Theobaldo Varolli Filho, Frederico Guilherme da Costa, dentre outros autênticos e comprometidos com a verdade.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS

 

"QUALIDADES MAÇÓNICAS"

"QUALIDADES MAÇÓNICAS"

Sempre que em maçonês se fala em "qualidades maçónicas", não se está a abordar nenhum adjetivo em concreto mas antes funções e cargos ocupados por membros dos quadros de obreiros das lojas maçónicas.

Para erigir e fazer funcionar uma Loja é necessária uma determinada quantidade Mestres, para fundar uma Loja são necessários 7 mestres e para o seu funcionamento pelo menos 5 mestres, sendo o ideal existir um mínimo de 7 mestres presentes numa sessão maçónica.

Estes mestres ocuparão cargos e funções necessárias ao normal e regular funcionamento de uma Loja. E dado que uma loja maçónica é uma estrutura similar a uma qualquer associação, necessita de ter quem a dirija e de quem se ocupe de outros cargos que são necessários existirem para que esta associação/"Loja" funcione em pleno; ou seja, de forma justa e perfeita.

Normalmente a quantidade de cargos a serem preenchidos pelos obreiros de uma Loja (designados por Oficiais) depende quase sempre do tipo de Rito executado nas sessões dessa mesma Loja. E digo "quase sempre" porque a ocupação dos cargos de uma Loja devem ser efetuados por Mestres, mas tal nem sempre é possível por vários fatores, sejam o tamanho do "Quadro da Loja" (número de obreiros) seja pela assiduidade dos mesmos.

Existem funções que podem em caso de recurso extremo ser ocupadas e executadas por Companheiros e/ou Aprendizes. Estando vedado a estes membros qualquer cargo de "direção" de Loja ou de certa ritualidade que os impeça de tal fazer.

No caso em concreto da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5, o Rito executado sempre nas suas sessões é o "Rito Escocês Antigo e Aceite", vulgo "REAA", e que conta com sete oficiais "principais"/"obrigatórios"; a saber:
  • Venerável Mestre: o Mestre que dirige a Loja.
  • 1ºVigilante: Auxilia na direção da Loja e é responsável pela formação de Companheiros e "Coluna do Sul".
  • 2ªVigilante: Auxilia na direção da Loja e é responsável pela formação dos Aprendizes e "Coluna do Norte".
  • Secretário: Ocupa-se dos habituais "trabalhos de secretaria" (correspondência, registo de presenças, elaboração de Atas...)
  • Orador: Certifica-se que os trabalhos de Loja decorrem de forma correta e regulamentar.
  • Tesoureiro: Gere as "economias & finanças" da Loja.
  • Mestre de Cerimónias: Cargo Ritual.
Os Ofícios acima designados são os que tornam uma Loja justa e perfeita e que são necessários ao normal funcionamento da Loja, mas existem outros que também têm a sua relevância na estrutura da Loja, a saber:
  • Experto: Cargo Ritual.
  • Hospitaleiro: Cargo Ritual e responsável pela gestão do Tronco da Viúva".
  • Organista: Responsável pelas sonoridades ambientes e rituais da Loja. É o chamado "DJ de serviço".
  • Guarda Interno: Certifica-se da cobertura da Loja; isto é, pela sua "segurança".
  • Arquivista: Responsável pela gestão do Arquivo da Loja.
  • Mestre Instalado: Mestres que ocuparam a direção de Loja no passado. Pode-se considerar que são "conselheiros" do Venerável Mestre, por assim dizer.
Alguns destes últimos ofícios não são de execução obrigatória por Mestres apesar de preferencialmente serem efetuados por esses membros da Loja.

No entanto, é natural que existam outras "qualidades" na Maçonaria e que são referentes ao Grão-Mestrado (ocupadas pelo governo da Obediência Maçónica), sendo esta uma estrutura do tipo federativo, congregando o Grão-Mestre, os Grandes Oficiais e os seus respetivos Assistentes.

Contudo, algo que não pode nem deve ser confundido entre si são os "Graus" e as "Qualidades", uma vez que executar um cargo/ofício não é o mesmo que deter determinado grau.

Um "grau" é a posição/nível de conhecimento que um maçom tem e que ocupa na "hierarquia" da Maçonaria; a "qualidade" como referi anteriormente, são os cargos que se ocupam. E para ocupar determinados Ofícios é necessário ter sido atingido determinado grau, quase sempre o de Mestre Maçom ou inclusive o de "Venerável Mestre".

Já para obter um Grau, o cargo desempenhado na Loja pouco ou quase nada será relevante, pois o conhecimento ritual obtido e a boa assiduidade geralmente é que são determinantes para tal.

Espero que com esta pequena explicação, escrita de forma simples e ligeira, possa ter retirado algumas das dúvidas que alguns profanos têm acerca do funcionamento de uma Loja Maçónica no que a "qualidades" (cargos) diz respeito.

Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

REAA - ALFAIAS DO MESTRE INSTALADO (EX-VENERÁVEL MESTRE)

Em 09.08.2021 o Respeitável Irmão Fabio Neves, Loja Fanoel, 2.235, Rito Adonhiramita, GOB-PA, Oriente de Belém, Estado do Pará, apresenta a dúvida que segue:

PUNHOS DO EX-VENERÁVEL

Apareceu uma dúvida, quanto aos paramentos do Ex-Venerável do REAA, além do avental e do colar com a joia, existe punhos específicos para o Ex-Venerável?

COMENTÁRIOS:

Por oportuno vale mencionar que cerimônia de instalação do Venerável Mestre no REAA não é nele original. Em termos de GOB, esse costume acabou ingressando somente em 1968 quando foi encomendado pelo então Grão-Mestre Geral ao Irmão Nicola Aslan um ritual para a instalação de Venerável Mestre na Obediência.

De certa forma essa generalização acabou atingindo um Rito, como o Escocês Antigo e Aceito, por exemplo, que originalmente não possui Instalação, já que tradicionalmente na França (origem desse Rito), instalação é simplesmente a posse do Venerável.

Sabe-se perfeitamente que a cerimônia de instalação é originária da Maçonaria Inglesa, embora valha a pena registrar que na França, desde meados do século passado, uma das Obediências Francesas, a Grande Loja Nacional Francesa, criou também uma cerimônia de instalação (provavelmente para alcançar reconhecimento dos ingleses), mesmo não sendo esse costume original da Maçonaria Francesa.

Destaque-se que o REAA é um rito que embora possua raízes anglo-saxônicas, é filho espiritual da França. Bom que se diga também que esses rituais esotéricos de instalação nada tem a ver com a instalação original inglesa.

Em se tratando de Grande Oriente do Brasil, então é desde 1968 com o Grão-Mestre Geral Moacyr Arbex Dinamarco que esse costume foi introduzido genericamente (sobre todos os seus ritos) e hoje é uma prática consagrada na Obediência.

Assim é que aparece o título honorífico (não é grau) de Mestre Maçom Instalado, ou seja, um Mestre que tem uma distinção por ter sido um dia eleito e instalado (empossado) como Venerável Mestre de uma Loja. Graças a isso, o titular (Venerável Mestre) possui suas alfaias e o ex-Venerável as suas.

No que trata da inserção desse costume no REAA praticado no GOB, apenas o Venerável Mestre tem punhos como parte dos seus paramentos, enquanto que o ex-Venerável, ou Mestre Maçom Instalado não os possui, Ainda diferencia-se nesse particular a joia distintiva do cargo de Venerável Mestre que é um esquadro dourado e a do Mestre Maçom Instalado (ex-Venerável) que é um conjunto dourado composto por um compasso aberto com as suas pontas sobre um quarto de círculo graduado.

Em resumo, o Venerável Mestre no REAA usa o avental, colar com a joia e punhos, enquanto que o ex-Venerável usa o avental, colar com a joia, mas não usa punhos.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukiem@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

BEIJO DA PAZ

1º - Sinal de amizade ou reconciliação (Ósculo). O "beijo da paz" é uma tradição que remonta aos primeiros cristãos.

2º - As epístolas de São Paulo terminavam sempre com a fórmula "Beijai -vos uns aos outros pelo santo ósculo".

3º - Este beijo, santificado pela fé, era dado aos novos batizados, como sinal de fraternidade, estendendo-se depois às assembléias de fiéis, noivados, etc.

4º - Nas iniciações, o beijo é dado pelo Venerável na fronte dos iniciados.

5º - O beijo fraternal dos Maçons é o sinal exterior do afeto que os une.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

ATÉ ONDE VAI A RESPONSABILIDADE DO MAÇOM PELO FUTURO DA HUMANIDADE?

ATÉ ONDE VAI A RESPONSABILIDADE DO MAÇOM PELO FUTURO DA HUMANIDADE?
J. Filardo

Em loja, falamos o tempo todo sobre a obrigação do maçom de trabalhar pela felicidade da Humanidade. Mas o que isso significa exatamente? Quantos de nós nem sequer ligamos o significado da frase ao mundo e à realidade?

Agora estamos em uma encruzilhada. Estamos ao léu, sem leme, desgovernados, navegando em direção à borda da terra plana e o abismo. E o mundo também caminha para o mesmo destino.

Independente dessa pandemia que um dia será remediada, o relógio não para, assim como não para a destruição do meio ambiente, causando a famosa mudança climática que terá consequências funestas para os seres vivos na superfície do planeta.

Ou seja, a Humanidade estará em grave perigo. Não seria a luta contra a mudança climática uma bandeira válida para os maçons?

O que fazer? Ou melhor, qual a contribuição a Maçonaria ou os maçons têm a dar para evitar o desastre? Nem mesmo discutir intensamente o assunto visando esclarecer os irmãos e a sociedade? Deixar de comer pizza feita com forno de lenha, ou churrascos de carvão? Deixar de comer carne um dia ou mais por semana? Comprar menos produtos embalados em plástico? Dar preferência para garrafas de vidro ao invés de PET?

Pequenas interferências na nossa vida rotineira têm reflexos no meio ambiente. Essa deve ser a nossa nova bandeira.

Bill Gates que não é maçom, um dos homens mais ricos do planeta, ─ diferentemente de Jeff Bezos (da Amazon) e Elon Musk (da Tesla) que querem ir para outro planeta, ao invés de consertar esse ─ vem investindo através de sua Fundação em soluções voltadas para a mudança climática e ele publicou um livro “Como evitar um desastre climático” onde ele coloca a necessidade de se discutir isso e realizar urgentes ações para evitar o pior.

Assim, para aqueles que se interessam pelo assunto e não acham que ser maçom é só ir à loja ler ritual, oferecemos um bom artigo retirado do seu livro recém publicado.


Fonte: https://bibliot3ca.com

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

TRAJE DEBAIXO DO BALANDRAU - REAA

Em 06/08/2021 o Respeitável Irmão José Cavalcanti de Carvalho, Loja Cedros do Líbano, 1688, REAA, GOB-RJ, Oriente de Miguel Pereira, Estado do Rio de Janeiro, formula a pergunta seguinte:

VESTUÁRIO SOB O BALANDRAU

Nos termos do Ritual do 1º Grau – Aprendiz –Maçom – REAA., página 33 diz que o traje do Maçom fora dos casos de Sessões Magnas, admite-se o uso do balandrau preto, com gola fechada, comprimento até o tornozelo e mangas compridas, sem qualquer estampa ou insígnias estampadas, desde que usado com camisa branca, calça, sapatos, cinto e meias pretos, não sendo permitido o uso de tênis ou similares. Contudo, no Decreto 1784/2019 de 08/10/2019, Sistema de Orientação Ritualística – SOR do 1º Grau, no item 17 – na sua Orientação diz: Quanto a cor da camisa e do cinto é questão irrelevante. Na Justificativa II – Quanto a obrigatoriedade do uso do Balandrau com camisa branca e cinto preto não faz sentido. Por serem peças do vestuário que ficam sob o balandrau e não aparecerem, as suas cores opcionais. PERGUNTA-SE: Partindo desta premissa, é permitido o uso de camiseta ou camisa de time de futebol? Camiseta ou camisa com propaganda de partido político ou tema religioso? Mesmo que usada sob o Balandrau? Desde já agradeço. Parece uma pergunta sem sentido, contudo tenho presenciado vários debates sobre o assunto.

COMENTÁRIOS:

Como são peças de vestuário que não aparecem, no caso usadas por debaixo de outra, é irrelevante a cor da camisa, camiseta, cuecas, cintos, e outros dos seus afins de confecção e estamparia.

No caso, a camisa vai vestida por debaixo do balandrau negro e talar, mangas compridas e fechado no colarinho – nessa condição, além do balandrau, vêm-se no máximo a barra das calças pretas e dos sapatos negros previstos.

A racionalidade maçônica, no caso do REAA, não leva em conta o que o obreiro usa por debaixo do balandrau. Não existe nenhum princípio iniciático que deva ser observado nesse sentido.

Balandrau, terno, camisa branca, gravata, etc., são meras convenções de vestuário e não interferem nos propósitos gerais da Sublime Instituição. O que o maçom precisa compreender é a proposta doutrinária do Rito nos seus postulados iniciáticos que propõem a transformação do homem.

Precisamos entender que a verdadeira vestimenta do maçom é o Avental, a despeito de que suas vestes normais devem ser respeitosas e de acordo com o ambiente dos trabalhos maçônicos. Por exemplo, ninguém deve se apresentar na Loja vestindo bermudas, shorts ou trajes de banho.

Obviamente que seguimos os regulamentos, todavia sem extrapolá-los com tendências e credos particulares que possam confundir os propósitos da Maçonaria. Em tudo reside o bom senso.

Pelo mundo encontramos muitos países que praticam a Maçonaria Regular onde os maçons se apresentam para os trabalhos vestidos normalmente e, em alguns casos, usando trajes típicos da sua cultura, a exemplo dos kilts escoceses, albornozesdos árabes e, ainda em manga de camisa em países de clima geralmente quente.

Balandrau, terno preto, etc., são normas de Obediências e não podem ser considerados como trajes universais da Ordem.

Reitero, trajes em maçonaria, fora o Avental, são meras convenções a serem seguidas de acordo com os regulamentos e os regimentos internos das Lojas. No caso, o que se usa por baixo do balandrau negro é irrelevante, obviamente desde que ele seja talar (até os talões), tenha mangas compridas e seja fechado até o colarinho.

Pertinente à sua pergunta, nos trabalhos da Loja onde é admitido o uso do balandrau, todos os maçons trabalham vestidos conforme o regulamento, ou seja, uma veste talar conforme determinação. Desse modo, o que está por baixo não aparece, então não faz diferença, sobretudo porque além do Avental, as demais peças não são elementos iniciáticos.

É bom lembrar que o maçom se veste para os trabalhos na Sala dos PP∴ PP∴, não no átrio, e nem dentro do Templo. Lembra-se que para a formação do préstito ele já deverá estar vestido conforme prevê o Rito.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

CHAUVINISMO MAÇÔNICO

CHAUVINISMO MAÇÔNICO
Sérgio Quirino

“Chauvinismo ou chovinismo (do francês chauvinisme) é o termo dado a todo tipo de opinião exacerbada, tendenciosa ou agressiva em favor de um país, grupo ou ideia.”

Mas, é possível ocorrer esta aberração também entre nós?

Infelizmente, sim!

Chauvinismo Maçônico é a locução que buscamos para expressar toda opinião exacerbada, tendenciosa ou agressiva, em favor de Potências, Obediências, Conselhos Supremos, Ritos ou elementos diversos da ritualística.

– Mas, Irmão Quirino, não seria normal a defesa e a prática daquilo que consideramos correto?

– Certamente! Mas, podemos, de fato, ter certeza de estarmos defendendo o que é o correto?

Este jogo de palavras é apenas uma provocação oportuna. Os focos da Maçonaria são a Moral e a Ética transmitidas por alegorias e símbolos, o que abre inúmeras possibilidades de conteúdo e de interpretações.

Qual seria a cor “certa” para usarmos em momentos de luto? Vermelho, amarelo, castanho, roxo, azul, preto?

Todas essas cores, em tese, são corretas para a vivência, apreensão e expressão de luto. As diferenças estão na relação deste símbolo com a herança cultural que cada um carrega junto ao grupo que pertence e dele se utiliza diante da morte.

Particularmente, aprecio os símbolos orientais utilizados no luto. A morte no remete a elementos como a leveza, a paz e o silêncio. Exatamente por este conteúdo simbólico, a cor “certa” do luto seria o branco.

Este exemplo ilustra a diversidade de cores utilizadas pela Maçonaria. Cada uma se encaixa de maneira “certa” a uma instrução maçônica que a justifica. Este é justamente o caso da discussão exacerbada sobre a cor “certa” do avental, o que em nada mudará sua função e seu simbolismo primaz.

Na mesma linha encontraremos as instituições “certas”, os ritos “certos”, a marcha “certa”, a disposição “certa” dos cargos em Loja; e tudo mais para que tenhamos a certeza de que praticamos a Maçonaria “certa”.

Certo até que ponto?

Diante da nova realidade vivida pelas Instituições, a única forma de continuar inabalável sua missão é se unindo.

NOSSAS DIFERENÇAS, NÃO MUDAM NOSSA ESSÊNCIA.

AQUILO QUE NOS IGUALA É O QUE FORTALECE NOSSA EXISTÊNCIA.

É chegado o tempo em que as energias devem ser canalizadas para o propósito fim e não para o meio de alcança-lo.

Que tudo seja motivo para nos unir e que não haja nada que nos separe.

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, legítimo Construtor Social.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br