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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

domingo, 23 de janeiro de 2022

RETORNO DA PALAVRA E AS COMPLICAÇÕES DA RITUALÍSTICA MAÇÔNICA

Em 06/08/2021 o Respeitável Irmão Arimar Marçal, Loja Santo Graal, 4.690, REAA, sem mencionar a Obediência, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão:

RETORNO DA PALAVRA

Trago uma Questão de Ordem que acredito ser importante para que a Ritualística seja feita de forma correta quando em Loja. Estive visitando uma Oficina (muita amiga) do Rito Brasileiro e fui convidado a ajudar nos trabalhos ocupando o cargo de Mestre de Cerimônias (portanto, na coluna do Sul). A QUESTÃO: Quase ao final da Sessão, o 1º Vigilante, no uso da palavra se dirigiu nominalmente a mim, perguntando sobre o dia e horário das sessões em minha Loja (com o intuito de nos visitar), num gesto quase automático (no meu lugar) me virei para o Venerável Mestre e questionei “se o Venerável me permite” e respondi ao indagação do 1º Vigilante, informando o dia, local e horário das nossas Sessões. Por sequência, a palavra foi para o Oriente e após o Orador fazer suas considerações e declarar a Sessão Justa e Perfeita, o Venerável Mestre invocou uma Questão de Ordem objetivando instruir os aprendizes presentes declarou que “a palavra não poderia ter voltado para mim, a palavra não retorna” por estar na Coluna do Sul. Claro que não houve nenhuma animosidade e prudentemente não questionei o Venerável Mestre, muito pelo contrário mas, no meu entendimento a circunstância permitiria a minha resposta ao 1ᵒ Vigilante, simplesmente porque fui citado nominalmente (num assunto simples) e também porque não pedi a palavra para tratar de qualquer outro assunto. MEU ERRO Entendo que o meu procedimento correto seria: Não pedir diretamente ao Venerável Mestre e sim pedir a palavra ao 2ᵒ Vigilante, e este pedir ao Venerável que decidiria se permitiria ou não. Acredito que da forma como aconteceu, não só os Aprendizes e Companheiros, mas também os Mestres presentes, receberam uma Instrução errônea. É óbvio que não sou o dono da verdade, por isto recorro aos seus conhecimentos para dirimir a dúvida.

CONSIDERAÇÕES:

Comentários baseados no texto da questão.

A despeito de que eu não sei a qual Obediência pertence a Loja visitada e os procedimentos emanados do seu ritual, em linhas gerais, os ritos que adotam o giro da palavra, seguem exatamente esse preceito, isto é, não admitindo que aleatoriamente Irmão de uma Coluna fique indagando Irmão em outra Coluna. A palavra até pode retornar, contudo a critério do Venerável Mestre que, se assim entender deve retornar o giro da palavra, isto é, a partir da Coluna do Sul.

Não sei se no ritual da Loja visitada, mas me parece que pela sua questão o 1º Vigilante senta no Norte e o Mestre de Cerimônias no Sul. É bom que se diga que originalmente o Mestre de Cerimônias no Rito Brasileiro toma assento ao Norte, não no Sul.

Nesse caso, se o Mestre de Cerimônias estivesse no lugar correto (Norte, não no Sul no Rito Brasileiro), em princípio o 1º Vigilante, estando na mesma Coluna que o Mestre de Cerimônias (ambos no Norte), estando a palavra na sua Coluna, ele poderia perfeitamente ter indagado ao Mestre de Cerimônias e este tê-lo respondido na forma de costume.

Contudo, ao que parece, o lugar do Mestre de Cerimônias está no Sul, não no Norte onde seria o correto. Nesse caso o Vigilante também não tinha nada que indagar Irmão de outra Coluna. Ora, ele poderia pedir ao Venerável Mestre que o fizesse quando a palavra chegasse ao Oriente e, o Orador, quando da saudação aos visitantes, se encarregaria de informar à Loja.

Nesse quadro, a questão me parece se prejudicar pela inversão de lugar do Mestre de Cerimônia, ou seja, contrário à originalidade do Rito Brasileiro.

Como vem apresentado na sua questão, me parece ter existido uma sucessão de erros. Ora, o 1º Vigilante não deveria indagar Irmão de outra Coluna. Também o Mestre de Cerimônias deveria pedir a palavra ao Vigilante da sua Coluna e não ao Venerável Mestre. Por fim o Venerável, da mesma forma, não tinha nada que suscitar questão de ordem após as conclusões do Orador. Que ele então o fizesse quando dos seus comentários derradeiros antes de passar a palavra ao Guarda da Lei. O único que fala após as conclusões do Orador é o Grão-Mestre. Tudo isso conforme a tradição e os elementos consuetudinários.

E assim segue a carruagem. Conforme o que fora relatado na questão e bem ao gosto do tempero latino de ser, um simples pedido de informação em momento inapropriado acaba causando todo esse entrevero na ritualística.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

Um comentário:

  1. Acredito que o Ir. Arimar se refere a ter participado de uma Sessão do Rito Brasileiro em Loja obediente a COMAB, pois estes a realizam com DOIS MM.CCer., o "Primeiro M.CCer." fica a nordeste do ocidente, e o "Segundo M.CCer." fica ao sudeste, em posição espelhada. No GOB temos apenas um M.CCer., que se posta a nordeste do ocidente.

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