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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 31 de maio de 2023

LEITURA E APROVAÇÃO DA ATA - SUGESTÃO PARA ALTERAÇÃO DE PROCEDIMENTOS

Em 05.03.2023 o Respeitável Irmão Paulo Roberto Penachio, Loja Júlio Tietê Figueiredo, 3782, GOB-SP, Rito Brasileiro, Oriente de Vinhedo, Estado de São Paulo, apresenta a questão seguinte:

LEITURA DE ATA

No dia 28.02 próximo passado, recebemos em nossa loja, o Poderoso Irmão Pedro Rodrigues Bueno Júnior – GOB-SP em sessão de entrega da Comenda de D. Pedro I e comentando com ele o tema abaixo referenciado, sugeriu-me a consulta que segue.

Tem o presente e-mail a finalidade de consulta-lo sobre o tema: Leitura de Atas – no Rito Brasileiro.

Tomamos conhecimento que no âmbito dos Deputados Federais após a reunião a minuta da
ata é encaminhada via e-mail oficial do Órgão a todos para leitura e manifestação/correção etc., referentes a redação da mesma.

Entendemos que é uma forma dinâmica e prática, pois sendo enviado de forma oficial, fica o registro que todos os irmãos receberam, mesmo os que não participaram da sessão, expandindo o conhecimento e atualização dos assuntos tratados.

As manifestações, serão coletadas pelo secretário e levadas à autoridade competente (Loja, Assembleia, etc.), dependendo do órgão que realiza a sessão, para que analise o pedido e se manifeste sobre sua adequação e sendo a alteração/sugestão polêmica, será apresentada na próxima sessão, o que a pratica sugere que esses casos dificilmente ocorrem, pois tudo já se passou em tempo de Loja.

Na sessão seguinte, quando do balaústre, o secretário informa que foi encaminhado a todos a minuta e se houve pedido de alteração ou não, a autoridade (Venerável, Presidente, etc.) abre a palavra nas colunas para eventuais dúvidas que ainda possam remanescer.

Esse procedimento tornaria a sessão célere, permitindo que o tempo que é dispendido hoje na leitura possa ser revertido em prol da dinâmica da sessão, tais como instruções mais elaboradas, trabalhos estruturados entre outros benefícios, diminuindo o tempo total da sessão trazendo maior motivação aos irmãos.

Resumidamente o procedimento seria o seguinte:

a) Secretário elabora a ata;

b) Pelo e-mail oficial da (Loja, Assembleia etc.) encaminha a todos os irmãos;

c) Dá um prazo para retorno, suficiente para os irmãos fazerem uma leitura tranquila que permita o entendimento dos assuntos tratados na sessão e informem eventuais correções/alterações;

d) Na próxima sessão o secretário confirma aos irmãos que foi encaminhada a ata e se houve alguma sugestão de correção não reportada.

e) Independentemente de ter havido ou não correções/sugestões, o Venerável coloca a palavra nas colunas para manifestação final.

CONSIDERAÇÕES:

A respeito do que menciona a sua questão, vale antes relatar que os nossos rituais determinam que a ata de uma sessão maçônica é para ser lida e aprovada em Loja aberta. Graças a isso que a liturgia prevê um período específico para atender a essa finalidade, inclusive para consignar e aprovar emendas se estas existirem.

Ganhar tempo, me permita discordar, se ganha fazendo sessões organizadas, objetivas e enxutas, isto é, ao se usar da palavra o fazê-lo sem as repetições de mesmo assunto e os intermináveis discursos recheados de um rançoso lirismo que nada contribuem para o salutar andamento da sessão. O excesso de tempo consumido também ocorre muitas vezes pela exposição de um expediente prolixo e eivado de minúcias completamente dispensáveis. Tudo isso seguido de uma Ordem do Dia muitas vezes má organizada.

Uma ata, se redigida com clareza e objetividade não é a responsável por tomar tempo de uma sessão maçônica. Certamente a leitura e aprovação de uma ata toma muito menos tempo do que certas firulas ritualísticas completamente desnecessárias que se vê em Loja, assim como os insistentes Irmãos atrasados que fazem com que boa parte dos trabalhos seja interrompido para atender aos procedimentos necessários para se receber retardatários.

Sem dúvida, como relatado na sua questão, na Soberana Assembleia é devidamente aceitável o procedimento comentado, até porque no desenvolvimento daquela sessão não existe rito maçônico a ser seguido.

Assim, sob essa óptica é impossível fazer qualquer comparação com o que ocorre nas sessões da Soberana Assembleia e o desenvolvimento das sessões ordinárias ou administrativas das Lojas. A liturgia dos trabalhos entre ambas é completamente diferente.

Desse modo, enviar ata de sessões maçônicas que se realizaram sob cobertura, por meios eletrônicos, está fora de questão, a despeito de que além do caráter sigiloso da sessão, esse procedimento não alcançaria todas as Lojas da federação, já que muitas Lojas do interior do nosso imenso Brasil ainda têm dificuldade para se conectar à Internet.

Não obstante a isso, também temos as nossas tradições que não podem ser perdidas por completo em nome da modernidade. Entenda-se que a dinâmica ritualística de uma sessão não foi criada pelo acaso. É certo que em muitas coisas a Maçonaria acompanha a evolução da ciência e das artes, no entanto, o que nos difere das reuniões profanas é a peculiaridade dos nossos trabalhamos. Por oportuno, também vale lembrar do equilíbrio que deve imperar nas atividades da Maçonaria.

Ao concluir destaco que às vezes o ideal não é alterar o que está pronto ou fazer adaptações naquilo que está consagrado nos rituais. Ao contrário, o tempo pode ser ganho com o desenrolar dinâmico de uma sessão, cujo fruto se alcança com a organização e a disciplina adequada dos trabalhos.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

ÉTICA

ÉTICA

A ética vem a ser o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

O Maçom procura de forma contínua e incansável o Bem, a Fraternidade e a Justiça, sempre defendendo a igualdade entre os indivíduos.

Uma prova. Nossa Loja que tem a forma de um quadrilátero, possui sua altura da Terra ao Céu, seu comprimento do Oriente ao Ocidente, sua profundidade da superfície ao centro da terra. Porque destas dimensões, podeis perguntar: É porque a Maçonaria é Universal e suas oficinas se espalham por todos os recantos da Terra, sem preconceitos de fronteiras e de raças.

A Maçonaria procura de forma contínua e incansável o bem, a fraternidade e a justiça, sempre estimulando a igualdade entre os homens. Desta forma os ideais da maçonaria confundem-se com a ética onde procura-se distinguir o bem do mal. O maçom deve sempre estar desprovido da intenção de tirar proveito para si próprio, ser imparcial. Porém jamais devemos esquecer de nossos juramentos da fraternidade, justiça e busca do bem.

Douglas Ribas Busse

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

VÍCIOS E VIRTUDES NA VISÃO MAÇÔNICA

Introdução

Durante o ritual de Iniciação, o Venerável Mestre pergunta ao iniciando:

 “Senhor, que entendeis por Virtude?“

 “Senhor, que pensais ser o Vício?” 

Após, dadas as devidas respostas e definições, o Venerável Mestre deixa a decisão e escolha ao livre arbítrio do profano ao lhe perguntar:

 “Senhor, preferis seguir o caminho da Virtude ou do Vício?”

Meus Irmãos, se aqui estamos todos, é porque escolhemos o caminho da Virtude e renegamos o caminho dos Vícios.

Mas, o que, mais profundamente, são vícios e são virtudes? Como eles afetam as nossas vidas e nossos relacionamentos? Por que eles existem? Como eles aparecem e se manifestam?

Procurando buscar estas respostas e entender o mecanismo de aparecimento desses vícios e virtudes em nossas vidas, é que pensamos em elaborar este trabalho que é sintético, visto que a complexidade do assunto requereria mais tempo de pesquisa, consulta aos especialistas e mais tempo de exposição. Para tal, buscamos respaldo na Filosofia, Teologia e na Psicologia para melhor entender estes mecanismos.

História / Filosofia

Somos seres relacionais, estamos sempre relacionando com os outros. Este ato relacional sempre foi motivo de preocupação e estudos de legisladores e pesquisadores, uma vez que ele estabelece a harmonia e o equilíbrio do grupo e da sociedade. E nós, meus Irmãos, sabemos muito bem que para a construção deste ser social é necessário desbastarmos as asperezas e arestas representados pelos nossos vícios e aspirarmos às virtudes, caminho que escolhemos para esta construção social.

O estudo das virtudes se iniciou com Sócrates, na Grécia antiga… Para ele, a virtude é o fim, o objetivo da atividade humana e se identifica com o bem que convém à natureza humana.

Platão, também na Grécia antiga, desenvolveu a doutrina de Sócrates e apresentou a virtude como o meio para atingir as bem-aventuranças. Foi ele que descreveu as quatro virtudes Cardeais: a Sabedoria, a Fortaleza, a Temperança e a Justiça.

Aristóteles, sempre na antiga Grécia, ensinou que as virtudes não são hábitos do intelecto, mas sim, da vontade. Para ele, não existem virtudes inatas, mas todas se adquirem pela repetição dos atos, que gera o costume (mos ou more) gerando o nome virtude moral. O homem atormentado pelo vício perde de vista seu fim moral.

A filosofia de Aristóteles é a que melhor trabalha a questão dos vícios e virtudes, pois ele sustenta que todos os atos do homem têm consequências e essas consequências têm que ser pensadas. Conforme ele, no tocante à ética, toda ação humana tende a um fim, que é fazer o bem. O homem deve aperfeiçoar-se naquilo que o distingue de todas as outras criaturas: a razão. Para Aristóteles, a virtude deve ser o ponto de partida das ações para se fazer o bem. Ele reforça a virtude moral como sendo aquela que guia nosso comportamento e nossos relacionamentos, sendo, portanto, uma virtude relacional.

Tornamos-nos justos praticando atos justos e para a prática destes atos justos, Aristóteles nos indica o caminho da “moderação”, sinônimo de “prudência ” e mesmo de “sabedoria”, a primeira das quatro virtudes cardeais. Moderação, porque, toda virtude, toda ação, todo sentimento ou conduta que praticamos, sendo deficiente (falta) ou excessiva (excesso) pode tornar-se um vício. Há vícios por falta e vícios por excesso. Também sentimentos e paixões tendem à falta (deficiência) ou ao excesso. A virtude é a moderação. Entre os extremos, situa-se a virtude num justo meio.

A questão levantada por Aristóteles é: qual é este justo meio? Por isto a Prudência tem um papel importante. Há uma relação de algumas virtudes e seus vícios decorrentes das deficiências (falta) ou excessos. Por exemplo:

 VÍCIOS POR DEFICIÊNCIAVIRTUDESVÍCIOS POR EXCESSO
covardiacoragemtemeridade
insensibilidadetemperançalibertinagem
avarezaliberalidadeesbanjamento
modéstiarespeito própriovaidade
desavergonhadomodéstiatimidez
molezaprudênciacovardia
rusticidadeagudez de espíritozombaria

Aristóteles preconizava a Prudência como qualidade que devem ter todos os chefes de família e todos os homens de Estado. Para ele, a Prudência é uma qualidade que, quando guiada pela verdade e pela razão determina nossa conduta sobre as coisas que podem ser boas para o homem.

Teologia

São Tomaz de Aquino, em sua Suma Teológica, reafirma a colocação de Aristóteles, ao dizer que a Prudência é uma virtude especial, distinta das demais, regendo todas as outras virtudes. Enquanto para Aristóteles as quatro virtudes cardeais são frutos do esforço humano, a elas os teólogos acrescentaram outra três virtudes, ditas teologais, que não originam do homem, mas são concedidas a ele como dom de Deus. Vamos rapidamente repassar estas virtudes, seus significados e suas representações nas artes.

Virtudes Cardeais

  • Prudência (Sabedoria): dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e escolher os justos meios para o atingir. Todas as outras virtudes devem ser reguladas por ela. É representada pela imagem refletida no espelho, simbolizando o homem prudente que pondera e reflete antes de agir. Modernamente tem significado “cautela”;
  • Fortaleza: assegura a firmeza de superar adversidades e de não retroceder, bem como a constância na procura do bem. Por isto, “a Paciência”, é uma virtude subordinada à Fortaleza e consiste na capacidade constante de suportar adversidades. É representada pelo Leão;
  • Temperança: virtude que consiste no constante aperfeiçoar da potencialidade sensitiva de modo a conseguir equilibrar, colocar sob limites, moderar a atração dos prazeres, assegurando o domínio da razão sobre os instintos e propiciar o equilíbrio no uso dos bens. Serve, por exemplo, para controlar a gula;
  • Justiça: consiste na atribuição, na equidade, no considerar e respeitar o direito e o valor que são devidos a alguém ou alguma coisa. É a constante e firme vontade de dar ao outro o que lhe é devido. É representada por uma estátua de Sofia, a Sabedoria, com os olhos vendados, representando a imparcialidade, e a espada, símbolo do poder que dispõe para exercê-la. Nalgumas representações há também uma balança, representando o equilíbrio, e a ponderação entre partes em litígio.

Virtudes Teologais

  • : é o consentimento do intelecto que crê, com constância e clareza, em alguma coisa. Não se geste a fé dentro de si. Ou a tem, ou não. A fé é uma crença acompanhada de ações que dão testemunho de suas convicções. É representada pela cor branca;
  • Esperança: é a expectativa, a espera de algo superior e perfeito. Não é um produto de nossas vontades, mas sim de uma espontaneidade que se manifesta nos corações daqueles que têm fé. É representada pela cor verde;
  • Caridade: é a mãe de todas as virtudes. É a raiz de todas as virtudes, pois ela a bondade suprema para consigo mesmo e para com os outros. A caridade supera nossa natureza, pois graças a ela o homem avança além de si mesmo, além de suas exigências biológicas. A caridade é representada pela cor roxa.
  • “Qual a mais meritória de todas as virtudes?”

Perguntam a Allan Kardec. E ele responde:

 “É aquela que se baseia na caridade mais desinteressada”.

O apóstolo Paulo, ao descrever o arco-íris do Amor, nos adverte: “permanecem a fé, a esperança e a caridade. Destas, no entanto, a caridade é a maior.

Da mesma forma que os teólogos estudaram as virtudes, eles também se ocuparam de catalogar os vícios. Um monge da Idade Média, preocupado com as tentações da alma humana, catalogou os vícios em número de oito. O Papa Gregório Magno as reclassificou em número de sete, para que pudessem ser a contraposição das sete virtudes, e as chamou de “sete pecados capitais”, assim chamados, pois geram outros vícios. Estes pecados ou vícios são, portanto, uma interpretação dos cristãos da Idade Média feita a partir da Bíblia, já que não fazem parte das Sagradas Escrituras e sim, da tradição e doutrina cristã. Contudo em Provérbios, há um texto que diz:

“Seis coisas detesta Javé e sete lhe são abominação: olhos altivos, língua mentirosa,mãos que derramam o sangue inocente, coração que maquina planos malvados, pés que correm para a maldade, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia discórdia entre irmãos.”

Como citado acima, estes vícios ou pecados eram as tentações que afligiam a alma humana. Procurou-se descrevê-los e mesmo catalogá-los, sem, contudo, entender suas causas e os mecanismos que os desencadeia. Hoje, com o avanço da ciência, da Psicologia e da Psiquiatria, estes mecanismos podem ser melhores conhecidos e suas causas trabalhadas e debeladas. Afinal sobre Freud se escreveu que ele “lançou seu bisturi nos horrores da alma”.

Psicologia

Para algumas vertentes da Psicologia, esses pecados capitais ou vícios, servem de base e referência para quem busca trilhar o caminho do autoconhecimento. Para enfrentá-los, é preciso conhecê-los e seus mecanismos de formação.

Inveja: É uma das emoções mais primitivas do homem, geralmente negada por todos. Este mecanismo, responsável pelos nossos ressentimentos é o mecanismo da comparação. Nunca haverá inveja sem que antes tenha havido uma comparação. É um sentimento de inferioridade, fruto desta comparação que se faz com o outro, em algum aspecto específico, como bens materiais, sucesso na vida, beleza, e diversas outras qualidades. É um sentimento que mistura raiva e tristeza. E também pode se manifestar em um forte desejo que o outro se dê mal. Ao se sentirem menores que o os outros, geralmente as pessoas tendem a se aumentar, vangloriar, se enaltecer, como um mecanismo de defesa, para tentar evitar o mal-estar deste desequilíbrio na comparação. Também quando se critica em demasia, diminui ou se fala mal de alguém, provavelmente se está sentindo inferior a ela. “Olho gordo” também é sinônimo de inveja.

A inveja é a incapacidade de se ver a luz das outras pessoas, porque na verdade não nos percebemos com esta mesma luz. O que há de negativo na inveja é a rejeição, em algum momento, de seu próprio tamanho e sua incapacidade de acreditar ser capaz de também conseguir. Por isto, se a pessoa possui autodomínio, autoconhecimento, ela vai usar esta situação como motivação, alavancagem, para ações transformadoras em sua vida.

Ira: A ira é a indignação descontrolada da cólera, raiva e desejo de vingança. São emoções destrutivas tanto para quem a sente quanto para quem se torna objeto delas. Ao longo de sua existência, o homem conseguiu controlar sua agressividade através da razão. A agressividade gerada pela ira demonstra a incapacidade de raciocinar. Pode estar associada a fatores inconscientes, como traumas de infância, falta de amor ou mesmo incapacidade de amar. O que os psicólogos aconselham para extravasar e aliviar as crises de ira: surrar colchões ou travesseiros, imaginar que a outra pessoa está a sua frente e lhe dizer tudo que sente, entre outras coisas. Quanto mais se busca o autoconhecimento, melhor se domina as crises de ira. Não deixe que o outro determine seu nível de humor, seja dono de você mesmo.

Gula: Pode ser entendida como uma forma de fuga de problemas, dificuldades e sentimentos, bem como, forma de compensação para se proteger, por exemplo, de excesso de sexualidade no caso de algumas mulheres que se reprimem. A ansiedade também pode provocar a busca compulsiva por comida. Ao se devorar compulsivamente a comida, tenta-se, inconscientemente, destruir o problema. Pode se formar um círculo vicioso: come-se em excesso, para fugir do que se sente; depois se culpa por isto, se pune, comendo ainda mais. Hoje em dia se fala muito em bulimia, que são transtornos alimentares caracterizados por compulsões alimentares, seguidos de comportamentos compensatórios inadequados como o vômito. Então está claro que o que se queria colocar para dentro não era a comida, senão não precisaria de se livrar dela. O mais recomendado para evitar os excessos que a gula pode gerar, é descobrir o que está levando a pessoa àquela situação e lidar com ela com a consciência de que as suas necessidades estão muito além de comer, beber, ter poder: sua maior necessidade é ter amor por si mesmo.

Avareza: A palavra vem do latim “avere”, ter. Avareza é o excessivo e sórdido apego ao dinheiro, falta de generosidade e mesquinhez. A avareza geralmente gera outras atitudes negativas: falsidades, mentiras, fraudes, sempre na tentativa de enganar os outros para lucrar mais. Gera também a desumanidade derivada do excesso de apego e a inquietude e preocupação em sempre ganhar mais, isto é, aniquila qualquer paz de espírito. Ela está relacionada ao medo de faltar, à carência. Geralmente tem origem na infância, principalmente quando se passou privações, principalmente alimentares, ou se a criança associou dos pais ou dos adultos que o dinheiro compra tudo, dinheiro traz felicidade. A avareza é o produto de uma necessidade que se encontra na “psiquê”, na mente humana. Ela tenta disfarçar o conflito com a busca de bens, mas nunca consegue suprir a sensação de carência, fazendo com a pessoa sinta uma insatisfação constante. Na realidade, a avareza é a falta de contato com nosso próprio mundo interior, buscando incessantemente o que é exterior, tentando compensar o vazio que tem dentro de si. Jung, um dos pais da psiquiatria, relata que para este problema a solução é buscar um sentido para a vida. Somente quando o homem tomar conhecimento de seu próprio mundo interior, poderá deixar a doentia preocupação com o exterior. E um bom sentido para a vida pode ser o socorro às necessidades dos mais carentes, através de gestos concretos de caridade.

Luxúria: Luxúria representa o desejo desordenado pelos prazeres sexuais. Apesar de ocorrer também em mulheres, é mais uma característica dos homens. Procura-se compulsivamente satisfazer as próprias necessidades sexuais, não se importando com a satisfação da parceira. Sua origem pode estar na infância, quando os pais reprimem a criança de todo e qualquer impulso sexual. Estes pais geram, através da repressão, muita culpa e criam, assim, adultos reprimidos sexualmente ou liberados excessivamente. Do ponto de vista psíquico, a mulher dá mais valor ao amor e à intimidade do que ao sexo, ao contrário do homem que valoriza mais este último, fugindo do amor e da intimidade. E isto é uma das principais fontes de conflitos entre casais. Vivemos hoje a cultura da beleza, da aparência, da estética, do prazer. A mídia mostra isto o tempo todo. O apelo sexual entra em nossos lares, sem a nossa permissão, pela televisão, tornando-se um padrão de referência para nossos filhos…

Ora, se a vontade e a razão obedecem apenas ao prazer, a pessoa passa a buscar somente o que lhe dá prazer. E se vicia no prazer. Perde os valores espirituais e muitas vezes também os valores morais. O autoconhecimento, e, em conseqüência o crescimento emocional podem retomar o equilíbrio e restabelecer a capacidade de amar ao outro.

Preguiça: É a pouca ou falta de disposição ou aversão ao trabalho, demora ou lentidão para fazer qualquer coisa. É um sentimento que faz com que as pessoas desqualifiquem os problemas e as possibilidades de solução. Não é somente física, mas também mental; preguiça de pensar, de analisar e ponderar. Geralmente o preguiçoso usa o bordão: “deixa para depois”. São pessoas que não conseguem administrar o tempo, adiam compromissos, decisões e até mesmo simples afazeres rotineiros, comprometendo o resultado esperado. Na verdade ocultam uma insegurança exagerada sobre sua própria capacidade de agir, isto é, falta-lhes a autoconfiança. Utilizam-se do desânimo e do esquecimento como estratégia para fugir da necessidade de enfrentar a tarefa que lhes cabe. É como se estivessem imobilizados perante a vida. Somente com a pressão de outros e um trabalho profundo de conscientização, é que poderão sair deste estado de letargia.

Soberba: É o desejo destorcido de grandeza. A soberba leva o homem a desprezar os superiores e desobedecer as leis. Tem ligação com ambição desmedida, que é a cobiça, com a vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a presunção, a arrogância, a vaidade, o orgulho excessivo, um conceito exagerado de si mesmo e, por fim, com a sede de poder. A soberba acarreta muitos conflitos nas relações pessoais, pois o soberbo, busca manter o controle, criticando, manipulando e dominando o outro com forma de poder. Ele precisa fazer com que o outro se sinta diminuído para que ele se sinta superior. Geralmente as pessoas acometidas pela soberba usam disto como uma máscara para compensar a falta de autoconfiança, falta de amor próprio, vazio interno, sensação de desamparo, provavelmente adquiridos na infância quando não encontraram este amparo nos adultos com quem conviviam. A soberba está muito distante da humildade, característica básica de quem possui autoconhecimento. Infelizmente algumas pessoas só percebem esse comportamento no fim de suas vidas, muitas vezes num leito de hospital, quando pouco ou nada se pode fazer para reconstruir o que destruíram nos outros e em si mesmo.

Para teólogos de várias religiões, a soberba é um pecado específico, uma forma básica de pecado. Os demais pecados podem encontrar uma explicação biológica ou psicológica, pois podem ser movidos pelo instinto de sobrevivência do homem, e mesmo dos animais. Mas soberba não encontra uma explicação nem biológica, nem instintiva. Ela não é percebida no comportamento do animal, por exemplo. Só o homem desenvolve a vaidade e a soberba. Ela foi, por exemplo, o pecado de Adão, que teve a ambição de se tornar Deus.

É preciso desenvolver a consciência de que seu valor como pessoa independe da posição que ocupa ou dos bens que possui e que somos seres humanos em constante processo de evolução.

Perguntaram a Allan Kardec qual era o vício mais radical e ele respondeu:

 “O egoísmo. Dele deriva todo o mal. No fundo, em todos os vícios existe o egoísmo. Nele se encontra a verdadeira chaga da sociedade”.

Conclusão

A Maçonaria conclama todos os Irmãos a desempenhar o glorioso papel de construtor social. Somos recebidos Pedras Brutas, para que, em nosso ser moral, desbastemos as arestas e asperezas e nos tornemos elementos úteis à construção deste edifício social que a ela compete erigir. Estas arestas, asperezas, são os vícios que atrapalham esta convivência relacional, e impedem a construção desta sociedade moral. Algumas destas asperezas são de difícil desbaste, mas as virtudes da Fortaleza e da Paciência por certo as removerão. Por isto nos reunimos em Loja, para levantar templos à Virtude e cavar masmorras ao Vício. A Maçonaria nos conclama a praticar a virtude, a pautar nossas ações pelas virtudes. Por isto, conhecendo nossa condição humana, nos adverte a não abusarmos de nossas próprias fraquezas e muito menos do enlevo de nossas vaidades, pois o mal e a tentação estão por todas as partes. Mas por todas as partes também está o bem e estão os bem-aventurados homens de boa-vontade. Portanto, direcionemos todas as nossas ações para o bem.

Hoje em dia outro tipo sorrateiro de vício toma conta da sociedade, invadindo os nossos lares fazendo de nossos filhos, seus reféns. São os chamados “vícios sociais”, causados pela dependência química do álcool, do fumo e das drogas. A droga é hoje o câncer que corrói a nossa sociedade. Basta vermos nos meios de comunicação, diariamente, o quanto ela destrói vidas, destrói lares e mobiliza todo um aparato policial para tentar contê-la. Por isso que é oportuna e louvável a campanha da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, conclamando a todos nós a engajarmos nesta luta.

Estas reflexões sobre virtudes e vícios visaram conhecermos melhor nossos instintos mais primitivos, nossas sombras, o lado escuro que todos nós temos, mas que é possível, através da conscientização e do autoconhecimento, colocarmos luz onde só era escuridão.

Afinal, meus Irmãos “não somos nós que deixamos os vícios; são eles que, desprovidos de nossa atração, nos deixam”.

Autor: Sílvio Maria de Abreu
ARLS Obreiros da Verdade nº 52- GLMMG

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

terça-feira, 30 de maio de 2023

TRATAMENTO DE VENERÁVEL MESTRE

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Tiago Ravazzi, Loja Acadêmica, Justiça e Lealdade, 3.302, REAA, GOSP, GOB, Oriente de Lins, Estado de São Paulo.
tiago.ravazzi@live.com

Gostaria de fazer uma pergunta ao Irmão Mestre Instalado que sempre nos abrilhanta com suas respostas sobre a ritualística. Minha duvida é a seguinte: Quando o Venerável Mestre não está presente e o mesmo tem que ser substituído pelo 1º Vigilante, este não usa a joia de Venerável Mestre nem  é chamado de Venerável Mestre durante a reunião (inclusive na ata), correto?

Considerando a afirmativa, como devo pedir a palavra dentro da reunião? Devo mesmo assim saudar o Venerável Mestre, Primeiro Vigilante e Segundo Vigilante? Ou devo usar Irmão FULANO, Primeiro Vigilante e Segundo Vigilante.?

CONSIDERAÇÕES:

O Primeiro Vigilante é substituto em caráter precário no caso do Venerável faltar. Assim, se ele não for um Mestre Instalado ele assume normalmente para dirigir os trabalhos naquela Sessão sem a necessidade de usar a joia distintiva, pois ela é privativa daquele que foi Instalado. Sendo o caráter precário, não faz diferença alguma. 

Em sendo o substituto um Mestre Instalado (Primeiro Vigilante) ele usa a joia de ex-Venerável da qual ele já é possuidor ou mesmo a joia do Venerável (esquadro).

No caso de uma Sessão Magna de Iniciação, Elevação ou Exaltação e na falta do Venerável, o substituto obrigatoriamente deve ser um Mestre Instalado, de preferência o mais recente (está previsto no RGF).

Apenas a título de esclarecimento, esse preenchimento precário não pode ser definitivo, pois na ausência definitiva do Venerável, a Loja terá que realizar nova eleição, mesmo sendo o Primeiro Vigilante um Mestre Instalado.

Quanto ao título pelo qual é chamado aquele que estiver dirigindo os trabalhos, mesmo em caráter precário é o de Venerável Mestre mesmo. Quando alguém é substituído prevalece o nome do cargo para o substituto.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0898 Florianópolis (SC) 17 de Fevereiro de 2013.

A SOCIEDADE ROSA-CRUZ PARA OS MAÇONS

Por Wagner Veneziani Costa
Além da Maçonaria Simbólica, Madras Editora, 2009
(repasse: José Robson Gouveia Freire – Brasília DF)

História e Origem

A forma atual da moderna Sociedade Rosa-Cruz foi elaborada em 1865 por Robert Wentworth Little, que, juntamente com outros entusiastas maçons, fundou essa Ordem após a descoberta de certos manuscritos dos arquivos da Grande Loja. Essa Sociedade se baseia em tradições e simbolismos de uma Sociedade muito antiga, conhecida como Fraternidade da Rosa e da Cruz, a qual, por sua vez, alegava que suas origens eram de um caráter imortal, real ou mítico, conhecido como Christian Rosenkreutz e normalmente designado pelas suas iniciais CRC. Essa sociedade posteriormente serviu de modelo para as modernas sociedades na Escócia e nos Estados Unidos da América, as quais não se afastaram da Antiga Ordem e continuaram com a eterna busca pelo conhecimento. Isso é evidenciado pelo encorajamento dado aos membros em produzir documentos e fazer palestras como parte vital do trabalho do Colégio. A Sociedade tem o poder de conferir nove Graus, como se segue:

Iº - Zelator
IIº - Theoricus
IIIº - Practicus
IVº - Philosophus
Vº - Adeptus Minor
VIº - Adeptus Major
VIIº - Adeptus Exemptus
VIIIº - Magister
IXº- Magus

Existem 70 Colégios na sociedade inglesa, distribuídos em locais tão distantes como Austrália, Canadá, Nova Zelândia, França e Holanda.

Estrutura e Qualificação

As Assembléias da Sociedade são denominadas Colégios e são agrupadas em Províncias sob Chefes Peritos e seus Sufragâneos. Os oficiais são:
  • Celebrante
  • Expoente
  • *Capelão
  • Secretário
  • Tesoureiro
  • *Diretor de Cerimônias
  • Anciões (quatro)
  • *Diretor de Estudos
  • *Assistente de Diretor de Cerimônias
  • Condutor de Noviços
  • Porta-Archote
  • *Organista
  • *Chantre
  • *Assistente de Secretário
  • *Bibliotecário
  • *Escrivão de Divisas
  • Arauto
  • Guardião
  • *Despenseiros (3)
  • Coroinha
É mandatório para um Perito Chefe ou seu Sufragâneo instalar o Celebrante de cada Colégio em sua Província, na ausência do Magus Supremo, embora possa apontar algum outro Magus devidamente qualificado (um Delegado) para substituí-lo na instalação. Em todos os casos, o Celebrante deve antes da instalação ter recebido o Grau de Adeptus Exemptus e servido a posição de Expoente de um Colégio. Todos os candidatos devem ser Mestres Maçons ativos e pertencer a Lojas Regulares da Grande Loja Unida da Inglaterra ou de outra Potência maçônica com a qual ela possua tratados de reconhecimento. Além disso, os candidatos devem ter caráter e abraçar totalmente os princípios do Cristianismo; espera-se que eles possam ter habilidade suficiente para apreciar os estudos da Sociedade, que incluem a revelação da Filosofia, Ciência e Teosofia.

Paramentos

Todos os membros da Sociedade devem usar as jóias de seu grau conforme descrito a seguir:

Graus de I-IV: Um losango de metal dourado esmaltado em branco é utilizado, contendo uma cruz vermelha de braços de iguais dimensões, suspensa por uma tira de seda verde anexada a uma barra dourada que possui as iniciais SRIA.


Graus de V-VII: Os membros utilizam uma joia idêntica aos primeiros quatro Graus, mas suspensa por uma tira de seda amarela com os respectivos numerais romanos bordados em seda violeta.


Grau VIII: Como um Magister (Honoris Causa 8º), o padrão de losango branco e vermelho é utilizado sobreposto por uma mitra dourada com a palavra LUX suspensa por uma tira de seda vermelha. Um Alto Conselheiro Magister VIIIo utiliza a mesma joia, mas suspensa por um collarette de seda vermelha.

Grau IX: Como um Magus (Honoris Causa 9º), uma cruz calvária preta com uma pequena rosa de prata em cada braço e uma miniatura do losango da Sociedade no centro é usada suspensa de uma tira de seda vermelha. O Magus Supremo e o Substituto Magi IXo usam cruzes maiores de padrão similar suspensas por collarette de veludo vermelho, sendo a do Magus Supremo sobreposta por uma coroa celestial.

Além disso, aos Oficiais de um Colégio é dado um manto do ofício, que denota a cor ou o emblema de sua função particular.

Celebrante: O celebrante de um Colégio veste um manto sobrepeliz carmesim, contendo uma cruz branca de quatro braços iguais no lado esquerdo do peito, juntamente com um collarette de seda vermelha, do qual é suspenso o losango esmaltado de branco da Ordem, sobreposto por uma coroa celestial. Um Celebrante Passado veste um manto carmesim similar no qual a cruz é cercada por um losango branco com galão, enquanto ele possui um losango esmaltado de branco suspenso por uma tira vermelha no lado esquerdo do peito. Quando um Celebrante ou Celebrante Passado é um Magister (8º ou VIIIº), o emblema do manto é sobreposto por uma mitra branca.


Oficiais Provinciais: O Perito-Chefe de uma Província veste manto coberto carmesim contendo uma cruz calvária com uma mitra acima bordada em ouro no lado esquerdo do peito. Ele também usa um padrão de losango da Sociedade, em ouro e sobreposto por uma mitra colorida, suspensa por um collarette de seda vermelha. Seu Sufragâneo (Adjunto) veste um manto similar com os símbolos em branco, enquanto a joia dourada do collarette não possui a mitra. Os Oficiais Provinciais também vestem a mesma joia do Sufragâneo, mas não possuem nenhum manto especial.
Alto Conselheiro: Um Alto Conselheiro VIIº veste um manto carmesim com acabamento de seda azul contendo uma cruz com braços de igual comprimento bordada a ouro no peito, juntamente com uma placa de ouro triangular portando uma cruz vermelha esmaltada no centro, suspensa por um collarette amarelo (a cor dos Peritos). O Magister Alto Conselheiro VIIIo possui um manto similar, com a adição de uma mitra em ouro, e veste o collarette acima especificado. (Veja o Grau VIIIº).

Oficiais do Alto Conselho: Com a exceção do Magi, estes vestem manto carmesim com acabamento de cores diversas, pertinentes ao seu cargo, juntamente com um símbolo bordado apropriado no peito esquerdo. Os Magi vestem mantos de veludo vermelho.

Os Graus

Dos nove Graus, quatro estão agrupados na Primeira Ordem e podem ser conferidos por um Celebrante de um Colégio em Templo aberto.

Iº Zelator: Esse é o primeiro Grau da Sociedade, em que o aspirante é recebido em cerimônia muito comovente e colorida, sendo exortado a iniciar sua busca pela verdadeira sabedoria. Todos os assuntos do Colégio são tratados nesse Grau.

IIº Theoricus: Como mostrado pelo seu título, o ritual de admissão diz respeito aos aspectos teóricos da divindade em todas as suas formas. Esse Grau incorpora uma preleção erudita em cores.

IIIº Practicus: O estudo e o ritual desse Grau fazem referência especial à faceta espiritual da antiga arte da Alquimia.

IVº Philosophus: Aqui o aspirante é encorajado a expandir o seu conhecimento por meio de um estudo cuidadoso das várias filosofias e escrituras sagradas das religiões do mundo.

A Segunda Ordem, que compreende os Graus de V a VII, é conhecida como os Graus de Adepto, que são conferidos em um Colégio de Adeptos por um Perito-Chefe ou por um adjunto devidamente constituído. Somente o Magus Supremo ou Adepto-Chefe podem aprovar a seleção para o avançamento para os Graus de Adepto.

Vº Adeptus Minor: A admissão a esse Grau não é permissível antes de um período de quatro anos de serviços à Sociedade. Esse é um Grau pré-requisito para o avançamento ao cargo de Antigo em um Colégio.

VIº Adeptus Major: O sexto grau possui grande significância e demanda alto grau de contemplação na preparação para o avançamento ao sétimo Grau de...

VIIº Adeptus Exemptus: Esse é o Grau final da “Segunda Ordem”, o qual é um pré-requisito para a instalação na cadeira de um Colégio. Os ensinamentos incorporados são de natureza etérea e divina, feitos para elevar a mente para a preparação da iniciação completa.

A Terceira Ordem: As eleições para esses graus eminentes são realizadas somente pelo Magus Supremo, e como tal compreendem a Ordem administradora da Sociedade. Somente o Magus Supremo ou seu Delegado (por dispensa) podem conferir esses Graus.

VIIIº Magister: Esse Grau é conferido aos Oficiais do Alto Conselho designados nos Decretos da Sociedade e pode ser outorgado a outros membros do Alto Conselho. A honra de Magister (Honoris Causa 8o) pode ser conferida a outros Fratres que mostrem serviços importantes para a Sociedade. O Alto Conselheiro Magister que deixar de ser um membro do Alto Conselho retorna à posição de Magister (Honoris Causa 8º).

IXº Magus: O Magus Supremo, o Sênior e Junior Magus Substituto são os únicos membros que possuem o Grau ativo do IXº. O Grau de Magus (Honoris Causa 9º) pode também ser conferido pelo Magus Supremo em ocasiões muito especiais, usualmente em Fratres que tenham realizado serviços excepcionais ou mostrado projeção e devoção aos objetivos da Sociedade. Obviamente, são poucos os Fratres que conseguem essa honra.


O Colégio Eleitoral é composto de todos os membros da Terceira Ordem que sejam regulares de um Colégio da Sociedade, e é responsável pela eleição de um novo Magus Supremo quando esse cargo fica vago.

Fonte: JBNews - Informativo nº 207 - 22/03/2011

segunda-feira, 29 de maio de 2023

DESTINO DO PRODUTO DO TRONCO DE BENEFICÊNCIA

(reprodução)
Em 16/11/2017 o Respeitável Irmão Carlos Roberto Coelho, Loja Alma Farrapa, 3028, REAA, GOB-RS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, solicita informação para o que segue:

DESTINO DA ARRECADAÇÃO DO TRONCO

Ocorre-me uma dúvida a respeito da destinação do Tronco de Benemerência (ou solidariedade). Não achei muita coisa na Constituição, e o Regulamento Interno da Ordem também é omisso quanto a isso. Então: - A quem se destina o Tronco? 

Pode o Tronco ser destinado a socorrer algum Irmão em ocasional dificuldade financeira?

Existe alguma regulamentação quanto a isso, quer na Constituição, quer no Regulamento Interno, que determine o rito da liberação dos recursos, ou isso pode ser da responsabilidade do Venerável Mestre escutadas as Luzes da Loja?

Existe a obrigatoriedade de ser, no caso da existência desta possibilidade, deliberado em Loja este assunto? 

No aguardo de suas sapientíssimas considerações agradeço, atenciosamente.

CONSIDERAÇÕES:

Por tradição, o Tronco de Beneficência existe para atender as obras de caridade da Loja, destacando-se que a caridade é uma das principais virtudes exercidas pela Maçonaria.

No REAA∴ a captação desses recursos na forma de costume (coleta pela bolsa) é conferida impreterivelmente na mesma sessão em Loja e creditado a sua hospitalaria para aplicação em atos de solidariedade – é equivocado o anacrônico costume de se “lacrar o tronco”.

Essa é a finalidade da existência do Tronco, não se admitindo o uso desses recursos para outros fins que não atendam o seu objetivo. Desse produto é inadmissível sua utilização em obrigações pecuniárias da Loja ou utilizá-lo como ajuda para construção de Templos e afins, ou ainda outras ocorrências do gênero.

O substantivo feminino “beneficência” designa o ato ou virtude de fazer o bem pela caridade, filantropia e, nesse sentido o Tronco foi criado na Maçonaria francesa para ajudar aos necessitados, admitida a sua justa necessidade àqueles que passam pelos reveses da vida.

Não obstante esse formato de coleta (bolsa) tenha sido criado na França, é sabido que toda a Maçonaria Universal, independente de rito, tem o desiderato de exercer a caridade, mas com justiça. 

Os ritos maçônicos simbolizam ritualisticamente essa prática conforme as suas estruturas litúrgicas que, no caso do REAA∴, faz circular uma bolsa no momento apropriado e em todas as sessões maçônicas objetivando recolher o óbolo.

É evidente, como mencionado, que a prática da caridade está implícita na Maçonaria em geral, cujo costume advém dos canteiros medievais quando arrecadavam recursos para amparar irmãos, viúvas e sobrinhos necessitados – é dessa característica que se adotou a expressão “auxílio mútuo” entre os maçons.

Sendo então essa uma das obrigações dos membros da Sublime Instituição, a prática ajudou a caracterizar a Moderna Maçonaria como uma construtora social, assim essas obrigações necessariamente não são encontradas nos seus regulamentos, pois elas compõem o cerne existencial da própria Maçonaria.

No que diz respeito ao Tronco e o auxílio destinado aos Irmãos necessitados, por óbvio ele é perfeitamente viável, até porque a sua própria existência se deve a essa prática. Aliás, eu diria que antes de tudo a preferência, se em igualdade de condições, deveria sempre ser dada a um Irmão, desde que ele comprovadamente esteja necessitado. A propósito, esse é o ofício do Hospitaleiro – apurar e trazer a súplica à Loja.

Sob o aspecto prático, a utilização dos recursos apurados pela circulação do Tronco e creditados a Hospitalaria da Loja, quando carecer de movimentação financeira destinada a auxiliar alguém, primeiro o Hospitaleiro deve apresentar justificativa na Loja para ser ouvida pela assembleia na forma de costume. Deliberada a legalidade da ajuda ela passa por votação na forma da lei e com aquiescência do Orador. Faz-se cogente mencionar que movimentações financeiras requerem acima de tudo transparência e lisura.

Concluindo, chamo atenção para o ofício do Hospitaleiro no REAA∴  Note que a sua função não é apenas a de arrecadar fazendo circular o Tronco, mas praticar a solidariedade maçônica permanecendo atento às necessidades que porventura Irmãos e seus familiares possam merecer, informando formalmente a situação à Loja.

P.S. – Deliberações se dão em Loja sempre com a participação de todos e depois de obedecidas as formalidades legais. Não é apanágio de apenas “alguns” se reunirem e deliberarem questões sem o conhecimento dos demais. Mesmo as comissões, que podem deliberar assuntos da sua alçada, tendo delas o resultado final, obrigatoriamente passam por aprovação da Loja. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

EPIDEMIA DE "AVENTALITE"

Kennyo Ismail
Não costumo publicar textos aqui no blog que não são de minha autoria, até por uma questão de accountability. No entanto, cabe aqui uma exceção, já que esse texto, de autoria do Irmão Rui Bandeira, Grande Oficial da Grande Loja Legal de Portugal, exprime muito bem um mal também já diagnosticado por muitos irmãos no Brasil: a aventalite. Somente tive o cuidado de adaptar o texto para o “português brasileiro”, de forma a facilitar a leitura e compreensão dos leitores. E, desde já, agradeço ao estimado irmão Rui Bandeira por sua permissão.

A aventalite é uma doença que assola alguns maçons, geralmente de forma aguda, passageira e facilmente curável, mas podendo evoluir para uma forma crônica, essa necessariamente mais séria e com um tratamento mais demorado e cura mais difícil.

Manifesta-se por uma despropositada inflação do ego, injustificada sensação de superioridade, perturbador sentimento de poder e, nos casos mais persistentes, inadequado comportamento em relação aos seus iguais, vistos pelo doente como inferiores ou subordinados, por não usarem aventais de Grande Alguma Coisa.

A aventalite é suscetível de atacar Grandes Oficiais e Dignitários, independentemente da Obediência, seja Grande Loja ou Grande Oriente, seja de orientação mais anglo-saxônica ou mais latina.

O tratamento da sua forma aguda é fácil e geralmente eficaz, se aplicado na fase inicial da doença. Consiste numa severa e sonora puxada de orelha, com solene declaração de que se não tem paciência para aturar exageros de vaidosos, acompanhada de expressa chamada de atenção para a Igualdade que obrigatoriamente reina entre os maçons e uma injeção de recordação de que o exercício de ofícios em Grande Loja ou Grande Oriente são meros serviços, tarefas, trabalhos a serem desempenhados com zelo e humildade, e não honrarias ou reconhecimentos de inexistentes superioridades.

Nos casos mais graves, pode ser necessário um reforço de tratamento com recurso a expressões vernáculas, envios para determinados lugares não propriamente prestigiados, e solenes avisos de que, ou o doente atina e baixa a crista, ou é melhor continuar a enganar-se correndo atrás do seu próprio rabo, porque junto dos seus iguais (mesmo ele não reconhecendo como iguais) não vai ter muita sorte.

Nas formas mais leves da doença, e sobretudo quando o doente é de boa índole, o tratamento mais suave chega para erradicar os sintomas, sem sequelas. Podem, no entanto, ocasionalmente observar-se recaídas, em regra facilmente tratáveis com uma observação chocante, mas bem-humorada, como, por exemplo, “Você aí de novo deixando o avental subir-lhe à cabeça. Deixa-o na pasta e não se exceda, porque você é melhor que isso…”.

Nas formas mais severas, a doença prolongada ou nos casos de doentes com obtusidade cerebral, é indispensável o tratamento intensivo, repetido as vezes que forem necessárias até o doente melhorar. No entanto, quer a índole mais difícil do doente, quer a maior agressividade do tratamento, podem dar origem a efeitos colaterais ou sequelas desagradáveis, designadamente mal humor e afastamento temporário. Nas situações verdadeiramente graves e reincidentes pode mesmo ser necessário aplicar quarentena.

A aventalite é uma doença oportunista que se manifesta com mais frequência em ambientes poluídos por regras, sejam elas expressas, implícitas ou consuetudinárias, que favoreçam, ou mesmo imponham, o uso com demasiada frequência e em locais inapropriados de aventais de grande alguma coisa. O oportunismo da aventalite aproveita qualquer desatenção que permita ou propicie o uso desadequado e fora do seu ambiente próprio dos ditos aventais de grande alguma coisa.

Para além do tratamento dos casos concretos dos enfermos pela doença, é importante que se faça adequada prevenção, para evitar novas infecções, recidivas e recaídas.

Recomenda-se, assim, revisão das normas regulamentares e das práticas que não limitem o uso dos aventais de grande alguma coisa aos locais e ocasiões adequados. Designadamente, é de toda a conveniência que se tenha presente que, na Loja que se é membro, o obreiro é um elemento do quadro desta, absolutamente igual aos demais, nem mais, nem menos que qualquer dos outros e, que, consequentemente, fique inquestionavelmente assente que nenhum obreiro, na sua própria Loja, usa avental de grande alguma coisa, antes devendo usar o avental do seu grau e, se for o caso, o colar do seu posto na Loja, sendo absolutamente indiferente posição ou ofício que porventura tenha na Grande Loja ou Grande Oriente. Esta regra deve ter como única exceção – certamente ocasional – a situação em que o obreiro se apresente na Loja, não na sua qualidade de obreiro da mesma, mas no efetivo exercício da sua função de Grande Oficial ou em representação oficial do Grão-Mestre.

Este princípio deve ser extensivo à visita a outras Lojas. Se o obreiro faz visita a título pessoal, não faz sentido, e propicia a grave doença da aventalite, que use avental de grande alguma coisa. Se a visita, porém, se fizer no exercício das suas funções de Grande Oficial ou em representação do Grão-Mestre, então, e só então, justifica-se que use o seu avental de grande alguma coisa.

Claro que, em Assembleias de Grande Loja ou Grande Oriente, aí sim, se está em espaço e momento em que é justificado e adequado o uso de aventais de grande alguma coisa. Aí e nessas ocasiões, não há qualquer inconveniente. Trata-se de um uso moderado e adequado de avental de grande alguma coisa, que, por regra, não propicia nem aumenta o risco de contágio pela irritante aventalite.

A bem da saúde dos irmãos maçons, exorto que esta atividade de prevenção seja feita. É saudável e, sobretudo, é… maçônica!

Rui Bandeira

Fonte: www.noesquadro.com.br

domingo, 28 de maio de 2023

USO DA PALAVRA EM LOJA - RETORNO DA PALAVRA

Em 03/03/2023 o Respeitável Irmão Jocely Xavier Araújo, Loja Herbert Jurk, REAA, GOB-SC, Oriente de Timbó, Estado de Santa Cataria, faz a pergunta seguinte:

RETORNO DA PALAVRA

Desculpe mais uma vez incomodá-lo. Me deparei com a seguinte situação: por que a palavra passa da Coluna do Sul para a Coluna do Norte ela não retorna? Respondi que era para o Irmão praticar a paciência, a tolerância e a reflexão (REAA).

Está correta essa colocação?

CONSIDERAÇÕES:

Inicialmente, a ordem do giro da palavra é Sul, Norte e Oriente. Obedece ao sentido horário, o giro se inicia partindo sempre do Sul. Assim, ao reinar silêncio na Coluna do Sul (por onde se iniciou o giro) a palavra segue para a Coluna do Norte. Havendo silêncio em ambas as colunas, a palavra vai finalmente ao Oriente.

Se por ventura alguém, após ter passado a palavra pela sua coluna pedi-la novamente e a critério do Venerável Mestre a mesma for concedida, obrigatoriamente seu retorno se dará a partir da Coluna do Sul, não importando de onde a palavra tenha sido outra vez pedida. Em qualquer situação, se o pedido veio do Norte ou do Oriente, o uso da palavra recomeçará sempre a partir do Sul – essa é uma regra importante.

Ritos solares como o REAA preconizam esse costume. Em face disso é que o ingresso no Oriente é feito sempre a partir da Coluna do Note para o Oriente e, a sua saída, sempre do Oriente em direção da Coluna do Sul.

Com a ordem do uso da palavra ocorre a mesma coisa, ou seja, para que ela finalmente chegue ao Oriente, antes deverá ter passado pelo Sul e pelo Norte respectivamente.

Assim, a hipótese de retorno da palavra do Norte para o Sul não procede por dois motivos: primeiro é que nesse caso haveria uma circulação contrária (anti-horária); segundo é qua para ela concluir o seu giro no Oriente, então ela teria que voltar novamente ao Norte para dali seguir ao Oriente. Isso seria algo contraproducente.

A bem da verdade e do rigor da ritualística, essa história de retorno da palavra é algo que não condiz com o ordenamento litúrgico. O ritual foi construído para seguir o caminho natural das coisas e não para ser truncado por retornos extemporâneios. É por isso que só o Venerável Mestre é quem pode autorizar esse retorno e mesmo assim ele deve se cercar de prudência e avaliar muito bem a situação, reservando-se a volta da palavra somente em casos que sejam de fato necessários.

Conforme bem consta no ritual em vigência, claramente é comunicado à Loja pelo Venerável Mestre e Vigilantes que a palavra será concedida nas Colunas e Oriente. Somente depois de feitas as devidas comunicações na forma de costume é que o 2º Vigilante coloca, a partir do Sul, a palavra a quem dela queira usar. Apenas depois que reinar completo silencio no Sul (onde se iniciou o giro) é que o 2º Vigilante informará ao 1º Vigilante. Este, por sua vez, então coloca a palavra no Norte e só a envia ao Oriente depois que tiver reinado completo silêncio no Ocidente.

A Maçonaria prima pela organização nas suas oficinas de trabalho, portanto os seus rituais estabelecem regras para o desenvolvimento da sessão. Esse ordenamento de regras é conhecido como liturgia. O maçom deve estar atento para cumpri-la nos conformes estabelecidos. Situações extraordinárias como o do uso novamente da palavra podem acontecer, contudo esses são eventos esporádicos, nunca corriqueiros.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PROFANO E MAÇOM

Ir∴ José Aparecido dos Santos
Oriente de Maringá - Paraná

Em uma breve análise sobre a vida profana e a iniciação na maçonaria, cheguei a uma conclusão;

Inicio da Vida Profana: Iniciamos com uma corrida (viagem) de milhões e um somente tem a Graça de Deus de ter um local único, escuro, sem nenhum visão da vida futura e dentro do ventre materno por nove meses e tendo toda afeição e alegria daqueles que querem a sua presença entre eles.

Quando ganhamos a luz, não enxergamos e sim só vemos luz por alguns dias, sem poder decifrar o que virá no futuro, não falamos e sim tentamos balbuciar algumas palavras e sem definições, não caminhamos por vários meses e sim somos levados e carregado por aqueles que devotam amor por nós e a confiança é total naquele que nos carrega por todos os lados.

Não conhecemos e nem temos conhecimento deste ser Supremo (Deus), somos um pequeno pagão por um determinado tempo, até recebermos a luz divina de nosso Pai Maior, do nosso batizado e nos é colocado pela ação divina, ótimos mestres em nossos ensinamentos de vida profana, sendo os nossos pais, avós, que só tendem a nos dar o ensinamento de vida, nos levando a verdade absoluta, nos apresentando ao Ser Supremo (Deus), nos dando o que é bondade, benevolência, atitudes de moral humana, educação e etc.

Iniciamos a vida profana com valorosos mestres e com verdadeiros ensinamentos de vida correta, integra, tendo o crescimento pessoal, moral, intelectual e sempre pelos mestres da vida que nos conduzem para a plenitude do mundo, estes nunca nos deixam, são eternos mestres para com nós.

Inicio da Vida Maçônica: Somos escolhidos no meio de milhões de profanos, e ao sermos iniciados, ficamos de olhos vendados, sem poder ver nada por algumas horas, voltamos ao nosso interior mental, como também voltamos ao interior da terra, representando o ventre materno, depois de algumas horas, com diversas viagens que fazemos pelo interior do Templo e sempre com um mestre que nos dá todo apoio e acreditamos na segurança deste que nos leva.

Depois de muitas idas e vindas (viagens), recebemos a luz, por alguns minutos, temos a visão conturbada e sem reconhecer as pessoas que nos aguardam com alegria, amor, dedicação e nos vendo como um novo irmão que vai iniciar os seus passos e engatinhando na vida maçônica.

Da mesma forma que somos levados pelos nossos pais, avós, na vida profana, também temos excelentes mestres que tendem a nos levar para o aprendizado da maçonaria, aprendendo os passos da vida ereta e doutrinada na verdade, humildade, ser um homem integro em todos os momentos e locais.

No grau de Aprendiz, temos os nossos passos idênticos de uma criança, e nos é ensinado como fazer, como se portar dentro de um Templo e nos sendo ensinado, como devemos nos portar dentro do Templo e como devemos estar paramentados, em seguida partimos para o grau de Companheiro, já podendo mudar os passos, mas tendo que ter os mestres sempre nos apoiando e aprimorando o lado do ser humano e maçom, para que este no futuro próximo, possa dar o ensinamento ao grau de Aprendiz.

Quando temos o grau de Mestre, este sendo o ápice do Grau Simbólico, já tendo o discernimento do que deve fazer na vida maçônica e profana, para não dar maus exemplos aos que estão iniciando na Maçonaria, este pode e tem o domínio de ir para o Oriente e retornar para o Ocidente, já tem o seu lado espiritual e mental eficaz e tendo que ensinar o Aprendiz e Companheiro.

Em todo momento de vida maçônica, temos que ter em mente, que somos homens livres, de bons costumes, podendo errar, não dando continuidade nos mesmos erros, sem sermos soberbos, temos que ter a humildade, integridade, postura pessoal, crença e devoção em Deus não somente para sociedade maçônica, mas continuar na sociedade profana, que nos vê, como homens com diferencial.

E nós é colocado que somos todos iguais, nenhum irmão é melhor que o outro, mesmo que este tenha um grau elevado de cultura e financeira, somos todos iguais não somente dentro dos Templos, mas no dia à dia de nossa vida maçônica e profana, desta forma, não devemos ser soberbos.

Desde aprendiz, companheiro, mestre e do grau 4 ao 33, todos nós estamos em franco estudo maçônico e um tem que dar um pouco de si para ensinar o outro irmão, o que é ser maçom, qual o grau do significado da vida maçônica, sendo através dos estudos, vivência entre todos nós e praticando o nosso ensinamento: “LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNINADADE”, devemos sim, retornar a Câmara de Reflexões, para um exame de consciência e alertar-se de que, na realidade, e Maçom.

O diferencial do Homem Maçom, que tem que ter em mente, que todos nós somos iguais e temos que fazer para o outro o que desejamos para nós e nossos familiares, não somos somente irmão de maçonaria, mas temos que ser “AMIGOS e IRMÃOS” ou “IRMÃOS e AMIGOS”, se não fizermos desta forma, qual o motivo de desejarmos nos tornar “MAÇOM”!!!!

Fonte: JBNews - Informativo nº 206 - 21/03/2011

sábado, 27 de maio de 2023

QUESTÕES PARA REFLEXÃO DO IR.´. COSME

(republicação)
O Respeitável Irmão Cosme Lima, membro da Loja Regeneração 3ª, COMAB, Oriente de Londrina, Estado do Paraná apresenta o seguinte comentário ao Respeitável Irmão Hercule Spoladore e coloca três exemplos para reflexão sobre o Rito Escocês Antigo e Aceito que merecem comentários. gasnorte@sercomtel.com.br 

Acredito que apesar de parecer meio bobagem em relação aos grandes problemas que existem no dia a dia das Lojas e Potências, talvez já devamos pensar em uma forma simplista de tentar uniformizar - mesmo que não seja de maneira totalmente engessada - a ritualística do REAA. 

No nosso entendimento, o rito não deveria mudar de uma Potência para outra, nem mesmo de uma Loja para a outra, no entanto, podemos observar que existem algumas variações fantásticas que confundem os Irmãos e, são explicadas pelos nossos guias em ritualística das formas mais incríveis possíveis. 

Sem querer ser incendiário, mas a titulo de reflexão, cito três exemplos: 

1) TFA: Batida nas costas do Irmão com a mão direita, com a mão esquerda e, até com as duas mãos. 

2) Gravata usada pelo Iniciando: Branca em algumas Lojas, preta em outras. 

3) Comunicação dos Vigilantes: Em algumas Lojas a citação é: Primeiro Vigilante – Irmãos que abrilhantais a Coluna do Norte e, Segundo Vigilante - Irmãos que decorais a Coluna do Sul. Em outras Lojas a comunicação é feita de forma invertida, ou seja, Primeiro Vigilante - decorais e Segundo Vigilante - abrilhantais. O que devemos fazer? 

CONSIDERAÇÕES:

Penso que o ideal seria que os Ritos, independente de Obediências deveriam ser iguais na sua prática. Infelizmente isso não acontece e temos que obedecer às Leis aprovadas. 

Passo a seguir as minhas reflexões sobre os tópicos apontados. 

No caso nº 01 – Para os Ritos que o praticam a sua origem está na Exaltação do Mestre no momento em que o Respeitabilíssimo levanta o exaltado retirando-o das trevas. Na execução dos C∴PP∴PP∴ o braço, antebraço e a mão esquerda do Respeitabilíssimo se posicionam por sobre o ombro e lado direito das costas do protagonista. Assim por primeiro seria é a mão esquerda que bateria às costas por três pancadas. Dado o movimento tríplice, no segundo movimento seria a mão direita e por fim novamente a mão esquerda. Em resumo os protagonistas dão a tríplice pancada às costas com a mão correspondente ao braço que estiver por cima do ombro do oponente. 

No caso nº 02 – Aí me parece ser uma questão de indumentária de um Rito específico. Já que se dá mais valor ao molho do que à carne no que diz respeito o traje maçônico – no meu entendimento o que vale é o avental. No Rito Escocês no Brasil usa-se gravata lisa preta. 

3 - No caso do Primeiro Vigilante e a locução “(...) decorais a Coluna do Norte” existem dois aspectos para serem considerados: Primeiro, DECORAR, como verbo transitivo direto que menciona o ato de guarnecer com adorno, ornamentar, realçar, avivar, etc. 

Nesse sentido o significado está diretamente ligado à Meia-Noite que em linhas gerais representa de forma figurada a maturidade e a aproximação do fim da vida. A Obra, nessa definição, é o elemento construído ao longo da vida que, se bem aplicada e bem produzida decora a passagem do Homem pela efêmera vida terrena. Em síntese é a moldura do quadro da vida. 

No segundo aspecto e de caráter exteriorizado seria do verbo “decorar” com transitivo direto e indireto que exprime dentre outros o caráter de “honrar, enobrecer”. Assim o significado está diretamente ligado àqueles que se posicionam na Coluna do Norte, cujo intuito é também o de honrar e enobrecer aquele espaço de trabalho, ou seja: os que honram e enobrecem Setentrião. 

No caso do Segundo Vigilante e a locução “(...) abrilhantais a Coluna do Sul”, ABRILHANTAR concerne ao Meio-Dia e a ação da Luz que abrilhanta a elevação da Obra. Nesse sentido o Meio-Dia, ou Sul está representado pelo quadrante por onde a Luz se desloca, ou a passagem do Sol (ponto de vista do Hemisfério Norte). 

No próprio Painel da Loja, há que se notar a existência de três janelas – uma no Oriente, uma no Sul e a outra no Ocidente. Isso implica a marcha da Luz. Daí, nessa relação não existir janela na banda Norte. Por assim ser o verbo “abrilhantar” tido como verbo transitivo direto menciona dar brilho, ou luz viva para alguma coisa. Também tornar brilhante, luzente e reluzente. Isso implica que o Obreiro dá Luz ao trabalho, tornando-o brilhante, reluzente. Esse trabalho é a obra elevada, ou a Obra da Vida. 

ABRILHANTAR, ainda como verbo transitivo direto, implica em dar brilho, realçar, etc. Também completa a explicação se tomado como verbo pronominal que exara a tornar-se brilhante, reluzente, adquirir maior brilho, maior realce; realçar-se. 

Assim o verbo “abrilhantar” sugere uma ligação direta, em termos de Maçonaria, com os ocupantes da Coluna do Sul, donde o Segundo Vigilante observa a passagem no Sol no meridiano do Meio-Dia, tendo sobre si, no caso do Rito Escocês Antigo e Aceito a Estrela Flamejante, apresentada como a Estrela Hominal (objeto de estudo do Companheiro) que recebe o brilho, posto que ela, a Estrela, representa o Homem e a sua Obra (letra G=geometria) na fase intermediária da vida – entre a infância e a maturidade. 

Como questiona o Mano (o que devemos fazer?), penso que devemos cumprir o que está escrito e aprovado no seio de cada Obediência. Talvez um dia possamos praticar o mesmo Ritual e ao mesmo termos a mesma Palavra Palavra Semestral. 

T.F.A. 
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0897 Florianópolis (SC) 16 de Fevereiro de 2013.