Páginas

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quinta-feira, 28 de março de 2024

A CRENÇA EM DEUS - ASPECTOS DO RITO MODERNO

(republicação)
Em 22/04/2018 o Respeitável Irmão Antonio Gouveia, Loja Serra do Roncador, 2.240, sem mencionar o nome do Rito e do Oriente, GOB-MT, Oriente do Mato Grosso, solicita comentários a respeito:

ASPECTOS DO RITO MODERNO

Gostaria de saber sua opinião sobre alguns aspectos do Rito Moderno. Entendo que, ao se declararem agnósticos pela prática deste Rito, Maçons estão contrariando o Inciso I do Art. 2º da Constituição do GOB. Também a ausência de símbolos nas Lojas retira do Ritual sua função iniciática representada pelo simbolismo neles existente. Seria, para mim, um Rito sem rito iniciático. Gostaria de sua opinião sobre estes dois pontos, desde já agradecendo sua atenção.

CONSIDERAÇÕES:

Penso que para tal existem aspectos que merecem uma consideração mais apurada. 

Na concepção do agnosticismo, sobre o ponto de vista de um rito maçônico, ele deve ser admitido apenas como uma atitude que vê inúteis discussões sobre questões metafísicas, sobretudo porque elas tratam de realidades do incognoscível. 

Isso, entretanto, não quer dizer descrença num Princípio Criador, senão o caráter de não discutir esse efeito, deixando que cada um, livremente, fique com as suas conclusões. 

Ainda sob essa égide, se bem observado às teorias agnósticas, o agnosticismo admite uma ordem de realidade que não pode ser conhecido. Por óbvio isso nada tem a ver com descrença em Deus.

No que diz respeito a isso, especialmente ao Rito Moderno, ou Francês, sua definição se adequa mais a um sistema não dogmático, a despeito de que dogma seja um ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina ou sistema religioso. Não apregoar e nem aceitar dogmas também não é a mesma coisa do que ser ateu. Muito menos ainda é confundir essa definição como agnosticismo – vide os conceitos filosóficos do teísmo e do deísmo.

Na realidade o Rito Moderno se embasa na liberdade do pensamento e na razão, motivo pelo qual ele deixa à consciência de cada um dos seus membros as interpretações metafísicas. Na verdade isso não significa combater a religião, mas ensinar ao homem que cada um deve respeitar as convicções dos outros. Assim, o ambiente ritualístico desse Rito não admite nele a imposição de preferências religiosas ou em seu nome fazer proselitismos. 

Isso faz parte da história e pode ser verificada nos acontecimentos políticos, sociais e religiosos hauridos do século XVIII.

Essa condição racional está sutilmente interligada a uma concepção deísta que de certo modo acredita num Criador, mas sem a sua antropomorfização e nem a sua interferência nas causas humanas. 

No que diz respeito à Constituição do GOB e o seu Artº 2º, Inciso I – a existência de um princípio criador: o Grande Arquiteto do Universo – cabe ao maçom compreender quem e o que é esse Princípio Criador denominado Arquiteto do Universo. Para tanto há que se compreender que esse título tem acima de tudo um viés conciliatório para um único Deus Criador mencionado nas religiões dos homens, visto tanto pela óptica teísta bem como pela deísta.

Assim, o Grande Arquiteto do Universo é Aquele que concilia todas as crenças, sem que com isso existam na Moderna Maçonaria imposições religiosas.

Nesse sentido o Rito Moderno, ou Francês, ao contrário do que muitos pensam, jamais se opõe à crença em Deus. Entende sim que embora nos seus templos não estejam absolutamente previstos dogmas e nem preces e orações, o Arquiteto Criador é um elemento velado de conciliação religiosa entre os homens - que cada um tenha a sua convicção, sem que haja sobre tal nenhuma interpelação por parte da Maçonaria.

Evidencia-se nesse caso o respeito à liberdade individual religiosa, porém sem que jamais esse caráter possa se confundir com ateísmo.

É oportuno mencionar que na Maçonaria em geral (para todos os seus ritos) basta o título de “O Grande Arquiteto do Universo”. Não existe razão para que ele seja ainda complementado como o redundante “que é Deus”, como é comum se encontrar em muitos rituais, pois por si só conciliatoriamente Grande Arquiteto já exprime essa verdade.

A despeito desse comentário, é seguro dizer que não existe ateísmo na Maçonaria, ou melhor, que não existem ritos ateus, isso porque os nossos ancestrais, as “organizações de construtores medievais”, sempre tiveram a característica de dar um cunho religioso ao trabalho. É o caso, por exemplo, das Associações Monásticas do século VII, das Confrarias Leigas do século XII, da Francomaçonaria (protegida pela Igreja) após e século XII e as Guildas de Construtores. Posteriormente, já no período dos Aceitos, século XV, a Maçonaria continuou trazendo consigo todo esse respeito religioso, o que pode ser inclusive comprovado no século XVIII com o advento da Moderna Maçonaria surgida com a fundação da Primeira Grande Loja em Londres.

Infelizmente muitos tratadistas, e mesmo alguns próprios praticantes do Rito Moderno ou Francês, continuam fazendo má interpretação da sua história dando ao Rito uma falsa característica de ser um sistema que não crê em Deus. Provavelmente isso acontece por eles não a conhecerem amiúde a sua história, sobretudo a partir das origens da Maçonaria na França, assim como a sua própria filosofia. 

A retirada da Bíblia, fato que se deu no Grande Oriente da França, também deu subsídios para interpretações equivocadas. Alguns entenderam esse procedimento como um predicado de ateísmo, o que não é verdade, pois essa atitude nada tem a ver com a crença em Deus, apenas teve o desiderato de manter a liberdade religiosa entre seus membros, não indagando deles a sua religião.

Sugere-se àquele que estuda esse tema que não tome conclusões apressadas sem antes fazer uma analise minuciosa da sua história, sobretudo naquilo que envolve a Maçonaria na França a partir do século XVIII.

O belíssimo Rito Moderno, ou Francês tem por norma considerar o maçom como lídimo produto da Loja e, acima de tudo, um construtor social que, pelo estudo da Natureza, deve inspirar-se na Sabedoria e na evolução, colaborando assim com a construção de um mundo melhor e fundamentado na Liberdade, na Igualdade e na Fraternidade. Longe disso, mas muito longe mesmo, está qualquer afirmativa de que o Rito seja contrário à crença individual em Deus.

Quanto a sua questão quando aborda a inexistência de símbolos na Loja do Rito e com isso a sua função iniciática, me parece que esse seja um entendimento precipitado e equivocado, pois os seus verdadeiros rituais apresentam um belíssimo arcabouço iniciático suportado por símbolos e alegorias. 
Símbolos estão presentes sim no Rito Moderno, ou Frances. Pode-se citar, por exemplo, a presença do Delta, do Olho Onividente, do Sol, da Lua, do Esquadro e do Compasso (Luzes Emblemáticas), do Painel da Loja, cujo mesmo integra no seu interior um conjunto de símbolos e alegorias, etc. 

Eu tenho dito que cada rito maçônico possui o seu arcabouço doutrinário que fora desenvolvido sobre um sistema de símbolos e alegorias. O Rito Moderno ou Francês não foge a essa regra.

O que se tem infelizmente observado é que ultimamente muitas opiniões hauridas de falsos entendidos têm feito com que o Rito Moderno tenha se descaracterizado em alguns dos seus aspectos. Originário da França e amparado pelas ideias dos Modernos da Primeira Grande Loja Inglesa, o Rito surgiu de uma depuração feita sobre a enxurrada de graus além do simbolismo que assolava na época a Maçonaria francesa. 

Sob essa égide o Rito Moderno, nasceu no seio do Grande Oriente da França e foi concebido e revisado originalmente com três graus simbólicos – Aprendiz, Companheiro e Mestre – mais quatro graus além dos três primeiros – Eleito, Escocês, Cavaleiro do Oriente, ou da Espada, e Cavaleiro Rosa Cruz. Com essa característica ele ficou também conhecido como o “rito dos sete graus”, enquanto que o título “Moderno” se deu porque o Rito aderiu aos costumes da Primeira Grande Loja inglesa que era também conhecida como a Grande Loja dos Modernos.

Embora algumas Obediências mundiais mantenham o Rito com as suas características originais, outras, entretanto infelizmente já o deturparam como é o caso do acréscimo nele de mais dois graus sob a alegação de que houve tempo que em Portugal o Rito possuía nove graus, esquecendo-se esses de que originalmente o Rito nasceu na França e não em Portugal.

Outra deturpação que o Rito tem enfrentado em algumas Obediências tem sido pela interferência dos seus respectivos Regulamentos. Um exemplo disso é a inclusão, em alguns casos, da Bíblia como Livro da Lei no Rito Moderno quando se sabe perfeitamente que ela não faz parte originalmente do relicário emblemático desse Rito, justamente pela sua característica de não interferir na individualidade dos seus membros. O original, no lugar da Bíblia, é o Livro das Constituições, mas como alguns regulamentos de algumas Obediências preveem indiscriminadamente a utilização da Bíblia em qualquer Rito, essa anomalia acaba se dando em completo desrespeito àquilo que prevê o seu sistema iniciático e doutrinário.

Eram essas as minhas considerações.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS

A GRANDE INICIAÇÃO


No início da Ordem DeMolay, em 1919 nos Estados Unidos, o seu criador Frank S. Land (chamado hoje de Dad Land), convocou os jovens para uma segunda reunião e nessa ocasião 31 jovens compareceram.

Dad Land solicitou aos jovens uma ajuda para pensarem em um nome para o grupo que acabara de ser criado: escolheram o nome “Conselho DeMolay”.

Começou então uma febre de jovens sendo iniciados, por quase todos os estados norte-americanos e, em 1922, já havia Ordem DeMolay em 39 estados, somando 404 capítulos, inclusive capítulos nas Filipinas, Canadá e Porto Rico.

Foi em 12 de fevereiro de 1923 que o capítulo "Templários", em Pittsburgh na Pensilvânia, realizou a GRANDE INICIAÇÃO. Foram 1099 novos membros a serem iniciados: o maior da história da Ordem.

Desde então ela não para de crescer. Parabéns sobrinhos!

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

quarta-feira, 27 de março de 2024

PROCEDIMENTOS DE ENTRADA

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Edison Carlos Ortiga, Rito Adonhiramita, COMAB, sem declinara o Oriente (Cidade) e Estado da Federação:
capituloadonhiramita@gmail.com

Estamos elaborando uma coletânea de procedimentos para o Rito Adonhiramita (COMAB), e no tocante a parte de cerimonial o rito, seja qual for, pouco dita as normas e sim a Potência, mas como é um assunto que gostaria que constasse nessa coletânea, e normalizar e uniformizar procedimentos sobre um fato muito corriqueiro entre nós, solicito uma ajuda do Irmão através de seu parecer. Trata-se de uma Loja incorporada em visita a outra loja, não sendo sessão conjunta, apenas visita. Penso que a Loja visitante entra em comitiva, tendo a frente seu Venerável, seguido pelos Mestres, Companheiros e Aprendizes. Estando a Loja aberta poderia apenas o Venerável, representando toda a delegação, fazer a marcha do grau e as respectivas saudações, ou todos, individualmente executarem este procedimento? Este assunto fica sob malhete até vossa opinião.

Considerações:

Não sou muito a favor dessas incorporações de Loja. Se elas existem como previstas nos respectivos regulamentos, o jeito é cumprir. Entendo sempre que na tradição maçônica existe mesmo a visita.

Seguindo a regra de que a maior autoridade geralmente entra por último considerando a Loja visitante, o primeiro que entra é o que se submete ao telhamento e a entrada formal. Nesse caso o Venerável é o último a entrar. 

Agora existem as entradas em família após a Ordem do Dia. Aí é o Venerável que entra por primeiro acompanhado do séquito. Nesse caso, embora na contramão, seria o Venerável que sujeitaria à formalidade. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.063 - Florianópolis (SC) – quinta-feira, 01 de agosto de 2013

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 40 - Loja Quatuor Coronati

Esta Loja, registrada sob o nº 2076 na Grande Loja Unida da Inglaterra, tem o orgulho de manter o lugar de primeira Loja de Pesquisa Maçônica do mundo. Está localizada em Londres e seus membros são todos reconhecidos como sendo os mais notáveis conhecedores de assuntos sobre Maçonaria.

Os tratados, os artigos da Loja, ou seja, os “Arts Quatuor Coronatorum” são totalmente aceitos como os mais competentes no assunto. Há um Circulo de Correspondentes no mundo todo.

A Loja tem também prestado enorme serviço à Ordem através de publicações de cópias exatas de importantes manuscritos, os Old Charges, etc.

Os “quatuor coronati” (os quatro mártires coroados, apesar de que na verdade eram nove (09) na estória relatada) tem sido por longo tempo considerados como os Santos Patronos da Ordem Maçônica.

A breve estória sobre eles é a seguinte:

O Imperador Dioclesiano visitou as pedreiras de Pannonia onde haviam quatro profissionais altamente qualificados na “Arte de Esquadrejar Pedras”. Eles eram Cristãos e mantinham isso em segredo, fazendo todos seus trabalhos em Nome do Senhor. A eles foi unido um outro profissional, de igual comportamento, inspirado no exemplo dos outros quatro.

Esses trabalhadores recusaram os pedidos do Imperador de fazerem uma estátua do deus pagão Aesculapius. Foram martirizados sendo colocados em caixões de chumbo e jogados no rio.

Dioclesiano tinha um Templo erigido a esse deus pagão e ordenou a seus soldados de fazerem oferendas a esse deus. Quatro soldados também cristãos se recusaram e, consequentemente, foram martirizados por açoitamento até a morte.

Alguns anos mais tarde, uma Igreja foi erigida e dedicada aos “Quatro Mártires Coroados” (Four Crowned Martyrs), apesar de comemorarem o total de nove mártires.

A referencia de estarem sendo “coroados” se presume estar ligado com o dito popular “a coroação do mártir” dando a entender as ricas gratificações para todos aqueles que morrem pela fé.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

Ir∴César Zabot - Aprendiz-Maçom

INTRODUÇÃO
 
O objetivo desta peça de arquitetura é compreender através do estudo do trinômio: Fé, esperança e caridade e que este conhecimento mais aprofundado sirva de embasamento para mudanças de atitudes na direção da pedra polida.

CONSIDERAÇÕES

O ser humano no uso da sua racionalidade é capaz de compreender e pode praticar a virtude moral sendo assim um individuo direcionando para o bem quer individualmente ou coletivamente. Consideramos duas espécies de virtudes: adquiridas e infusas. Entre as virtudes adquiridas, distinguem-se principalmente quatro: prudência, justiça, fortaleza e temperança. São as centrais, ao redor delas gravitam as outras, tais como a paciência, a tolerância, a brandura etc. Entre as virtudes infusas estão à fé, a esperança e a caridade, porque não é o produto de uma prática, mas um dom infuso emanada do Grande Arquiteto do Universo.


É a minha atitude, a minha crença que é relacionada ao GADU o Deus Supremo. Se considerarmos a fé como um sentimento inato no indivíduo, o que podemos fazer é direcionar este sentimento. Usando a prerrogativa racional do ser humano que se apóia sobre fatos e lógica, ela é totalmente lógica. Entretanto a miopia ou fé cega não deixa espaço a racionalidade, o senso crítico desaparece assim como o controle do falso como verdadeiro, ignorando a evidência e a razão. O excesso produz o fanatismo. Acreditar cegamente pode levar a humanidade ou parte dela a cometer desvios doentios, tais como, o Nazismo e outros regimes totalitários.

Passando pelo livro sagrado, encontraremos diversos temas relacionados com a fé. Entre eles, encontram-se: "A fé que remove montanhas", "A tua fé te curou", "O poder da fé", "A fé religiosa", "A fé e a caridade" etc. No caso da montanha, por exemplo, sabemos que não é a montanha física, mas os nossos erros, os nossos defeitos. Na cura pela fé, são os fluidos vitais ou magnetismo que se encontra em todos os seres humanos e que, se bem manipulado, pode provocar curas, que muitos chamam de "milagres".

A dificuldade maior na questão da fé é esperar algo que é incerto. Temos a intuição de que este é o caminho, mas a demora pode nos induzir a impaciência. A intuição afirma que devemos perseverar, contudo a espera é difícil. De qualquer forma, temos de continuar, pois desistir no meio do combate, é ficar sem ponto de apoio e sem perspectiva de um futuro mais promissor.

A fé é o nosso grande sustentáculo. Que seria de nossa incerteza, de nossas tribulações sem esse ponto de apoio para sermos reconfortados? Aquele que tem fé vigorosa aceita de bom grado qualquer extremo, pois, embora esteja no meio da incerteza momentânea, espera que o tempo, o Grande Arquiteto do Universo, possa oferecer as oportunidades para que os seus ideais sejam concretizados.

ESPERANÇA

Vivo num ambiente de incertezas. Vivo o presente, o passado é imutável, o futuro é expectativa uma projeção, então esperança é trazer os ideais do futuro para o presente mesmo sabendo que este é incerto. A esperança reforça a perseverança, mesmo diante das adversidades mantendo-nos firmes em busca de nossos ideais. Com a esperança aprendemos a perseverar diante das adversidades. 

Na Filosofia Moderna, as injunções dos pensamentos, a busca pela racionalidade e a supremacia da razão levam os indivíduos a decretar a morte de Deus. É a doutrina do nada além desta miserável vida. Esse sistema mata toda a Esperança. Como esperar algo se nada há o que se esperar? É por isso que Paul Sartre falava da náusea e do desespero, antíteses da esperança.

O desespero é a pouca confiança em Deus, o amor próprio, o orgulho pessoal. A presunção é achar-se alguém digno de uma posição vantajosa, sem de fato o ser. Uma das causas do desespero são os nossos vícios. A presunção, por outro lado, está ligada à vaidade. A esperança não é uma atitude passiva, mas cheia de vitalidade com muita energia e principalmente amor.

Nas Epístolas de Paulo encontramos diversas frases sobre a esperança. Eis uma delas: "Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança".

CARIDADE

Fazer o bem sem olhar a quem. Fazer a outro o que gostaria que a nós fosse feito. Baseia-se na frase: "Fazermos aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito".

A noção de caridade está posta na parábola do bom samaritano. Nela narra-se que "Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu nas mãos de ladrões que o despojaram, cobriram-no de feridas e se foram, deixando-o semimorto. Aconteceu, em seguida, que um sacerdote descia pelo mesmo caminho e tendo-o percebido passou do outro lado. Um levita, que veio também para o mesmo lugar, tendo-o considerado, passou ainda do outro lado. Mas um Samaritano que viajava, chegando ao lugar onde estava esse homem, e tendo-o visto, foi tocado de compaixão por ele. Aproximou-se, pois, dele, derramou óleo e vinho em suas feridas e as enfaixou; e tendo-o colocado sobre seu cavalo, conduziu-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, tirou duas moedas e as deu ao hospedeiro, dizendo: Tende bastante cuidado com este homem, e tudo o que despenderdes a mais, eu vos restituirei no meu regresso".

A caridade está simbolizada na ação do samaritano que, embora menos esclarecido que os outros, concretiza o auxílio. Caridade moral e caridade material

A caridade está mais ligada a uma ação concreta. Ela é presente, é uma prática. Enquanto as duas primeiras dizem respeito ao futuro, esta diz respeito ao presente, à ação. Nesse sentido, podemos diferenciar os atos de caridade da caridade propriamente dita, ou seja, podemos perfeitamente auxiliar o próximo, sem que esse sentimento faça parte de nosso passivo espiritual.

CONCLUSÃO

Como Maçons, somos homens de Fé, pois acreditamos no Grande Arquiteto do Universo, criador dos mundos, e também acreditamos em nós mesmos e em nossos Irmãos. Por isso a Fé é representada no Simbolismo pela Cruz, na parte inferior da Escada, porque a Fé é a base.

A Esperança nos ensina a perseverar perante as adversidades e a nos mantermos firmes em nossos ideais, como a Âncora que a simboliza, e que está no meio da Escada Assim, todo aquele que for constante nas causas justas, superará todas as dificuldades, alcançando êxito completo.

A Caridade tem aí um significado especial, porque com a Cruz da Fé, e Âncora da Esperança, só atingimos a plenitude maçônica quando pautamos nossas ações na Caridade, que também significa o Amor, pois a Caridade nada mais é do que o amor ao nosso próximo, que auxiliamos anonimamente através do Tronco de Solidariedade, em todas as Sessões Maçônicas na face da Terra. A Caridade é uma das mais brilhantes jóias com que, se adorna a Sublime Ordem Maçônica. A Maçonaria ensina que é verdadeiramente feliz o homem que sente brotar no coração a semente da benevolência. Não inveja o próximo, não dá conta das palavras vis e caluniadoras, porque a malícia e a vingança não acham abrigo em seu peito. Assim, pois, tem sempre presente à sua imaginação que somos todos Irmãos, que deveremos estar sempre prontos a acudir àqueles que reclamam nossa assistência; e que jamais deveremos recusar nossa mão amiga, generosa e leal, ao necessitado que implore socorro. Desse modo os maçons agem dentro das linhas da misteriosa esquadria, recebendo um dia a recompensa a que tiver direito pelo Amor e Caridade.

Por isso a Caridade é representada pela Mão da generosidade dirigindo- se para o Cálice, que forma o Graal, um dos símbolos presentes no Painel do Aprendiz, no topo da Escada.

“Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha, porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.

“Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, mas não vai sozinha e nem nos deixará só, porque leva um pouco de nós e deixa um pouco de si.”

“Há os que levam muito e deixam pouco, há os que levam pouco e deixam muito.”

“Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que não nos encontramos por acaso.”

BIBLIOGRAFIA

(Bíblia Sagrada) - (Jerônimo Coelho, 2007) - (Kardec, 1984)

(Artigos na Internet Wikipédia, 2010).

Fonte: JBNews - Informativo nº 235 - 20.04.2011

terça-feira, 26 de março de 2024

NE VARIETUR

(republicação)
Questão que faz o Respeitável Irmão Antonio Raia, GOB, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco.
antonio_raia@hotmail.com

Havendo sido iniciado na Ordem no ano de 1.982, na Loja Jesus de Nazaré 33, 2.422 onde recebi as instruções necessárias para aumentos de salários, etc., lembro que primeira sessão após a iniciação, ao chegar à Sala dos Passos Perdidos encontrei o Livro de presenças. Por falta de experiência fui logo querendo assinar o dito cujo, onde o Irmão Chanceler me disse que eu só poderia assinar o livro quando já estivessem assinados sete Mestres, pois a Loja estaria completa. Explicou-me que o Senhor edificou Sete Colunas, etc. Neófito então aceitei as explicações do Irmão Chanceler e do Irmão Segundo Vigilante e guardei para o futuro. Daí então, já Mestre em 1.984 comecei a instruir os novos Irmãos Aprendizes até a data de hoje. Confiante no ensinamento do aprendizado, então, instruindo os neófitos na Sala dos Passos Perdidos que o Irmão Aprendiz só pode assinar o referido Livro após a assinatura de sete Irmãos, quando de repente o Irmão Chanceler, hoje e Segundo Vigilante em 1.982 havia me complementado as explicações disse-me que o Irmão Aprendiz pode e deve assinar independente de assinaturas. Indaguei do Irmão Chanceler que lembro do fato por ter sido uma das primeiras lições que havia recebido dos amados Irmãos e o mesmo me disse que não lembrava. Procurei livros, rituais e fiz várias pesquisas onde nada encontrei. Poderia o amado Irmão dar-me uma luz? Então aprendi errado? Por favor, me tire essa dúvida.

Considerações:

Mera filigrana do Chanceler da época. Não existe qualquer hierarquia para assinatura no Livro de Presenças, já que neste existe sim espaço para que o assinante decline o seu grau simbólico.

Verdadeiramente o Chanceler só deve abrir o Livro no momento em que se certificar da existência de no mínimo sete Mestres na Sala dos Passos Perdidos, pois se constatar um número de Mestres inferior a sete, não existirá sessão em Loja aberta – uma Loja será aberta com a presença mínima de sete Mestres. 

O que deve mesmo ser observado é que o Venerável, em qualquer circunstância, seja o último a assinar, fato que se recomenda que ele assine o Livro após estarem encerrados os trabalhos. Pode ocorrer que existam visitantes que não entrarão em família ou mesmo retardatários – estes firmam o seu “ne varietur” somente após ingressarem nos trabalhos. 

Se o Venerável é o último que assina, então que “estória” é essa de hierarquia no rol de presenças da Loja? Um Venerável assina por último para constatar a lisura dos trabalhos ao mesmo tempo em que o procedimento evita “arranjos” para certas presenças “tenebrosas” que por ventura possam existir (arranjos para cálculo de presença). 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.062 - Florianópolis (SC) – quarta-feira, 31 de julho de 2013