Páginas

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sábado, 31 de outubro de 2020

RITUALÍSTICA PARA O MESTRE DE CERIMÔNIAS

RITUALÍSTICA PARA O MESTRE DE CERIMÔNIAS   
(republicação)

Em 12/05/2016 o Respeitável Irmão Carlos A. Frare, Venerável Mestre da Loja 22 de Fevereiro de Franca, 2.922, REAA, GOSP - GOB, Oriente de Franca, Estado de São Paulo, solicita o seguinte esclarecimento:
c_a_frare@hotmail.com

Pelo presente, ouso incomodar para tirar algumas dúvidas acerca de procedimentos de ritualística. Caso seja possível desde já agradeço.

Quanto ao Mestre de Cerimônias, há necessidade de saudação quando da entrada e saída do Oriente em todas as vezes que assim ocorrer e não esteja portando o bastão ou tem prerrogativa para somente assim proceder na primeira vez que adentra e sai do Oriente? Também referente ao Mestre de Cerimônias sempre deve portar o bastão na condução de pessoas? Ainda que seja Magna de Palestra, por exemplo, na entrada de convidados profanos? Por fim, quanto ao uso da palavra, é autorizada a mudança de Coluna ou até mesmo dirigir-se ao Oriente, caso tenha passado a Palavra, e, em trabalho, o Mestre de Cerimônia tenha perdido a oportunidade de usá-la?

Se o Ir∴ puder elencar os dispositivos legais, pois ouço questionamentos e nos sites não localizei respostas.

CONSIDERAÇÕES:

Na questão da saudação ao Venerável Mestre, o Ritual de Aprendiz em vigência é claro quando diz que ingressando e saindo do Oriente em Loja aberta, o Obreiro saúda o Venerável Mestre pelo Sinal. Estando ele portado (empunhando) um objeto de trabalho, faz uma parada rápida e formal, sem maneios com o corpo ou com a cabeça – ver item que aborda da circulação e saudação em Loja no Ritual.

Assim, nada está escrito em relação à primeira vez que ingressar, portanto o Mestre de Cerimônias saúda, ou faz a parada formal, conforme o caso, sempre que ingressar ou sair do Oriente.

Quanto a portar o Bastão, este é o instrumento de trabalho do Mestre de Cerimônias, portanto quando ele estiver conduzindo alguém em Loja, não importa a Sessão, o mesmo estará munido do bastão, salvo em situações que o ritual determine o contrário.

A propósito, não existe Sessão Magna de Palestra, senão Sessão Magna com a presença de não maçons. Mesmo nessa situação o Oficial porta o bastão.

É consuetudinário, o Obreiro usando a palavra, fala da sua Coluna. É erro crasso em ritualística essa “estória” do Mestre de Cerimônias se deslocar ao Oriente por ter perdido a oportunidade de usar a palavra. Mestre de Cerimônias fala do Sul.

Caso ele tenha perdido a oportunidade de falar (não sei como), ele (como qualquer outro Obreiro) pode pedir ao Vigilante para retornar a Palavra. Este por sua vez solicita ao Venerável que pode ou não autorizar. Caso autorize, em qualquer situação e, por quem quer que seja a palavra faz o giro completo (recomeça sempre a partir do Sul).

Salvo o que é consuetudinário, ou é objeto da tradição, uso e costume da Maçonaria (não precisa estar escrito), como é o caso da sua última questão, as demais soluções são encontradas em dispositivos emanados do Ritual de Aprendiz, REAA, edição 2009, em vigência.

T.F.A.
Pedro Juk - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.272 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

PAINÉIS E TAPETES

 

ILUMINISMO E MAÇONARIA

ILUMINISMO E MAÇONARIA
Ir Guilherme de Queiroz Ribeiro
Recife - Pernambuco - Brasil

I - Preliminares
A Maçonaria é caracteristicamente universalista por ser uma sociedade que aceita a afiliação de todos os cidadãos que se enquadrarem na qualificação “livres e de bons costumes”, qualquer que seja a sua raça, a sua nacionalidade, o seu credo, a sua tendência política ou filosófica, excetuados os adeptos do comunismo teorético porque seus princípios filosóficos fundamentais negam ao homem o direito à liberdade individual da autodeterminação.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

INGRESSO NO ORIENTE

INGRESSO NO ORIENTE
(republicação)

Em 11/05/2016 o Respeitável Irmão Paulo Tomimatsu, Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil, GOP (COMAB) Oriente de Londrina, Estado do Paraná, formula a seguinte questão: ptomimatsu@outlook.com

Quando assisto a uma Sessão Magna de Iniciação do REAA, vem uma duvida de ordem ritualística. Os profanos podem adentrar ao Oriente nas cerimonias?

Não seria correto o V∴M∴ aguardar na entrada do Oriente quando os profanos vão ser apresentados ao V∴M∴ na terceira viagem?

Observo também na apresentação da taça doce e amarga o profano é levado junto ao sólio, muito embora esse passo ritualístico não seja próprio do REAA. Ou deixamos assim pelos ditos usos e costumes?

Agradeço a sua ponderação a respeito do assunto.

CONSIDERAÇÕES:

Na verdade, toda essa celeuma, justamente no REAA∴, foi criada a partir das hoje já extintas Lojas Capitulares, quando, devido a elas, elevaram o Oriente e o dividiram pela balaustrada. Abolidas essas Lojas mais tarde, o costume de Oriente elevado no simbolismo permaneceu (talvez para sustentar as vaidades de alguns).

Assim, originalmente, o Oriente era apenas a parede oriental (retábulo) onde ficava o Venerável e os que tomavam assento ao seu lado. Naquela oportunidade não havia um quadrante específico para o Oriente e sim uma referência à parede oriental. 

Note, por exemplo, que muitos costumes maçônicos ainda assim permanecem – como é o caso dos Trabalhos de Emulação (tudo no mesmo nível).

Como em se tratando do REAA.'. o Oriente demarcado e elevado tornou-se consuetudinário, todo o espaço a partir do último degrau e da balaustrada, somente pode ser ocupado por Mestres Maçons. Nesse sentido, seguindo a doutrina iniciática do Rito, o Oriente (espaço) é alegoricamente o final da jornada do Maçom no simbolismo, daí nele somente ser permitido o ingresso daqueles que atingiram a plenitude maçônica.

Entretanto, no que diz respeito à Iniciação, os rituais, ao longo da sua evolução, não levaram em conta a extensão desse espaço e a sua ocupação quando se trata de alguém que não seja ainda Mestre. À bem da verdade, ficou um aspecto contraditório que somente é amenizado, se assim pode se dizer, pelo fato de que o Candidato durante a cerimônia está completamente cego, sem literalmente saber onde está dentro do recinto, a despeito de que ele, o Candidato, seja a razão do ato iniciático.

Sob essa justificativa do “pode somente na Iniciação”, o Candidato se obriga a ingressar no Oriente, já que o próprio juramento é tomado no Altar dos Juramentos, e este nada mais é do que uma extensão daquele ocupado pelo Venerável – é sabido que o Altar dos Juramentos no REAA, indiscutivelmente também fica no Oriente.

Não num caso específico de um profano qualquer, mas sim de um Iniciando que passou por todo o processo pertinente até ser consagrado Aprendiz, ele é obrigado a passar pelo Oriente para se submeter à liturgia do Rito.

Eu entendo que a justificativa até pareça capenga, mas devido à ainda influência capitular, ficou esse abacaxi contraditório. À bem da verdade, ainda existem bons rituais que amenizam as práticas, deslocando, durante a cerimônia de Iniciação, o Altar dos Juramentos para junto à linha limítrofe Oriente/Ocidente. Dessa forma, já desvendado, o Candidato presta o juramento e é consagrado sem que ele tenha acesso ao quadrante oriental, embora durante a terceira viagem, ainda vendado, ele tenha que passar obrigatoriamente pelo Oriente como personagem principal da Cerimônia de Iniciação.

Quanto a tal Taça Sagrada eu nem vou comentar porque esse é um verdadeiro produto de enxerto no escocesismo.

Devo salientar que não se trata de deixar ou não deixar o dito pelo não dito, entretanto trata-se de um costume sacramentado como uma ação postiça que dificilmente será extirpada, já que para tanto seria necessário voltar ao ritual de 1804 na França, antes das Lojas Capitulares e eliminar o Oriente elevado e demarcado pela balaustrada. A propósito, devo ratificar que Altar dos Juramentos no REAA∴ verdadeiramente fica logo à frente do Altar ocupado pelo Venerável (é uma extensão do mesmo).

Concluindo, se não existisse essa demarcação à moda capitular no Oriente do REAA, como acontece na vertente inglesa de Maçonaria, todas essas contradições seriam eliminadas, mas...

T.F.A.
Pedro Juk - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.269 – Florianópolis (SC) – sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

CARGOS EM LOJA - HOSPITALEIRO

CARGOS EM LOJA - HOSPITALEIRO
Autoria: Irmão Rui Bandeira, MM da RL Mestre Affonso Domingues, n.º 5, GLLP/GLRP (Portugal)

O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover ao alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, através da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.

Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em acções ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratique, ainda que Irmão, ou sequer auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçon deve ser sempre um homem livre e de bons costumes. De bons costumes, não violando as leis nem as regras da Moral e da Decência. Livre, porque auto-determinado e, portanto, responsável pelos seus actos, bons e maus. Perante a Sociedade e perante os seus Irmãos. A solidariedade dos maçons existe e pratica-se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios que a qualquer um podem acometer, às doenças que, tarde ou cedo, a todos afectam, às perdas de entes queridos que inevitavelmente a todos sucedem.

Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus Irmãos. Esse auxílio, esse conforto, essa presença, são coordenados pelo Hospitaleiro. Note-se que a palavra utilizada é “coordenados”, não “efectuados” ou “realizados”. O Hospitaleiro não é o Oficial que efectua as acções de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas acções. O Hospitaleiro é aquele elemento a quem é cometida a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.

É claro que, por vezes, muitas vezes até, a pretendida utilidade do auxílio ou apoio ou presença determina que seja só o Hospitaleiro a efectuar a tarefa, ou a delegar a mesma em outro Irmão que seja mais conveniente que a efectue. Pense-se, por exemplo, na situação, que aliás inevitavelmente ocorre com alguma frequência, de um Irmão que é acometido de uma doença aguda, que necessita de uma intervenção cirúrgica ou que precisa de estar por tempo apreciável hospitalizado, acamado ou em convalescença. Se todos os elementos da Loja se precipitassem para o visitar, isso já não seria solidariedade, seria romaria, isso já não seria auxílio, seria perturbação. O Hospitaleiro assume, assim, em primeira linha, a tarefa de se informar do estado do irmão, de o auxiliar e confortar e de organizar os termos em que as visitas dos demais Irmãos se devam processar, de forma a que, nem o Irmão se sinta negligenciado, nem abandonado, nem, por outro lado, fique assoberbado com invasões fraternais ou constantemente assediado pelos contactos dos demais, prejudicando a sua recuperação e o seu descanso, maçando-o, mais do que confortando-o. Também na expressão da solidariedade o equilíbrio é fundamental…

A solidariedade maçónica pode traduzir-se em actos (visitas, execução de tarefas em substituição ou auxílio, busca, localização e obtenção de meios adequados para acorrer à necessidade existente), em palavras de conforto, conselho ou incentivo (quantas vezes uma palavra amiga no momento certo ilumina o que parece escuro, orienta o que está perdido, restabelece confiança no inseguro), no simples acto de estar presente ou disponível para o que for necessário (a segurança que se sente sabendo-se que se não precisa, mas, se se precisar, tem-se um apoio disponível…) ou na obtenção e disponibilização de fundos ou meios materiais (se uma situação necessita ou impõe dispêndio de verbas, não são as palavras ou a companhia que ajudam a resolvê-la: é aquilo com que se compram os melões…). A escolha, a combinação, o accionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro. Porque a ajuda organizada normalmente dá melhores resultados do que os actos generosos, mas anárquicos e descoordenados…

O Hospitaleiro deve estar atento ao surgimento de situações de necessidade, graves ou ligeiras, prolongadas ou passageiras, e actuar em conformidade. Mas não é omnisciente. Portanto, qualquer maçon que detecte ou conheça uma dessas situações deve comunicá-la ao Hospitaleiro da sua Loja. E depois deixá-lo avaliar, analisar, actuar, coordenar, e colaborar na medida e pela forma que for solicitado que o faça. Porque, parafraseando o princípio dos Mosqueteiros de Alexandre Dumas, a ideia é que sejam “todos por um”, não “cada um pelo outro, todos ao molho e fé em Deus”…

A solidariedade maçónica é assegurada, em primeira linha, entre Irmãos. Mas também, com igual acuidade, existe em relação às viúvas e filhos menores de maçons já falecidos. Porque a solidariedade não se extingue com a vida. Porque cada maçon, auxiliando a família daqueles que já partiram, sabe que, quando chegar a sua vez de partir, deixará uma rede de solidariedade em favor dos seus que dela necessitem verdadeiramente!

E a solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçon, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As acções de solidariedade ou beneficência em relação a quem – maçon ou profano – necessita, em auxílio das organizações ou acções que benevolamente ajudam quem precisa são, a nível da Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.

O ofício de Hospitaleiro é, obviamente, um ofício muito importante em qualquer Loja maçónica. Deve, por isso, ser desempenhado por um maçon experiente, se possível um ex-Venerável.

O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa onde o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçon dá para o Tronco da Viúva. Mão segurando o saco, no modo e gesto como, tradicionalmente, após a recolha dos óbolos para o Tronco da Viúva, o Hospitaleiro exibe o saco contendo esses óbolos perante a Loja, demonstrando estar á disposição de quem dele necessite. Mas o ofício de Hospitaleiro, a função que assegura, vão muito para além do auxílio material. Muitas vezes, o mais importante auxílio que é prestado não implica a necessidade de recorrer ao metal, que só é vil se não o soubermos nobilitar pelo seu adequado e útil uso.

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

BOAZ - SIGNIFICADO DA PALAVRA

O Irmão Bruno Leonardo Baldo Gonçalves, Aprendiz Maçom da Loja Filhos do Pelicano, REAA, GOB-PR, Oriente de Cianorte, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

PALAVRA SAGRADA 

Sou Aprendiz Maçom e estou fazendo meu trabalho para aumento de salário sobre a palavra sagrada, pois sempre fico me perguntando o que significa? Por que essa palavra? Assim fiz algumas pesquisas, inclusive muitas em seu blog, pedi ajuda a alguns irmãos Mestres e obtive bastante material, porém não consegui entender ainda o que significa a palavra BOO
Z, qual seria seu significado na íntegra da palavra. Vi em um post no blog o porquê tem BOOZ e BOAZ. mais com minha inquietude de Aprendiz fico me perguntando o que significa as duas palavras.

Bom, como sei que o Irmão é conhecedor de muita coisa da maçonaria, gostaria se possível me ajudasse.

CONSIDERAÇÕES:

BOAZ é o nome de um personagem bíblico mencionado no Antigo Testamento. Tido como um judeu morador de Belém e pertencente à Tribo de Judá, era um homem rico e respeitado proprietário de terras em Belém. A sua história é encontrada no livro de Rute em Rt. 2:1-3 e 1 Cônicas 2:12. 

Segundo a descrição bíblica, BOAZ era filho de Salmom e pai de Obed, sendo o bisavô do rei Davi.

BOAZ, por ter sido, segundo a genealogia bíblica, trisavô do Rei Salomão, também aparece dando nome a uma das Colunas Vestibulares do Templo de Jerusalém.

Nome de origem hebraica, BOAZ, segundo alguns autores, significa “rapidez”, contudo, esse significado se altera quando se apresenta junto a uma outra palavra título. Assim, Boaz também significa “na força” ou “em força”. 

De acordo com estudiosos, BOAZ, se utilizado como termo complementar de JAQUIM (nome da outra Coluna e que significa “Ele”, ou “Deus” estabelecerá) forma a seguinte frase: “Ele” (Deus) estabelecera com força”.

Em primeira análise isso significa o estabelecimento por Deus do Reino de Israel. 

Destaco que a leitura em hebraico é feita no sentido da direita para a esquerda.

Vale mencionar que o nome BOAZ também aparece na bíblia, conforme a versão, como BOOZ. Na verdade, trata-se de um equívoco de escrita na tradução da versão latina da Bíblia, conhecida como Vulgata. Já na versão Septuaginta (dos Setenta), do hebraico paro o grego, o nome é grafado como BOAZ. 

Cabe mencionar que grafia BOOZ não se coaduna com a escrita hebraica (origem desse nome) já que nesse vernáculo não existem vogais dobradas. 

De fato, BOOZ é um erro de grafia na Vulgata que a Igreja resolveu não corrigir em respeito a São Jerônimo, o tradutor da Bíblia para a língua latina. 

Comentários a parte, racionalmente não se justifica homenagear alguém perpetuando um erro (informações mais completas a respeito veja no Blog do Pedro Juk – http://pedro-juk.blogspot.com.br - título: BOOZ ou BOAZ?).

Em Maçonaria B∴, de modo igual também aparece como o nome dado a uma das Colunas do pórtico do Templo. Particularmente o REAA segue alegoricamente a mesma disposição das Colunas do lendário Templo de Jerusalém e descrita em I Reis 7:15-22; II Reis 25:17; II Crônicas ou Paralipômenos 3:15-17 e 4:12-13.

Eram essas as considerações apropriadas para essa ocasião.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
http://pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS




 

A IGREJA E A MAÇONARIA

A IGREJA E A MAÇONARIA
Sérgio Quirino Guimarães 
ARLS Presidente Roosevelt, Nº 25 – GLMMG

Tolerância é a palavra chave sobre IGREJA e MAÇONARIA. Primeiramente devo apresentar alguns verbetes para que cada Irmão compreenda bem os limites desse artigo:

DOUTRINA: conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político ou filosófico; DOGMA: ponto fundamental de uma doutrina; RELIGIÃO: conjunto de práticas e princípios que regem as relações entre o homem e a divindade; IGREJA: templo ou comunidade dos cristãos; CRISTÃO: o que segue a religião de Cristo; FÉ: crença, confiança; TOLERÂNCIA: admissão e respeito quanto a opiniões contrárias à sua.
Isto posto, trabalharemos sobre a situação entre a Sublime Ordem Maçônica e a Igreja Católica Apostólica Romana.

Lá pelos idos da Idade Média Tardia, a Instituição Maçônica e a Instituição Religiosa andavam de “braços dados”, era época das construções das grandes catedrais. Com a transformação da Maçonaria Operativa em Maçonaria Especulativa, por conseguinte a iniciação de “mentes críticas” que se insurgiram contra dogmas políticos (origem divina do poder dos reis) e também religiosos (venda de indulgência), começaram as acusações que até hoje nos atingem.

A preocupação da Instituição Igreja era a perda do poder temporal sobre o povo; nossos Irmãos não questionavam aspectos da fé cristã, até mesmo porque isto contrairia o princípio maçônico da liberdade religiosa. Como no sentido puro de religião não havia nada que condenasse os Maçons, porém, as autoridades eclesiásticas criaram regras que justificariam nossa execração, ou seja, por ordem dos homens foi acrescida à doutrina da Santa Igreja a incompatibilidade de ser cristão e maçom ao mesmo tempo.

O primeiro documento publicado pela Igreja Católica contra a Maçonaria é datado de 1738 assinado pelo Papa Clemente XII, seguido de vários outros documentos, mas também houve grandes períodos de tempo em que a Igreja foi tolerante para com nossas atividades e vários Papas não se manifestaram. Na atualidade vivemos uma situação antagônica entre o que está escrito e o que é praticado.

Alguém acredita que nos dias de hoje um Padre vai deixar de ministrar os sacramentos a um Maçom? Se algum Irmão me perguntar se os homens que compõem a Santa Igreja Católica estão errados quanto ao posicionamento da doutrina, eu direi que não. Toda Instituição tem leis e no caso da Igreja Católica é o Código de Direito Canônico, que deve ser cumprido pelos seus membros. PORÉM, o problema não está na Lei, esta sim na manifestação/interpretação que algumas autoridades fazem da Lei.

No Código anterior (1917) havia a citação explícita da Maçonaria, abaixo o texto integral disponibilizado pelo Vaticano, apenas destaquei algumas palavras:

“Los que dan su nombre a la secta masónica o a otras asociaciones del mismo género, que maquinan contra la Iglesia o contra las potestades civiles legítimas, incurren ipso facto en excomunión simplemente reservada a la Sede Apostólica” (http://www.vatican.va/) .

O atual código (1983) no Cânnon 1374 diz:

“Quien se inscribe en una asociación que maquina contra la Iglesia debe ser castigado con una pena justa; quien promueve o dirige esa asociación, ha de ser castigado con entredicho.” (http://www.vatican.va/ archive/ESL0020/__P51.HTM)

Compreenderam? É justa esta posição! Imagine se dentro de sua Loja houvesse um “Irmão” que pertencesse a uma associação que trabalhasse (maquinasse) contra a Maçonaria, ele não seria expulso (“excomungado”)?

Não tenham dúvida que daqui a alguns anos a Instituição Igreja verá a Instituição Maçônica como uma organização de homens de bons propósitos. Por causa da estrutura secular e do respeito aos mandatários antecessores, a atualização de posicionamento é muito lenta.

Lembram que em 1611 o Santo Oficio queria mandar para a fogueira Galileu Galilei por ele ter dito que a Terra girava em torno do Sol e não o contrario? Ele negou suas teorias e escapou da atrocidade, a Santa Igreja só reconheceu que ele estava certo em 1983, ou seja, 372 anos depois, portanto continuemos nossos trabalhos e tenhamos tolerância.

Fonte: https://www.banquetemaconico.com.br

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

REAA - LITURGIA DA TRANSMISSÃO DA PALAVRA

Em 26.10.2020 um Respeitável Irmão do GOB-ES, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo formula a seguinte questão pertinente ao REAA:

PRÁTICA RITUALÍSTICA NA TRANSMISSÃO DA PALAVRA

Eminente e estimado irmão Pedro Juk. Preciso de mais um socorro seu: Diz o Ritual que, na transmissão da Palavra Sagrada, “O 1º Diácono sobe os degraus do Trono, pelo lado norte...”

Dúvida: Sobe pelo lado norte no sentido norte-sul, ombro direito do Venerável Mestre, (tendo eventualmente uma autoridade entre ele e o Venerável Mestre) ou sobe pelo lado norte, mas na parte frontal do trono, ficando de frente para o Venerável Mestre (quase face a face)?

CONSIDERAÇÕES:

Deixei isso bem claro no Sistema de Orientação Ritualística – GOB Ritualística, item 42. 

Nesse sentido, a transmissão se dá pelo lado norte do altar e sob nenhuma hipótese pela frente. Se na oportunidade a cadeira da direita do Venerável estiver ocupada por quem de direito, o ocupante se afasta um pouco para dar lugar para o procedimento entre o Diácono e o Venerável. 

Reitero que o ato ritualístico da transmissão nessa oportunidade, se dá pelo lado norte do altar (ombro direito do Venerável). Nessa ocasião o Venerável e o 1° Diácono ficam de frente um para o outro - o Venerável para tal se volta ao Diácono, e nunca o Diácono que se coloca pela frente do Altar, tendo a mesa (altar) entre ambos.

É bom que se diga que o Decreto1469/2016 do GOB que regulamenta a ocupação das cadeiras de honra menciona apenas “duas” cadeiras, uma à direta do trono e outra à esquerda, nenhuma mais. Portanto, na transmissão da palavra é muito mais razoável que o ocupante da cadeira dê espaço para o ato litúrgico da transmissão do que o Diácono ficar se equilibrando sobre o último degrau do sólio pela frente do altar.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

A ACÁCIA

1º - Entre nós, existem para mais de trezentas espécies de acácias que se encontram nos bosques e nas cidades, nos jardins e nas floriculturas.

2º - O ramo que, segundo a lenda de Hiram, foi colocado na cabeceira do túmulo do Mestre, era a verdadeira acácia, a Mimosa Nilótica de Lineu, sempre verde e que floresce próximo a Jerusalém.

3º - Desde a mais alta antigüidade, a acácia foi considerada como árvore sagrada. Moisés ordenou que dela se fabricassem o Tabernáculo, a Arca da Aliança, a Mesa dos Pães de proposição e o restante dos adornos sagrados.

4º - A sua madeira teve reputação de incorruptível, como a do carvalho, que é também um emblema simbólico. A acácia é dedicada a Hermes-Mercúrio e seus ramos floridos relembram o célebre "Ramo Dourado" dos antigos mistérios.

5º - A acácia é também considerada sagrada pelos Maçons que nela simbolizam a imortalidade da alma, a inocência, a incorruptibilidade, além de transformá-la em emblema de iniciação.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

A VISÃO MONARQUISTA DA REPÚBLICA BRASILEIRA

A VISÃO MONARQUISTA DA REPÚBLICA BRASILEIRA
Acadêmico José Alberto Pinto de Sá
Cadeira n. 36
Patrono: Antônio Ribeiro de Avelar

Muito se tem escrito sobre a proclamação da República, em especial da participação da Maçonaria no movimento republicano e, raras vezes, a questão é abordada do ponto de vista dos monarquistas, evidente que frontalmente contrários à queda de D. Pedro II no dia 15 de novembro de 1889. 

Em suma, que fatores influíram para que o movimento se transformasse num simples ato declaratório, sem luta fraticida ou, sequer, uma reação dos defensores da monarquia, mesmo porque, as forças militares foram que de fato consumaram o ato de deposição do Imperador, num gesto solene do Marechal Deodoro da Fonseca, até então, tanto quanto a maioria do povo brasileiro era fervoroso defensor do regime monárquico.

Historicamente, a proclamação do regime republicano somente se tornou possível diante da crise do poder imperial somada aos interesses de grupos sociais, apoiados pelos militares e por integrantes da maçonaria, então formadores do primeiro ministério republicano.

Especificamente, D. Pedro II não conseguiu conciliar o interesse dos vários grupos sociais e dos militares que defendiam a abolição da escravidão, e os fazendeiros da oligarquia nordestina e sulista que se opunham tenazmente contra a libertação dos escravos, que representavam a principal, senão a única mão de obra de que dispunham para a produção da cana de açúcar nordeste e do café no sul o país. Seria, na visão desse gama da sociedade brasileira, o caos econômico de suas atividades.

A crise se tornou mais séria a partir da perda das bases políticas de D. Pedro e do apoio dos setores mais conservadores da sociedade, com a aprovação da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel enquanto no exercício temporário do poder.

Não demorou muito para que a Igreja se colocasse, também, contra o regime monárquico diante da reação de D. Pedro II contrária à decisão do Vaticano em proibir fossem os padres iniciados na maçonaria e, mais, repudiou aqueles que seguiram as ordens papais, uma vez que a Igreja, por força constitucional era subordinada ao Estado.

Os militares, por seu turno, ganharam prestigio popular e relevância política pela vitória na Guerra do Paraguai e influenciados pelo pensamento positivista de ordem e progresso, caminho único para o desenvolvimento do país, passaram à oposição ao imperador, do que se valeram os republicanos para se aproximarem deles e, com mais liberdade de ação, organizaram o golpe de Estado contra a monarquia.

Tomando conhecimento de que D. Pedro teria a intenção de tomar ações repressivas à insubordinação militar, boato divulgado pelos republicanos no dia 14 de novembro, o Marechal Deodoro da Fonseca, mesmo doente e acamado, foi colocado na sela de um cavalo baio e no dia 15 de novembro de 1889 proclamou a República.

Mas, em sendo o Brasil um país de peculiaridades que o diferencia de outros países, a proclamação da República, passados 210 anos de sua existência ainda gera discussões e debates: para uns, em que pese todas as dificuldades e intempéries enfrentadas ao logo da sua história, a República foi um marco importante para o desenvolvimento político e econômico do Brasil, enquanto outros, apesar da cláusula pétrea constitucional que não permite outro regime no Brasil senão o republicano, ainda assim, a contestam e pregam a volta da monarquia como regime capaz de pacificar todas as correntes e segmentos da sociedade brasileira.

Segundo o escritor Eduardo Prado, em seu livro Fastos da Ditadura Militar no Brasil, de 1889, “a Proclamação da República no Brasil tinha sido uma cópia do modelo dos Estados Unidos aplicada a um contexto social e a um povo com características distintas.”

Prado diz que “A monarquia era o modelo mais adequado para a sociedade que se tinha no país e que a Proclamação da República tinha sido um “golpe de Estado ilegítimo, aplicado pelos militares.”

Para Luiz Philipe de Orléans e Bragança, herdeiro do trono imperial brasileiro e atual Deputado Federal, “A Proclamação da República foi um golpe de uma minoria escravocrata aliada aos grandes latifundiários, aos militares, a segmentos da Igreja e da maçonaria. O que é fato notório é que foi um golpe ilegítimo.”

Pelo sim, ou pelo não, compete a nós, brasileiros de todas as gerações, guardarmos a data de 15 de novembro como um marco da história do Brasil, de forma a sabermos reverenciar os fatos históricos para aflorar o nosso sentimento de patriotismo e de fervor à democracia.

BIBLIOGRAFIA
Eduardo Prado, Fastos da Ditadura Militar no Brasil, de 1889
BBC News Brasil

Fonte: Revista Libertas nº 17

terça-feira, 27 de outubro de 2020

DIÁCONOS E A TRANSMISSÃO

DIÁCONOS E A TRANSMISSÃO 
(republicação)

Em 04/05/2016 o Respeitável Irmão Luis Fernando Fraga e Klock, Loja Giuseppe Garibaldi, 76, GOSC (COMAB), REAA, Oriente de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, solicita esclarecimento no que segue: 
fragaeklock@gmail.com 

Fiquei apenas com uma dúvida na matéria do JB News 2036 de 29 de abril de 2016. 

Quando os Diáconos vão transmitir ou receber a palavra do Venerável Mestre ou Vigilantes ele está com Bastão e por este motivo não faz o sinal, correto? Apenas o Venerável Mestre e os Vigilantes soltam o malhete e ficam à Ordem fazendo Sinal, correto? 

Não conheço o GOB, a não ser que no GOB o Diácono transmita a palavra sem o bastão. 

CONSIDERAÇÕES:

Na verdade esse assunto não deveria ser tratado como uma prática desta ou daquela Obediência em se tratando da liturgia e ritualística de um mesmo rito maçônico. Infelizmente os episódios assim não têm acontecido. 

Originalmente, independente de estarem de acordo com um ritual, as minhas considerações sempre se dão em conformidade com o que é prática autêntica e verdadeira no Rito em questão. 

Nesse sentido, os Diáconos não portam bastão no REAA, daí a minha resposta mencionada no JB News n° 2.036 não levar essa prática em consideração. 

No caso de rituais, mesmo equivocados, mais em vigência numa Obediência Maçônica, há primeiro que se respeitar o seu conteúdo, assim, mesmo que de modo contraditório, estiver previsto o porte de bastão pelos Diáconos nessa oportunidade, obviamente que eles então não fazem Sinal, sobretudo porque estando a mão direita ocupada com o instrumento não há como se fazer o Sinal, a despeito de que a representação da aplicação simbólica da pena é sempre feita com a mão direita. 

T.F.A. 
Pedro Juk - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.258– Florianópolis (SC) – segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O CIRCUMPONTO

O CIRCUMPONTO
Autor: Juarez de Fausto Prestupa

O ponto no centro do círculo nos remete à ideia das órbitas (mesmo que estas não sejam circulares em sua maioria) tal como da Lua em torno da Terra ou mesmo dos supostos elétrons em torno do núcleo molecular (supostos porque na verdade os elétrons são nuvens que circundam o núcleo molecular e só se mostram como partícula quando fora da estrutura molecular).

Bem, para que exista órbita é necessário o equilíbrio entre duas outras forças: a centrífuga (que “joga” para fora os elementos circundantes) e a centrípeta (que “puxa” para dentro os elementos circundantes, em função da força de atração dos corpos). Vejam, então temos TRÊS forças aí: a centrífuga (poderíamos relacionar com os Aprendizes); a centrípeta (que poderíamos relacionar com os Companheiros), e a resultante que é a orbital (que certamente poderíamos relacionar com os Mestres).

Vejam que maravilha, um simples símbolo pode nos dizer muitas coisas. Não é à toa que nossas Lojas são Simbólicas e que o estudo da simbologia é estimulado nos nossos rituais.

O Circumponto nos conduz à ideia dos Totens, símbolos fálicos erigidos pelas mais diversas culturas, desde indígenas (de diversos continentes) até mesmo os egípcios. O Djed de Osíris é talvez o mais forte e mais importante símbolo fálico para nós maçons. Apesar de alguns estudiosos afirmarem ser o Djed o símbolo da coluna vertebral de Osíris, na verdade ele simboliza o falo que Ísis não conseguiu encontrar para recompor o corpo do deus egípcio (lembremo-nos que seu corpo foi esquartejado em 14 partes que foram espalhadas por todo o Egito por seu irmão – detalhe: para mim até hoje não está claro se o falo é a 14ª parte de seu corpo ou a 15ª, penso que a 15ª parte faz mais lógica simbólica, visto o que este número significa). Qualquer estudante de Psicologia poderá afirmar que um totem, o Djed de Osíris ou qualquer símbolo ereto é algo notadamente fálico e, como fálico é masculino. Traz consigo a ideia de semeadura, semente, sêmen, de princípio ou origem, ou, por outro lado, de manutenção e perpetuação da vida. O mesmo acontece com todo e qualquer obelisco, por exemplo.

O circumponto é talvez o maior símbolo da Unidade. Ele representa o Um como princípio, início, começo. Mas, precisamos analisar de qual óptica isso é feito, se olhando com olhos de números Naturais (tal qual um Aprendiz poderia fazê-lo) ou se com a visão dos números Inteiros (tal como um Companheiro poderia fazer). A diferença é enorme: falando-se em termos de números Naturais o Um é um e ponto. Mas, em termos de números Inteiros tem-se que levar em consideração também seu simétrico, ou seja o menos Um (-1). Os números inteiros trazem consigo esta ideia de simetria.

Bem, então de acordo com a visão dos números Naturais o Um é único, mas na visão dos números Inteiros existe o Um positivo e também o Um negativo. Ou seja, dois princípios! Então, pensando assim o Um é na verdade Dois, um masculino e um feminino. Mas, e então o princípio único, qual seria? Seria o Zero, o Imanifesto. Isso é lógico visto que a partir da Criação Tudo é Natureza e portanto feminino e portanto Dual, inclusive o Um. Bem, isso é assunto para outro debate também.

Mas, além da simbologia divina, o Circumponto também traz consigo a ideia de Unificação magnética. O ponto central é o núcleo ao qual tudo é concentrado, atraído, tal qual as hostes angelicais que cantam louvores à Deus, no nível mais elevado da hierarquia espiritual, os Serafins. Ele reúne, integra, reúne, religa (“Religare“), é o fator de união tal como o amor, o cimento das relações (diverso do conceito de processo de entropia universal – desarranjamento das moléculas ou caos na Criação).

Este conceito também tem repercussões muito importantes. Vejamos, se quanto mais nos distanciamos da unidade (Deus, amor) mais perdemos Luz e também as moléculas perdem seu poder de coesão, ou seja, passam a se desarrumar, a “esfarelar”, perde-se então a unidade como indivíduo ou coisa, seja lá o que for, voltando ao estado natural de átomos soltos livres. Isso nos leva à conclusão que não existe e nem pode existir nada que seja contrário à unidade, a Deus, visto que não teria vida ou existência. Ou seja, a ideia de um Diabo contrário a Deus é um absurdo, pois a ideia de Deus é a personificação (se assim se pode dizer) da unificação ou unidade ou mesmo da individualidade, seu oposto, o suposto Diabo seria algo que “personificaria” a dispersão, o fracionamento, a não vida, a não existência, a não materialidade! Interessante, né? Por outro lado, quanto mais nos aproximamos da unidade, mais indivíduos somos, mais próximos da Verdade e de Deus.

Esta reunião em torno de uma unidade, reverenciando sua força, poder e benefícios pode receber um nome: Ritual. Por uso, um ritual pode ser a repetição regular de uma liturgia o que se torna um rito. Qual a vantagem ou importância disso? Um ritual geralmente tem a finalidade de representação de uma situação original, primordial, de quando estávamos mais próximos à Unidade Primordial, ou seja, mais próximos de Deus em alguma data ou circunstância. Isso se mostra benéfico no sentido de que a Unidade é sempre equilibradora, saudável, elevada, integradora, iluminada, verdadeira, amorosa. Ou seja, o ritual regular é recomendado para que sempre possamos realizar uma “correção de rumo” caso nos distanciemos da Unidade em razão dos constantes estímulos dispersivos que recebemos diariamente na vida comum. Este assunto é muito bem abordado pelo antropólogo Mircea Eliade em seus livros, os quais recomendo a leitura, principalmente o título “O Sagrado e o Profano“.

Astrologicamente o circumponto é o símbolo do Sol, que por sua vez representa a Vida, a Verdade, a Justiça, o sucesso, a realização, o Amor, a saúde, a lealdade, a sinceridade, a benevolência, Deus, o pai de sangue, os filhos. Para a mulher representa também o marido. Isso é lógico, visto que o Sol nos mantém aquecidos e iluminados e por diversas outras razões mantém a vida como ela é, de forma “magnânima”, ou seja, aquece e ilumina a tudo que esteja perto, de forma indistinta.

É interessante a relação que se pode fazer entre o Sol astrológico com o mandamento de honrar pai e mãe. Veja, honrar o pai é honrar o Sol e honrar o Sol é reverenciar a própria vida da pessoa, seu amor próprio, suas possibilidades de sucesso e realização. Por outro lado, sua relação com seu pai se refletirá em sua vida, em seu modo de amar e de se portar como homem, como marido e como pai. Mais do que isso, sua relação com seu pai repercutirá também na relação que terá com a ideia de Deus, com a Verdade e a Justiça. É claro que sistemicamente analisando isso tudo se refletirá em sua saúde, seja ela orgânica, psíquica, social ou mesmo de natureza espiritual.

Bem, para mim está claro não só a importância do símbolo do Circumponto como também sua presença nos Templos maçônicos e sua singela simbologia de união, divindade, vida, verdade, justiça e paz.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

DÚVIDAS RITUALÍSTICAS

DÚVIDAS RITUALÍSTICAS
(republicação)

Em 11/05/2016 o Respeitável Irmão José de Freitas Tolentino, Loja Fraternidade e Justiça de Gurupi, 1947, REAA, GOB-TO, Oriente de Gurupi, Estado de Tocantins, solicita alguns esclarecimentos como segue:
agfcentrogpi@gmail.com

Durante certo tempo fiz consultas para você quando era Orador da minha Oficina. Agora fui nomeado pelo V∴M∴ para cuidar da parte ritualística da Loja. Aí me lembrei de você e estou tomando a liberdade de repassar-lhe algumas dúvidas que tenho, esperando que você, por gentileza, possa me esclarecer.

São as seguintes:

1) Minha Loja tem dois Deltas Luminosos. Um sob o dossel representado pelo triangulo com o Olho que tudo vê. O outro sobre o dossel representado pelo triangulo com a palavra IOD no centro. Qual dos dois está correto e qual a explicação para a existência de um e de outro.

2) Qual o significado da Prancheta que fica localizada à frente e à direita do trono do V∴M∴ (pag. 22/23 do Ritual 1º grau)?

3) Onde fica localizada atualmente a Orla Dentada dentro do Templo?

4) As pancadas do grau na porta do templo pelo lado de dentro na abertura dos trabalhos deve ser feito utilizando a espada ou com o punho?

5) Em cada uma das colunas J e B da nossa oficina estão colocados um globo terrestre e três romãs. No oriente o sol está à direita do VM e a luz à esquerda. No painel da loja essas imagens estão diferentes o sol à esquerda e a luz à direita. E nas colunas não aparece o globo terrestre. Gostaria que fizesse um comentário sobre o assunto.

CONSIDERAÇÕES:

1 – O Delta em posição correta de acordo com o Ritual é aquele que faz parte do Retábulo do Oriente (parede imediatamente atrás do Venerável). No Retábulo, abaixo do dossel, está posicionado no centro e ao alto (logo abaixo do nó central da corda de 81 nós) o Delta, tendo ao seu lado, sob o ponto de vista do Ocidente, o Sol à sua esquerda e a Lua à sua direita. No centro do Delta vai à letra G que representa a Geometria. A figura do Delta Radiante (triângulo equilátero) é a representação máxima da divindade dentro da Loja. Pela inegável influência hebraica no REAA, tradicionalmente no interior do Delta deveria existir o tetragrama hebraico representativo do nome inefável de Deus, “IÔD, HÉ, VAV, HÉ” ou, em último caso, apenas a letra IÔD. Essa afirmativa, também é associada à influência anglo-saxônica teísta, embora o REAA, pela sua vertente francesa, seja de plataforma deísta. É sob essa óptica que muitos rituais escoceses trazem a letra G ao centro, em lugar do tetragrama. Para o GOB, vale o que indica o Ritual – no caso a letra G (Geometria) e a existência de apenas um Delta (o que vai abaixo do dossel).

Quanto às decorações em certas Lojas que apresentam dois Deltas, é o mesmo caso do uso do cachimbo e da boca torta. Muitos ritualistas, por muito pouco conhecer da essência doutrinária e filosófica do Rito, por aí “acham” que pela existência de Deltas com a letra G e outros com o IÕD, tudo é igual e assim vão pendurando símbolos a torto e a direita – o que fazer? Note que em alguns rituais, arrumaram até dois Painéis para a Loja e “inventaram” para um deles, o nome de Painel Alegórico. É o mesmo caso, às vezes, da existência de dois Deltas, de duas Estrelas Flamejantes, dois Painéis, etc. Ratifico. Delta só existe um - o do Retábulo do Oriente. No GOB∴ com a letra G = Geometria.

2 – A Prancheta é a terceira Joia Fixa da Loja no REAA∴. Nela vão gravados os símbolos das paralelas cruzadas e da cruz de Santo André, ou um “xis”. A prancheta é de domínio do Mestre e é tida como o local onde ele traça os planos que serão executados pelos Aprendizes e Companheiros. As paralelas cruzadas, nela contida, simbolizam a matéria como organismo limitado e o “xis” representa o etéreo e o ilimitado em alusão aos inúmeros planos que podem ser traçados pelo lápis e orquestrados pela justa medida do compasso.

Em síntese, a Prancheta é o símbolo da memória. O conteúdo simbólico da Prancheta traduz também em todo o seu conjunto o alfabeto maçônico. Não se deve confundir a Prancheta da Loja (do Mestre) que vai ao Oriente (encostada no Altar) com o Painel da Loja que fica no centro do Ocidente. Esclarecendo, as Joias Fixas traduzem um código de Moral e Ética sempre visíveis aos olhos do Obreiro – a Pedra Bruta onde os Aprendizes trabalham, a Cúbica onde os Companheiros labutam e a Prancheta onde os Mestres traçam os planos para a Grande Obra.

3 – A Orla Denteada, como um dos Ornamentos da Loja de Aprendiz, é o contorno, o quadro, a orla marchetada o limite do Canteiro. É assim, o contato entre o Pavimento Mosaico e as paredes do Sul, do Norte e do Ocidente, bem como com a linha limítrofe do Oriente/Ocidente.

Dado à disposição do mobiliário sobre o Pavimento, ela muitas vezes se apresenta indefinida. Assim, a sua representação está no contorno dos símbolos que compõem o Painel da Loja, o que não foge nem um pouco da definição, já que o Painel é o símbolo do Canteiro e a sua moldura é a Orla Denteada. Veja o contorno do Painel no Ritual.

4 – Essa verificação é feita pelo Cobridor Interno que tem, dentre outras, a função de guardar os Trabalhos da Loja. Assim, simbolicamente, a verificação requer cautela e desta se faz a necessidade de empunhar a arma (Espada), mesmo dentro do recinto. Nesse sentido, o Cobridor dá a bateria na porta com o punho, ou o cabo da Espada.

5 – Quanto ao Sol e a Lua invertidos nos Painéis (alguns Painéis) é um equívoco que ainda persiste em algumas gravuras de Painéis do REAA∴. Note que no Ritual o local está correto, já que no Quadro da Loja esse Sol (o da direita) deve coincidir com o lugar do Orador e a Lua (esquerda) com o Secretário. Já o Sol em movimento é representado pelas três janelas no Painel e corresponde à sua passagem desde o Oriente, ao Meio-Dia (Sul) e por fim ao Ocidente. Assim, penso que o Painel da vossa Loja, está em desacordo com o que prescreve REAA, bem como com o seu Ritual em vigência – carece ser corrigido.

No que concerne às Romãs e os Globos, o que acontece é o seguinte. Em Loja de Aprendiz, encimam as duas Colunas Solsticiais (B e J) um grupo de três Romãs sobre cada uma delas. Em Loja de Companheiro, no lugar das Romãs, vão dois Globos. Como por questão de praticidade tem se usado o mesmo Templo para os trabalhos dos Graus Simbólicos, acabou permanecendo a decoração da Loja de Aprendiz nesse caso.

Entretanto, o principal está na situação das Colunas Gêmeas que marcam a passagem dos trópicos de Câncer e de Capricórnio, já que a simbologia inerente a cada Grau, disposta sobre os respectivos capitéis, é perfeitamente preenchido pelo Painel da Loja conforme o Grau. No Painel veem-se em Loja de Aprendiz as três Romãs, já na Loja de Companheiro, veem-se os dois Globos.

T.F.A.
Pedro Juk -  jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.267– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

REFLEXÕES SOBRE O SALMO 133

REFLEXÕES SOBRE O SALMO 133
Ir∴ José Coutinho Neto

Israel cultivou desde as origens, a poesia lírica sob todas as formas, da mesma maneira que os seus vizinhos do Egito, da Mesopotâmia e do Canaã. Numerosas passagens dos livros proféticos pertenceram aos mesmos gêneros literários. Existiam antigas coleções, das quais só restaram o nome e alguns vestígios: o livro da Guerras de Iahweh (Iahweh – em hebraico significa o Messias) e o livro do justo. Mas o tesouro da lírica religiosa de Israel nos foi conservado pelo Saltério.

O Saltério( do grego Psaltérion)- propriamente nome do instrumento de cordas que acompanhava cânticos, os salmos) é a coleção dos cento e cinquenta salmos. O Saltério é a coleção dos cânticos religiosos de Israel. 

Não é preciso alongar-se, de tão evidente que é a riqueza religiosa dos salmos. Eles foram as preces do Antigo Testamento, quando o próprio Deus inspirou os sentimentos que seus filhos devem ter a seu respeito e as palavras de que devem servir-se ao se dirigirem a Ele foram recitadas por Jesus e por Maria,
pelos Apóstolos e pelos primeiros mártires. A igreja cristã fez deles, sem alterações, sua prece oficial. Sem alteração: aqueles gritos de louvor, de súplica ou de ação de graça, arrancados aos salmistas nas circunstância de sua época e de sua experiência pessoal, têm um caráter universal, pois exprimem a atitude
que todo homem deve Ter diante do GADU. As súplicas antigas se tornam mais ardentes depois que a Última Ceia, a Cruz e a Ressurreição ensinam ao homem o amor infinito de Deus, a universidade e a gravidade do afastamento das leis do GADU e a glória prometida aos justos. As esperanças cantadas pelos
salmistas se realizam; o Messias veio, Ele reina e todas as nações são chamadas a louvá-Lo.

Os "Cânticos das Subidas" (salmos 120 a 134) eram cantados pelos peregrinos a caminho de Jerusalém significam o "FAÇA-SE A LUZ" , o "RAIOU, ENFIM , O DIA EM QUE SE ABREM , PARA VÓS, AS PORTAS DA VERDADEIRA AMIZADE"; antes da chegada a Jerusalém é a angústia, " em minha angústia eu grito Iahweh" (salmo 120). A simples perspectiva da ida a Jerusalém , a volta do exílio, faz vibrar todos os sentimentos de esperança (salmo 121) e abandono à Providência( salmo 127).Esta longa peregrinação atinge o seu apogeu na vida fraterna expressa no salmo 133.

O GADU, em suas lições escritas nos infinitos livros da vida, QUASE ÚNICO , de que temos de aprender a compreender-nos, sermos tolerantes com as fraquezas do nosso semelhante, perdoar para que possamos ser perdoados em nossas miríades de falhas e tudo culminar para o amor fraterno que devemos a todos os nossos irmãos. O sexo, essa força primitiva, nos impulsiona à busca da parceira e este instinto, quando bem direcionado, é o início da construção( tudo é construção) de um amor fraterno, de uma família.

Este amor deve ser ampliado e ... buscarmos àqueles que comungam os mesmos ideais juntando-nos em irmandade formal ou não. Mas aqueles pequenos círculos deverão ser ampliados até atingirmos a toda a Humanidade, pois a origem do todos nós é o GADU.; e nesse dia todos cantarão:

Vede: como é bom , como é agradável
Habitar todos juntos, como irmãos.
...............................................................
porque aí manda Iahweh a bênção,
a vida para sempre.

(*) Membro da ARLS "Obreiros de Macaé" n.o 2075

Fonte: O Pesquisador Maçônico - Revista nº 00

domingo, 25 de outubro de 2020

FOTO MAÇÔNICA DE DOMINGO

Por Géplu

Foi Jacques quem nos enviou a reprodução desta miniatura, intitulada La Vraye histoire du bon roy Alexandre, mantida na Biblioteca Britânica, e o comentário abaixo:
Esta magnífica miniatura está na Biblioteca Britânica. É datado entre 1420 e 1425 e representa um grupo de homens, que obviamente não são operários ou pedreiros; eles seguram ferramentas de trabalho supostamente pertencentes ao ofício de pedreiro: o Volume da Lei Sagrada, um compasso, uma régua e um nível, bem como o que parece ser um globo celestial. Esses instrumentos são usados ​​para o estudo da geometria e astronomia. O texto do manuscrito é o seguinte: "Como nosso Senhor deu conhecimento a Alexandre para separar o bem do mal".

Atribuir um senso moral às ferramentas dos maçons operativos é exatamente o que caracteriza e distingue a Maçonaria especulativa. Esta miniatura demonstra claramente que a Maçonaria especulativa não nasceu do nada em 1717, mas foi inspirada e precedida por séculos nos quais símbolos e alegorias emprestados do comércio da construção foram continuamente usados. dando-lhes uma interpretação moral.

Até a Bíblia contém várias passagens morais importantes inspiradas desta forma: "O Senhor me mostrou isso de novo: ele mesmo estava de pé junto a uma parede vertical e segurando um fio de prumo na mão. Ele me fez esta pergunta: O que você vê, Amos? um fio de prumo, respondi. O Senhor continuou: Bem, eu verifico se Israel, meu povo, está bem, (Amós 7)
Isso pelo menos prova que o conjunto esquadro, régua e compasso sempre tiveram, e desde muito antes da criação da alvenaria moderna em 1717, um rico conteúdo simbólico.

Se você também estiver perto de sua casa ou em viagem e observar um prédio, objeto ou decoração maçônica ou alvenaria, envie-nos fotos com algumas explicações.

Esses "depoimentos" são muito populares entre os leitores do Blog. (tradução livre)

Fonte: Blog hiram.be

TRATAMENTO

TRATAMENTO 
(republicação)

Em 10/05/2016 o Respeitável Irmão Nilson Garcia, Deputado Federal da Loja Estrela da Serrinha, REAA, GOB, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, formula a seguinte questão a pedido de um Irmão do Estado da Paraíba: 
nilson@higintel.com.br 

Gostaria de saber a razão do Venerável e dos Vigilantes receber o tratamento de Respeitabilíssimo e Venerabilíssimos consecutivamente? 

CONSIDERAÇÕES:

Em termos de Maçonaria Latina, o adjetivo se solidificou provavelmente, após a afirmação do Grau de Mestre na Moderna Maçonaria. É sabido que como Grau Especulativo, ele teve o seu registro de nascimento na Inglaterra a partir do ano de 1.725 e viria aparecer oficialmente somente na segunda Constituição – a de 1.738. 

Nesse interim, houve, sobretudo na galante maçonaria francesa, a necessidade de se diferenciar qualitativamente o tratamento do Mestre da Loja no Terceiro Grau como Respeitabilíssimo Mestre, já que em Câmara do Meio, todos os Mestres, por uma questão de paridade, seriam tratados por Veneráveis Irmãos (isso pode se observado quando em Câmara do Meio todos usam o chapéu). Com isso, o Venerável Mestre, dirigente da Loja, no intuito de diferenciar a sua identificação, passaria a ser tratado como Respeitabilíssimo Mestre, enquanto os seus imediatos auxiliares seriam os Venerabilíssimos. 

Quanto à data precisa dessa ocorrência, pelo menos nesse momento, eu não saberia informar sem antes fazer uma busca aprimorada em documentos franceses primários da época. Assim, tenho apenas por orientar nesse momento que isso certamente veio ocorrer a partir dos meados do século XVIII. 

Em síntese, esse adjetivo que exara respeito, é pelo fato de que todos os Irmãos Mestres, em determinados Ritos, quando reunidos em Loja (Câmara do Meio), têm o tratamento de Veneráveis, daí, em sua distinção como dirigentes da Loja, nesse pormenor, eles recebem outro tratamento que objetiva os distinguir dos demais. 

No entanto, nada muda na figura do Mestre, senão apenas uma questão de identificação superlativa de superioridade que merecem os cargos relativos às Luzes da Loja (adjetivo que exprime uma qualidade em condição mais elevada). 

T.F.A. 
Pedro Juk - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.265– Florianópolis (SC) – segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

PÍLULAS MAÇÔNICAS

ÁGUIA BICÉFALA NA MAÇONARIA

Antes que algum maçom venha supor que a “Águia Bicéfala” tenha sido definida e projetada como símbolo pela Maçonaria, vamos esclarecer algo sobre esse assunto, conforme relatado abaixo:

A águia, uma ave de rapina, pelas suas características físicas e temperamento, tornou-se um símbolo adotado pela humanidade, desde a mais alta antiguidade.

Os druidas a consideravam como emblema da Divindade Suprema. Era símbolo no Egito, na Pérsia, Babilônia, Grécia, etc. É mencionada no Antigo Testamento e serviu de insígnia de guerra aos antigos romanos.

É símbolo no Ocultismo e na Cabalá.

Na Maçonaria, por estar aliada à força, a decisão, a superioridade e a inteligência, é tida como símbolo da grandeza, da sabedoria, da liberdade e do poder (N. Aslan).

A cabeça da Águia representava, nos primórdios, o poder de um Imperador sobre seu Império. Quando um Imperador tinha dois Impérios, seu poder era representado por uma águia de duas cabeças. Foi o caso do Imperador Romano que dividiu suas áreas dominadas em dois impérios: o Império do Ocidente e o Império do Oriente.

O Império do Ocidente, baseado em Carlos Magno e seus descendentes, foi chamado de “Santo Império Romano-Germânico” e o do Oriente, com a fundação de Constantinopla, foi chamado de Bizantino.

Outros impérios que igualmente se duplicaram, também usavam a “Águia Bicéfala” como símbolo ou emblema em seus brasões.

Na Maçonaria, essa “Águia Bicéfala” foi adotada no inicio da definição do Rito Escocês Antigo e Aceito, na França, possivelmente em 1758. O Corpo Maçônico que começou a desenvolver a base desse Rito, era chamado de “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente” e adotou a “Águia Bicéfala” como Símbolo e, assim, ela continua sendo usada no Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Esse sistema “escocês”, conhecido como “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”, ou, também conhecido como “Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém” criou um Sistema de Altos Graus, num total de 25 graus.

Em 1762, esse sistema foi oficializado e esses graus superiores foram chamados de “Graus de Perfeição” e essa escala de 25 graus foi chamada de “Rito de Perfeição” ou “Rito de Héredom” foi levado para a América do Norte, onde se desenvolveu de modo totalmente desorganizado.

Conforme Mestre Castellani, temos: “Diante desse caos existente, um grupo de Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na cidade de Charleston, no estado de Carolina do Sul, por onde passa o Paralelo 33 da Terra, resolveu acrescentar alguns graus e criar o “Supremo Conselho do Grau 33” que, por ser o primeiro do mundo, denominou-se “Mother Council of the World”. “Marcando o inicio de uma fase de organização e método de concessão dos Altos Graus. Esse primeiro Conselho adotou a divisa “Ordo ab Chao”, o caos em que havia se transformado o emaranhado de Altos Graus, concedidos sem critério lógico, e sem que houvesse um poder organizador e disciplinador”.

M∴I∴Alfério Di Giaimo Neto - CIM 196017

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

A EVOLUÇÃO PELO VOTO NO MEIO MAÇÔNICO

A EVOLUÇÃO PELO VOTO NO MEIO MAÇÔNICO
Ir∴ Valdemar Sansão

Quanto mais você souber, menos você temerá!

Votação – A votação é um dos atos mais importantes e transcendentais da Maçonaria e expressa a vontade soberana de seus membros, dada a conhecer livremente, em todas as ocasiões, através do sufrágio. O caráter eminentemente democrático da Maçonaria e do regime representativo por que se governam Lojas e Obediências fazem das votações uma constante manifestação entre os Maçons. As votações se verificam na ocasião das eleições dos Oficiais das Lojas e dos Altos Corpos, na admissão de profanos na Maçonaria e nos Graus, e nas deliberações sobre assuntos nos quais a Loja é chamada a se pronunciar.

Formação de Veneráveis Mestres – Alguns começam o trabalho de dirigente da Loja depois de um aprendizado teórico e outros se iniciam na tarefa sem qualquer estudo específico do cargo.

sábado, 24 de outubro de 2020

SESSÃO ORDINÁRIA DE FINANÇAS

SESSÃO ORDINÁRIA DE FINANÇAS 
(republicação)

Em 04/05/2016 o Respeitável Irmão Ildeu Silvério Borges, Orador da Loja Acácia Brasiliense, 3.791, GOB-DF, REAA, Oriente de Sobradinho, Distrito Federal, formula a seguinte pergunta: ildeu.aluno@gmail.com 

Orientando a Administração da Loja sobre a sessão Ordinária de Finanças li o art. 109 § 1º do RGF que diz: "§ 1º. Para a realização da sessão Ordinária de Finanças é indispensável o parecer prévio da comissão de finanças, não se admitindo que seja tratado qualquer outro assunto" (grifo nosso). Nosso irmão Pedro Anholete discordou de minha orientação e mencionou orientação que o Poderoso irmão teria publicado onde diria que somente na Ordem do Dia não poderia ser tratado outro assunto. Os demais itens do Ritual seriam dispensados dessa obrigatoriedade, tais como: Palavra a Bem da Ordem, Saco de Propostas, Leitura da Ata da reunião anterior, etc. Minha consulta é no sentido de conhecer essa sua orientação para melhor me posicionar sobre o assunto. 

CONSIDERAÇÕES:

Sem que se tome nada como laudatório, eu entendo que a obrigatoriedade, nesse caso, está na Ordem do Dia, já que é nela que existem debates e votações. Assim, nesse período somente seriam tratados assuntos pertinentes às finanças da Loja. Agora, outras propostas eventualmente encaminhadas na Bolsa e que não possuam relação com assunto financeiro agendado, ficam sob malhete. 

Entendo também que nada impede a aprovação da Ata da Sessão Ordinária anterior. Já no que diz respeito ao quarto de hora de estudo, é possível encaminhar uma instrução sobre finanças e assuntos relativos. Já o Tronco, este me parece obrigatório em todas as Sessões. Quanto à Palavra a Bem da Ordem não é período de debate e nela não existem propostas e nem votações, daí usa-se a ocasião normalmente. 

Vejo que tudo está na organização da Sessão que pode ser perfeitamente adequada à ocasião. A despeito dessa opinião, penso que ao legislador maçônico competiria traçar um roteiro para esse tipo de reunião, sobretudo quando ele escreve que “não se admite o trato de qualquer outro assunto”. Quando seria: em toda a Sessão ou no período específico reservado ao debate e a aprovação? 

Nunca é demais lembrar também que assuntos de finanças serão apresentados para debate e votação se amparados por prévia apreciação da Comissão de Finanças. 

Não me lembro de quando eu escrevi alguma orientação a esse respeito, no entanto, esse tem sido o meu pensamento, lembrando que se trata de uma opinião pessoal e não uma orientação oficial. 

Como maçom, aprendi e levo a sério os ensinamentos sobre a efemeridade da vida. Desde aí, procuro sempre adequá-la ao bom proveito do tempo. 

T.F.A. 
Pedro Juk - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.262– Florianópolis (SC) – sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

PAINÉIS E TAPETES

 

TRABALHANDO EM MINHA PEDRA BRUTA

TRABALHANDO EM MINHA PEDRA BRUTA
Por Irmão Brian L. Pettice 33 


“Trabalhando em minha pedra bruta” é uma frase usada pelos maçons para significar que eles estão tentando aplicar as lições da fraternidade para melhorar de alguma forma, talvez moral ou espiritualmente ou, esperançosamente, e mais importante, comportamentalmente. Os maçons que usam essa frase indicam que estão tentando mudar algo em si mesmos, tentando mudar a forma como se comportam. Você provavelmente já ouviu isso ou até mesmo usou o dito você mesmo. Mas o que isto realmente significa? Nós realmente mudamos a nós mesmos, especialmente nosso comportamento, ou apenas nos cumprimentamos pelos “bons” homens – as pedra perfeitas - que já somos?

Vejamos o ritual. A pedra bruta no primeiro grau é aquela “pedra tirada da pedreira em seu estado bruto e natural” para nos lembrar de nosso próprio estado natural e bruto. A pedra bruta é “preparada” ou aperfeiçoada para ser útil ao construtor na construção de seu templo. Como isso acontece? Para pedreiros operativos, a pedra bruta é aperfeiçoada por subtração. O martelo comum é usado para quebrar as partes ásperas e supérfluas ou desnecessárias, deixando apenas o que é bonito e útil. O simbolismo é claro, mas nos vemos nele? Vemos que somos a cantaria áspera rude e imperfeita que precisa ser aperfeiçoada para fortalecer e apoiar a construção de nossos próprios templos? Vemos as partes ásperas e supérfluas das quais precisamos quebrar e nos livrar? Vemos que temos um comportamento que precisa mudar? Acho que um olhar honesto no espelho nos dirá que não.

Quando você se olha no espelho, você vê um homem cheio de orgulho ou um maçom humilde? Você vê um homem que se apega e defende todas as suas opiniões ou um maçom que mantém a mente aberta? Você vê um homem que regularmente provoca raiva ou desespero nos outros ou um maçom que é mais circunspecto? Você vê um homem que lutaria em todas as lutas, não importa o quão mesquinho ou um maçom que vai embora? Você vê um homem que vê as coisas apenas de seu próprio ponto de vista ou um maçom que busca entender e facilmente empatiza com outro? Você vê um homem que demoniza aqueles de quem discorda ou um maçom que reconhece que o Divino que vive dentro dele também vive dentro deles?

Então olhe no espelho. Você vê o maçom que deseja ser ou o homem que não deseja? Melhor ainda, olhe para o seu Facebook, Twitter e mídia social - sua postagem e seus comentários - você vê o homem em quem deseja que as pessoas pensem quando pensarem na Maçonaria? Se não, comece a trabalhar com seu martelo. Rompa e subtraia as partes supérfluas - suas paixões e preconceitos. Mude seu comportamento e mude seu coração. Livre-se do lixo que você precisa remover para que o homem que você é possa se tornar o maçom que deseja ser.

Meu irmão, agora mais do que nunca, seu país precisa que você faça isso. Sua fraternidade e sua loja precisam que você faça isso. Mais importante ainda, VOCÊ precisa que você faça isso. Se você acha que não, o que está fazendo aqui?

Fonte: http://www.midnightfreemasons.org

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

CARGOS PARA APRENDIZES E COMPANHEIROS

CARGOS PARA APRENDIZES E COMPANHEIROS 
(republicação)

Em 06/07/2016 o um Respeitável Irmão que pede para não ser identificado, bem como a sua Loja, REAA, GOB, Estado de Pernambuco, solicita esclarecimentos para o que segue: 

Estando a minha Loja atualizando o REGIMENTO INTERNO, e solicitando dos Irmãos pesquisas para melhor adequar ao RGF, Constituição e Dinâmica Ritualística, venho solicitar ao Eminente Irmão que me ajude, pois, a Loja tem alguns procedimentos que para mim não estaria agindo correto; aí vão as minhas dúvidas:

1 - Pode a Loja em Sessão Ordinária de Aprendiz, colocar Irmão Aprendiz a título de treinamento no cargo de 2º Diácono? 

2 - Pode a Loja em Sessão Ordinária de Companheiro colocar um Companheiro no cargo de 2º Diácono? 

3 - Sempre combato, arguindo que Cargos de Oficiais sempre são de Mestres Maçons, conforme preceitua o RGF, Art. 229 - parágrafo 1º OS CARGOS SÃO PRIVATIVOS DE MESTRE MAÇOM. 

4 - Idem Constituição Art. 20 - Os Cargos de Loja são efetivos e de nomeação, podendo ser eleitos ou nomeados somente Mestres Maçons, etc. 

5 - Acontece que esse procedimento é autorizado pelo Irmão Orador e, que já disse que enquanto for Orador fará autorização. 

6 - No Regimento Interno da Loja no Art. 47 no seu parágrafo único diz: A título de Instrução poderá o Venerável Mestre designar que Aprendizes ou Companheiros, devidamente assistidos, executem tarefas no Ocidente, normalmente executadas por Mestres. 

7 - Vale salientar que os Irmãos Aprendizes e Companheiros, também treinam como Tesoureiro e Chanceler, sempre que o Titular falta. 

8 - Pode o Regimento Interno da Loja ir contrário ao RGF e Constituição? 

CONSIDERAÇÕES:

1. Em cumprimento ao que preceituam os Diplomas Legais do GOB nenhum Aprendiz pode assumir qualquer cargo em Loja – cargos são privativos dos Mestres Maçons. 

2. Idem à reposta nº 01, também em se tratando de Companheiros. 

3. Correta a sua discordância – há que se observar o Regulamento Geral da Federação em seu Art. 229, § 1º. 

4. Idem ao nº 03 em se observando a Constituição do Grande Oriente do Brasil em seu Art. 20. 

5. Esse é mais um dos absurdos da Maçonaria brasileira. O próprio Orador que é o Guarda da Lei, pasme, afronta os Diplomas Legais do GOB. Essa atitude cabe denúncia ao Ministério Público Maçônico. Vale a pena comentar que ninguém está acima da Lei, cujo delito é agravado pelo delituoso ser exatamente um representante da Lei. Alguém precisa alertar essa Dignidade que ele não é o “dono da Loja”, até porque ele, como Maçom da Obediência, jurou cumprir e obedecer as Leis emanadas do Grande Oriente do Brasil. 

6. O Regimento Interno da Loja não pode, sob qualquer pretexto se sobrepor à Constituição e o Regulamento Geral da Obediência. O Art. 47 do Regimento Interno mencionado é de uma “ilegalidade” inadmissível. Tão ilegal como esse Orador que se coloca contra as Leis maiores. 

7. Sem redundância e pleonasmo, ratifico – cargos em Loja são privativos de Mestres Maçons, agravando-se ainda se relacionados a cargos eletivos, como é o caso do Tesoureiro e do Chanceler. 

8. Já está respondido no item 6 dessas considerações. 

Eu só tenho a lamentar que ainda existam Irmãos que “acham” que podem afrontar a Lei desconsiderando a sua competente hierarquia. Saliento que o Venerável Mestre da Loja também é responsável por deixar esse absurdo acontecer. Nunca é demais lembrar que uma Loja só pode abrir os trabalhos com a presença mínima de “sete” Mestres. 

Finalizando, recomendo a imediata correção do Estatuto dessa Loja extirpando e corrigindo Artigos, Parágrafos e Incisos que eventualmente sejam inconstitucionais - como é o caso do mencionado nessa questão. 

T.F.A. 
Pedro Juk - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.260– Florianópolis (SC) – quarta-feira, 7 de dezembro de 2016