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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quinta-feira, 31 de março de 2022

AUMENTO DE SALÁRIO

AUMENTO DE SALÁRIO
(republicação)

Em 01/08/2017 o Respeitável Irmão Perílio Barbosa Leite da Silva, Loja Arte e Virtude, REAA, GOB-MG, Oriente de Lajinha, Estado de Minas Gerais, formula a seguinte questão:

Existe algum procedimento ritualístico para aumento de salário de Aprendizes e Companheiros no REAA?

CONSIDERAÇÕES:

Os métodos de avaliação de um Obreiro para aumento de salário conforme previsto no Regulamento Geral da Federação devem ficar a critério dos Mestres da Loja em geral e da Comissão de Admissão e Graus em particular.

Afinal, além do Vigilante correspondente, conforme menciona o ritual, é também de responsabilidade dos outros Mestres instruírem os aspirantes à mudança de graus. 

Seria muito comodismo, a meu ver, ter que existir um manual com procedimento ritualístico para tal.

A Comissão de Admissão e Graus é quem deve preparar uma grade de instrução abordando, história, filosofia liturgia e ritualística do grau, sem esquecer também dos aspectos legais previstos nos dispositivos constitucionais da Obediência e do Regimento Interno da Loja.

Em linhas gerais, regimentalmente os procedimentos legais para a Elevação ao grau de Companheiro estão previstos no Regulamento Geral da Federação com o seguinte conteúdo, destacando-se o Art. 35, § 1º:
Art. 35. O Aprendiz para atingir o Grau de Companheiro frequentará durante doze meses Lojas do Grande Oriente do Brasil com assiduidade, pontualidade e verdadeiro espírito maçônico. O responsável por sua instrução maçônica (o grifo é meu) pedirá que o Aprendiz seja submetido ao exame relativo à doutrina do Grau. 

§ 1º. Será exigido, no mínimo, que o Aprendiz elabore um trabalho escrito, a ser devidamente analisado pela Comissão de Admissão e Graus. A Loja fará também um questionário sobre os conhecimentos adquiridos pelo Aprendiz e permitirá que se façam arguições orais (o grifo é meu).  Concluído o exame, o Aprendiz terá o Templo coberto e a Loja passará ao Grau de Companheiro. O Venerável Mestre abrirá a discussão sobre o exame prestado. Em seguida colocará em votação o pedido de colação ao Grau de Companheiro o qual será decidido pela manifestação da maioria dos Irmãos do Quadro presentes à sessão. 
No que diz respeito à Exaltação, exara o mesmo Diploma Legal, destacando-se o Art. 36 § 1º:
Art. 36. O Companheiro que tenha frequentado, em sessões ordinárias, Lojas do Grande Oriente do Brasil com assiduidade, pontualidade e verdadeiro espírito maçônico, durante seis meses, pelo menos, e assistido a no mínimo quatro sessões de instrução do grau (o grifo é meu) poderá, a pedido do responsável pela sua instrução maçônica (o grifo é meu), ser submetido a exame relativo à doutrina do grau para atingir o Grau de Mestre. 
§ 1º. Será exigido, no mínimo, como instrução que o Companheiro elabore um trabalho escrito, que será devidamente analisado pela Comissão de Admissão e Graus e que a Loja faça um questionário sobre os conhecimentos adquiridos, sendo permitido também arguições orais (o grifo é meu). Após análise e findo o exame, o Companheiro a terá o Templo coberto, passando a Loja a funcionar em Sessão de Mestre. O Venerável Mestre abrirá a discussão sobre o exame prestado e, encerrada esta, colocará em votação o pedido de colação ao Grau de Mestre, o qual será decidido pela manifestação da maioria dos Irmãos do Quadro presentes à sessão.
Transcritos os textos dos Artigos correspondentes acima, deixei partes sublinhadas para dar ênfase às responsabilidades da Loja nesse particular, destacando que além das instruções previstas no ritual, o conteúdo do programa instrutivo será elaborado pelas Oficinas. 

Não existe nada pronto sobre a mesa.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS


 

ACORDEMOS IRMÃOS!!!

ACORDEMOS IRMÃOS!!!
(desconheço o autor)

O silêncio sepulcral na sala dos passos perdidos intriga o Mestre de Cerimônias:
  • Já é meio dia em ponto. É hora de iniciarmos nossos trabalhos. Onde estarão os irmãos? Talvez seja meia noite, vou bater maçonicamente à porta do templo…
Ao levantar a espada para dar as pancadas na porta, de súbito começam a cair os quadros da galeria de ex-veneráveis, o chão treme, os lustres balançam, as luzes piscam e a porta do templo se abre num rangido.

Assustado, o Mestre de Cerimônias olha o interior do templo e, incrédulo, vê o pavimento mosaico com uma enorme rachadura. Através dela brota um homem magro, bigode retorcido, nariz adunco, olhar brilhante, face pálida e lábios arroxeados: sintomas típicos da anoxia crônica provocada pela tísica que lhe consumia os pulmões.

O Mestre de Cerimônias reconhece o grande poeta, mas antes que pudesse pedir-lhe um autógrafo para seus filhos, é interrompido por ele. O baiano Castro Alves, poeta dos escravos, o mais entusiasta dos abolicionistas, estudante da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, amante apaixonado da atriz Eugênia Câmara, coloca-se à ordem (apesar das dificuldades pela falta de seu pé direito amputado) e brada:
  • GADU! ó GADU! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes?

Embuçado nos céus?

Mas não consegue concluir a declamação do seu tão famoso poema “Vozes D´África” porque surge das entranhas do templo D. Pedro I, interrompendo o poeta aos gritos:

  • Se a Maçonaria quer que eu fique, diga a todos que FICO.. Fico e grito: “Independência ou morte!!”.
E agora que sou defensor perpétuo e Imperador do Brasil, quero ser eleito Grão Mestre da Ordem e compor o hino da Maçonaria. Onde o estão o Ledo e o Bonifácio?
  • O Irmão Gonçalves Ledo está na Primeira Vigilância e o Irmão José Bonifácio, no Oriente, na cadeira do Venerável ; diz o Mestre de Cerimônias.
  • Chame os irmãos! Revista-os com suas insígnias, pois vou iniciar os trabalhos. E seja rápido, senão eu fecho essa bodega e a transformo num palácio para minha marquesa; ordena o Imperador, dirigindo-se ao trono de Salomão enquanto os irmãos Ledo e Bonifácio se agridem em defesa, respectivamente, da República e da Monarquia.
Já assustado, e temente que o Grão Mestre-Venerável-Imperador-Compositor cumpra a promessa, o Mestre de Cerimônias olha através da rachadura no pavimento mosaico e grita aos irmãos.

Logo sobe, cambaleante, o Irmão Jânio Quadros.

Cabelos em desalinho, óculos de tartaruga em assimetria, coloca-se à ordem com os pés trocados e pergunta:
  • Quando começa o Copo D’água?
  • Calma, Jânio… Por que você bebe tanto?
  • Bebo porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia.Você precisa renunciar a este vício, Irmão Jânio…. E, por falar em renunciar, por que você renunciou?
  • Fi–lo porque qui-lo e também por conta das forças ocultas.
!!!!!! Malheta o Imperador.
  • Componha rápido esta Loja, Irmão Mestre de Cerimônias. Chame o Rui para a oratória.
  • Já estou aqui, Venerável Mestre. Acabei de chegar da Holanda. O irmão Paranhos Jr., “Barão do Rio Branco”, enviou-me para representar o Brasil na Conferência de Haia. Fiz sucesso. Estão até me chamando de “O Águia de Haia”. Mas não é a nossa “Águia bicéfala”, é “Águia macrocéfala”.
  • E viva a República!!
  • Viva a Monarquia!!
  • Cale a boca, Bonifácio, senão eu lhe deporto!; ameaça D. Pedro.
  • Isto aqui está muito bagunçado. Coloquem uma música na harmonia!
Estamos aguardando o irmão Carlos Gomes.

Ele está tocando “O Guarani” no Repórter Esso, Venerável Mestre.
  • Venham todos assinar o livro de presença, grita o irmão Dib, batendo com a palma da mão no trono da chancelaria. Frequência, presença e comparecimento: estes são os deveres do maçom. E tem mais, irmão Guatimosin, este templo tem o meu nome e não vou permitir que seja transformado num palácio para Dona Domitila. Eu e mais dezesseis irmãos (dezesseis ou dezessete, já nem tenho mais certeza porque fizeram uma confusão danada com essa história) fundamos a Loja, construímos o templo e não vamos permitir que ele seja profanado.
  • Se for pra competir, eu também quero dizer que tenho um Kadosch que é só meu, diz o Irmão Ledo.
!!!!! Silêncio!! Silêncio!! Suspendam os sinais maçônicos! Temos um goteira entre nós! Irmão

Guarda Interno, quem é esse cabeludo com uma corda no pescoço?
  • É o Tiradentes, o Mártir da Independência, Venerável Mestre – Tiradentes uma ova! Agora sou um dos 200 mil dentistas deste país, com diploma na parede e anel no dedo.
  • Irmão Mestre de Cerimônias: coloque o Tiradentes, ou melhor, nosso mártir dentista, entre colunas para o telhamento.
-Sois maçom?
  • Iniciei-me por correspondência, Venerável Mestre.
  • Ah, eu pensei que o Irmão fosse membro da nossa primeira Loja brasileira, a “Areópago de Itambé”, do Irmão Arruda Câmara. E o Irmão sabe a palavra senha?
  • Sei, sim, Venerável Mestre: “Tal dia é o batizado”.
  • Tá bom. Então, pode assumir um lugar entre nós. Afinal, você merece, pois foi o único enforcado dos 11.
  • E viva a República!!
  • Cale a boca, Ledo!
  • Não sou o Ledo, Venerável Mestre. Sou o gaúcho Bento Gonçalves, e estou dando vivas à
“República do Piratini”.
  • E o Ledo, por que está tão calado?
  • Estou confuso, Venerável Mestre. Não sei se hoje é 20 de Agosto ou 09 de Setembro, se estamos na Era Vulgar ou no Ano da Verdadeira Luz, e preciso fazer meu discurso na loja Comércio e Artes do Rio de Janeiro.
E, novamente, outro bate boca:
  • A República é o melhor para o Brasil!!
  • Não é!!! É preciso fazer uma mudança gradual, mas não temos sequer um nome para assumir a presidência.
  • Chame o Deodoro para assumir o governo provisório. Irmão Mestre de Cerimônias, grite pelo
Deodoro!

Chega o Deodoro, doente, fragilizado, desencantado e diz:
  • Tô fora. Já dei a minha contribuição: já assumi, já fechei o Congresso, já renunciei ao governo, ao Grão Mestrado. Quero que me esqueçam. Vocês se resolvam com o Floriano, o “Marechal de Ferro”.
  • Calma Deodoro. Quem disse isto foi outro presidente.
Nesse ponto a confusão torna-se muito grande, já virando caso de policia, ou melhor, de exército.

Chamam o Caxias.
  • Montado num enorme cavalo, brandindo sua espada, sai das profundezas o nosso Duque Patrono do Exército brasileiro:
  • Sigam-me os que forem brasileiros!
  • Para onde, Caxias?
  • Para qualquer lugar, desde que estejamos “ombro a ombro” e não “peito a peito”.
  • Obrigado por ter vindo, mas tire esse cavalo do templo e resolva essa querela o mais diplomaticamente possível.
  • Eu só sei resolver na espada. Diplomacia é lá com o Barão, o do Rio Branco.
  • Irmão Guarda Interno, controle a entrada dos irmãos. Quem é esse aprendiz no topo da coluna do Norte?
  • É o Euclides da Cunha, Venerável Mestre.
  • O jornalista do Estadão? O autor de “Os Sertões”? Aquele que disse que “o sertanejo é um forte”?
  • Não, Venerável Mestre. Este não é aquele que disse. Esse é o próprio sertanejo forte do sertão baiano.
  • Tá bom.. Então deixa ele aí, quietinho, na coluna do Norte. Meus irmãos: estando a Loja dos Espíritos composta, vamos iniciar nossos trabalhos.
Irmão Guarda Interno: verifique se estamos a coberto.

O Irmão Guarda Interno sai do templo e, após alguns minutos de longa espera, retorna e diz:
  • Venerável Mestre: é com profunda tristeza que vos informo o que vi.
  • E o que vistes, Irmão Guarda Interno?
  • Venerável Mestre, na Sala dos Passos Perdidos amontoam-se milhares de irmãos deitados na cama da fama. Dormem um sono profundo. Alguns até roncam; outros sonham com a Maçonaria do passado. No salão de festas, outro tanto se repasta com gordurosos bolinhos, pastéis e canapés. Bebem refrigerantes, cerveja e até aguardente.
Algumas conversas, felizmente a minoria, vão do mesquinho ao ridículo. Pequenos grupos fazem pequenos negócios. Alguns, mais preocupados com os grandes problemas da Ordem e da sociedade, parecem sonhar acordados quando falam de seus utópicos projetos, e outros, talvez por não entenderem a real dimensão dos problemas, tentam resolvê-los com pequenas soluções, fazendo jantares beneficentes, bazares e vendendo até rifas.
  • Não é possível!!!!! Não acredito no que ouço!
Abandonaram a liberdade de pensar! Não se fomentam mais as grandes ideias! Perderam os nossos ideais! Interromperam as nossas conquistas e agora interrompem o nosso merecido descanso. Por que nos incomodam???? !!!! De pé e à ordem. Irmão Mestre de Cerimônias: abra as portas do templo.

Meus irmãos: enchamos de ar os nossos pulmões e gritemos em uníssono:

-“ACORDEM, MEUS IRMÃOS” !!!

“ACORDEM, MEUS IRMÃOS ! ! ! “

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br

quarta-feira, 30 de março de 2022

FALAR À VONTADE

FALAR À VONTADE
(republicação)

Em 01/09/2017 o Respeitável Irmão João Pires Castanho, Loja Fraternidade Sãoroquense, 3.931, REAA, GOSP/GOB, Oriente de São Roque, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:

Vejo em muitas Lojas uma situação que me causa dúvidas, quando se faz uso da palavra o Irmão compõe o Sinal de Ordem e faz as referencias de praxe, e quando vai começar a falar o Venerável o dispensa do Sinal, ao terminar sua fala, vejo que a maioria, pra não dizer todos, compõe novamente o Sinal e o desfaz antes de sentar. Minha interpretação é que existe aí uma confusão, pois na verdade o Irmão deveria falar à Ordem, e ao terminar desfazia o sinal e sentaria. Não vejo lógica para compor e desfazer o Sinal ao sentar-se. Gostaria que o Irmão me esclarecesse essa questão.

CONSIDERAÇÕES:

O que realmente não tem muita lógica é o que muitos Veneráveis Mestres andam fazendo por aí quando indiscriminadamente ficam dispensando o Sinal para aqueles que usam a Palavra sem qualquer motivo. 

Na realidade estão transformando um procedimento ocasional em um corriqueiro. 

A regra no REAA⸫ é a de que quando um obreiro estiver em pé e parado em Loja aberta ele estará obrigatoriamente à Ordem (corpo ereto, pés em esq⸫, compondo o Sinal).

Assim, quando alguém estiver em pé e parado, no caso usando a palavra, esse alguém fica à Ordem. Concluindo a sua fala, ele desfaz o Sinal pela pena simbólica e senta - é bom que se diga que isso não é saudação.

Ocorre que em poucas e determinadas situações o Venerável pode, ao seu juízo, em casos excepcionais dispensar o Sinal para que o obreiro fale respeitosamente à vontade. Mas isso não é regra, é exceção. 

Caso essa dispensa de Sinal seja realmente necessária e venha ocorrer, o usuário da palavra depois de à Ordem ter se dirigido à Loja protocolarmente e tiver recebido autorização do Venerável desfaz o Sinal na forma de costume e usa a palavra. Concluído o seu pronunciamento, imediatamente o protagonista volta à Ordem, desfaz o Sinal e, por fim, toma assento novamente. Volto a repetir: isso não é saudação.

A atitude de voltar à Ordem ao final do pronunciamento e antes de sentar é porque no início, antes de receber autorização para falar à vontade, o protagonista estava compondo o Sinal de Ordem. Note que ele só o desfez depois de autorizado para fazer em seguida o seu pronunciamento. 

Nesse sentido, é por isso que o obreiro imediatamente antes de retomar seu assento, recupera o Sinal de Ordem e o desfaz na forma de costume.

É esse o procedimento correto para aquele que eventualmente recebeu autorização para falar à vontade. 

Ratifico que os Veneráveis não devem tornar esse um ato corriqueiro, pois salvo se por comprovada necessidade, “ficar à vontade” é mais um atentado contra a ritualística do que uma medida prática e salutar.

No REAA⸫ quem fala em pé deve falar à Ordem, pois afora ser uma regra tradicional do Rito, ela serve também para que um obreiro, com o Sinal composto, abrevie o suficiente seu pronunciamento (provavelmente pelo desconforto que traz a posição corporal). Já estando ele “à vontade” o desconforto fica mesmo é para os ouvidos alheios que, em não raras vezes, têm que aguentar intermináveis palavreados providos de rançoso lirismo. Estar à Ordem também evita esses excessos. 

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

ALFABETO

1º - Termo originado pelas palavras alfa e beta, nome das primeiras letras do alfabeto grego. Apesar da extrema diversidade das línguas e das escrituras, a maioria dos alfabetos oferecem, seja no número, no nome, na ordem e mesmo na forma dos caracteres, semelhanças que provam uma origem comum.

2º - Segundo a opinião mais antiga, os fenícios seriam os inventores da escrita alfabética.

3º - O alfabeto hieróglifo, isto é, aquele que representa os pensamentos por meio de imagens, deve ter precedido de muito tempo o alfabeto silábico.

4º - Como todas as instituições iniciáticas, a Maçonaria também possui alfabetos, que adotou para os seus vários sistemas, graus, matérias, etc. Era uma forma de escrita popular em muitos países, pelos meados do século XVIII, e que durou por mais de um século, sendo hoje obsoleta.

5º - Não era, porém, como se pensa, peculiar à Maçonaria, podendo ser encontrada em livros elementares de criptografia. Baseada em figuras de “zeros e cruzes”, uma cruz; duas letras eram colocadas em cada divisão, sendo a Segunda distinguida da outra por um ponto.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

MÃO DIREITA OU MÃO ESQUERDA

MÃO DIREITA OU MÃO ESQUERDA
Sérgio Quirino Guimarães 
ARLS Presidente Roosevelt 025 

Saudações estimado Irmão, 
para fazer caridade não importa se é com 
MÃO DIREITA
OU MÃO ESQUERDA 

Com o passar dos anos alguns aspectos religiosos são incorporados aos Rituais Maçônicos o que leva alguns Irmãos a praticarem uma Maçonaria Religiosa. 

Nossos Rituais, Lendas e Instruções foram criados para o desenvolvimento moral, ético, intelectual, fraternal e libertário dos Maçons, ninguém deve entrar para a Sublime Ordem para conseguir um lugar no Céu ou evitar uma estadia no Inferno. 

MAÇONARIA NÃO É RELIGIÃO 

É importantíssimo que os Irmão saiba distinguir “ilustração” de “instrução. Em alguns Rituais a instrução vem acompanhada de um exemplo (ilustração) e os Irmãos se apegam mais ao exemplo que propriamente ao ensinamento (instrução). 

Também é importante ressaltar que Ritos e Rituais são uma coisa e Maçonaria é outra coisa. Parece complicado, mas Maçonaria é um conjunto de valores e Ritos e Rituais são criações de grupos para promover o desenvolvimento da prática dos valores maçônicos, dentro de uma linguagem e o contexto históricos culturais da sociedade ao qual pertence o grupo. 

Um exemplo muito triste é a pretensa salva-guarda dos que nada fazem em prol da caridade e se “protegem” usando o ensinamento Cristão “Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita” (Mateus, cap. VI, vv. 1 a 4). 

Este é um PRECEITO CRISTÃO, não é PRECEITO MAÇÔNICO, quando muito é uma ilustração de um ensinamento de um Rito Maçônico. Lógico que como cristão eu o pratico, mas é importante diferenciar o indivíduo da instituição. 

O Preceito Maçônico referente a caridade é bem claro: TODA A OPORTUNIDADE QUE PERDER EM PRESTAR AJUDA, SERÁ CONSIDERADO PERJÚRIO. 

O interessante que a caridade maçônica está mais para o Islamismo que para o Cristianismo. O Zakat ou “caridade compulsória” (terceiro pilar do Islã), não é apenas recomendada pelo Islã, mas é requerida de todo muçulmano financeiramente estável. 

O Islã encoraja o compartilhamento de bens com outros e ajuda as pessoas a se estabelecerem e serem membros produtivos da sociedade. 

O Individuo não deve fazer “propaganda” do que faz, mas a Instituição deve propagar suas ações. As Lojas devem criar atividades junto à comunidade, as Grandes Lojas e Grandes Orientes devem mostrar às Lojas suas ações libertárias, igualitárias e fraternais junto à sociedade. Estas prestações de contas garantem credibilidade e comparecimento dos Irmãos nas próximas campanhas. 

Para os Irmãos que não “digeriram” bem o artigo, acreditando até em algo perto de uma profanação ao cristianismo, eu peço que continuem lendo o Livro de Mateus e encontrem a passagem da cura do leproso. Após curá-lo o Grande Mestre lhe instruiu que não falasse com ninguém, mas que fosse se mostrar aos sacerdotes e oferece o dom prescrito por Moisés, a fim de que lhe sirva de prova. 

Entendo que o silêncio solicitado foi para evitar a propaganda individual, mas apresentar-se aos sacerdotes (sociedade) era para propagar o bem recebido. 

Nossas Instituições devem sim nos informar e também à sociedade nossa atuação como construtores sociais. 

CUIDADO: PRECONIZAR A DISCRIÇÃO MUITA DAS VEZES INCENTIVA A OMISSÃO! 

Aos Irmãos que ainda insistirem no “Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita” eu peço que estudem e verifiquem que mão não deve saber o que a outra deu para o Tronco de Solidariedade. 

Nada é tão simples como parece, instruções maçônicas não são explicadas com inserções de Dogmas. 

A intenção deste pequeno artigo é despertar em você a vontade de saber um pouco mais sobre o assunto, fazer uma Prancha de Arquitetura e quando ela estiver pronta, levar para sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos. Lembrem-se que todos nós, independente do Grau ou do Cargo, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas. 

De acordo com o PROMAÇOM cujo programa visa à integração das Lojas Maçônicas, segue em anexo, o quadro com as atividades das Lojas que se reúnem na avenida Brasil 478 e, de algumas situadas fora do Palácio Maçônico.

HOMENAGEM aos queridos Maçons Muçulmanos: O Islã enfatizam a Sadaqah, ou caridade voluntária, para os necessitados. O Alcorão prescreve que se deve alimentar o faminto, vestir o despido, ajudar o necessitado, e que quanto mais alguém ajuda, mais Deus ajuda a essa pessoa, e que quanto mais se dá, mais Deus dá à pessoa. A pessoa sente que está cuidando dos outros e que Deus está cuidando dela. A estes Irmãos, Salam Aleikum.

Fonte: JBNews - Informativo nº 0164 - 07/02/2011

terça-feira, 29 de março de 2022

LUZ VERMELHA

LUZ VERMELHA
(republicação)

Em 20/07/2017 o Respeitável Irmão Leonardo Lorenzo, Loja Saldanha Marinho II, nº 05, sem mencionar o nome do Rito, Grande Oriente do Paraná, (COMAB), Oriente de Santo Antonio da Platina, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

Tivemos uma duvida em conversas, a respeito de uma luz vermelha que existe sobre a porta de entrada de nossos templos da COMAB aqui no norte do Paraná. Disseram que essa luz sempre tem de estar acesa, porém pesquisamos e nunca achamos nada que fale sobre ela ou seu significado. O Irmão tem conhecimento dela?

CONSIDERAÇÕES:

De fato não é possível encontrar nada sério a respeito, simplesmente porque essa é mais uma daquelas grosseiras invenções que se espalharam pelo fértil e imaginativo solo da Maçonaria. 

Esse anacrônico costume que povoou a decoração de muitos templos maçônicos no passado, infelizmente ainda hoje, de vez em quando, ganha espaço nas nossas lides.

Quiseram os inventores dessa lâmpada de “iluminação avermelhada” nos templos justificar como fosse ela um símbolo da presença da Divindade no recinto, o que, por extensão, deveria ela permanecer “eternamente acesa”!!!

Ora, além de desmedido despropósito comparar a Divindade com uma “lâmpada vermelha acesa”, ao que parece é que realmente os seus inventores nunca aprenderam que nas Lojas que praticam o REAA⸫, assim como naqueles em que há a representação da Divindade existe apenas e tão somente o Delta Radiante que vai representado por um triângulo equilátero preenchido ou não com caracteres (variando conforme o rito) e cujo qual fica posicionado ao alto e centro do Retábulo do Oriente (parede imediatamente atrás do lugar do Venerável) entre o Sol e a Lua logo abaixo do dossel. 

Outros artífices do absurdo ainda tentaram justificar essa bobagem mencionando que a “luz vermelha”, depois trazida para dentro do templo, era reminiscência de um artifício para chamar a atenção dos maçons no sentido de indicar que ali era um lugar de reunião maçônica.

Na verdade, além de não fazer sentido, esse nada mais foi do que outro disparate, já que em nome do sigilo, nunca foi à intenção da Maçonaria chamar atenção para os seus locais de reunião (muito menos dentro da Loja), além do que os maçons sempre souberam por métodos próprios a encontrar as suas oficinas de trabalho. Aliás, uma luz vermelha poderia mesmo era chamar a atenção para outra coisa...

Assim, essa “luz vermelha” retrógrada, que alguns queriam compará-la com um símbolo da Divindade, ou mesmo chamar atenção para um local de trabalho maçônico, nos parece mesmo é com algo que até identifica um lugar, mas que eu, respeitosamente aos meus leitores, prefiro nem comentar.

Concluindo, essa é mais uma daquelas carcaças de dinossauro que vez por outra ainda aparece na nossa Sublime Instituição. Como diz o caso, matar o bicho é fácil, difícil é consumir seus restos mortais. Essa lâmpada avermelhada genuinamente não existe.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

ESQUADRO E COMPASSO

ESQUADRO E COMPASSO
Rui Bandeira

Talvez o mais conhecido dos símbolos da Maçonaria seja o que é constituído por um esquadro, com as pontas viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas para baixo.

Como normalmente sucede, várias são as interpretações possíveis para estes símbolos.

É corrente afirmar-se que o esquadro simboliza a retidão de caráter que deve ser apanágio do maçom. Retidão porque com os corpos do esquadro se podem traçar facilmente segmentos de reta e porque reto se denomina o ângulo de 90 º que facilmente se tira com tal ferramenta. Da retidão geométrica assim facilmente obtida se extrapola para a retidão moral, de caráter, a caraterística daqueles que não se "cosem por linhas tortas" e que, pelo contrário, pautam a sua vida e as suas ações pelas linhas direitas da Moral e da Ética. Esta caraterística deve ser apanágio do maçom, não especialmente por o ser, mas porque só deve ser admitido maçom quem seja homem livre e de bons costumes.

É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça. Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela Ética e pela Moral. Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado com equilíbrio, a ponta de um braço bem fixada no ponto central da circunferência a traçar, mas permitindo o movimento giratório do outro braço do instrumento, o qual deve ser, porém, firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo em relação ao braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência numa curva de variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a noção de equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e flexibilidade, equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento. Porque o círculo contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa de tudo o que é exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o certo do errado, o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.

Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente percetível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos - portanto o que existe materialmente. Por outro lado, o compasso traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?) arco de círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a elipse. É, portanto, o instrumento da subtileza, da complexidade construída, do mistério em desvendamento. Daí a sua associação ao Espírito, algo que permanece para muitos ainda misterioso, inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente essencial, belo, etéreo. A matéria vê-se e associa-se assim à linha direita e ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se, intui-se, descobre-se e associa-se portanto ao instrumento mais complexo, ao que gera e marca as curvas, tantas vezes obscuras e escondendo o que está para além delas - o compasso.

Cada um pode - deve! - especular livremente sobre o significado que ele próprio vê nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou secantes, ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à franqueza de tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao caminho de linhas direitas, claro, visível, sem desvios. O compasso, instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao tato, à diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de vista à primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam ou correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele, mais sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento (entre um e outro dos espaços).

E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!

O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro. O esquadro é sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com as pontas para baixo. Ambas as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras oferecem à outra a maior abertura dos seus componentes e o interior do seu espaço. A oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um espaço de cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior à influência do outro instrumento. Assim também cada maçom se abre à influência de seus Irmãos, enquanto que ele próprio, em simultâneo, potencia, com as suas capacidades, os seus saberes, as suas descobertas, os seus ceticismos, as suas respostas, mas também as suas perguntas (quiçá mais importantes estas do que aquelas...) a modificação, a melhoria, de todos os demais.

Tantos e tantos significados simbólicos podemos descobrir e entrever nos símbolos mais conhecidos da Maçonaria... Aqui deixei, em apressado enunciado, alguns. Cada um é livre, se quiser, de colocar na caixa de comentários, o seu entendimento do significado destes símbolos, em conjunto ou separadamente, ou apenas de um só deles. Todos os significados simbólicos são bem-vindos! Cada um é também livre de, se quiser, nada partilhar, guardando para si as conclusões que nesse momento tire. Tão respeitável é uma como outra das posições. Este espaço é livre e de culto da Liberdade. Afinal de contas, tanto o esquadro como o compasso estão abertos... abertos às livres opções, entendimentos e escolhas de cada um!

Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

segunda-feira, 28 de março de 2022

PRIORIDADE NA CARIDADE FRATERNAL

PRIORIDADE NA CARIDADE FRATERNAL
(republicação)

Em 22/07/2017 o Respeitável Irmão Enéias de Assis Rosa Ferreira, Loja Amor e Concórdia nº 5, REAA, Grande Oriente Paulista (COMAB), Oriente de Jundiaí, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão:

Mais uma vez recorro aos seus ensinamentos. Fui iniciado na ARLS Cruzeiro do Sul, Oriente de Brasília – DF, em dez de 1979. Recebi, dentre outros, exemplar cuja capa segue no anexo. Um dos tópicos trata das antigas leis fundamentais e nele está item relativo à conduta do maçom e por fim, na página 30, conceitua-se a importância da caridade fraternal, como “…pedra fundamental, a chave, o cimento e a glória de nossa antiga Confraria….”. Parece-me que nos primórdios (guildas etc.) a associação então empírica vicejava na direção de autoproteção dos Irmãos e respectivas famílias diante de infortúnios (invalidez, óbito, desemprego, etc.). Com propriedade James Anderson cunha o conceito supra de Caridade Fraternal. Acredito que tenha sido até agora um pilar fundamental da Ordem. Constam dos rituais das Obediências que em igualdade de situação, opta-se pelo Irmão em face do profano.

Ocorre que por vários motivos (exposição pública, vaidade, orgulho ou o que for) muitas Lojas têm-se transformado em verdadeiras ONG’s de benemerência, priorizando terceiros sobre situações de Irmãos que demandam auxílio, em especial os mais velhos, aposentados e dependendo dos exíguos proventos.

Consulto-lhe:

1 – procederia minha interpretação de que a prioridade de concessão de benemerência seria ao Irmão necessitado (evidentemente após o devido estudo da situação, pelo Hospitaleiro e outros oficiais, em seguida o assunto proposto em Loja), pois se assim não fosse, apresenta-se claro e inequívoco desvirtuamento de um dos Princípios Fundamentais da Ordem, arranhando sobremodo a fraternidade?

2 – se possível informar-me onde posso obter o texto completo dessas Antigas Leis Fundamentais, seus Regulamentos e Constituições de Anderson, de procedência confiável e no idioma português.

CONSIDERAÇÕES:

Caridade desinteressada é indubitavelmente um dos principais esteios (alicerce) da Sublime Instituição. De atitude prática e objetiva historicamente ela é de fato na Maçonaria oriunda das antigas corporações de ofício medievais que tinham como objetivo, também se preocupar com o bem estar dos seus componentes e desenvolviam, por justa necessidade, ações de amparo e solidariedade que abrangia os filhos, esposas e viúvas do operariado (Box Club).

Seguindo o curso da história e com o advento da Moderna Maçonaria com a prática especulativa do ofício, a caridade virtuosa continuou a ser um dos principais artifícios da construção social, sobretudo primeiro aplicado entre os seus confrades, até porque para a construção sólida de uma sociedade melhor, o exemplo deve partir da própria casa. De fato, constitui ordem nas coisas.

Assim, é evidente que a prática da caridade deve vir acompanhada da justiça. Em Maçonaria a regra se aplica sempre em igualdade de condições e nunca em interesses.

Na ordem natural das coisas, em Maçonaria a caridade sigilosa começa por nunca se deixar um Irmão desamparado, embora ainda muitas Lojas não tenham se dado conta disso, deixando essa obrigação em segundo plano, elegendo prioridades como campanhas de benemerência e outros aspectos correlatos, mas além Loja.

Caridade maçônica verdadeiramente se aprende por primeiro entre os Irmãos e no seio da Loja, pois só assim é que essa virtude poderá ganhar sustentação suficiente para ser praticada fora dos umbrais dos nossos Templos. 

Obviamente que a solidariedade maçônica se aplica aos que, sofrendo os revezes da vida têm uma justa necessidade. Não se está aqui elegendo indiscriminadamente prioridades de ajuda, mas a aplicação do bom-senso sem que nunca antes se tenha deixado de fazer a lição de casa. 

Há que se analisar também que é a Loja que ensina o maçom a progredir na sociedade. É ela que ensina a disciplina da caridade, esperando que cada um dos seus membros sejam operários construtores de um edifício social justo, solidário e humano.

Não é propriamente a Maçonaria que é uma instituição filantrópica como querem algumas definições latinas e que são meramente transcritas nas constituições maçônicas. Há então que se compreender que beneficência é um dos ofícios do maçom que a aprende ao ser forjado na Loja. A virtude da caridade é uma virtude exigida do maçom pela Maçonaria, nunca na ordem subvertida.

Ratifica-se que a caridade maçônica, com justiça e sem limites começa no seio dada Loja. É daí que se aprende em Maçonaria que a caridade é a composição de amor ao próximo, bondade e benevolência. Ela é uma das virtudes exigidas de qualquer maçom e é consubstanciada simbolicamente no Tronco de Beneficência, ou Solidariedade, ou ainda outro tipo de coleta (no caso de ritos que não possuem o Tronco) destinado ao socorro aos necessitados, dos quais os próprios Irmãos. Também é obvio que a caridade não fica restrita ao produto do Tronco, mas a uma série de outras ações e procedimentos que envolvem a beneficência.

Cabe compreender também que a caridade maçônica não é apenas aquela destinada a satisfazer as necessidades físicas e materiais, mais também aquela que traz conforto moral e espiritual.

Assim, diante do que eu expus até aqui, sou solidário com o que comunga o Irmão apresentante da questão nº 1 acima, sobretudo quando ele menciona dar prioridade de concessão de benemerência aos Irmãos que porventura sejam possuidores de comprovada e justa necessidade, para só em seguida promover outras obras de caridade que por acaso possam se apresentar.

Quanto à súplica apresentada na questão nº 2, no que diz respeito aos textos traduzidos para a língua portuguesa das Antigas Obrigações, eu temo que isso não seja muito recomendável, senão uma consulta nos textos originais dos diversos manuscritos catalogados pela Quatuor Coronati Lodge, 2076 de Londres e outros elementos de pesquisa nesse sentido que podem ser examinados pela Internet. 

No Brasil eu recomendo a excelente obra do Irmão Ricardo S. R. do Nascimento, denominado Manuscrito Régius, publicado pelo Grande Oriente do Brasil em 1999. Essa obra trás a tradução confiável do Poema Régius datado de 1390. Nesse livro o Irmão também encontrará extensa bibliografia para consulta sobre outras Old Charges.

No que diz respeito às Constituições de Anderson eu não sei se seria bem o caso, até porque muitas Obediências, como o GOB, que já não mais as têm como instrumento jurídico, até porque a grande maioria dos seus Landmarks classificados não assume o caráter autêntico de serem eles imemoriais, espontâneos e universalmente aceitos. Ademais, Antigas Obrigações não podem ser confundidas com Landmarks. Se lhe aprouver pesquisar Landmarks eu recomendaria, por exemplo, as classificações de Pound e de Findel, dentre outros.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

VIRTUDE, VIRTUDES E BONS COSTUMES

VIRTUDE, VIRTUDES E BONS COSTUMES
Ir∴ Ambrósio Peters 

Em todos os diálogos as dificuldades de entendimento surgem da incorreta definição dos conceitos ou do uso de termos inadequados e equivocados. Quando os interlocutores se valem de termos iguais ou assemelhados cobrindo conceitos diferenciados em relação ao objetivo de um diálogo qualquer tentativa de esclarecimento deixará de ser um diálogo para se transformar num ríspido confronto de opiniões. 

Nesse sentido os termos virtude, virtudes e bons costumes geralmente considerados na seleção de novos aprendizes parecem um exemplo típico. Tentemos buscar as definições corretas, ou as definições padrões habitualmente consideradas. 

Qual o sentido do termo “Virtudes?”. 

1. O termo 'Virtudes", no plural, representa a disposição geral e constante do espírito para a prática do bem, isto é, um homem de virtudes tem o hábito de ser cumpridor das leis e obediente aos costumes da sociedade em que vive, portanto um homem de virtudes não é necessariamente um homem altruísta ou filantropo, embora tenha tendência de o ser. Um homem de virtudes é um homem socialmente correto. "Virtudes" se refere ao relacionamento humano. 

2. A expressão 'Virtudes teologais" representa as três virtudes da fé, da esperança e da caridade que se referem a relação do homem com o seu Deus. A Fé, simbolizada por uma cruz é a adesão e a anuência pessoal aos desígnios de Deus. A Esperança, simbolizada por uma âncora, é a firmeza na proteção e no amparo de Deus. A Caridade simbolizada por um coração, é o amor-caridade, o desejo da identificação pessoal com o amor de Deus aos homens. 

Já "virtude", no singular, é um termo mais preso à realidade do dia a dia, e pôde ser definida sob três aspectos distintos. 

1. Como característica natural virtude é a capacidade de qualquer ser de desenvolver as suas qualidades específicas naturais, seja um animal, uma planta, um ser inanimado ou um ser conceptual como a arte. Podemos dar como respectivos exemplos, as características do leão, as propriedades de uma palmeira, as características animais do homem ou as características de um carvalho, as propriedades de uma diamante ou as características da arte da arte da escultura. Estas virtudes não são produto do treinamento. Por exemplo, é virtude do leão de caçar para sobreviver, mas o aprendizado do exercício pratico dessa caça se classifica no item seguinte. 

2. De características mais limitadas são as capacidades ou as potências próxima do homem e as do próprio homem, desenvolvidas através de um aprendizado; como por exemplo saber caçar, saber pintar, saber cantar, conhecer a arte da guerra. São as capacidades não encontradas habitualmente e que não podem ser impostas por leis. Não deprimem o homem que não as tem, mas lhe trazem venerabilidade e a respeitabilidade, e sempre são livres de conotação moral. 

3. Em terceiro lugar nesta classificação vem a virtude nobre exclusiva do homem, a capacidade potencializada de natureza moral que não se formam ao nível do corpo físico, mas se forma ao nível da percepção cerebral, ou ao nível da alma como dizia Platão. Essa é a virtude por excelência, pois depende de um longo treinamento do espírito... 

O termo "bons costumes" se relaciona ao comportamento que num determinado grupo social são prescritos do ponto de vista social ou moral. O homem de bons costumes é o homem que respeita os valores consagrados pela tradição, transmitidos de geração em geração. Esses valores são aleatórios pois variam de geração para geração, e divergem entre os grupos sociais. Por exemplo á virgindade feminina tinha um inestimável valor moral e social na geração passada, mas na geração atual esse valor está desaparecendo. 

Quando examinamos essas características vemos que todas elas tem em comum a continuidade e a prática constante. Essa constância pode vir através da fé, como as virtudes teologais, pode vir naturalmente pela transmissão hereditária de caracteres naturais nos seres vivos, pode vir da regularidade das combinações químicas, pode vir através do treinamento de dotes naturais. 

Mas o que interessa ao maçom é que neófito seja não só um homem de virtudes, um homem de moral elevada, um homem de bons costumes, mas lambem que seja um homem treinado ao nível da alma nas palavras de Platão, ou ao nível do espírito ou ao nível cerebral. O que interessa ao Maçom é especialmente o treinamento para o exercício da fraternidade universal, que leva a fraternidade não só entre os irmãos mas a todos os homens; que leva ao altruísmo positivista, ao sentimento cristão do amor 

ao próximo, que nos faz sentir não como um membro de uma Loja somente, ou membro de uma nação, mas nos faz sentir como membro da humanidade. Essa é a característica que interessa a Maçonaria. 

O que valoriza o homem e deveria valorizai especialmente o Maçom, não pode ser avalizado por certidões negativas, nem por vagas informações de terceiros e nem por entrevistas feitas por pessoas que não possuem esse sentimento da fraternidade universal. 

O conceito de virtudes, virtude e bons costumes aliado ao conceito de continuidade será fácil de perceber através de relações pessoais quando os resultados podem ser aferidos de imediato, Mas isso não acontece com os atos de conotação moral cujos resultados somente serão percebidos por quem os prática, no âmbito do seu espírito. 

Vamos dar um exemplo. Jogar uma moeda na caixinha de sapatos de um esmoler sentado no meio-fio a tocar sua sanfona quase sempre é um simples ato de piedade, de comiseração, um simples ato esporádico sem continuidade. Vamos a um exemplo mais clássico. Todos os anos contribuímos para entregar a um asilo de velhinhos uma cesta de natal, mas não pensamos neles durante o resto do ano, assim como no restante dos dias não pensamos nos esmoleres sentados na calcada. Isso não são atos virtuosos, pois não são constantes. 

O virtuoso não dá as moedas que sobram no seu bolso e por vezes só o faz porque o incomodam. O virtuoso é aquele que pensa no pobre da esquina, ou no asilo de velhinhos o ano todo e se preocupa com isso permanentemente. E ai está o ato de virtude, a continuidade, a preocupação permanente. 

Mas não percamos de vista que há outras maneiras de demonstrar fraternidade além de dar contribuição financeira. Você pode simplesmente demonstrar carinho para os desvalidos da sorte, você pode participar da organização das entidades assistenciais. Se estiver de bolso vazio abra o seu coração, ou abra sua mente e leve aos outros a cultura que tem. 

Nos deveríamos sentir humilhados ao ouvimos o tilintar de moedas lançadas displicentemente numa sacola a favor das viúvas e órfãos ou num prato que corre entre os fieis nas igrejas a favor das obras sociais. Não há simbolismos na prática do amor ao próximo, na prática da caridade, e muito menos pode haver simbolismo na pratica da fraternidade maçônica. 

O amor ao próximo, a fraternidade, o altruísmo, são qualidades da alma, são qualidades do espírito que não podem ser delegadas a terceiros. 

Não podemos dizer que mão direita não deve saber o que faz a esquerda porque podemos estar querendo esconder o pouco que fazemos. 

Fonte: JBNews - Informativo nº 0164 - 07/02/2011

domingo, 27 de março de 2022

DISPOSIÇÃO DO ESQUADRO E DO COMPASSO NO GRAU 2

DISPOSIÇÃO DO ESQUADRO E DO COMPASSO NO GRAU 2
(republicação)

Questão apresentada pelo Respeitável Irmão José Aparecido dos Santos, Loja Justiça, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Maringá, Estado do Paraná. aparecido14@gmail.com

Surgiu uma dúvida e isto já vem em várias sessões de trabalho o qual solicito deste nobre amigo, irmão em efetuar um estudo e dar o seu retorno sobre o tema abaixo;

- Disposição do Esquadro e Compasso sob o Livro da Lei no Altar dos Juramentos, sendo no Grau de Companheiro (REAA).

Sempre tenho visto a colocação do Compasso e o Esquadro com um das hastes por baixo e a outra livre, sendo que a haste que fica do lado da Coluna Norte por baixo e a outra haste livre por cima do Compasso na Coluna Sul. Mas, tendo amigos, irmãos que citam que deve ser ao contrário e ficando a haste da Coluna Norte por cima e a haste da Coluna Sul por baixo e em pequena compreensão, o correto é a haste da Coluna Norte por baixo e a haste da Coluna Sul por cima do Compasso, devido o Companheiro já ter parte de sua compreensão e poder se dirigir para outra Coluna. Peço o vosso estudo e retorno.

CONSIDERAÇÕES:

Antes do comentário propriamente dito deixo aqui algumas ponderações que penso serem necessárias. Assim estas abordarão o tema de maneira tradicional e sustentada pela razão. Também não tenho a intenção de ferir ou desrespeitar esse ou aquele ritual legalmente aprovado e em vigências nas três Obediências brasileiras. Assim os rituais, mesmo que se desencontrem com os meus comentários, primeiro eles devem ser inquestionavelmente obedecidos na forma da Lei. Questioná-los é a questão e nunca os desobedecer.

A dúvida apresentada. A disposição entrelaçada entre as hastes do Compasso e os ramos do Esquadro tem o sentido de indicar a evolução do Obreiro, dada à consideração de que existe na Maçonaria Especulativa a intenção de preparar o Homem pelo aprimoramento moral e intelectual. 

Alguns Ritos, como é o caso do Escocês Antigo e Aceito ainda preceituam uma evolução que se embasa na tese de que a materialidade é apenas e tão somente uma manifestação de exterioridade, o que leva uma indicação simbólica para dois instrumentos imprescindíveis para a edificação de uma boa obra – o Esquadro, nesse caso como emblema representativo da matéria, enquanto que o Compasso, também nesse caso como insígnia da espiritualidade, respeitadas aqui quaisquer convicções e crenças do material humano. 

Dado a isso, os instrumentos imprescindíveis compõem junto com o Livro da Lei a importante tríade conhecida da Maçonaria francesa como as Três Grandes Luzes Emblemáticas e na inglesa como as Três Luzes Maiores.

No tocante a essa importância evolutiva, o Livro da Lei é o código de moral sobre o qual o Obreiro presta a sua obrigação para cumprir e respeitar o que nele está escrito, enquanto que o Esquadro e o Compasso tendem a representar essa compreensão ao longo da vida. É exatamente daí que a Moderna Maçonaria representa os seus universais três graus de evolução – Aprendiz, Companheiro e Mestre. Como? Dispondo os dois instrumentos em três posições distintas conforme o Grau.

Dadas essas breves considerações, o Esquadro e o Compasso como componentes das Luzes Emblemáticas não são os mesmos de cunho operativos, literalmente usados nas construções do passado. Há que se notar que o Esquadro e o Compasso dispostos sobre o Livro da Lei compreendem os Paramentos da Loja e indicam inclusive que a mesma está aberta, ou em trabalho. 

Não é dado a ninguém retirar qualquer desses instrumentos para uso em passagens ritualísticas, pois para isso, existem outros que suprem a necessidade, se for o caso, que representam o trabalho operativo. Assim o conjunto das Três Grandes Luzes Emblemáticas fica visível para observação de todos os ocupantes do Canteiro (Loja) como um código de moral e compromisso assistido.

Todo esse resumo acima descrito tem a intenção de chamar atenção para o seguinte:

O Esquadro e o Compasso como componentes das Luzes Emblemáticas não sugerem de maneira alguma o trabalho operativo, senão uma indicação de resultado obtido pelos obreiros. Conforme a evolução e o aperfeiçoamento do trabalho a disposição dos instrumentos simboliza a situação alcançada. No Rito Escocês Antigo e Aceito, o número de Luzes acesas sobre o Altar ocupado pelo Venerável e as mesas dos Vigilantes têm relação imediata com a disposição do Esquadro e o Compasso – mais Luzes, mais esclarecimento.

Dadas essas considerações, o Esquadro componente das Três Luzes Emblemáticas, não é operativo, portanto não possui cabo e é de ramos iguais. A sua relação simbólica, nesse caso identifica a materialidade humana.

Apenas a título de esclarecimento, o Esquadro de ramos desiguais, ou com cabo, é aquele preso ao colar do Venerável e tido como a joia do Mestre que dirige os trabalhos. Esse tipo de Esquadro (operativo, ou com cabo) no rigor da tradição não deveria ser usado sobre o Livro da Lei. Infelizmente, não é isso que se vê na unanimidade dos rituais, onde muitos ritualistas não se aperceberam a existência de diferença simbólica entre ambos.

Esses equívocos acabam por trazer dúvidas onde muitos Irmãos perguntam se o lado menor fica a direita ou à esquerda na armação simbólica da Loja. Ora, se bem compreendida a Arte, esse Esquadro não tem cabo, é de ramos iguais, portanto, não faz qualquer sentido a questão.

Agora vem o caso do Compasso e o entrelaçamento com o Esquadro sobre o Livro da Lei no Grau em questão. Da mesma forma como o lado do inexistente cabo do Esquadro nesse caso, não existe qualquer regra racional que indique qual haste do Compasso fique por sobre o ramo do Esquadro. Isso tanto faz. Basta que os instrumentos sejam entrelaçados no Segundo Grau, já que essa indicação representa o equilíbrio e tanto para à direita como para à esquerda não altera essa concepção.

Teses que indicam que deve ser para o Sul por ser o lado do Companheiro em Loja são meras especulações. Esquadro e Compasso com integrantes dos Paramentos da Loja não representam Aprendizes e Companheiros, todavia um conjunto emblemático sugerindo que os trabalhos da Loja estão mais aprimorados.

Outro aspecto: No Rito Escocês original o Altar dos Juramentos fica no Oriente diante do Altar ocupado pelo Venerável Mestre. Pois bem o Oriente é o Leste e no Leste não tem nem Norte nem Sul, o quadrante é simplesmente o Oriente. Para quem ainda possa sustentar a tese de que a ponta da haste aponte para o Sul, então os ramos do Esquadro apontam para onde?

Tem mais. E os formatos de trabalho como é o caso do Inglês (Emulação, por exemplo) que o Livro fica voltado para o Mestre da Loja (Venerável). Como ficaria a tese de para onde estaria a ponta livre do Compasso, já que este fica voltado para o Oriente?

Mesmo o Rito Americano (York) onde o Altar dos Juramentos é colocado no centro do Templo. Nesse caso para a ponta livre apontar verdadeiramente para o Sul, ter-se-ia que abrir o Compasso a cento e oitenta graus? Não menos interessante seria a de se achar uma maneira pela qual um dos ramos do Esquadro apontasse diretamente para o Norte.

Finalizando, penso que em não raras vezes muitos Irmãos procuram dourar a pílula sem que antes observassem o sentido racional da proposta doutrinária maçônica.

Nada está disposto na Loja por mero acaso, todavia para quaisquer considerações a respeito, devemos antes deixar de lado a licenciosidade, bem como o fator do que “se acha”. 

Também fica aqui o alerta de que pesquisar não o ato puro e simples de se ler escritos em livros e já se imaginar que aquilo é Verdade. Pela própria constituição da Maçonaria, tanto pelo seu sincretismo como pelo caráter sigiloso, não se encontram conclusões claras e objetivas. Para tanto existem métodos que nos conduzem a aproximarmo-nos da Verdade, não sem antes percorrermos um longo caminho espinhoso e paciencioso.

Todo aquele que se envereda pela pesquisa e historiografia da Ordem, fará o seu primeiro progresso quando compreender que em Maçonaria, raramente se encontram conceitos prontos. Até pode acontecer, porém a questão é a arte de perscrutar a sua veracidade.

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews n. 723, 19/08/2012

A COMPANHIA DOS CARPINTEIROS DE LONDRES

A COMPANHIA DOS CARPINTEIROS DE LONDRES

Antes de 1666

Os primeiros 400 anos

Por volta de 1333, a Companhia dos Carpinteiros havia desenvolvido um ‘Boke of Ordinances’ estabelecendo várias regras. A maioria dizia respeito ao fornecimento de ajuda a membros necessitados e incluía o pagamento de 12 “pennies” ano para ajudar aqueles que adoeciam ou se machucavam no trabalho. Os membros da fraternidade também eram obrigados a empregar outros membros que não tinham trabalho com preferência sobre outros carpinteiros. Esperava-se que os membros assistissem à missa duas vezes por ano e comparecessem aos funerais dos irmãos e irmãs da Companhia.

O ‘Boke’ também registra que os membros se encontravam no Hospital de St Thomas o Martir, uma comunidade religiosa em West Cheap.

Cartas Patentes Reais
A primeira carta patente da foi concedida à Companhia em 1477 e ela foi incorporada por Carta Patente ou Estatuto Real como uma das Companhias de libré da Cidade de Londres, confirmada por cartas constitutivas subsequentes, a Companhia dos Carpinteiros é uma entidade corporativa com o nome de ‘The Master, Wardens e Commonalty of the Mystery of Freemen of the Carpentry of the City of London’ (O Mestre, Vigilantes e comunidade do Mistério de Homens Livres da Carpintaria da Cidade de Londres). Detalhe da Carta Patente de 1640

Como tal, a Companhia pode receber legados e presentes de propriedade, pleitear em quaisquer tribunais e ter um Selo Comum.

Em 1607, uma nova carta patente de James I estendeu a jurisdição da Companhia da City para duas milhas além das Muralhas da Cidade, e uma nova carta de 1640 estendeu os poderes da Companhia para quatro milhas.

A era da madeira e do gesso

Durante o período medieval, a maioria dos edifícios domésticos eram construídos em madeira e gesso. A Companhia dos Carpinteiros, junto com a Companhia dos Maçons, era a principal responsável pelo comércio de construção na Cidade de Londres.

As ordenanças ou regulamentos da Companhia de 1455 afirmavam que a Companhia seria governada por um Mestre e três Vigilantes eleitos anualmente. O Mestre e os Vigilantes tinham poderes para revistar as oficinas de carpinteiros e garantir que as madeiras que estavam usando atendiam aos padrões estabelecidos pela Cidade de Londres.

Um Tribunal de Assistentes também foi nomeado para ajudar a regular a atividade de carpintaria. Os membros do Tribunal deveriam ser ‘seis ou oito dos homens que já ocuparam cargos ou têm o mesmo peso em seu ofício’.

O Grande Incêndio de Londres

Em 1666, o Grande Incêndio de Londres destruiu a maioria dos edifícios de madeira da cidade. Inicialmente, o trabalho de reconstrução trouxe prosperidade a muitos que trabalhavam nos oficios de construção, incluindo carpinteiros. No entanto, a Lei de 1667 para a Reconstrução da Cidade de Londres exigia que tijolos e pedras fossem usados para os novos edifícios.

Os novos edifícios exigiam menos reparos e manutenção do que os da Cidade velha e, na década de 1670, o desemprego começou a aparecer entre os carpinteiros da cidade. As leis de reconstrução também removeu os poderes restantes que a Companhia dos Carpinteiros tinha sobre o ofício.

Junto com a redução da demanda por carpinteiros, a renda e o prestígio da Companhia de Carpinteiros começaram a declinar.

1666 - até hoje:
Emergindo das cinzas

Durante o século XVIII, a Companhia dos Carpinteiros procurou terrenos e investimentos imobiliários para obter renda. Uma fazenda de 63 acres na freguesia de West Ham, perto de Stratford, foi uma compra notável em 1767.

A gestão cuidadosa da Companhia em suas propriedades e investimentos continuou no século XIX e sua crescente prosperidade foi impulsionada consideravelmente à medida que os valores das propriedades e aluguéis em Londres aumentaram. A Companhia também se beneficiou do crescimento econômico geral do país e da venda altamente lucrativa de terrenos para a Great Eastern Railway e outras empresas ferroviárias entre 1830 e 1870.

Novos Desenvolvimentos

Na década de 1870, o aumento da riqueza da Companhia permitiu que ela reconstruísse seu Salão (Hall) e se envolvesse mais em atividades de caridade e educacionais.

Em 1886, a Companhia abriu um instituto noturno em sua propriedade de Stratford, oferecendo aulas de carpintaria, marcenaria, encanamento, geometria, desenho mecânico e culinária. Em 1891, o instituto tornou-se uma escola diurna para meninos até seu fechamento em 1905, quando o conselho local abriu sua própria escola.

O atual Centro Carpenters and Dockland cresceu a partir do Carpenters ‘ Institute, originalmente estabelecido como um estabelecimento social no início do século XX, e continua a receber um apoio considerável da Companhia.

Apoio ao Treinamento Profissional

A Companhia foi membro fundador do Instituto City and Guilds of London em 1880, juntamente com uma série de outras Companhias de Libré da cidade, refletindo o crescente interesse da Companhia na educação técnica.

Durante o final do século XIX e início do século XX, exames técnicos, palestras e exposições sobre trabalho em madeira e marcenaria eram realizadas regularmente no Carpenters ‘Hall. Após a Segunda Guerra Mundial, o interesse pelos exames técnicos diminuiu e, em 1955, a Companhia lançou um Concurso Anual de Artesanato de Carpinteiros que ainda hoje acontece.

Em 1890, a Companhia ajudou a criar um corpo para instrutores de marcenaria e outros artesãos, conhecido hoje como Instituto dos Carpinteiros. O Instituto foi fundado por 11 artesãos com altas notas nos exames da Empresa. Sua função era supervisionar o treinamento de carpinteiros e marceneiros em uma época em que muitos temiam que as habilidades tradicionais estavam sendo perdidas.

A Companhia dos Carpinteiros estabeleceu sua própria Escola de Treinamento Comercial em 1893, agora Colégio de Ofícios de Construção, no West End de Londres. Ele foi transferido para um edifício construído para esse fim em Stratford, East London em 2001 e continua a representar o compromisso da Companhia com o treinamento em trabalhos em madeira.

O século XXI

Em 2004, a Companhia elaborou novas Ordens Permanentes e, como resultado, os membros do sexo feminino puderam se tornar membros da Libré pela primeira vez. A empresa continua a desenvolver seus interesses imobiliários a fim de financiar seus objetivos de caridade, que incluem o apoio ao Charitable Trust e ao Building Crafts College. (Fundo Beneficente e Colégio de Ofícios de Construção)

Estados Unidos

A Carpenters’ Company da Cidade Condado de Philadelphia é a corporação de ofício mais antiga existente nos Estados Unidos. Fundada em 1724, a Companhia consiste em cerca de 200 proeminentes arquitetos da área da Filadélfia, empreiteiros de construção e engenheiros estruturais e teve quase 900 membros em seus quase três séculos de existência. 

A Companhia construiu, é proprietária e continua operando o Carpenters ‘Hall localizado no Independence National Historical Park da Filadélfia. 

Em 1774, o Hall serviu como local do Primeiro Congresso Continental.

Fonte: https://bibliot3ca.com

sábado, 26 de março de 2022

TRANSMISSÃO DA PALAVRA NA ABERTURA E NO ENCERRAMENTO - REAA


TRANSMISSÃO DA PALAVRA NA ABERTURA E ENCERRAMENTO - REAA
(republicação

Em 18/07/2017 o Eminente Irmão Luis Carlos de Castro Coelho, Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente do Brasil – Goiás, a pedido de um Respeitável Irmão do Estado de Goiás, formula a seguinte questão pertinente ao REAA:

Meu amado irmão.
Estou sendo questionado no seguinte teor abaixo e gostaria de obter do mano a orientação devida que sei será cabível e precisa como sempre vem realizando para o engrandecimento de nossa Ordem.

"Eminente irmão Luis Carlos. Uma pergunta que sempre faço e até o momento não recebi uma resposta lógica. Se a Palavra Sagrada na abertura dos trabalhos sai do Venerável, por que no encerramento ela não volta a ele? No mundo inteiro no REAA a ritualística é essa?"

Desde já agradeço ao amado irmão pelo carinho sempre a nós demonstrado e externado.

CONSIDERAÇÕES:

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE JOSEPH RUDYARD KIPLING

JOSEPH RUDYARD KIPLING (Bombaim, Índia Britânica, 1865 — Londres, 1936). Escritor e poeta indiano, Prêmio Nobel de Literatura em 1907. Foi Iniciado na Índia sob a Constituição Maçônica inglesa, tendo sido, pouco depois, eleito Secretário, Depois de Iniciado se filiou à Loja Motherland nº 3861, em Londres. Foi eleito Membro Honorário da Loja Cannongate Kilwinning nº 2, em Edimburgo (Escócia). Escreveu algumas obras maçônicas.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 05 de abril de 1886 (Segunda-feira).
Loja: Esperança e Perseverança nº 782, Pinjab, Índia.
Idade: 20 anos.

Oriente Eterno: Faleceu aos 70 anos de idade, vítima de úlcera duodenal.

UMA FÁBULA DE PEDREIROS LIVRES

UMA FÁBULA DE PEDREIROS LIVRES
Wiliam F. Nogueira, M.M.
ARLS Wilton Cunha nº 144, Oriente de São João de Meriti (RJ) – Brasil

Era, 12:00 em ponto e o sol estava à pino, quando mandou os obreiros ao trabalho o irmão segundo vigilante, e a grande obra ganhava mais um dia de suor e labor daqueles valorosos e dedicados obreiros .

Como de costume o canteiro estava impecável e a cada peça terminada rapidamente se recolhia ao se lugar e dava lugar a outro trabalho e de tão dinâmico se dava o movimento, foi fácil para alguns perceberem um jovem irmão que destoava dos demais por estar impavidamente imóvel defronte a uma pedra milimetricamente esquadrejada e de tal forma polida que como um espelho este podia avistar a todos os que estavam ao seu redor, apenas no fitar de suas 4 faces.

Envolvidos em suas atividades individuais, muitos dos irmãos sequer lhe davam atenção, porém do oriente ele estava sendo observado, extasiado com aquela construção, estático, como quem espera os louros de uma grande conquista.

Percebendo isso, muitos dos mestres o ignoravam – não lhe daremos atenção – dizia um mestre a outro – para que não fique cheio de si – sussurravam.

Mas um dos irmãos, o mais sábio por sinal, portando um livro aberto sobre fundo radiante foi ter com este irmão companheiro.

- Boa tarde meu querido irmão, mas que bela obra tens aí!

Ao que lhe respondeu o jovem companheiro:

- E não o é! Poucas vi iguais, com tamanha precisão e tão perfeito esquadrejamento. Acho até que deveria ser exposta como exemplo, para todos pudessem ver que beleza é esta obra.

- Sem dúvida – concordou o Orador – E acrescento, uma construção tão bela precisa ser imortalizada, pois a que outra pedra restaria a honra de ser a base, no angulo Nordeste de tão promissora construção que erigimos aqui?

Logo aquela conversa suscitaria a atenção de outros irmãos, pois afinal, não era todo dia que a sabedoria do Irmão orador estava ao alcance de todos no ocidente.

Por fim acabaram-se amontoando vários irmãos para admirar aquela cena e muitos se deram conta daquele trabalho justo e perfeito, que por tanto tempo, apenas aquele companheiro olhava e observava.

Muito feliz por tanta atenção conquistada, disse aquele jovem irmão.

Perfeitas as suas palavras meu sábio irmão orador, e a propósito, visto que tão perfeita obra produzi, já é tempo de ser reconhecido meu valor nesta oficina, inclusive, desafio-os a encontrar alguém que obra tão bela quanto esta, tenha esquadrejado, e como é certeza não encontrarás, exijo por tê-la feito, meu aumento de salário.

O irmão Orador, sem que sequer tremesse seu semblante, assentiu com a cabeça, neste momento já observado por toda a loja que simplesmente parou, serenamente lhe respondeu.

Mais uma vez tendes razão – e todos o fitaram com surpresa, porém ele continuou – e aceito está o seu desafio, adverti-lo-ei, entretanto, que uma obra não pode ser considerada completa e perfeita, apenas ao olharmos sua casca, pois assim como a romã é sustentada internamente por suas sementes, a retidão e a justiça somente serão sustentadas por fortes princípios internos, que não se podem ver a olho nu. Mas veremos ao nosso redor.

Com tantos irmãos olhando o que vinha acontecendo, poucos ainda estavam trabalhando, porém ao olhar no topo da coluna nordeste, lá estava um pequeno aprendiz, com uma pedra tão perfeita quanto à do companheiro, e que por tão concentrado em seu trabalho, sequer levantou a cabeça quando aquela turba foi ao seu encontro.

Ao perceber enfim o Orador a sua esquerda e o companheiro a direita o aprendiz os reverenciou e feliz por sua presença lhes recepcionou.

A que devo tanta honra meus irmãos virem observar-me no trabalho?

Ao que o companheiro sem sequer lhe responder já começara a medir a pedra do aprendiz como que a procurar alguma imperfeição, enquanto este conversava como o irmão Orador.

Que bela obra tens aí irmão aprendiz – ao que lhe respondeu.

Trabalho nela há muito tempo meu irmão e sempre que me deixo pensar que está completa, procuro e encontro alguma imperfeição, começando novamente o trabalho alegremente, pois não é o fim que procuro, mas um eterno recomeço.

Sem ouvir-lhe como deveria, o companheiro diz – Pois então, acho que não deves mais se preocupar com isso, pois inspecionei sua obra e, é claro que não está tão boa quanto a minha, mas está quase perfeita, acho até que deves exigir também aumento de salário, e permito-lhe até que ponha tua pedra logo acima da minha, como base no ângulo Nordeste da obra que sobre elas será levantada, mas o nome. Insisto que seja posto somente na minha, pois venci o desafio.

Fitando-lhe com feição de dúvida, olha-lhe com ternura o irmão aprendiz.

Meu irmão companheiro, com todo o respeito não entendo, como posso eu vangloriar-me desta obra se não fui quem a construiu.

Mas como, se vejo teu avental assim como toda a tua vestimenta lavada em pó de pedra e tu mesmo disseste que há tempos vem trabalhando nesta obra? Questiona-lhe enfaticamente o companheiro.

E não é isso por fim que viemos fazer aqui? – Interrompe-lhe educadamente o Orador- ou julgas que gastamos em vão nossas forças?

Ao ouvi-lo pacientemente, pede a palavra o irmão aprendiz.

Entendo a dúvida de nosso irmão companheiro, porém, ainda assim, não me sinto proprietário de tal obra apenas por que trabalhei nela – e estendendo em suas mãos o maço e o cinzel disse – sinto-me por fim nesta construção como estas ferramentas, que nas mãos de Deus, dão forma ao que o GADU projetou para minha vida e para a vida daqueles ao meu redor residem. – e completou – como poderia eu roubar a glória do Grande arquiteto, pois se for de sua vontade sequer levanto de minha cama pela manhã, sequer respiro o ar que a todos é facultado gratuitamente.

Mas com o coração endurecido o companheiro pôs-se a exigir a promessa do Orador e um grande brado se fez ouvir do trono de Salomão.

Fazei cumprir o que foi prometido ao irmão companheiro – Era a voz do Venerável Mestre – porém é minha a honra de escrever o que lhe cabe em sua pedra.

Feliz que não cabia em si, o companheiro viu sua pedra ser posta no topo da coluna Nordeste e várias pedras serem colocadas sobre ela, e quanto mais pedras eram colocadas mais ele vibrava, porém, começou-se a perceber um problema. Por mais que os mestres tentassem, não se conseguia manter a estrutura firme e a beleza daquela obra não se sustentava, até que pararam de construí-la, pois material estava sendo gasto e nada dava certo.

Indignado com o que ocorrera, o irmão companheiro acompanhado do Orador e do irmão arquiteto foram vistoriar a construção.

Só podem estar querendo me boicotar – disse o irmão companheiro, como pode uma pedra tão perfeita ser base para uma construção tão imperfeita?

Sem nada dizer, os irmãos orador e arquiteto se puseram a esperar, aguardando que algo fosse percebido pelo companheiro e em verdade, o foi.

Ao olhar com a devida atenção, o irmão companheiro percebeu que o Venerável Mestre não havia escrito seu nome na pedra, mas havia gravado uma palavra, lá estava escrito VAIDADE.

Então ele tudo entendeu, e chorando, tornou-se para o irmão aprendiz e pediu-lhe sinceras desculpas. Com os olhos também marejados o irmão Orador lhe deu um abraço e antes que ele também se desculpasse com ele, deu suas considerações.

A mais bela obra sustentada sobre a vaidade é oca e sem destino, morre em si mesma e mata tudo que se aproxima dela. Acrescento que a vaidade é o pior dos vícios, pois é inimiga da inteligência visto que o vaidoso acha que já não tem mais nada a aprender, relegado ao ostracismo e à solidão, pois por se achar tão melhor que todos, se isola no próprio ego. A vaidade já destruiu impérios, e até universos, pois quando uma loja morre por vaidades, é um conjunto de galáxias que se perde. – concluiu o orador.

O venerável Mestre ao ver que ainda não tinha conseguido se recuperar da lição que havia aprendido, se dirigiu ao companheiro em suas palavras finais.

Anima-te irmão companheiro, pois agora é a hora de aprender, tenho certeza que a partir desta lição, serás, no tempo certo, um mestre mais preparado, do que teria sido se por tudo isso não tivesses passado. – e acrescentou – de toda obra de tuas mãos, dá graças ao Grande arquiteto, pois é dele que vem o querer e o realizar, agradecendo, sobretudo, por estares aqui e por seres maço e cinzel nas suas mãos, a construir um novo mundo, que a partir de hoje tem uma pedra mais desbastada, que é você, a fazer parte desta construção.

Que horas são irmão primeiro Vigilante, bradou do Trono de Salomão.

Meia noite em ponto, respondeu-lhe o irmão Primeiro Vigilante.

E mais um dia de trabalho se passou naquela oficina, com a certeza de que os trabalhos transcorreram justos e perfeitos, e mais um pequeno passo se deu para a evolução do Gênero humano, pois afinal, o que viemos fazer aqui?

“Uma mente que se abre a uma nova idéia, nunca mais torna ao seu tamanho original.” – Albert Einstein.

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br