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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

POSIÇÃO DO ESQUADRO E DO COMPASSO

POSIÇÃO DO ESQUADRO E DO COMPASSO
(republicação)

Questão que faz o Respeitável Irmão Nilson Alves Garcia, Mestre Instalado, Loja Estrela da Serrinha, REAA, GOB, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás.
nilson@higintel.com.br

Peço que você me responda com urgência. Na abertura do Livro da Lei no Grau II, no ritual diz “ponta direita do compasso sobre o esquadro”. Eu não concordo com o ritual. Gostaria que você me respondesse com urgência, porque tem alguns irmãos que dizem que temos que obedecer ao ritual, e nestas alturas fico em dificuldades, apesar de orientar conforme meus conhecimentos, mas se tiver um parecer seu, me sinto mais tranquilo.

CONSIDERAÇÕES:

Em linhas gerais, não existe uma regra consuetudinária sobre qual haste do compasso ficaria sobre o ramo do esquadro. Falo em “ramo” porque o esquadro como parte integrante das Três Grandes Luzes Emblemáticas verdadeiramente não possui cabo, e sim ramos iguais, pois o importante é o ângulo (noventa graus) que ele representa.

O esquadro que deveria possuir ramos desiguais, isto é, com cabo, seria aquele relacionado à joia do Venerável Mestre, dando ao instrumento um caráter operativo.

No tocante ao entrelaçamento dos dois instrumentos sobre o Livro da Lei, alguns ritualistas apregoam que a haste direita do compasso (do ponto de vista do Ocidente para o Oriente) se coaduna com a posição dos Companheiros que corresponde à Coluna do Sul.

Para outros, o importante é o entrelaçamento, não importando o lado em que a haste do compasso fique sobre o ramo do esquadro (direito ou esquerdo).

Nesse contexto, fico com aquela que indetermina o lado, tanto fazendo estar à direita ou à esquerda.

Assim entendo porque a lição está em que o Companheiro, já mais instruído, pode se deslocar da marcha em linha reta para qualquer lado, pois o mesmo, figuradamente, não se perderia e sempre voltaria ao objetivo que o norteia em direção à Luz (Oriente).

Obviamente na Marcha do Grau de Companheiro, faz-se uma opção, tanto para a direita, ou para a esquerda. Todavia, seria mais aconselhável que ele em Loja aberta desse o passo para à esquerda, pois isso evitaria uma passagem para o Hemisfério Sul, sem circulação.

Dadas essas considerações, o Ritual em vigor apregoa o passo para à direita, talvez em relação à posição do compasso no Grau de Companheiro sobre o Livro da Lei.

À bem da verdade essa relação não existe, todavia, assim está escrito no ritual em vigor, e dessa maneira temos que observar o procedimento – tanto na haste do compasso para à direita, assim como o passo também à direita.

Talvez o passo seja passível de correção futura, entretanto a ponta do compasso me parece que assim pode permanecer.

Ratificando, sobre o Livro na Lei na abertura dos trabalhos no Grau de Companheiro a haste livre do compasso tanto faz, ou para à direita, ou para à esquerda, contudo o Ritual opta pela direita e assim, nesse caso, deve ser cumprido.

Finalizando, não existe regra racional para esse procedimento (direito – esquerdo), desde que no Grau em questão os dois instrumentos estejam entrecruzados na forma de costume.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 589, Florianópolis (SC) 08 de Abril de 2012.

FRASES ILUSTRADAS

 

A MELODIA DO SILÊNCIO

A MELODIA DO SILÊNCIO
Ir∴ Norberto P. de Barcellos

O silêncio é um convite para a meditação, para a reflexão. Aliás, diga-se de passagem: sem a existência do silêncio, como receber inspiração para isso? Quando praticado, traz um forte sentimento de satisfação interior e, consequentemente, mental. Dentro de um templo, por exemplo, ou em um lugar apropriado, percebemos o valor do silêncio com nítida facilidade. Mais precisamente aqui, nas nossas reuniões, caso possamos sentir com clareza a nossa reação verdadeiramente íntima, perceberemos que o nosso silêncio nos eleva a um claro convite para a união espiritual que comunga com a harmonia do ambiente.

A ciência já nos ensinou que somos seres que produzimos e emanamos energias. O universo na sua totalidade é feito de vibrações com as mais variadas intensidades, sendo que, a nossa mente forma uma energia ininterrupta. É um assunto complexo e longo, mas se por nós aceitos, veremos que as nossas mentes uma vez que particularizadas pelas vibrações, transmitem e são receptivas a todas espécies de manifestações, constituindo-se de sinais que se comunicam com aqueles que dividem conosco o mesmo ambiente. É uma ação interativa e recíproca ou mútua ou de troca. Emitimos e recebemos.

Um dia li que a nossa atividade cerebral, os nossos pensamentos, as nossas emoções, são vibrações que se transformam em ondas elétricas quando emitidas. Portanto, parece-nos lógico que, os sinais vindos do nosso cérebro, podem variar de intensidade de acordo com a situação. Então, otimizando o exemplo, vamos direcionar as nossas energias para o bem como vibrações positivas e, as dispersas como turbulentas. É claro que vamos nos deparar com uma situação claramente confusa.

As vibrações opostas obrigatoriamente entrariam em choque, umas com as outras, criando campos de intensa turbulência. Seria como uma orquestra, estando cada músico tocando o seu instrumento numa afinação diferente, causando um som destoante, desagradável e desarmônico no seu conjunto. Algo ruim e harmonicamente negativo. Outro dia, nas páginas de um livro do Maestro Isaac Karabthevski, li a sua belíssima definição sobre música. Fechei o livro e fiquei meditando sobre o assunto. Depois, não resistindo, tomei a ousadia de traçar um comparativo com o silêncio. E encontrei semelhanças inconfundíveis. Senão vejamos: a música é um fenômeno abstrato que corre no tempo, corre no espírito. O silêncio também. Você sente, mas não consegue manter um contato físico, como tem com um quadro ou com uma escultura. A música entra em você, no seu grande íntimo e se processa a um nível puramente psíquico. Ela não é concreta. É um fenômeno abstrato, sensorial. E o silêncio o que é?

Ora, meus irmãos, como podemos ver, o silêncio e a música possuem uma afinidade muito grande. Caso dedicarmos este momento para proveito da nossa mente, intenções para a harmonia e paz interior, estaremos todos emitindo vibrações positivas que se dimensionam dentro do tempo. E todos sentiremos o efeito dessa energia como um convite a meditação, pois estaremos assimilando uma espiritualidade harmônica, afinada, silenciosamente melódica, um bem-estar incomum. Já o contrário, ou seja, qualquer vibração dispersiva, pensamento confuso, distração, prejudicará a harmonia do ambiente. Sons altos ou estridentes, assuntos que destoam do recolhimento, risos e até conversas murmuradas que possam causar dispersão, cortam e anulam as vibrações que tanto almejamos, porque somos portadores do bem. Somos e queremos ser afinados músicos, para assim executarmos as mais belas melodias silenciosas.

Forma de estarmos sintonizados com o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO. O Regente de todos os momentos. O nosso Grande Maestro.

Fonte: http://www.abemdaordem.com.br

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

POTÊNCIAS MAÇÔNICAS

POTÊNCIAS MAÇÔNICAS
(republicação)

O Respeitável Irmão Elvo Adami, Loja Duque de Caxias III, Rito Escocês Antigo e Aceito, sem declinar o nome da Obediência, Oriente de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul.
e.adami@terra.com.br

Recebo pela internet o Jornal JB News e tenho apreciado muito sua respostas as perguntas formuladas pelos Irmãos, diante disto, me animei para solicitar, se possível, informações sobre as Potências Maçônicas reconhecidas (fundação, alguns dados históricos etc.), ainda alguma coisa sobre as potencias espúrias e quais são. Meu pedido prende-se ao fato de não possuir maiores informações em meu arquivo sobre assuntos maçônicos.

EXPLANAÇÕES:

No Brasil atualmente existem três Obediências tidas como reconhecidas entre si, o que poderia se argumentar como “Obediências Regulares” – Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas Estaduais (CMSB) e Grandes Orientes Independentes (COMAB).

Na questão do reconhecimento internacional diretamente relacionado à Grande Loja Unida da Inglaterra teríamos o Grande Oriente do Brasil.

Em relação às outras duas Obediências, nessa questão de reconhecimento internacional, a prudência me faz não opinar, simplesmente porque sou Obreiro regular do Grande Oriente do Brasil, daí tecer considerações nesse sentido sobre as outras duas coirmãs não me parece muito ético.

Na história da Maçonaria regular brasileira a partir do ano de 1.800 a Obediência mãe é indubitavelmente o Grande Oriente do Brasil (à época Grande Oriente Brasílico) fundado em 17 de junho de 1.822 com o objetivo máximo naquela oportunidade de promover a Independência do Brasil. 

No seguir dos tempos o Grande Oriente passou por várias dissidências por motivos que aqui não cabem comentar devido a sua complexidade, porém destas, duas viriam ser as mais importantes. Uma ocorrida em 1.927 e outra em 1.973. Em relação às outras, estas acabariam se acomodando e novamente absorvidas pelo Grande Oriente do Brasil.

Aquela referente ao ano de 1.927, com a retirada do Irmão Mário Marinho Behring, deu origem às Grandes Lojas Estaduais. Naquela oportunidade Behring buscou reconhecimento das Grandes Lojas Norte Americanas e esse sistema obediencial funciona até os dias atuais com uma distribuição estadual de Grandes Lojas regidas por um colegiado de Grão-Mestres estaduais - Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB).

Quanto à dissidência de 1973, no seio do Grande Oriente do Brasil, esta deu origem aos Grandes Orientes independentes estaduais que aos moldes das Grandes Lojas estaduais também é regido por um colegiado de Grão-Mestres denominado Confederação Maçônica do Brasil - COMAB. Na questão de reconhecimento, esses Grandes Orientes - não tenho certeza se todos - estão ligados à CMI.

Já o Grande Oriente do Brasil possui um sistema de federação de Lojas ligadas a um Grande Oriente estadual que por sua vez é jurisdicionado a um Poder Central, daí a característica do GOB é que nele existe, além dos Grão-Mestres Estaduais, a figura do Grão-Mestre Geral. 

Na questão de reconhecimento o GOB o tem pela Grande Loja Unida da Inglaterra e por quase todas as Grandes Lojas Norte Americanas.

Em relação à convivência doméstica das três Obediências brasileiras, em linhas gerais há um relacionamento cordial e amistoso, inclusive com muitos tratados estaduais de mútuo reconhecimento. 

É bastante comum a intervisitação e a participação nos trabalhos das Lojas entre os obreiros desta ou daquela Obediência, todavia sem a interferência nos procedimentos legais de cada Grande Oriente ou Grande Loja.

Nesse sentido, muitos Irmãos sonham na existência de uma só Obediência no Brasil, o que não deixa de ser interessante a proposta, entretanto penso que isso embora salutar, é utópico. 

Nesse caso cada uma dessas Obediências já possui a sua própria história que, diga-se de passagem, é bastante sedimentada. 

Além desse fato existe o “nome”, o “patrimônio” e a característica administrativa. Assim, para uma união sacramentada, vejo que no tocante a essas questões as coisas se tornam praticamente impossíveis.

Penso sim que o ideal seria que tivéssemos uma só Palavra Semestral e que os diversos ritos praticados fossem exatamente iguais em todos os rincões do nosso querido Brasil. 

Essa proposta, sem dúvida, também é bastante difícil, porém não impossível, a despeito de que em termos de resultado seria imensamente mais proveitoso.

Ainda na questão de reconhecimento, as três Obediências brasileiras tem sempre a característica do Franco Maçônico Básico Universal, ou os três graus simbólicos, muito embora apareça a figura do Mestre Instalado que, diga-se de passagem, não é grau, todavia uma distinção. 

Assim também não pode haver interferência dos Supremos Conselhos de ritos inerentes aos que porventura os possuam. 

Ainda na questão de regularidade essas três Obediências são essencialmente masculinas atendendo particularmente a tradição, usos e costumes e o reconhecimento internacional. 

Nessa questão da Maçonaria Mista ou Feminina estas possuem o seu próprio espaço, todavia não podem interagir nem estarem ligadas com Lojas do Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas e Grandes Orientes Independentes.

Quanto à Maçonaria espúria, essas estão se disseminando progressivamente através da Internet. Não cabe aqui comentário, pois o próprio título já a conduz para a irregularidade. Assim, se apenas três aqui no Brasil se reconhecem, o resto...

De qualquer maneira, vou remeter em anexo um rol (de autoria do Irmão Hideraldo A. Teodoro) de algumas tantas que se intitulam como Maçonaria, mas não são reconhecidas. 

Evidentemente essa relação tende a aumentar cada vez mais, contudo cabe às Lojas Regulares esclarecer essas aparições anômalas aos seus Obreiros.

Finalizando e a título de esclarecimento, qualquer Obreiro oriundo do Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas Estaduais (CMSB) e Grandes Orientes Estaduais Independentes (COMAB), pode ser regularizado em qualquer uma dessas Obediências obedecendo primeiro aos preceitos administrativos e legais inerentes à Obediência receptora. 

Até aonde eu sei, é vedada sim a filiação de um obreiro que possa vir pertencer a duas Obediências.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 588, Florianópolis (SC) 07 de Abril de 2012.

MINUTO MAÇÔNICO

TRABALHO EM LOJA - 1º

1º -A Maçonaria é, antes de tudo, uma Escola onde individualidades escolhidas e animadas pelo espírito progressista vêm, inicialmente, aprender para si mesmas, e em seguida ensinar aos outros as doutrinas morais, filosóficas e sociais que preparam a evolução no sentido de progresso humano, tal como o concebemos, isto é, dentro da Liberdade, da Justiça e da Paz.

2º - Os trabalhos ritualísticos são caminhos mais seguros que conduzem ao ensino filosófico. Uma peça de arquitetura sobre um assunto maçônico, não é uma dissertação teológica sobre um assunto de convenção, é um estudo que, sempre, por um lado, há de referir-se às altas questões de Doutrina, de Filosofia, de Moral ou de Sociologia.

3º - Os trabalhos ritualísticos formam realmente a base essencial da obra de ensino das nossas Lojas, e serão o prefácio obrigatório e fecundo de uma outra categoria de trabalhos em Loja: as conferências sobre vários assuntos, seguidas geralmente de uma discussão contraditória, da qual caberá a cada Irmão tirar as conclusões no segredo de sua consciência.

4º - “Deste modo, vê-se que a razão de ser verdadeira dos trabalhos de uma Loja maçônica é de educar e instruir os seus membros, não em assuntos que são tratados no mundo profano, mas nos princípios maçônicos e nos conhecimentos que possuam real fundamento iniciático”.

5º - Este espírito de progresso regula a orientação e a organização das atividades das Lojas, não em suas manifestações tradicionais que permanecem idênticas, mas em todas as suas pesquisas, em todos os seus trabalhos, em todas as suas ações para o aumento em qualidade de seus adeptos, e depois, por eles, de todos os seres que os rodeiam.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

O QUE É "LANDMARK"?

O QUE É "LANDMARK"?
Kennyo Ismail

Essa é uma palavra muito escutada no meio maçônico e sempre presente na literatura da Ordem. Mas você sabe realmente o que é “landmark“?

A palavra inglesa “landmark”, se traduzida ao pé da letra, significa “marco de terra”. A palavra é referente àqueles marcos existentes em entradas de cidades, trevos, praças, etc. Os marcos costumam ser feitos de pedra, concreto ou outro material sólido, e são usados para indicar limites territoriais, fronteiras, registrar um acontecimento, ou mesmo servir de referência. São objetos proeminentes e resistentes, feitos e instalados para durarem e não serem deslocados, ou seja, imutáveis.

Sendo figura relacionada à simbologia da maçonaria operativa, suas características de relevância, referência, solidez e imutabilidade serviram para que o termo ilustrasse as leis permanentes da maçonaria regular, aquelas conhecidas no meio jurídico como “cláusulas pétreas” que, pela inalterabilidade, protegem os princípios e fundamentos da instituição.

Os landmarks maçônicos mais conhecidos e adotados no mundo são os “25 Landmarks de Mackey”. Porém, algumas Grandes Lojas, exercendo o poder soberano que possuem sobre suas leis e administrações, tem publicado suas próprias relações de landmarks, variando seus totais entre 7 e 54.

O que se observa em comum em todas as relações de landmarks das Obediências regulares são os seguintes princípios:

· Independência e auto-governo das Grandes Lojas;

· Crença num Ser Supremo;

· Crença na imortalidade da alma;

· Presença obrigatória dum livro sagrado, esquadro e compasso em Loja;

· Sigilo sobre os modos de reconhecimento;

· Maçom ser homem livre e adulto;

· Proibição de discussão sobre política e religião de forma sectária.

A maçonaria em geral entende que esses princípios são atributos que compõem a maçonaria e, na ausência de um ou mais desses, não se trata mais de maçonaria. Assim sendo, os landmarks, imutáveis, tem por objetivo garantir a perpetuidade da Sublime Ordem, deixando-a evoluir enquanto mantém a sua essência imaculada.

Fonte: https://www.noesquadro.com.br

terça-feira, 28 de setembro de 2021

TRONO E ALTAR

TRONO E ALTAR
(republicação)

Em 20/07/2017 o Respeitável Irmão Dalmo Luiz, Loja Concórdia, 0368, REAA. GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, solicita a seguinte informação:

Gostaria de fazer uma pergunta sobre o local onde o Venerável, Vigilantes e Dignidades tem acento. Como deveríamos chamar; qual a definição e o porquê, pois têm Irmãos que chamam de trono, outros de altar. Esta foi uma pergunta de um Aprendiz e a Loja ficou com duvida.

Aguardo seu retorno.

CONSIDERAÇÕES:

Em Maçonaria, no REAA∴ apenas o que é ocupado pelo Venerável Mestre intitula-se Altar, enquanto que os Vigilantes, Orador, Secretário, Chanceler e Tesoureiro ocupam mesas.

Quanto ao Trono, por analogia o Trono da Sabedoria, é o nome figurado dado ao assento ocupado pelo Venerável Mestre por ele representar em Loja a Coluna da Sabedoria. Os demais em Loja ocupam cadeiras ou assentos juntos as suas respectivas mesas.

O Ritual do GOB já deveria ter arrumado essa controvérsia, posto que nos explicativos do próprio Ritual, quando se referem a esses lugares, mencionam o substantivo “mesa” – pode conferir.

Como mobiliários de uma Loja do REAA.'., existem ainda o Altar dos Juramentos, que nada mais é do que uma extensão daquele que é ocupado pelo Venerável Mestre e existe o Altar dos Perfumes que embora apareça no ritual, na prática não possui serventia nenhuma, inclusive nem mesmo para ele existe oficialmente alguma liturgia que o envolva nas sessões das Lojas. Na verdade o Altar dos Perfumes é um enxerto de outro Rito que ali permaneceu por conta de uma cerimônia de sagração do Templo emanada de rituais especiais de algumas das nossas Obediências.

Infelizmente a profusão do vocábulo “altar” na Maçonaria tem servido mais para que alguns alimentem o seu imaginário e produzam especulações do que consagrá-lo como um elemento prático no simbolismo maçônico.

DEFINIÇÕES:

Altar, substantivo masculino (do latim: altare), primitivamente era uma pedra destinada aos sacrifícios oferecidos para a divindade. Adotado no cristianismo como altar-mor das suas igrejas, geralmente representado por uma grande mesa, o costume passaria também a influenciar a Moderna Maçonaria em alguns dos seus Ritos que o colocariam no Oriente da Loja, espaço esse similar ao Santo dos Santos do Templo de Jerusalém, já que esse Templo especulativamente acabou sendo uma das grandes alegorias da liturgia maçônica. Junto a esse Altar fica o Venerável Mestre da Loja e, originalmente eram ali tomados os juramentos; posteriormente em alguns ritos criou-se uma pequena mesa auxiliar considerada como extensão do Altar e que daria origem ao conhecido Altar dos Juramentos. Como extensão do Altar ocupado pelo Venerável Mestre, esse Altar fica no Oriente (embora alguns ritos o tivessem colocado no centro do Ocidente em desacordo com suas origens). A despeito dessas considerações é que genuinamente na Maçonaria o Altar, além da sua extensão mencionada, é apenas aquele que o Venerável Mestre ocupa durante as sessões. Os demais lugares na Loja que possuem um móvel, estes são designados como mesas.

Trono, substantivo masculino (do grego: thrómos = assento, pelo latim thronus) é o assento elevado que os soberanos utilizavam em ocasiões solenes; figuradamente menciona o poder, a autoridade, a soberania. Na grande maioria dos ritos maçônicos, trono tem sido a cadeira que fica junto ao Altar onde tem assento o Venerável Mestre da Loja. Na verdade o vocábulo “trono” em Maçonaria tem origem no Craft inglês que criou um ritual de Instalação do Mestre da Loja (Venerável), o que acabaria sendo imitado também por outros ritos. Foi através da criação desse ritual inglês, cuja encenação envolve simbolicamente a corte do Rei Salomão, que o Mestre da Loja acabaria ocupando figuradamente o Trono ao ser instalado como dirigente da Loja. Geralmente o Trono se destaca entre as outras cadeiras da Loja por possuir um espaldar mais alto e mais decorado - embora isso não seja uma regra. Apesar da sua origem, é suficiente a palavra “trono”, sem mencionar, como muitos o fazem, a expressão “de Salomão”. Assim, no Trono, único na Loja e que fica junto ao Altar senta-se exclusivamente o Venerável Mestre, ou o seu substituto legal. Eventualmente algumas Obediências e alguns ritos mencionam a colocação de duas cadeiras de honra posicionadas em cada lado do Trono, mas essas são designadas apenas como “cadeiras”.

Dando por concluída a sua questão, Altar é apenas aquele que é ocupado pelo Venerável Mestre em cujo qual se localiza um único Trono. Demais lugares na Loja que detém mobiliário denominam-se mesas, e nelas existem cadeiras (não tronos) para os seus ocupantes. Todos os demais assentos da Loja são cadeiras, a despeito de existir o nome figurado dado ao lugar dos Aprendizes e Companheiros no topo das Colunas do Norte e do Sul que ficaram conhecidos como “bancos”.

E.T. - Veja definições de Altar, Trono e Cadeira no Dicionário Etimológico Maçônico José Castellani - volumes respectivos - Editora Maçônica A Trolha.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

A PEDRA BRUTA E SUAS APLICAÇÕES FILOSÓFICAS

A PEDRA BRUTA E SUAS APLICAÇÕES FILOSÓFICAS
Ir∴ Geraldo Batista de Camargos
ARGBLS Fênix de Brasília no 1959 - GOB
Or∴ de Brasília - DF

A PEDRA BRUTA é o ponto de partida para a grande transformação a ser feita no espírito do maçom...

PREFÁCIO

A pedra bruta é a pedra de cantaria, que é uma pedra própria para ser esquadrejada e usada nas construções, já que só a pedra esquadrejada cúbica, ou em forma de paralelepípedo - é que encaixa perfeitamente nas construções, sem deixar vãos. Os homens que nela trabalhavam eram os canteiros, ou esquadrejadores da pedra, os quais a transformavam na pedra cúbica. Daí os dos símbolos em Loja, já que praticamente tudo o que fazemos, hoje, tem sua origem nas organizações dos franco-maçons de ofício, ou operativos, como a dos canteiros. (José Castellani)

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

SESSÃO CONJUNTA - INCORPORAÇÃO DE LOJA

SESSÃO CONJUNTA

Em 20/07/2017 o Respeitável Irmão Ésio Rasch, Loja 3 de Maio, 4.323, Rito Brasileiro, GOB-PR, Oriente de Santa Terezinha do Itaipu, Estado do Paraná, solicita a seguinte informação.

Fomos consultados a realizar uma Sessão Conjunta com outra Loja do GOB/PR, visando à realização de Elevação. Entretanto, somos de Ritos diferentes. Nós do Rito Brasileiro e a Loja visitante, REAA. Diante do disposto no Art 26, XII da Constituição Federal e 39 do RGF, é possível?

CONSIDERAÇÕES:

1 – No que diz respeito a uma Sessão Conjunta essa prática significa Lojas Incorporadas conforme preceitua o Artigo 26, Inciso IX da Constituição. Nesse particular os Procedimentos Ritualísticos do GOB-PR, edição 2016 (em vigência) orienta nas suas páginas 39 e 40: “Uma L.'. pode estar presente na Sessão de uma coirmã como incorporada (Art. 26, inciso IX da Constituição do GOB), quando ambas funcionarem no mesmo Rito(o grifo é meu). Portanto nessa condição não há como duas Lojas de Ritos diferentes se incorporem numa Sessão Conjunta.

2 – No que diz respeito a conferir Graus, o Artigo 26, Inciso XII da Constituição prevê: “Conferir graus a membros do seu Quadro ou a membros de outras Lojas da Federação, quando por elas for solicitado formalmente, desde que do mesmo Rito (o grifo é meu)”. Ainda no que diz respeito o Regulamento Geral da Federação em seu Artigo 39: “As Lojas poderão conferir graus a Maçons pertencentes a outras Lojas do mesmo Rito (o grifo é meu), desde que estas os solicitem”. Desse modo, isso só é possível se as Lojas trabalharem no mesmo Rito.

Concluindo, Não é admissível, nem a Incorporação das Lojas e nem mesmo, nessa condição, a conferência de grau a algum maçom.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

ENSAIO SOBRE AS ORIGENS DOS RITUAIS E GRAUS SIMBÓLICOS

ENSAIO SOBRE AS ORIGENS DOS RITUAIS E GRAUS SIMBÓLICOS
Tradução – S.K.Jerez
por André DORE 33° – setembro 1979

As ignorâncias e as incertezas são os principais obstáculos enfrentados pelos pesquisadores que analisam a história da Maçonaria. Daí a singular complacência a que se permitem os assim chamados historiadores, para com uma verdade obstinada que se esconde atrás de uma sucessão de lendas operativas, templárias, salomônicas, rosacruzes, herméticas, etc., religiosamente repetidas por dois séculos e meio. Pois, apesar de alguns fatos específicos, tudo permanece obscuro quanto à origem da Ordem Maçônica, o que fez com que se levassem adiante muitas colocações do tipo “Parece que…”

O que é chamado de Maçonaria especulativa se organiza em Londres, em 1717. Diz-se que é filha da Maçonaria Operativa. Na realidade, ela sucede uma Maçonaria “aceita”, criada como tal no final do século XVI para admissão, no seio das confrarias de pedreiros, de pessoas estranhas ao meio e que serão chamados, na segunda metade daquele século, de “Maçons Aceitos”. É certo que as Lojas[1] – já que havia Lojas na corporação – de bom grado adotavam um protetor, de preferência um nobre ou religioso, que se tornava responsável pelo trabalho administrativo que o canteiro de obra exigia, pois os trabalhadores eram quase todos analfabetos. Às vezes, este protetor era um capelão, e, mais tarde, fornecedores que gravitavam em torno do empreendimento. Este processo nasceu na Escócia, mas embora naquele país os pedreiros aceitos fossem apenas uma pequena minoria durante o século XVII, na Inglaterra aconteceu o contrário, criando-se Lojas estritamente “aceitas” e que, desde os primeiros anos, já não tinham mais profissionais do ofício. Parece que a mais antiga remonta a 1600, mas, a partir do segundo quarto daquele século, a sua existência é comprovada por documentos indiscutíveis. Elas coexistiram com as semi-operativas, “semi-aceitas” e viram, pouco a pouco, desaparecerem os profissionais da força de trabalho destas, devido à diminuição dos grandes canteiros de construções religiosas e feudais, que foram se transformando, com algumas exceções, em lojas especulativas entre 1700 e 1730. Então, surge a pergunta: que justificativa dar ao fato de ter estranhos ao ofício integrados aos agrupamentos profissionais, se não existiam lojas, ou se não houvesse ofício a apoiar?

Os documentos não respondem, mas seu conteúdo, confrontado com o clima intelectual da época em que estão inseridos, provavelmente sugere as explicações exatas. Sobre isso há quatro tipos de documentos, rigorosamente autenticados:

Ler mais em : As Origens dos Graus

Fonte: https://bibliot3ca.com

domingo, 26 de setembro de 2021

APELIDO EM LOJA

APELIDO EM LOJA
(republicação)

Questão apresentada pelo Irmão Aprendiz Celso Mendes de Oliveira Junior, Rito Escocês Antigo e Aceito, sem declinar o nome da Loja, Obediência e Oriente.
celso.mendes.junior@hotmail.com

Eu gostaria de saber se é permitido chamar um irmão por pseudônimo “apelido” dentro de Loja durante uma seção Ritualística? Faço essa pergunta, pois cometo essa gafe constantemente. Já procurei em vários lugares não acho nada escrito sobre o assunto, já perguntei para vários Mestres Maçons e Mestres Instalados e tive varias opiniões diferentes, algumas se baseando no Rito Adonhiramita que não é o meu rito. Sei que é até uma impertinência de minha parte esta incomodando o Poderoso Irmão sobre um assunto tão banal, mas essa duvida não sai da minha cabeça, poderia me ajudar?

CONSIDERAÇÕES:

Não existe regra para tal na Maçonaria, entretanto a questão me parece ser de bom senso. Em uma Instituição que tem como mote principal promover a reconstrução do Homem fazendo dele a matéria prima para edificação de um Templo à Virtude Universal, questões como as de “apelido” não se coadunam muito bem com o objetivo.

Penso que seria muito mais prático e elegante durante os trabalhos de uma Loja que os seus componentes fossem tratados pelos seus nomes de registro, pois quando um Irmão foi anteriormente proposto e iniciado, provavelmente nos formulários, publicações, comunicações e outros afins sempre estiveram presentes o seu nome de batismo, nunca um apelido.

Assim, de acordo com a razão, fator preponderante da Sublime Instituição, caberia melhor que todos fossem tratados pelo seu verdadeiro nome.

Na questão do Rito Adonhiramita, alguns rituais em vigor ainda preveem o estilo de um nome adotivo para o Obreiro, não apelido. Esse costume advém dos primórdios do Rito que em não raras vezes teve os seus praticantes e as suas respectivas Lojas, envolvidos em movimentos libertários no final do Século XVIII e começo do Século XIX.

É o caso, por exemplo, da Independência do Brasil, quando os seus baluartes adotavam nomes de personagens históricos - D. Pedro I adotara naquela oportunidade o nome de Guatimozim. No Brasil, inclusive obreiros do Rito Moderno, ou Francês na época, costumeiramente também adotavam essa prática (o procedimento não é autêntico no Rito Moderno)(1).

A verdadeira razão desse procedimento do passado, despido de ilações místicas e ocultas, era por uma questão de “segurança”, pois se porventura um livro da Loja contento assinaturas dos seus integrantes caísse nas mãos das autoridades contrárias ao movimento libertário, à troca de nomes previa dificultar a identificação dos oponentes.

Obviamente que os tempos mudaram e esses movimentos hoje fazem parte do passado. Entretanto, alguns rituais Adonhiramitas em vigor de algumas Obediências brasileiras rememoram esse costume, muito embora em algumas oportunidades com justificativas que não cabem aqui qualquer comentário.

Assim, no caso do Rito Escocês Antigo e Aceito essa prática de substituição de nome simbólico, não faz parte da sua tradição e não está nele previsto.

Agora, quanto aos “apelidos”, estes se distanciam ainda mais da prática salutar de qualquer Rito, até porque mesmo em se tratando do Rito Adonhiramita, por exemplo, a adoção de um nome não pode ser tratada como “apelido”, senão como uma tradição, uso e costume – no Rito Adonhiramita adotam-se “nomes simbólicos” que normalmente se referem a grandes personagens da história universal – isso não é apelido.

Finalizando, deixo aqui a ratificação que muitas práticas ritualísticas são características próprias de um rito em particular, assim penso que ninguém está autorizado apenas por “achar bonito”, enxertar práticas inexistentes em ritos que não há possuem. 

Dessa forma não vai aqui qualquer crítica ou desrespeito a tradição particular de cada rito e nem mesmo contra o escrito legal em vigência. A questão aqui é apenas e tão somente a de justificar um procedimento ou costume.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 584, Florianópolis (SC) 04 de Abril de 2012.  

(1) A Maçonaria regular no Brasil (1.800) começou com a prática do o Rito Moderno, ou Francês e o Rito Adonhiramita. O Rito Escocês Antigo e Aceito somente seria introduzido anos mais tarde.

A FRATERNIDADE NO SÉCULO 21

A FRATERNIDADE NO SÉCULO 21
Ir∴ Byron J. Collier*

Como maçons, nós nos orgulhamos da antiguidade e da história da maçonaria, mas nossas cerimônias e rituais em si serão suficientes para satisfazer as gerações futuras?

O futuro exigirá uma melhor compreensão do que realmente significa ser um maçom através de um melhor conhecimento de nós mesmos e praticar os princípios que todos prometemos manter em nossos juramentos ou obrigações. Acredito ainda que o exemplo silencioso de homens com integridade, que exibem as virtudes morais e sociais dos homens bons e que fazem a coisa certa por causa da justiça, prevalecerão e preencherão as lacunas sociais criadas nesta nova era.

Para que nossa fraternidade não apenas sobreviva, mas cresça, devemos tornar o acolhimento de novos membros e a retenção dos irmãos existentes uma parte importante do que fazemos na Loja. As experiências dos primeiros meses de um Aprendiz e do Companheiro e os primeiros anos de um Mestre Maçom, determinarão como eles verão a Maçonaria pelo resto de suas vidas. É por isso que o compromisso com a orientação e a sustentação da comunhão é relevante, agora mais do que nunca. Acredito que nossas Lojas devem procurar melhores maçons e não mais maçons.

Há uma velha história sobre um homem que estava considerando oferecer-se como candidato à maçonaria. Ele selecionou uma das duas Lojas em sua área local. Depois que ele foi iniciado com maçom, um amigo perguntou por que ele tinha selecionado sua Loja em particular. Sua resposta foi que, após entrevistas com oficiais das duas Lojas, sua seleção foi fácil porque uma Loja estava muito interessada nele como candidato enquanto a outra estava interessada nele como um irmão. Qual você acha que ele escolheu?

Embora tornemos nossas reuniões mais interessantes por eventos sociais e educação maçônica, a força motriz que traz maçons a se unirem é a nossa irmandade quando nos encontramos, seja em reuniões na Loja ou por encontros casuais na rua. Não leva muito tempo para um novo maçom perceber que ele pode formar novas amizades para o resto de sua vida. No entanto, um dos principais perigos vem quando a “novidade” da experiência maçônica começa a desgastar. Quando o comparecimento de um homem se torna irregular ou ele para de ir à Loja, sugere-se que:

1) suas prioridades mudaram,

2) ele está sobrecarregado com deveres da Loja

3) algo mudou em sua vida.

A fim de descobrir o que mudou para o irmão, devemos estar dispostos e capazes de se engajar em diálogo aberto e franco.

Para chegar ao ponto de conversa honesta e aberta com nossos irmãos maçônicos, devemos estar mais próximos. Temos que fazer um esforço concentrado para obter os pontos de vista e sentimentos de todos os membros, não apenas de alguns. Portanto, se a formalidade de uma reunião da Loja, impede a entrada de alguns membros, devemos reconhecer isso e solicitar suas opiniões em reuniões menos formais ou em discussões. É importante que cada Irmão sinta que ele não foi deixado de fora, que a Loja acolhe seus pontos de vista, e que ele “teve sua palavra”.

Uma das armadilhas mais comuns que devemos ter cuidado para evitar, é apenas associar-se com os maçons que tem a mesma opinião que nós, pois podemos criar o que parece ser “panelinhas”. Eu digo mesma opinião porque às vezes não passamos tempo suficiente para entender completamente todos os nossos irmãos. Eles podem ser da mesma opinião, mais do que nós percebemos!

Finalmente e mais importante ainda, devemos praticar a compreensão e a tolerância. Compreensão para se sentir livre para discutir questões delicadas, questões humanas que são importantes para fazer e manter bons relacionamentos. Porque somos todos diferentes, cada um de nós vem de diferentes origens e cada um de nós pensa e age de forma diferente, portanto, devemos nos conhecer um ao outro o suficiente para que possamos conversar em um nível que promova a amizade e, ao mesmo tempo, evitar a discórdia. Devemos também assumir uma atitude que é completamente tolerante com as opiniões e idéias de nossos irmãos. Podemos sentir que sua idéia ou ponto de vista está errado, mas devemos reconhecer que eles têm suas próprias razões para suas expressões, e não é nossa sorte julgá-los por isso. Como pessoas, tudo que nós dizemos e fazemos, são coisas que mais tarde gostaríamos que pudéssemos ter de volta. Bem, nós podemos abertamente sermos honestos com nós mesmos e tentar corrigir os e rapidamente e facilmente perdoar essas transgressões por outros. Eu ouso dizer que todos nós conhecemos irmãos da maçonaria que, por uma razão ou outra, estão em algum nível de disputa emocional com outros maçons. Essas disputas são realmente importantes no grande esquema das coisas? Eu realmente acredito que uma boa discussão honesta faria com que a maioria das disputas não existisse. Cada um de nós deve aprender a buscar e aceitar admoestações e sussurros de bons conselhos de outros, e pelo menos ter alguma concordância, “concordando em discordar”.

Peço-lhe que considere e pratique essa compreensão, tolerância e expresse um interesse genuíno no seu companheiro maçom, o homem que você chama de Irmão.

*Texto do irmão Byron J. Collier, traduzido por Luciano R. Rodrigues.

Fonte: http://www.oprumodehiram.com.br

sábado, 25 de setembro de 2021

TRAJE NO RITO DE YORK

TRAJE NO RITO DE YORK
(republicação)

Em 01/06/2017 o Respeitável Irmão Paulo Assad, Loja Mineira de Estudos e Pesquisas Maçônicas, Grande Oriente de Minas Gerais (COMAB), Rito de York, Oriente de Uberaba, Estado de Minas Gerais, através do meu Blog http://pedro-juk.blogspot.com.br, formula a seguinte questão:

Fundamos uma Loja do Rito de York. Como é tudo novo nesse rito para nós, temos muitas duvidas. Qual a vestimenta correta para assistir as reuniões? Terno e gravata, balandrau ou apenas o avental.

CONSIDERAÇÕES:

Primeiro é preciso ver o que preceitua o Regulamento do seu Grande Oriente no que diz respeito ao traje nas Sessões Maçônicas das suas Lojas. Se nele nada mencionar a respeito, então existem ainda as tradições e costumes hauridos dos Ritos ou Trabalhos maçônicos que podem ser seguidos.

No tocante ao Rito de York, caso seja aquele praticado pelo Craft norte-americano, o traje costumeiro habitualmente é determinado pela Grande Loja Estadual americana a qual ele pertence. Geralmente nos Estados Unidos da América no Norte, algumas Grandes Lojas admitem nas sessões comuns (as que aqui conhecemos como “econômicas”) um traje normal e que seja confortável conforme o clima da região, desde que seja ele decente. Obviamente que o maçom veste por sobre ele seu o respectivo avental, mantendo o traje de gala (terno e gravata pretos, camisa branca e sapatos e meias pretos) apenas para as Sessões Magnas (públicas ou exclusivas para maçons). Mas isso, como já mencionado, depende da Grande Loja estadual e dos seus costumes, já que algumas delas somente aceitam nas suas sessões, sejam elas magnas ou não, maçons vestidos com traje de gala e avental.

Já no Craft inglês que infelizmente aqui no Brasil inventaram para o Trabalho de Emulação o nome equivocado de Rito de York (embora alguns defendam o título ferrenhamente), o mais comum é que o maçom se apresente trajado de terno e gravata pretos, camisa branca e sapatos e meias pretos, obviamente também usando o avental.

No Brasil, em se tratando de rituais da vertente inglesa de Maçonaria, a praxe é seguir o traje conforme se faz na Inglaterra, mas é necessário que antes se consultem os regulamentos das nossas Obediências para examinar se os mesmos se identificam. Em último caso, havendo contradições, a Loja pode estabelecer no seu Regimento Interno o hábito do terno preto, desde que isso não afronte alguma Lei emanada de instância superior.

Em síntese, aqui no Brasil conforme a Obediência, quando se menciona Rito de York, ele tanto pode ser componente do Craft norte-americano, como do inglês. Cabem as Lojas que o adotam saber fazer essa distinção, pois embora de títulos análogos, existem diferenças entre eles.

Na Inglaterra a Grande Loja não reconhece ritos, mas Trabalhos (workings) a exemplo do ritual de Emulação, Bristol, Taylor’s, Humber, West End, etc. O nome Rito de York nem se faz presente na Moderna Maçonaria inglesa senão como uma referência lendária aos maçons de York, uma pequena cidade medieval existente em North Yorkshire na Inglaterra.

Já nos Estados Unidos da América do Norte, o Craft americano se baseia na organização do sistema antigo inglês (1751) organizado em solo norte-americano por Thomas Smith Webb, cujo rito ficaria conhecido como Rito de York ou Rito Americano.

Concluindo, em se tratando de ritos ou trabalhos derivados da Maçonaria inglesa e norte-americana, o seu traje mais apropriado é o formal (terno preto), dispensando-se completamente o uso do balandrau negro talar, pois embora seja ele também genuinamente maçônico, não é adotado e até mesmo contestado por alguns exegetas, sobretudo se mencionado no Rito de York.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE OSCAR WILDE

OSCAR FINGAL O'FLAHERTIE WILLS WILDE (Dublin, 1854 - Paris, 1900). Influente escritor poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa, autor do Best-seller O retrato de Dorian Gray. Depois de escrever de diferentes formas ao longo da década de 1880, tornou-se um dos dramaturgos mais populares de Londres, em 1890. Em 27 de novembro de 1876, foi Elevado ao Grau 18.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 23 de fevereiro de 1875 (Terça-feira).

Loja: Apollo University nº 357, Oxford, Inglaterra.

Idade: 21 anos.

Oriente Eterno: Faleceu aos 46 anos de idade, vítima de meningite.

Exaltação: 25 de maio de 1875.

Fonte: famososmacons.blogspot.com

O AUGUSTO QUADRO, EM PARTICULAR

O AUGUSTO QUADRO, EM PARTICULAR
Mea culpa, mea maxima culpa (Confiteor)
Márcio dos Santos Gomes

A maçonaria precisa se reinventar, começando por nossas Lojas. 300 anos de sucesso não é garantia de outro período de igual grandeza pela frente. Criticar o Grão-Mestrado, a Ordem em geral e não o augusto quadro, em particular, é muito cômodo. Do que adianta preocuparmo-nos com a distante floresta e deixarmos a árvore à frente de nossa casa secar-se.

Basta observarmos com mais cuidado. O irmão chega cumprimenta a todos os presentes e muitos mal se dão ao trabalho de retribuir o carinho, respondendo friamente e às vezes sem tirar a atenção do celular, o espírito obsessor do mundo moderno.

Outros fazem um meio termo, cumprimentam um, mas já se dirigindo ao irmão que está ao lado, sem pelo menos uma troca de olhar. Outros, sentados permanecem, apenas estendem a mão automaticamente, mantendo-se distraídos em supostos afazeres. Corpo presente e pensamento alhures. Empatia zero. Algo que destoa do que deveria ser uma fraternidade.

Há aqueles que chegam discretamente, ancoram-se em um irmão ou no seu canto e, ao final, saem sem trocar nenhuma palavra com os demais. Desaparecem, como num passe de mágica. Pelo menos apõem o ne varietur na folha de presença, o que já é um grande feito. Já mereceriam uma medalha ou diploma de reconhecimento. O direito de ser de cada um deve ser respeitado. O destino é feito de escolhas.

Por essas e outras, nos cansamos com frequência. Não apenas de irmos às nossas Lojas, mas de procurar uma justificativa para ali estarmos. Mais parece uma fadiga de inspiração. O grupo de WhatsApp da Loja costuma ser mais estimulante, mas nem todos participam e tem a turma do entra e sai quanto sente desconforto com os temas postados, classificados pela intelectualidade raivosa como: fascistas, comunistas, conservadores ou progressistas, primos, piadistas, sem graças juramentados etc.. Haja paciência!

Os legalistas defendem que o principal é o rigor com a ritualística dos trabalhos. Isso para não falar que em muitas oportunidades as sessões resvalam para um ritualismo vazio. Ok, ok, mas precisamos nos sentir bem no recinto, perceber que valeu a pena deslocar de nossas residências para estar ali presente, concluir ao término que saímos encantados ou com a sensação de que estamos melhores do que quando entramos.

Na maioria das Lojas não há espaço nas sessões para os Aprendizes e Companheiros se manifestarem naturalmente e tirarem suas dúvidas, aprender com as respostas e exemplos dos Mestres, que gozam do benefício vitalício da Plenitude Maçônica. (ver artigo https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/2018/12/13/plenitude-maconica/).

Na realidade, encontramos com certa constância pessoas mal humoradas, que se fecham em copas, apáticas, cansadas ou cansativas, que servem apenas de antimodelo. Onde está o acolhimento? Onde está o debate sobre os valores maçônicos? A Ordem do Dia é rica e instigante? O quarto de horas de estudos é sempre preenchido com trabalhos ou instruções?

Olhamos para o Oriente e não vemos senão mais escuridão e nenhuma inspiração. Onde está a provocação sadia de iniciar um debate, com a palavra circulando quantas vezes forem o necessário para discussão de temas tão palpitantes da atualidade? O mundo se acabando lá fora e apenas o som do malhete repercutindo dentro das Oficinas? Será o receio de enfrentar opiniões divergentes tão saudáveis para formação de espírito crítico? Receio de que o ódio das redes sociais contaminem nossas Oficinas? E a tolerância? Só vale para os “outros”?

Enfim, como toda regra tem exceção e para nossa esperança, há aqueles que persistem na Ordem e respeitam o legado dos irmãos que nos antecederam e protegem esses valores e veem nesses exemplos nefastos um caminho a ser evitado, um desafio a ser vencido. São os abnegados, visionários, que veem a urgente necessidade de uma Coluna do Norte repleta de bons obreiros, que mostram aos iniciantes o caminho a ser trilhado, dando a sensação de que vale a penas investir na Maçonaria, de garimpar o seu tesouro oculto (ver artigo em: https://opontodentrocirculo.com/2019/08/22/o-tesouro-oculto-da-maconaria/).

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

VIGILANTES DEIXAM OS SEUS LUGARES

VIGILANTES DEIXAM OS SEUS LUGARES
(republicação)

O Respeitável Irmão Luiz Boaretto, Venerável Mestre da Loja Filhos do Pelicano, 3.866, GOB-PR, Oriente de Cianorte, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:
luizboarettofilho@gmail.com

Gostaria de ter uma informação ritualística. Estamos realizando instruções ritualísticas em minha Loja para Aprendizes e Companheiros, estou repassando para os Vigilantes estas funções, pois são os responsáveis pela instrução dos Aprendizes e Companheiros. Na hora de passar os Sinais, Toques e Palavras os Vigilantes ausentam dos seus altares e vão até entre Colunas para dar as devidas instruções.

Gostaria de saber se o Irmão vê algum problema destes Irmãos se ausentarem dos seus altares. Até hoje não vi nada contra nos nossos rituais, leis, landmarks, pois inclusive na iniciação, elevação os Vigilantes descem do altar para dar Instruções.

CONSIDERAÇÕES:

Folgo-me prazerosamente pela preocupação com instruções aos Aprendizes e Companheiros. O Irmão está correto no que tange aos Vigilantes se ausentarem dos seus lugares para ministrar instruções se assim for necessário.

Eu não sei mesmo de onde alguns Irmãos tiraram essa ideia que os Vigilantes não possam se ausentar das suas mesas. Para os que assim equivocadamente pensam, temo o pouco conhecimento das tradições, usos e costumes da Maçonaria. O que não está previsto sim é o funcionamento de uma Loja (sessão) com a ausência do(s) Vigilante(s), todavia em caráter temporário para cumprir o seu ofício, é perfeitamente admissível e exequível ele deixar o seu lugar e por fim a ele retornar.

Reforçando a consideração, basta perceber que no ritual de Companheiro e Mestre, por exemplo, eles (os Vigilantes) se ausentam dos seus lugares percorrendo as Colunas no intuito de cumprir a missão do telhamento. E durante a Exaltação então? O que acontece nesse caso?

Por fim, fica aqui uma pequena observação. Em se tratando do simbolismo do Rito Escocês Antigo e Aceito, Altares são considerados apenas os seguintes: aquele ocupado pelo Venerável Mestre, o dos Juramentos e o dos Perfumes (este não serve para nada).

Já no tocante aos Vigilantes, Orador, Secretário, Tesoureiro e Chanceler a definição correta é “mesa” e não altar. É bem verdade que na dialética no Ritual, não raras vezes intitula-se a mesa como altar, todavia há que se notar também que nos “tópicos explicativos”, escreve-se simplesmente “mesa”.

O Altar dos Juramentos é no Rito mencionado assim tratado, por ser uma extensão do Altar ocupado* pelo Venerável. Agora o dos Perfumes em se tratando de simbolismo...

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 581, Florianópolis (SC) 01 de Abril de 2012.

(*) Ocupado – É o termo correto, posto que o Altar não seja do Venerável Mestre (propriedade dele), porém em conjunto com a cátedra é o lugar de direito dele em Loja. Assim, o Venerável ao terminar o seu mandato não leva o Altar embora como fosse ele da sua propriedade.

OS TRÊS SILÊNCIOS MAÇÔNICOS

OS TRÊS SILÊNCIOS MAÇÔNICOS
Por Carlos Alberto Carvalho Pires, M∴M∴

Introdução

Aristóteles (384 – 322 a.C ) afirmava que “a tarefa mais difícil para um homem comum é guardar um segredo e permanecer em silêncio”.

Meus caros Irmãos,

Desde nossas primeiras instruções aprendemos que ver, ouvir e manter-se calado é nosso juramento mais sagrado.

Mas, qual seria a importância da aplicação rigorosa da Lei do Silêncio para a sobrevivência ad aeternum de nossa Sublime Ordem? Esta simples pergunta encerra um complexo e importante assunto, que deve ser objeto da atenção de todos.

Antes de respondê-la é preciso realizar um breve estudo sobre este magnífico tema.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

SE TODOS SE VOLTAM PARA O ORIENTE

SE TODOS SE VOLTAM PARA O ORIENTE
(republicação)

O Respeitável Irmão Nerino Consoni, Venerável Mestre da Loja Terceiro Milênio, GOB-PR, Oriente de Maringá, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:
nerino@onda.com.br

Temos uma grande dúvida sob como se postar na abertura do Grau de Companheiro ao verificar se todos são Companheiros Maçons. O ritual diz para todos se voltarem para o Oriente. E quem está no Oriente também se volta (já que o Oriente é infinito)? E o Venerável volta-se também?

CONSIDERAÇÕES:

O ritual de Companheiro está confuso e particularmente nesse detalhe ele será em breve arrumado. O procedimento correto é que todos os Obreiros das Colunas se voltem para o Oriente, regra essa necessária para o telhamento a partir daquele que estiver mais ocidentalmente localizado conforme a sua Coluna.

Isso acontece para que aquele que estiver imediatamente à frente, não possa perceber, pelo menos teoricamente, o que acontece na sua retaguarda.

Quanto aos Irmãos presentes no Oriente, eles não se viram, permanecem sentados, pois no Oriente, sendo local apenas dos Mestres e de responsabilidade do Venerável não existe telhamento.

A regra já está correta e pode ser observada no Ritual de Mestre. Note que no ritual de Companheiro, o Venerável ao final do procedimento profere o comando da seguinte forma: “sentai-vos”. Assim se todos estivessem em pé, incluindo os do Oriente, provavelmente seria ordenado: “sentemo-nos”.

Ratificando, inclusive o último questionamento, no Oriente, todos permanecem sentados na ocasião, inclusive o Venerável Mestre.

Apenas a título de esclarecimento: a justificativa no que trata o Rito Escocês Antigo e Aceito, não possui qualquer elo com o “infinito”. Essa teoria não faz parte do Rito em questão, talvez de outro Rito que usa uma circulação denominada infinita.

Para o Rito Escocês o que verdadeiramente importa é que o Oriente é o final da escalada iniciática, onde o Obreiro, após a sua Exaltação, adquire, dentre outros, a plenitude maçônica.

Assim, a justificativa é que ali é o lugar dos Mestres, pois Aprendizes e Companheiros em Loja aberta ao Oriente não têm acesso e sendo esse local de responsabilidade prioritária do Venerável, nele não existe telhamento – nem mesmo em Loja do Grau de Mestre (Câmara do Meio).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 580, Florianópolis (SC) 31 de Março de 2012.

FRASES ILUSTRADAS

 

MARCHA DO APRENDIZ MAÇOM


MARCHA DO APRENDIZ MAÇOM
Ir∴ Charles Evaldo Boller 

Sinopse: Simbolismo, misticismo e esoterismo ligados à marcha do aprendiz maçom. 

Durante a marcha, na interpretação mística e esotérica da Maçonaria, o aprendiz maçom no Rito Escocês Antigo e Aceito não deve levantar o pé do chão, e sim arrastá-lo. Dentro da liturgia maçônica a marcha tem sentido esotérico, ligado a uma espécie de campo de força do pensamento, gerado pelos irmãos reunidos em loja; chamam-no Egrégora. Pessoalmente nunca senti a manifestação desta hipotética energia, talvez porque ainda não alcancei os níveis certos na Escada de Jacó, ou nunca o alcançarei por possuir mente de formação preponderantemente cartesiana. Dizem os místicos e esotéricos da arte da Maçonaria, ser este um campo de força que parte do oriente, tem um polo na coluna da sabedoria, na pessoa do venerável mestre e termina na pessoa do guarda do templo; sendo esta a razão do guarda do templo nunca poder sair de seu posto, nem do templo, e a porta do templo não pode ser tocada por outro irmão oficial qualquer enquanto a loja estiver aberta. 

O aprendiz maçom está ligado às coisas da matéria, ele constrói seu ser material, ligado à Terra. É o que significa o esquadro sobre o compasso. O aprendiz maçom está ligado às coisas materiais e depois, ao galgar outros graus ele passa a tirar os pés do chão. 

Alguns irmãos brincam com a marcha do aprendiz maçom, chamando-a de a marcha do "manquinho", exatamente devido esta característica do pé esquerdo ser arrastado para frente e depois o calcanhar direito bate em esquadro no calcanhar esquerdo. 

Em nenhum momento, nenhuma das palmas dos pés, tanto direito como esquerdo descolam do chão. Há quem queira explicar este arrastar de pés como ligados ao fato do aprendiz maçom ainda não estar simbolicamente acostumado com toda a luz, então vai tateando.

De tudo o que se lê a respeito, o arrastar de pés está ligado unicamente ao fato do aprendiz maçom estar ligado ao chão, à Terra, um dos quatro elementos, porque ainda não galgou a escada em direção de sua espiritualização. Isto é simbólico, mas pretende passar sensibilidade com os assuntos da espiritualidade. 

Pessoas como eu poderão dizer, num primeiro instante, que é bobagem, mas sabemos que a ritualística maçônica carrega em si mensagens em seus símbolos que talvez um dia o iniciado vai descobrir o significado. Daí, se mudar o símbolo, muda-se a mensagem, então é importante executar a ritualística com rigor, senão ela realmente não passa de atitude fingida e não de um símbolo esotérico. E sabemos que estamos na Maçonaria para nos influenciarmos mutuamente. As quatro linhas de pensamento básicas da Maçonaria devem fundir-se numa só para preparar o homem em sua caminhada pela sociedade, onde fará sua obra. 

Um exemplo: sabe-se que a espada do guarda do templo é uma arma branca (que não corta nada fisicamente), mas além de ser símbolo da honra e do poder, ela é o que espanta as más influências do mundo externo à Egrégora; e se a espada fosse substituída por um fuzil AR-15? Este último também é uma arma de ataque, porém, que mensagem esta poderá transmitir? Será que a mensagem é a mesma da espada? A metralhadora transmite a mensagem de ser arma de honra? Ou de destruição em massa? É razão para preservarmos os símbolos exatamente como foram idealizados pelos primeiros maçons com risco da mensagem original perder-se. O mesmo se dá com o movimento arrastado dos pés durante a marcha do aprendiz. Será esta uma daquelas invenções que poluem a Maçonaria Simbólica, dita por Albert Pike? 

Ainda não é possível afirmar, ademais, na Maçonaria tudo parece ter uma razão de ser até prova em contrário; é assim que funciona. A marcha do aprendiz maçom tem relações com as três colunas do templo: sabedoria, força e beleza. Sabedoria porque se destaca a cabeça como se estivesse numa prateleira quando se coloca a mão em esquadro na garganta; Beleza porque a postura e a marcha devem ser feitos com garbo, energia, elegância; Força porque devem ser feitos de forma enérgica, orgulhosa e denotando força moral. 

Além disso, o posicionamento da marcha do aprendiz é emblema de três passagens: nascimento, vida e morte. Quando bem feito representa discernimento, retidão e decisão. Quando a marcha é torta e frouxa representa: Inépcia, farsa, vacilação. 

Os três esquadros formados pela mão, braço e pés significam: podem me degolar que não conto os segredos; o braço e antebraço em esquadria significam força à disposição da Ordem; a esquadria dos pés significa que o caminho do maçom deve sempre ser pautado pela retidão do ângulo reto. São três os esquadros porque três é a idade do aprendiz maçom. 

Acima de qualquer especulação ou consideração, é importante lembrar que existem duas maneiras de efetuar qualquer tarefa: fazer bem feito ou mal feito: implica que, tanto para fazer bem feito, como para fazer mal feito leva-se quase o mesmo tempo e se gasta quase o mesmo recurso; então faça bem feito! Ademais, como estudante da arte real é importante fazer tudo bem feito, para escalar a Escada de Jacó com galhardia e progredir espiritualmente para honra e à Glória do Grande Arquiteto do Universo. 

Bibliografia: 

1. CASTELLANI, José, Consultório Maçônico XI, ISBN 978-85-7252-286-1, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 176 páginas, Londrina, 2011; 

2. PIKE, Albert, Morals and Dogma, of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry, primeira edição, Supreme Council of the Thirty Third Degree for the Southern Jurisdiction of the United States, 574 páginas, Charleston, 1871. 

Data do texto: 09/09/2008 

Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade. 

Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná 

Local: Curitiba 

Grau do Texto: Aprendiz Maçom 

Área de Estudo: Filosofia, Maçonaria, Ritualística, Simbologia

Fonte: JBNews - Informativo nº 0171 - 14 de fevereiro de 2011