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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O PAVIMENTO QUADRICULADO

O PAVIMENTO QUADRICULADO
Ir∴ Adelar Rosa, Rio Branco

O Pavimento Quadriculado, também chamado Pavimento Mosaico, é de origem sumeriana e, portanto, mesopotâmica. A Mesopotâmia (terra entre rios) é a região da Àsia, situada entre os rios Tigre e Eufrares e que abrigou, ao lado do Vale do Nilo, as mais antigas civilizações organizadas da Terra.

Os sumerianos estabeleceram-se na região de Summer, no sul da Mesopotâmia, junto ao Golfo Pérsico, a partir do IV milênio A.C., e influíram, decisivamente, na formação cultural e mística dos demais povos asiáticos e mediterrâneos. Hoje não restam mais dúvidas de que a escrita foi por eles inventada (escrita cuneiforme); além disso, o sumeriano era a língua hierática (sagrada), usada, apenas, nos textos religiosos de, praticamente, todos os povos da antiguidade, enquanto que o acadiano (dos habitantes de Acad, região ao norte de Summer) era a língua diplomática, usada, inclusive, pelos egípcios.

Além da escrita, é certo terem, os antigos sumerianos, tudo criado: administração e justiça fundadas em Códigos, que serviram de padrão; formas políticas de governo, que vão das cidades-estado, até ao império; instrumentos de troca e de produção; formas de pensamento religioso, que dominaram todo o mundo antigo; técnicas de construção (os especialistas Wooley e Parrot reconstruíram, além dos templos religiosos, as casas sumerianas de dois andares, à volta de um pátio central, protótipos das futuras casas gregas e romanas) etc.

Foi a religião, todavia, o centro e o motor de toda a vida da Mesopotâmia, tornando-se a base de toda a religiosidade cósmica do mundo antigo e da mitologia greco-romana. Entre os símbolos religiosos dos sumerianos encontrava-se, então, um pavimento quadriculado, composto de quadrados brancos e negros intercalados, "simbolizando os opostos" (o dia e a noite, o bem e o mal, o calor e o frio, a virtude e o vício, o espírito e a matéria etc.).

Na Mesopotâmia, esse pavimento representava terreno sagrado, através do qual chegava-se ao santuário mais íntimo das religiões, e que, normalmente, só podia ser pisado pelo sacerdote hierarquicamente mais elevado, mediante certas formalidades, nos dias mais importantes do calendário religioso.

Nem todos os demais povos, entretanto, adotaram esse símbolo (os hebreus não o usaram e ele não existia no templo de Jerusalém), enquanto que muitos o adotaram, simplesmente, como motivo de decoração (caso dos antigos gregos e cretenses).

As civilizações cretenses e aquéia (ou micênica), chamadas civilizações egéas (do mar Egeu), foram as verdadeiras precusoras dos povos gregos e floresceram, entre os séculos XXII e XX a.C., na Ilha de Creta e no continente europeu, respectivamente. A arqueologia, começou a descobrir essas civilizações apenas em 1875 (Micenas) e 1900 (Creta).

Fonte: JBNews nº 055 - 27/10/2010

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