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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

RETÁBULO DO ORIENTE

RETÁBULO DO ORIENTE
(republicação)

Em 06/02/2016 o Respeitável Irmão Gleiner Costa, atual Segundo Vigilante da Loja Cayru, 762, REAA, GOB-RJ, Oriente do Rio do Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, formula a seguinte questão: gleinercosta@uol.com.br

Interajo mais uma vez com o Poderoso Irmão - conhecedor de sua cultura maçônica e conhecimento de matéria de cunho maçônico, para lhe formular duas perguntas abaixo se possível com o embasamento legal à matéria: 

Pergunta1: Após a sagração do templo depois de reforma do mesmo, poderá o seu painel de fundo ser trocado, por outro pintado por um pintor profano e com sua assinatura no referido painel? 

Pergunta2: Como deve ser exatamente esse painel?

CONSIDERAÇÕES:

O Painel denominado Retábulo do Oriente nada mais é do que a parede oriental abaixo do dossel e localizada imediatamente atrás do lugar ocupado pelo Venerável Mestre.

Nas Lojas simbólicas do Rito Escocês Antigo e Aceito esse “Retábulo”, assim denominado, é composto apenas e tão somente pelas figuras simbólicas do Delta, localizado ao centro e imediatamente abaixo do nó central da Corda de 81 Nós; do Sol um pouco mais abaixo e à esquerda do Delta e da Lua em quarto crescente no lado oposto ao Sol, visão essa sob o ponto de vista de quem do Ocidente, parado sobre o eixo longitudinal do Templo (equador) observa a parede oriental. Em tese o Delta fica atrás e um pouco acima do Venerável Mestre, o Sol para a banda do Orador e a Lua para a do Secretário.

Doutrinariamente no REAA esse conjunto que compõe o Retábulo do Oriente alude à Luz como virtuosa representação do esclarecimento, seja ela ativa ou mesmo reflexa, já que ela opera simbolicamente na transformação do Iniciado.

O Delta sugere a presença do “Arquiteto Criador” no Canteiro, ou a Loja. Com seu aspecto universal representa a ordenação das Leis Naturais – é a Sabedoria do Venerável na transitória condução dos trabalhos e na edificação das boas obras. Em tese, é a Obra do Sol.

O Sol para governar o dia, a Lua para governar a noite e o Venerável para governar a Loja. O Sol (Luz ativa) no Retábulo assegura a guarda e o respeito às Leis (Orador) enquanto que a Lua (Luz reflexa) registra a fidelidade dos Diplomas Legais. Sob o aspecto místico, a Lua é reconhecida desde a mais remota antiguidade e cultuada como mãe universal que fertiliza a Terra (age sobre os fluídos da Terra) enquanto que o Sol opera o milagre da transformação fecundando e revivendo novamente a Natureza (o Fogo renova toda a Natureza ou Igne Natura Renovatur Integra).

Resposta à pergunta 1 – Sagração do Templo em Maçonaria nada tem a ver com o divino e o religioso. Na verdade o ato da sagração confere, consagra a dignidade (respeito) ao espaço. Geralmente na Moderna Maçonaria as Lojas contratam profissionais da construção (não literalmente maçons) para edificar e reformar os seus Templos. Obviamente que não existe a obrigatoriedade de que esses profissionais sejam literalmente iniciados. Aliás, vivemos na Maçonaria Simbólica e uma Sala da Loja (Templo) não é um ambiente religioso, porém um espaço digno que remonta a lembrança dos canteiros medievais do passado.

Lembro que se esse espaço somente ficasse restrito aos Maçons, nem mesmo as nossas cunhadas adentrariam ao local nas sessões previstas com a presença de não maçons. O que é restrito aos maçons são apenas as sessões maçônicas que demandam de “cobertura” para serem realizadas. Como se pode notar, questão não é de interferir no espaço consagrado aos trabalhos maçônicos, porém dos tipos de reuniões que ali serão realizadas.

É oportuno salientar que o termo “profano”, aqui não se refere ao verbo “profanar” (transgredir, violar, infringir uma regra sagrada), porém à etimologia da palavra (pró=antes; fanu=templo) que significa antes do templo, ou aquele que não foi iniciado.

Quanto à pergunta 2, penso que já está respondida na primeira parte dessas considerações, até porque o ritual de Aprendiz em vigência (2.009) na sua página 14, último parágrafo, menciona apenas que: "Na parede do fundo, no Oriente, em um painel, são representados os astros do dia e da noite (Sol e Lua), ficando o Sol à direita do Venerável e a Lua, em quarto crescente, à esquerda do Venerável; entre eles, o Delta Luminoso em fundo dourado.” O painel mencionado é uma porção da própria parede oriental situada atrás do Venerável logo abaixo do dossel e onde são fixadas as luminárias terrestres e o Delta, sendo que nele não está previsto nenhum outro símbolo, nem mesmo a simples assinatura que identifique a autoria de alguém, seja ele maçom ou não maçom.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.153 – Florianópolis (SC) – quarta-feira, 24 de agosto de 2016

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