Autor: Guy Chassagnard
Tradução: José Filardo
A Maçonaria teve, historicamente, por lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade… Esta mentira deve ser refutada de uma vez por todas. Não! Maçonaria francesa, bem entendido, não impôs esse lema; ela pediu emprestado à República. Vamos explicar os detalhes.
Tradicionalmente, a Maçonaria não tem lema, mas máximas e aclamações. No século XVIII, os documentos maçônicos oficiais, as pranchas traçadas dos últimos trabalho são, geralmente, precedidas pela fórmula simples “Saúde, Força, União”.
A ideia de combinar Liberdade, Igualdade e Fraternidade se origina, aparentemente de um dos principais atores da revolução, a saber, Maximilien de Robespierre (1758-1794), que propôs em 27 de abril de 1791 à Assembleia Constituinte inscrever três palavras na bandeira e botões das Guardas nacionais; com o único propósito de prestar homenagem ao seu civismo e sua coragem.
A proposta de Robespierre não foi aprovada, bem como foi em vão a iniciativa tomada por Jean-Nicolas Pache, prefeito de Paris, em 21 de junho de 1793, de colocar de cartazes na cidade com a inscrição “Unidade e indivisibilidade da República, Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou a Morte”.
Também sem sucesso foi a inclusão das três palavras anteriormente citadas pelo redator da ata dos trabalhos de retomada das atividades da Grande Loja da França, em 24 de junho 1795, depois de um sono forçado de vários anos.
Voltemos a julho de 1791 para extrair de uma circular da Loja Mãe do Rito Escocês filosófico, São João do Contrato Social, essa afirmação:
“Muitos séculos antes que Rousseau, Mably, Raynal tivessem escrito sobre os direitos humanos e tivessem jogado na Europa a massa de Iluminismo que caracteriza o seu trabalho, nós praticávamos em nossas Lojas todos os princípios de uma verdadeira sociabilidade. A igualdade, a liberdade, a fraternidade eram para nós os deveres mais fáceis de cumprir que nós afastamos cuidadosamente para longe de nós os erros e preconceitos que, por tanto tempo, trouxeram a infelicidade às nações.”
Será preciso, de qualquer maneira, esperar até 25 de fevereiro de 1848 até que Louis Blanc (1811-1882), então membro de um governo republicano provisório – e futuro maçom – fizesse inscrever a tríade Liberdade, Igualdade, Fraternidade como divisa nacional na Constituição da Segunda República.
E não será até 10 de agosto do ano seguinte, ou seja, 1849, que ele será adotado como lema maçônico pelo Grande Oriente, antes de todas as potências francesas viesse a reclamá-lo por sua vez. Portanto, a César o que é de César; Reddite quae sunt Caesaris, Caesari.
Supondo, no entanto, que se, oficialmente, os maçons não podem contar com o fato de que eles foram os primeiros a fazer uso de um lema de renome internacional, eles podem, mesmo assim, afirmar que o inspiraram para a nação … Lembrando-se, principalmente que um secretário de Loja, em 07 agosto de 1793, em Lille, rubricou um diploma “em nome e sob os auspícios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade”; diploma sobre o qual ele havia apagado a menção maçônica impressa: “em nome e sob os auspícios do Sereníssimo Grão-Mestre”. Isso cerca de 56 anos antes do advento da Segunda República.
Fonte: https://opontodentrocirculo.com
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