Páginas

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

domingo, 25 de dezembro de 2011

BARRO NAS MÃOS DO OLEIRO

BARRO NAS MÃOS DO OLEIRO
Repasse: Ir∴ Marcos Antonio Bergantini

O divino Oleiro é o arquiteto de toda a criação. Cada peça é cuidadosamente sonhada e projetada.

O barro disforme nas mãos do Oleiro deixa-se transformar numa obra original e irrepetível. O barro, por si só, não se transforma em vaso, cântaro, pote ou vasilha. A pessoa não pode, por suas próprias forças, transformar-se e resgatar sua identidade.

O barro é escolhido

Dentre duzentos tipos de barro conhecidos, somente oito servem para fazer vasos.

O divino Oleiro escolhe o barro. Se você é escolhido por Deus, isso significa que você é um barro bom e que o divino Oleiro deseja fazer de você uma obra de arte.

O barro é curtido

O barro é escolhido e deixado de lado para repousar por um tempo. Ele deve ser curtido com a finalidade de criar maior liga. Quanto maior o vaso, mais longo é o tempo do curtimento.

A fase do curtimento em sua vida pode significar o silêncio do divino Oleiro. Parece que Ele fala com todo mundo, menos com você. Esta fase depende do tipo de vaso que o divino Oleiro quer fazer.

O barro é prensado

Depois de superada essa fase, o barro necessita ser prensado para que o ar, as pedras, as raízes e as impurezas sejam retiradas, formando uma massa consistente. Pode ser angustiante ser prensado sem entender o porquê e nem o para quê.

Deus permite que você seja humilhado, pisado para poder tirar todo orgulho, e vaidade...

Parece que todos falam mal de você, ninguém o entende, julgam suas atitudes...

Sem a presença do Espírito Santo, sem a humildade, sem a disponibilidade, sem a fé e confiança o "vaso" fica inconsistente.

O barro é modelado

Chegou a hora decisiva: um punhado de barro nas mãos do Oleiro vai ganhar a forma desejada. É o momento da entrega total. Ele é colocado sobre a roda de modelar. Deixa-se modelar: de barro a vaso. Esta atitude requer abrir mão de todos os caprichos, ambições e permitir que o Oleiro modele o barro segundo Sua sabedoria.

O Oleiro não retira o olhar da obra que está construindo. Nada desvia sua atenção.

Inicia a obra com leves toques periféricos regados com água. Depois, decididamente, rasga o barro, abrindo espaço no inteiro para trabalhar o vaso como havia concebido no coração. Após a obra concluída, pára e contempla.

O vaso modelado fica em repouso

Com cuidado o Oleiro leva o vaso para o forno para ser temperado. O fogo abrasador leva-o ao seu limite de resistência. Sente o calor permear cada fibra. Somente o vaso que suportar o calor no forno está hábil para cumprir sua tarefa.

O vaso é provado

O Oleiro retira cada peça do forno e verifica a sua capacidade de resistência, dando-lhe um peteleco. O som emitido é a prova. Se o som é chocho voltará ao forno, porque ainda não está pronto, mas se ele "cantar" é porque está apto para seguir seu destino.

O vaso é destinado

Quando o "vaso" está pronto, o divino Oleiro o enche do Seu Espírito e o envia a ser "vaso de benção" a quem encontrar no caminho.

Fonte: JBNews - Informativo nº 158 - 27/01/2011 

sábado, 24 de dezembro de 2011

GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

Grande Arquiteto do Universo, etimologicamente se refere ao principal Criador de tudo que existe, principalmente do mundo material (demiurgo) independente de uma crença ou religião específica.

Conceito cristão

O conceito de Deus como o Grande Arquiteto do Universo tem sido empregado muitas vezes no cristianismo. Ilustrações de Deus como o arquiteto do universo podem ser encontradas em Bíblias desde a Idade Média e regularmente empregadas pelos apologistas e professores cristãos.

Teólogos cristãos como Tomás de Aquino sustentam que existe um Grande Arquiteto do Universo, a Primeira Causa, e que este é Deus. Os comentadores de Aquino, como Stephen Richards [2] têm apontado que a afirmação de que o Grande Arquiteto do Universo é o Deus cristão não é evidente, com base na "teologia natural" somente, mas requer adicionalmente de um "salto de fé" baseado na revelação da "Bíblia".

João Calvino, em seu Instituto da Religião Cristã(publicado em 1536), chama repetidamente o Deus cristão de "O Arquiteto do Universo", também se referindo aos seus trabalhos como "Arquitetura de Universo", e em seu comentário sobre Salmo 19 refere-se à Deus como o "Grande Arquiteto" ou "Arquiteto do Universo".

Conceito maçônico

O conceito do 'Grande Arquiteto do Universo' está além de qualquer credo religioso, respeitando toda a sua pluraridade. A crença num ser supremo é ponto indiscutível, para que se possa ser iniciado na maçonaria, uma realidade filosófica mas não um ponto doutrinal.Como é uma escola de filosofia, moral e bons costumes, e não sendo uma religião, a maçonaria não pretende concorrer com outras religiões. Permite aos seus iniciados a crença em qualquer uma das religiões existentes, exigindo apenas a crença num ser superior, criador de tudo e de todos, que o candidato já acreditasse antes mesmo de considerar a possibilidade de vir a ser um maçom.

Assim, 'Grande Arquiteto do Universo' ou 'G.A.D.U.' é uma designação maçônica para uma força superior, criadora de tudo o que existe. Com esta abordagem, não se faz referência a uma ou outra religião ou crença, permitindo que maçons muçulmanos, católicos, budistas, espíritas e outros, por exemplo, se reúnam numa mesma loja maçônica.

Para um maçom de origem muçulmana se referiria a Alah, para outro de católica, seria Jave, de qualquer forma significaria Deus. Assim as reuniões em loja podem congregar irmãos de diversas crenças, sem invadir ou questionar seus conteúdos. A atividade da Maçonaria em relação ao Grande Arquiteto do Universo - G.·.A.·.D.·.U.·., envolve estudos filosóficos e não proselitismo.

Conceito hermético

O Grande Arquiteto também pode ser uma metáfora aludindo à potencialidade divina de cada indivíduo. "(Deus) ... Esse poder invisível que todos sabemos existir, mas entendida por muitos nomes diferentes, tais como Deus, o Espírito, o Ser Supremo, a Inteligência, Mente, Energia, Natureza e assim por diante." Na Tradição Hermética, cada pessoa tem o potencial de tornar-se Deus, esta idéia ou conceito de Deus é percebido como interno e não externo. O Grande Arquiteto é também uma alusão ao universo criado observador. Nós criamos nossa própria realidade, por isso nós é o arquiteto. Outra forma seria a de dizer que a mente é o construtor.

Conceito do ponto de vista da gnosis

O conceito de Grande Arquiteto do Universo ocorre no gnosticismo. O Demiurgo é o Grande Arquiteto do Universo, o Deus do Antigo Testamento, em oposição a Cristo e Sophia mensageiros da Gnose do Verdadeiro Deus. Ebionits como

Notzrim, por exemplo, o Rabba Pira, é a fonte de origem, e, recipiente de todas as coisas, que é preenchido pelo Rabba Mana, o Grande Espírito, do qual emana a primeira vida. A primeira vida reza para a companhia e filhos, após o que a segunda vida, o Ultra Mkayyema ou mundo que constitui Æon, o Arquiteto do Universo, vem a ser. A partir desse Arquiteto vem uma série de æons, que erguem o universo sob a comando da gnosis, o conhecimento personificado de vida

Bibliografia
  • Max Heindel Maçonaria e Catolicismo
  • Jules Boucher A Simbólica Maçónica
  • Oswald Wirth O simbolismo hermético na sua relação com a Franco-Maçonaria
  • Rizzardo da Camino Rito Escocês Antigo e Aceito Loja de Perfeição (Graus 1.º ao 33.º), Madras Editora Ltda, 1999, 2.ª Edição - ISBN 85-85505-65-6
Fonte: JBNews - Informativo nº 271 - 26.05.2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

OS TRÊS TOQUES

Ir∴Valdemar Sansão M∴M∴
São Paulo - SP

Batei e Vos abrirá

Batendo às portas do Temp∴ do saber elas vos serão abertas; pois, todas as portas se abrem ao chamado imperativo da vontade e do desejo de aprender, que são as chaves mestras que abrirão todas as portas cerradas ao vosso passo.

Batendo aos corações de vossos Ir∴, com o toque sincero de vossa bondade eles vos abrirão o peito para compartilharem das vossas dores e alegrias, vossos problemas aflitivos e vossas esperanças.

Batendo com o chamado mágico do saber, na porta da vida, esta vos será aberta. Jamais vos esquecendo dos juramentos prestados nas câmaras em que estivestes, nossos corações vos darão a prova de fraternidade universal, peculiar em nós, verdadeiros maçons.

Pedi e Vos dará

Pedi a resposta ao enigma que vos atormenta e o significado do símbolo que vos confunde, pois, a afã de compreendê-los conduzir-vos-á adiante, um passo mais em cada dia.

Pedi – ao mestre a chave do segredo que guarda secretamente, pois, se o discípulo está pronto para recebê-los, o M∴ também o está para orientá-lo e fazê-lo participar dos seus conhecimentos à medida que se façam dignos deles.

Pedi – sempre a tarefa mais penosa, o trabalho mais árduo, o labor mais perigoo, e desenvolvereis uma vontade mais poderosa e uma fortaleza ainda maior, conforme ouvistes dos IIr∴ Ven∴ e Ord∴ durante a Inic∴.

Buscai e Encontrareis

Buscando em vossos corações, encontrareis a palavra que afague uma esperança, o gênio doce que alivie vossas penas, e o amor sincero que arranque radicalmente os espinhos cravados em vossos corações.

Buscando em vossa mente encontrareis a solução do problema, a inteligência analítica que desentranha um teorema; a finalidade que dignifica, transformando o animal humano em um ser pensante que raciocina e analisa, que dirige e ama.

Buscando em vossa consciência, encontrareis a norma de vossa conduta, o farol rutilante que ilumina a estrada da vossa vida, a bússola que guia firmemente a vossa direção pelo mar tortuoso de vossas paixões. Em vosso espírito encontrareis o sentido oculto das causas, a verdade escondida do símbolo, e a harmonia rítmica da vida.

Assim, caríssimos Irmãos:

Batei e Vos abrirá – Pedi e Vos dará – Buscando Encontrareis.

Fontes de Consultas:

- Bíblia Sagrada;
- Trabalho do Ir.’. Jayme Janeiro Rodrigues.

Fonte: JBNews - Informativo nº 268 - 23.05.2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

REGRAS RITUALÍSTICAS - 05

REGRAS RITUALÍSTICAS
SIMBOLISMO MAÇÔNICO (2a PARTE)
ir∴ Valdemar Sansão 

Vale lembrar que quaisquer alterações litúrgicas ou ritualísticas devem ser feitas somente através das obediências e não pelas lojas como se percebe comumente.

Regras - as regras falam por si mesmas. Não foram estabelecidas para provar a obediência, mas por serem necessárias ao nosso bem. Não devemos observá-las apenas pelo fato de nos serem impostas, foram-nos ordenadas porque são justas. 

A maçonaria é uma instituição que transmite a sua doutrina através, principalmente, de símbolos, alegorias, emblemas, parábolas e máximas; todo este vasto volume de informações dadas ao iniciado necessita de uma correta interpretação no sentido de explicação, de comentário, para que possa ser bem captado, principalmente em relação aos símbolos, que admitem interpretações diversas conforme o ângulo da análise, se exotérica ou esotérica. 

Importante, também, é a correta interpretação das práticas litúrgicas e ritualísticas, para que não haja a deturpação das mensagens doutrinárias e simbólicas nelas contidas. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

MISTÉRIOS DO PRIMEIRO GRAU

MISTÉRIOS DO PRIMEIRO GRAU
(Desconheço o autor)

"É com o coração que se vê corretamente; o essencial é invisível aos olhos." (Antoine de Saint-Exupéry, O pequeno príncipe).

O trabalho do Aprendiz é lavrar sua pedra bruta, usando o maço e o cinzel, para esquadrá-la e livrá-la das asperezas e elementos supérfluos com o fim de conseguir que se encaixe nas outras pedras, para compor as paredes do edifício da Fraternidade. Este é um trabalho que não envolve somente o aspecto esotérico, envolve principalmente o aspecto prático. 

A matéria na qual o Aprendiz trabalha é, portanto, sua própria matéria, pois assim como o pintor se expressa com o emprego das cores; o músico com os sons; o Aprendiz se expressa por meio de si mesmo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PÉ DIREITO OU PÉ ESQUERDO

Ir∴ Sergio Quirino Guimarães

Saudações estimado Irmão, você saberia responder se é com o PÉ DIREITO ou com o PÉ ESQUERDO? A pergunta é clássica, recorrente e sempre mal formulada: Entramos nos Templos com o pé direito ou com o pé esquerdo? A resposta está no 18º Landmark, entramos com os dois pés! E se a pergunta fosse: - Transpomos a soleira da porta do Templo, primeiramente com o pé direito ou com o pé esquerdo?

Pareceria coisa simples e muitos de imediato já responderam mentalmente, mas o interessante está na explicação que muitos dão ao ato. Já ouvi que é com o pé esquerdo, pois é o lado do coração, sendo este poderoso músculo a fonte emanadora de belos sentimentos. Quando ouvi isto pensei em propor que a Coluna do Sul fosse transferida para a esquerda de quem entra no Templo, já que ela é a própria beleza em si mesma. Desisti, pois pela perspectiva do Oriente as posições já estariam certas. 

Também tentaram me ensinar que devido aos Hemisférios Cerebrais que atuam de forma cruzada sobre o corpo, devemos usar o pé direito, pois estaremos ativando o lado esquerdo do cérebro que controla as atividades científicas e de linguagem. Acredito sinceramente nas muitas qualidades dos antigos ritualistas, mas acreditar que eles tinham conhecimento neurolinguístico é demais! Mas afinal qual é a resposta?

Você não vai encontrar nestas linhas a solução da questão, simplesmente porque a resposta está no seu Ritual do Grau de Aprendiz, editado com as instruções DO SEU RITO, dentro das normas e procedimento DE SUA POTÊNCIA e ainda levando em conta os usos e costumes DE SEU ORIENTE. Por que isso? Em alguns Ritos não há menção do ato; algumas Potências criaram regras para que os Irmãos adentrem ao Templo e ainda temos Lojas que iniciam seus trabalhos já com todos os Obreiros dentro da Oficina. Mas se nada constar e mesmo assim você insistir em ter uma atitude consciente dessa “transposição” do profano (fora do Templo) para o sagrado (dentro do Templo) eu SUGIRO que lembra o espírito, os pés posicionados como o símbolo da retidão e avançamos o pé ........... (veja no seu ritual) e nessa posição que os Irmãos se manifestam prontos para servir, aprender e ensinar.

Boa noite a todos, já está tarde e eu devo ir agora a um Baile de Debutantes, adoro dançar Valsa. Este gênero musical (valsa do alemão Walzer) é de compasso binário (eu não gosto do número 2), mas para facilitar a leitura ela é escrita em compasso ternário (eu gosto do número 3) * * *. Na coreografia o homem começa sempre com o pé esquerdo, dá um passo para frente, traz o pé direito junto ao esquerdo, SEM BATÊ-LOS e mais um passo e outro passo no salão sempre a girar (walzer) no sentido horário.

De acordo com o PROMAÇOM cujo programa visa à integração das Lojas Maçônicas, segue em anexo, o quadro com as atividades das Lojas que se reúnem na avenida Brasil 478 e, de algumas situadas fora do Palácio Maçônico.

Dedico este artigo aos queridos Irmãos da Loja Maçônica Nova Esperança - 26, do Oriente de Nova Esperança, jurisdicionada ao Grande Oriente do Paraná, que está comemorando cinquenta anos de fundação. Entre as comemorações teremos no dia 13/04 uma palestra com o competentíssimo Irmão Hercule Spoladore. Na pessoa do Ir∴ Jorge Antonio Salem parabenizo todos os Irmãos.

Fonte: JBNews - Informativo nº 219 - 04.04.2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

SER APRENDIZ


Fábio Teddy Moreira 
A∴R∴L∴S∴ Ordem e Progresso 133
Belo Horizonte MG

Ser Aprendiz Maçon é receber um convite de um amigo, responder questionários durante sindicâncias, sofrer angustiosamente o comunicado de aprovação para seu ingresso na maçonaria.


Ser Ap∴M∴ é vestir seu terno preto, chegar a um local estranho, cheio de pessoas desconhecidas, e, logo na entrada, ter vendado a sua visão, ser despojado de todos os seus metais, ter despido o lado esquerdo do seu peito, sua perna até joelho e seu pé; ser colocado sozinho com seus pensamentos, paixões, vaidades e vícios.

Ser Ap∴ M∴ é esperar um longo período, quase uma eternidade, e subitamente ser colocado em um cômodo pequeno, conhecido como câmara de reflexão, cheio de objetos e inscrições sugestivas, com um questionário e um testamento a ser preenchido na suas mãos, realizando a sua primeira viagem.

Ser Ap∴ M∴ é ser guiado com olhos vendados, semi nu e sem metais por um estranho que bate em uma porta e pede sua entrada, é ser interrogado sobre seus deveres com Deus, para consigo e para com a humanidade.

Ser Ap∴ M∴ é humildemente, confiando em seu guia, viajar por mais três vezes, a primeira e mais difícil aprendendo a vencer os obstáculos, a segunda ser batizado pela água e a terceira ser batizado pelo fogo. É provar o doce e o amargor, é ser colocada à prova toda a sua vontade de ser realmente um M∴. É doar seu próprio sangue a causa sagrada da maçonaria.

Ser Ap∴ M∴ é ajoelhar-se e jurar silêncio sobre o que escutar, jurar não escrever, gravar ou formar nenhum sinal que possa revelar a palavra sagrada, jurar sua união eterna com a fraternidade, comprometendo-se a ajudar seus irmãos a qualquer momento. É ser digno de receber a luz, é nascer para a vida maçônica.

Ser Ap∴ M∴ é consagrar-se com palavras e ter acima da sua cabeça a Espada Flamejante, sendo tocada por três vezes pelo V∴M∴. É ser recebido por pessoas antes desconhecidas, e agora, seus verdadeiros irmãos, dispostos a ajudá-lo. É aprender a dar os primeiros golpes para o desbaste da pedra bruta e receber a verdadeira veste maçônica, o avental.

Ser Ap∴ M∴ é aprender o sinal da ordem, o sinal gutural, o aperto de mão com os devidos toques, a palavra sagrada, a semestral e a de convivência. É aprender andar no Templo, sempre do ocidente para o oriente, do norte para sul sempre saudando o Delta, quando de sua passagem pelo Equador.

Ser Ap∴ M∴ é entrar na sala dos passos perdidos, passar pelo átrio e, após entrar no templo, sempre com seu avental com a abeta voltada para cima, sentar-se no topo da coluna do norte e observar o templo com sua forma de quadrilongo, com o chão quadriculado, a entrada no ocidente tendo acima da porta a chama votiva, rodeado pela corda de 81 nós, as colunas zodiacais, sua abóboda celeste, com suas constelações, as colunas de bronze com a esfera celeste e as 3 romãs ( mostrando pela sua divisão interna, os bens produzidos pela influência das estações, representando as LL∴ e os MM∴, espalhados pela superfície da Terra e ainda assim, constituindo uma e mesma família ), observar os 4 degraus que levam ao oriente (Força, Trabalho, Ciência e Virtude ), e acima do trono do V∴ M∴ o delta luminoso sempre ladeado pelo sol e pela lua, o altar dos perfumes defronte ao altar do V∴ M∴, o altar dos juramentos com seus paramentos (o livro da lei sagrada, representando o Código da Moral, o compasso, sempre com as pontas ocultas sob o esquadro: que só se mostram unidos em loja representando a medida justa que deve presidir todas as nossas ações), ladeado por 3 castiçais (sabedoria: para orientar-nos no caminho da vida, força: para nos animar e sustentar em todas as dificuldades e beleza: para adornar as nossas ações, nosso caráter e nosso espírito), os ornamentos (o pavimento mosaico, representando a fraternidade; a estrela flamejante, representando a caridade e a orla dentada, representando o amor).

Ser Ap∴ M∴ é observar o altar que o V∴ M∴ tem assento, colocado sempre no Oriente sob o dossel e sobre 3 degraus (Pureza, Luz e Verdade), ladeado por 2 cadeiras: para o ex - V∴ M∴ à esquerda, e para a maior autoridade presente à direita, com o candelabro à frente, ainda no oriente e ao norte, o altar do orador, ao sul, o altar do secretário. No ocidente e a esquerda da coluna B e sobre 2 degraus o altar do 10º vigilante, a pedra bruta, o maço e o cinzel,e, a esquerda da coluna J e no meio, sob a Estrela Flamejante com a letra G no centro, e sobre 1 degrau, o altar do 2º vigilante, com pedra cúbica, ambos com os seus candelabros.

Observar também, logo após a coluna do norte, a direita do orador e por fora da balaustrada, o altar do tesoureiro e simetricamente a esquerda o altar do chanceler. No meio dia ( sul ), ao norte e no oriente os bancos colocados longitudinalmente em linha paralelas, onde ficam os aprendizes no norte, os companheiros ao sul e os mestres nas cadeiras da primeira fila.

Ser Ap∴ M∴ é começar a conhecer o Rito Escocês Antigo e Aceito, visitar outras lojas, conhecer outros MM∴ fora de sua loja, é assistir uma iniciação e compreender o que está passando com o neófito, é assistir a uma filiação e vislumbrar a felicidade do Irmão.

Ser Ap∴ M∴ é receber ensinamentos, conceitos e experiências de seus irmãos, é estudar para alcançar progressos na maçonaria. É começar a utilizar seus instrumentos de trabalho: a régua de 24 P∴ P∴ para planear suas atitudes, representando a sabedoria; o maço para aplicar toda a energia, representando a força e o cinzel para polir seus vícios, vaidades e paixões, representando a beleza. É compreender que todos começam sua vida na maçonaria como a Pedra Bruta e deve determinar suas ações, aplicar toda sua energia e ver todas as suas faculdades, desenvolvendo-as, educando-as e temperando-as para lavrar a pedra bruta, tornando-se uma Pedra Polida ou Cúbica, ou seja, dominando a si mesmo, aperfeiçoando-se moralmente e espiritualmente.

Ser Ap∴ M∴ é conhecer as jóias fixas da loja: a prancheta, representando o mestre guiando os aprendizes; a pedra bruta e a pedra polida cúbica . É conhecer as jóias móveis: o esquadro representando o estatuto da ordem e decorando o V∴ M∴; o nível representando a igualdade social e decorando o 10º vigilante e o prumo representando a retidão do maçon e decorando o 2º vigilante.

Ser Ap∴ M∴ é honrar e venerar o G∴A∴D∴U∴, ter a honra de saber guardar o segredo, preferindo ter a sua G∴ C∴ a revelar nossos mistérios, é estudar para vencer a ignorância, é aprender a combater o fanatismo e a superstição. É ser solidário aos irmãos que respeitam suas responsabilidades morais, sociais e de honra, em tudo que for justo e perfeito. É educar-se para corrigir seus defeitos e ser tolerante com as crenças religiosas e políticas de cada um.

Ser Ap∴ M∴ é aprender o simbolismo dos números, sendo que o número 1 significa a unidade se tiver efeito sobe ele o número 2, senão representa o todo; o número 2 significa a dúvida, a divisão, o desequilíbrio. O antagonismo do número 2 cessa quando se acrescenta mais uma unidade, formando o número 3, que representa a unidade da vida e as 3 qualidades indispensáveis do maçon : vontade, amor ou sabedoria e inteligência.

Ser Ap∴ M∴ é aprender a marcha ritualística, mesmo que ainda arrastando o pé direito, demonstrar retidão decisão e discernimento, estar sempre disposto a galgar os 14 degraus da escada de Jacó e alcançar a estrela de sete pontas, ou seja, o último estágio da evolução maçônica simbólica, o Mestre.

Ser Ap∴ M∴ é ser homem livre e de bons costumes, e após receber a luz, poder caminhar sozinho no templo e, embora auxiliado pelos conselhos dos IIr∴ e pela experiência dos MM∴ sentir-se responsável por si mesmo e saber que seus pensamentos, palavras e atitudes devem representar sempre a consciência de seu juramento ao ingressar no Templo, e, após trabalhar simbolicamente por três anos do meio dia à meia noite, humildemente, solicitar o seu primeiro aumento de salário.

Fonte: JBNews - Informativo nº 0305 - 29 de junho de 2011

UM NÁUFRAGO MAÇOM NA ILHA DAS FLORES (AÇORES)


Esta é uma pequena história com 136 anos de vida, que fala de 12 náufragos e um bloco de pedra com uma inscrição e um símbolo maçónico que durante muito tempo não foi reconhecido por nenhum dos historiadores e curiosos que se debruçaram sobre o assunto. John Coustos, Mestre Maçon, dá mais pormenores. 

“No aprazível local da Fajã do Conde, junto à Ribeira da Cruz, na Ilha das Flores (Açores), entre uma densa e verdejante vegetação, encontra- se um bloco de pedra, de forma mais ou menos cúbica, onde se pode observar a seguinte inscrição:

CAPT. W. H. LANG

AND 11 MEN - LANDED MAY 5 73 FROM BARK MODENA

OF BOSTON MASS. FOUNDERD - APRIL 22

Hoje, sabe-se que esta enigmática inscrição se ficou a dever ao facto da tripulação de uma embarcação americana – registada em Boston pelos proprietários J. Rideout e H. O. Roberts com o nome Modena, de 206 toneladas –, quando se viu em apuros nas águas das Bermudas, ter sido socorrida por uma outra embarcação. Tinha saído da Serra Leoa e dirigia-se para Boston, na costa leste dos Estados Unidos da América.

No dia 9 de Março de 1873 aportara na Bermuda, onde fez escala até ao dia 15 de Abril. Uma semana depois de ter levantado ferro, a 22 de Abril, o seu comandante, o capitão W. H. Lang, ordena o abandono da Modena que se afunda nas águas do Atlântico, entre as Bermudas e Boston, a cerca de 150 milhas a Norte daquelas ilhas. Depois de alguns dias à deriva, o capitão Lang e os seus onze tripulantes são recolhidos, a duas mil milhas dos Açores, por um navio que vinha da América para a Europa. A primeira terra avistada foi decerto a ilhas das Flores, no extremo ocidental do Arquipélago dos Açores, onde no dia 5 de Maio foram “depositados”, no local conhecido por Fajã do Conde.

Sobre a barca Modena, sabe-se ainda que foi construída em Duxbury, Massachusetts (EUA), no ano de 1851, conforme registo em documentação naval. Já em relação à estada destes náufragos na ilha das Flores, o facto é apenas documentado por esta interessante inscrição, só descoberta em 1960. Até ao momento não se encontrou qualquer outro registo que nos ajude a conhecer melhor o destino destes homens que devem ter permanecido naquela ilha algum tempo a aguardar a oportunidade de embarcarem para o seu destino inicial.

A curiosidade desta história reside no facto do capitão W. H. Lang ser maçon, a atestar pelo esquadro e compasso que inscreve na pedra, logo abaixo do seu nome, símbolo que nunca foi reconhecido pelos historiadores e curiosos que descreveram e opinaram sobre a inscrição.

Bibliografia:

BRAGAGLIA, Pierluigi, Concelho de Santa Cruz das Flores: Roteiro Histórico e Pedestre, Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, 1999, p. 222

GOMES, Francisco António Nunes Pimentel, A Ilha das Flores: Da redescoberta à actualidade (Subsídios para a sua História), Câmara Municipal das Lajes das Flores, 1997, p. 359

TOMÁS, Jacob, Alguns apontamentos sobre naufrágios nas ilhas das Flores e Corvo, in “O Telégrafo”, 2 de Setembro de 1962″

Fonte: JBNews - Informativo nº 0305 - 29 de junho de 2011

POR QUE O "K" ENTRE DOIS NÓS?

Ir∴ Marco Antonio Nunes
Loja Fraternidade Catarinense nr. 9 (GOSC)


Cá entre nós com um “K” entre dois nós, num segmento da corda tão conhecida por todos os Maçons, foi o resultado de uma idéia de escolher um título para uma coluna periódica no antigo Jornal O Vigilante do GOSC. Uma coluna descompromissada com qualquer tentativa de se fazer algo erudito, de leitura leve e coloquial, onde o leitor pudesse sentir-se num mesmo plano, num estado permanente de idéias e opiniões, trocando-se confidências, e estratégias frente às realidades que afloram no nosso dia-a-dia. E tudo num ambiente de descontração, de pura franqueza, de confabulação (aqui o termo é muito propício, já que o dicionário nos diz que significa “trocar idéia a respeito de assuntos secretos” e até mesmo de conspiração. Por que não?

O Jornal O Vigilante já não mais existe, transformando-se em revista mensal e informativa dos eventos do Grande Oriente catarinense. Dessa forma, a coluna adormeceu, calou-se. Mas eis que o JB News achou por bem abrir espaço e aqui vamos tentar divulgar algumas idéias, opiniões, e, principalmente, confabular e conspirar. Com a ajuda de vocês, é claro. Para isso, é fundamental que opinem, ponham em dígitos o que os neurônios produzirem, para que possamos conspirar juntos pela causa da ética e, principalmente, dos bons costumes.

Vamos procurar ajudar no desbaste das pedras brutas que aspiram um lugar na grande obra. Vamos aperfeiçoar as que estão em processo de lapidação e acabamento e, muito importante, vamos dedicar uma atenção toda especial e redobrada com aquelas tidas como perfeitas, geralmente as que mais causam transtornos na consecução da obra.

Fonte: JBNews - Informativo nº 0305 - 29 de junho de 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

PROFANO OU NEÓFITO?

Ir∴ José Aparecido dos Santos
ARLS Frederico Chalbaud Biscaia – Rito Francês 
ARLS Justiça – Rito REAA – Oriente de Maringá

Em uma breve análise sobre a vida profana e a iniciação na maçonaria, cheguei a uma conclusão;

Inicio da Vida Profana: Iniciamos com uma corrida (viagem) de milhões e um somente tem a Graça de Deus de ter um local único, escuro, sem nenhum visão da vida futura e dentro do ventre materno por nove meses e tendo toda afeição e alegria daqueles que querem a sua presença entre eles.

Quando ganhamos a luz, não enxergamos e sim só vemos luz por alguns dias, sem poder decifrar o que virá no futuro, não falamos e sim tentamos balbuciar algumas palavras e sem definições, não caminhamos por vários meses e sim somos levados e carregado por aqueles que devotam amor por nós e a confiança é total naquele que nos carrega por todos os lados.

Não conhecemos e nem temos conhecimento deste ser Supremo (Deus), somos um pequeno pagão por um determinado tempo, até recebermos a luz divina de nosso Pai Maior, do nosso batizado e nos é colocado pela ação divina, ótimos mestres em nossos ensinamentos de vida profana, sendo os nossos pais, avós, que só tendem a nos dar o ensinamento de vida, nos levando a verdade absoluta, nos apresentando ao Ser Supremo (Deus), nos dando o que é bondade, benevolência, atitudes de moral humana, educação e etc.

Iniciamos a vida profana com valorosos mestres e com verdadeiros ensinamentos de vida correta, integra, tendo o crescimento pessoal, moral, intelectual e sempre pelos mestres da vida que nos conduzem para a plenitude do mundo, estes nunca nos deixam, são eternos mestres para com nós.

Inicio da Vida Maçônica: Somos escolhidos no meio de milhões de profanos, e ao sermos iniciados, ficamos de olhos vendados, sem poder ver nada por algumas horas, voltamos ao nosso interior mental, como também voltamos ao interior da terra, representando o ventre materno, depois de algumas horas, com diversas viagens que fazemos pelo interior do Templo e sempre com um mestre que nos dá todo apoio e acreditamos na segurança deste que nos leva.

Depois de muitas idas e vindas (viagens), recebemos a luz, por alguns minutos, temos a visão conturbada e sem reconhecer as pessoas que nos aguardam com alegria, amor, dedicação e nos vendo como um novo irmão que vai iniciar os seus passos e engatinhando na vida maçônica.

Da mesma forma que somos levados pelos nossos pais, avós, na vida profana, também temos excelentes mestres que tendem a nos levar para o aprendizado da maçonaria, aprendendo os passos da vida ereta e doutrinada na verdade, humildade, ser um homem integro em todos os momentos e locais.

No grau de Aprendiz, temos os nossos passos idênticos de uma criança, e nos é ensinado como fazer, como se portar dentro de um Templo e nos sendo ensinado, como devemos nos portar dentro do Templo e como devemos estar paramentados, em seguida partimos para o grau de Companheiro, já podendo mudar os passos, mas tendo que ter os mestres sempre nos apoiando e aprimorando o lado do ser humano e maçom, para que este no futuro próximo, possa dar o ensinamento ao grau de Aprendiz.

Quando temos o grau de Mestre, este sendo o ápice do Grau Simbólico, já tendo o discernimento do que deve fazer na vida maçônica e profana, para não dar maus exemplos aos que estão iniciando na Maçonaria, este pode e tem o domínio de ir para o Oriente e retornar para o Ocidente, já tem o seu lado espiritual e mental eficaz e tendo que ensinar o Aprendiz e Companheiro.

Em todo momento de vida maçônica, temos que ter em mente, que somos homens livres, de bons costumes, podendo errar, não dando continuidade nos mesmos erros, sem sermos soberbos, temos que ter a humildade, integridade, postura pessoal, crença e devoção em Deus não somente para sociedade maçônica, mas continuar na sociedade profana, que nos vê, como homens com diferencial.

É colocado que somos todos iguais, nenhum irmão é melhor que o outro, mesmo que este tenha um grau elevado de cultura e financeira, somos todos iguais não somente dentro dos Templos, mas no dia à dia de nossa vida maçônica e profana, desta forma, não devemos ser soberbos.

Desde aprendiz, companheiro, mestre e do grau 4 ao 33, todos nós estamos em franco estudo maçônico e um tem que dar um pouco de si para ensinar o outro irmão, o que é ser maçom, qual o grau do significado da vida maçônica, sendo através dos estudos, vivência entre todos nós e praticando o nosso ensinamento: “LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNINADADE”, devemos sim, retornar a Câmara de Reflexões, para um exame de consciência e alertar-se de que, na realidade, e Maçom.O diferencial do Homem Maçom, que tem que ter em mente, que todos nós somos iguais e temos que fazer para o outro o que desejamos para nós e nossos familiares, não somos somente irmão de maçonaria, mas temos que ser “AMIGOS e IRMÃOS”!! Ou “IRMÃOS e AMIGOS”?? Se não nos sentirmos como verdadeiros “AMIGOS E IRMÃOS”, qual o motivo de desejarmos em nos tornarmos “MAÇOM”!!??

Fonte: JBNews - Informativo nº 0304 - 28 de junho de 2011

A SALA DOS PASSOS PERDIDOS


Ir∴ Rui Jung Neto Ex-Venerável Mestre da B.: A.: R.: L.: S.: Concórdia et Humanitas Nº 56,  Rito Schröder, 
M.: R.: G.: L.: - Rio Grande do Sul.

Ao perguntar a um profano o que lhe vinha à mente ao ouvir a expressão "sala dos passos perdidos", recebi como resposta:

- "É uma expressão estranha, a primeira vista sem significado. Mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum".

Isto me faz crer que os fundadores do Parlamento Inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardam uma entrevista com os parlamentares. Pois ali, as mesmas circulam sem rumo definido, sem destino exato; daí a denominação "Passos Perdidos", ou seja, que levam a lugar nenhum.

Quando, em 1776, a Grande Loja de Londres inaugurou o primeiro Templo maçônico, foi buscar no Parlamento Inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio. Como curiosidade, também as mesas dos Oficiais, a grande cadeira do Venerável Mestre e os lugares dos Irmãos nas Colunas tem a mesma origem, pois o Parlamento Inglês é cerca de 500 anos mais antigo do que o primeiro templo maçônico. Sabemos que antes as Lojas, Especulativas ou dos Aceitos, reuniam-se nas Tavernas e usavam o nome das mesmas para identificá-las (“a Loja do Ganso e da Grelha”, “a Loja da Macieira”, etc.).

Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos. Os profanos, por desconhecimento, e os maçons, por esquecimento, ao não seguirem os ensinamentos da Arte Real, andam a esmo, sem rumo. Suas ações tornam-se dispersas e os esforços vãos. Porém, ao se voltarem para a doutrina Maçônica, o Templo Interior se organiza, a "Sala dos Passos Perdidos" passa a ficar fora da construção espiritual e aí podem, unidos com os demais Irmãos, dar um destino às suas ações em prol do auto desenvolvimento moral e espiritual e do bem estar da Humanidade.

Depois de apresentar este pequeno trabalho em Loja recebi, com grande satisfação, um comentário escrito do Ven.: Ir.: KURT MAX HAUSER, P.: GM.:, que transcrevo na íntegra: "A denominação maçônica SALA DOS PASSOS PERDIDOS, tem sua origem em uma expressão profana”. É a ante-sala do Salão de Audiências ou de Sessão: da Prefeitura de Genebra; da Câmara dos Deputados da França e do Palácio da Justiça de Paris.

A Enciclopédia MACKEY diz: O sentido maçônico desta denominação se origina no fato de que todo o passo realizado antes do ingresso na Maçonaria, ou que não se coaduna com suas Leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.

Nas Lojas maçônicas de Paris é assim denominada a ante-sala do Templo. Também na Hungria a Maçonaria adotou denominação neste sentido. Dali esta denominação também passou a ser usada pelas Lojas da Áustria. Na Alemanha, a expressão é completamente desconhecida.

No que tange a palavra PARLAMENTO, fora o Inglês, onde efetivamente se originou no século Treze, há a contrapor que o Parlamento da Islândia, que é considerado o mais antigo, originou-se no século Dez.

Como podemos observar tanto no texto do Ir.: HAUSER, como no do Ir.: MACKEY, não há referências ao uso do termo na Inglaterra, ao contrário do Ir.: JOSÉ CASTELLANI, em cujo dicionário busquei subsídios para este trabalho.

Para concluir, no Rito Schröder, em particular, e na Alemanha, em geral, usa-se a expressão “Ante-sala do Templo”, tal qual destaca o Ir.: HAUSER.

Fonte: JBNews - Informativo nº 0304 - 28 de junho de 2011

GATO PRETO EM DIA DE INICIAÇÃO

Ir∴ Luiz Felipe Brito Tavares,
AM da Loja Luz do Planalto nr. 76 São Bento do Sul – SC

Em iniciação recente, após o término das atividades, que transcorreram sem anormalidades, um miado constante surgiu na Sala dos Passos Perdidos.

Pensei a princípio que fosse brincadeira de algum irmão, mas de fato quando me virei, na direção do repetitivo som, pude constatar uma cena para lá de curiosa.

O venerável estava tentando pegar um gato preto que inadvertidamente entrou na loja.

Após alguns minutos, com o devido cuidado, o gato preto já estava sendo posto para fora.

As brincadeiras de imediato começaram e não faltaram comentários sobre as possíveis maldições envolvidas.

Em uma análise baseada no senso nada comum de pessoas afeitas à razão, poderíamos rejeitar de princípio quaisquer misticismos.

Porém a história está repleta de fenômenos interessantes que nos induzem a uma reflexão um pouco mais demorada, e como apreciadores da simbologia deveríamos nos deter um pouco nelas.

Existem diversas histórias famosas e mesmo cotidianas relacionando sincronicidades de acontecimentos, e muitas vezes intermediadas por elementos simbólicos.

Na antiguidade não era raro, mesmo freqüente, que nativos primitivos associassem acontecimentos relacionados com suas vidas aos sinais que captavam do mundo ao entorno, dando a estes sinais, além do figurativo naturalmente usado, um valor ativo e com o potencial mesmo transcendente de gerar mudanças.

Os símbolos eram para eles entidades vivas e ativas.

Natural que pensassem assim dado aos poucos recursos cognitivos de análise e interpretação que possuíam.

Natural também que nós, como seres culturalmente mais avançados, supuséssemos que tais inferições fossem equivocadas.

Porém muitas vezes os sinais captados na natureza e interpretados segundo cada cultura simbólica, ao contrário do que podemos esperar, possuem aparente relação de autenticidade, ou seja, não só correspondem à realidade dos acontecimentos presentes e futuros, como também “parecem” mesmo ter o poder de modificar o rumo dos acontecimentos.

A conclusão clara de mistificação esbarra então em um jogo de ilusionismo, e tudo deixa de se encaixar de forma tão nítida e lógica diante de tais “aparentes” evidências.

Os símbolos primitivos de fato funcionam como elementos realistas e ativos de influencia dos acontecimentos?

Se os símbolos são apenas elementos figurativos, ou de depósito de valores que lhe outorgamos, como podem ter vida própria e tornarem-se representantes da realidade natural?

Não seria um contra senso?

Como a natureza pode se apropriar destes símbolos criados por nós mesmos para transmitir suas próprias informações? Torná-los vivos e autênticos mensageiros de sua vontade?

Teria os símbolos uma autenticidade acima daquela que lhe conferimos?

Haveria magia de fato nos símbolos? Estaria nossa razão iluminada enganada?

Ou tudo isto não passa de uma sala de espelhos confundindo nossas percepções?

Sabemos pelo nosso desenvolvimento cultural e pelo desenvolvimento das ciências racionais que símbolos são apenas elementos figurativos e representativos sem, no entanto serem possuidores de autênticos poderes místicos.

Através desta percepção moderna somos levados a crer que os primitivos davam valor demasiados ao seu simbolismo justamente pela pobreza de recursos de abstração e análise, como dito, para compreensão da realidade.

À semelhança da física moderna que cada vez mais quebra a matéria bruta em busca de suas unidades elementares, o homem moderno quebra seus símbolos pesados e arcaicos em busca por símbolos cada vez mais detalhados da existência.

O homem pega o saco de gatos e o transcende, percebendo que existe uma miríade interminável de tipos de gatos e miados. E que a natureza essencial das coisas é muito mais etérea e misteriosa do que pensamos, vide o gato Scrhödinger.

A física cada vez chega mais perto da conclusão de que não existem de fato unidades elementares, e de que tudo é energia em diferentes estados vibracionais. Cada elemento que conhecemos seria, dentro deste pensamento, acorde musical constituído pela harmonia de diversas vibrações. Tudo seriam de fato vibrações e possibilidades harmônicas de vibrações.

Elucubrando poderíamos dizer licenciosamente que tudo são matrizes ou espaços de possibilidades e as possibilidades mesmas em interações de sinergia.

De maneira semelhante ao físico o pensador moderno percebe que talvez não consiga alcançar o símbolo elementar, pois que ao contrário do que esperamos nada é estático, mas tudo é movimento. O símbolo é um conjunto harmônico de movimentos de relação.

O macro se torna pobre diante do micro, que se faz um mundo imenso.

Tudo são relações, tudo são sincronias e sinergias.

Porém o que seria o movimento perceptível se não apenas mudança?

Mas a ordem é uma espécie particular de mudança. Uma mudança sincrônica e sinérgica. Miados simétricos dentro de um saco de gatos possíveis.

Símbolos são padrões harmônicos de movimento, ou de relações dinâmicas. “Inteirezas complexas e ativas que inclinam, com maior ou menor grau de sentido determinado, o seu entorno”.

Quando se quebram os símbolos encontra-se apenas sentido em sua forma essencial. Pacotes de sentido.

Para nós seres em evolução o sentido precisa ser encadeado, pois partimos do nada em direção ao pleno, e precisamos de pontes que nos sirvam de barcos para singrar tal gradiente. Precisamos encadear ou engarrafar o sentido na forma de degraus que se encaixem. Porém sabemos que degraus são transitórios e só existem enquanto nos servem à passagem.

Para os primitivos, no entanto os símbolos eram detentores de existência própria e também de poderes mágicos. Da mesma forma que para os primeiros físicos o elemento básico da matéria era uma esfera sólida minúscula.

Não eram apenas pontes, mas elementos essenciais e vivos. Por isto pareciam ter o poder de modificar acontecimentos.

Confundiam o espelho com a própria luz refletida por ele.

Portanto seria fácil para um ser moderno dotar de imperfeito tal conceito e suas conseqüências.

De fato nossa percepção inicial de homens de bom senso não estava de todo equivocada.

A realidade é uma cebola e o sentido se manifesta em diversos níveis. Existem ferramentas brutas e polidas, mas todas servem ao sentido.

Se no universo não houvesse um sentido imanente, ou seja, presente e interligando tudo, poderíamos pensar que os símbolos seriam realmente possuidores de autêntico valor místico. Porém devemos considerar que tudo está sob a imanência de um sentido superior. Tal sentido a tudo integra, e naturalmente se utiliza dos símbolos que albergamos para transmitir suas mensagens. Tudo está interligado e os símbolos provêm do conhecimento que temos da realidade, sendo que a realidade é formada ela mesma por um sentido presente. Símbolos carregam o sentido. Quanto mais evolui uma sociedade mais evoluem seus símbolos que passam a ser mais eficientes em captar todos os detalhes e patamares, e todas as relações que envolvem a vida em seus níveis mais diversos.

A simbologia se aperfeiçoa em compreender de forma macroscópica e microscópica a realidade em todas as suas profundidades.

Portanto os símbolos não são místicos enquanto elementos reais, mas carreiam um sentido imanente e essencial da natureza. São mágicos no sentido de carregarem a mágica da existência.

Somos um com O Criador quando fazemos sua vontade.

Os símbolos por si não são mágicos, mas servem à mágica do grande Arquiteto que nos reconstrói a cada dia.

Por si os símbolos só são apenas pedras, ou se preferir pó, mas quando carreadores de mensagens se tornam pontes ativas.

Se um símbolo significa algo para alguém, não importando seu grau de sutileza e densidade, a natureza com certeza poderá dele se utilizar para lhe comunicar alguma mensagem de sentido; mas não devemos nos prender às pontes rudimentares, pois devemos substituí-las por símbolos cada vez mais densos que terão um poder cada vez maior de nos trazer toda luz que necessitamos.

Assim nos capacitaremos a receber a mensagem sem ruídos e com grande eficiência, ou seja, sem perdas e em sua maior amplitude potencial.

O sentido da natureza não se prende a símbolos, mas se utiliza deles. O sentido segue o caminho ao seu alcance para atingir sua meta principal.

Nada está ao acaso, embora o acaso seja uma aparente ilusão de realidade.

O símbolo representa o sentido encadeado.

O importante é o sentido que desejamos e não a estrada que viabiliza o sentido. Podemos construir sempre estradas melhores.

A natureza não precisa de gatos pretos para passar mensagens, mas se for o caso, e se não houver simbologia mais sutil, assim o fará.

Se é nisso que você acredita?

Então assim é se lhe parece, dizia Pirandello.

Resta saber se ficaremos presos aos gatos pretos ou se buscaremos por símbolos mais próximos da simbologia essencial.

O venerável mestre da loja não ficou assustado com o gato preto, mas percebeu o pânico do pobre bichinho ao ver tantos outros seres estranhos trajados de negro em um mesmo lugar.

O gato percebeu a mensagem de perigo, e o venerável captou o sentido da misericórdia, através de seus miados perdidos, e deu ao pequeno gatinho a liberdade que tanto ansiava da sala dos passos perdidos.

O venerável pela sua ação elevada e despreocupada, acima do primitivismo, pode ficar tranqüilo quanto às conseqüências, pois a mensagem passada foi de vida e luz.

Gato preto em dia de iniciação é renascimento para um caminho de simbolismos ricos e maravilhosos.

Fonte: JBNews - Informativo nº 0304 - 28 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

PREPAREMOS HOMENS PARA A MAÇONARIA E NÃO MAÇONARIA PARA HOMENS!

Ir∴ Valdemar Sansão

A Maçonaria não discrimina qualquer pessoa, por causa de sua opção religiosa. Nossa Ordem sabe que assim o fazendo ela se torna uma instituição de regeneração da alma humana, independentemente do credo religioso, de raças, de condições sociais de seus integrantes, numa grande confraternização em todo o mundo.

Quando alguém é proposto para Iniciação, nossa Sublime Instituição exige que a vida, passada e presente do candidato seja levantada com zelo e cuidado, procurando descobrir se o identifica no mundo profano, pela sua autoridade moral, pela sua dignidade, pela sua decência, correcção, decoro, pontualidade nos seus compromissos, pelo seu respeito à própria família e à família de outrem, pela sua humildade e coragem, que lhe dão personalidade marcante, estado de consciência que o tornará um autêntico obreiro da paz, do amor, da solidariedade.

A Maçonaria sempre teve a estimulá-la, os objectivos e causas humanitárias, nobres e sensibilizadoras. No Brasil lutou inicialmente pela nossa Independência. Proclamada esta, voltou- se para a sua consolidação. Mais tarde passou a lutar pela abolição da escravatura elaborando praticamente, todas as Leis que pavimentaram o “13 de Maio”, com a Proibição do Tráfico, a Lei do Ventre Livre, a Lei dos Sexagenários, todas elas elaboradas e votadas sob suas influências.

Voltou-se mais tarde para a proclamação da República, tendo sido os dois primeiros ministérios, o de Deodoro e o de Floriano Peixoto formados inteiramente por Irmãos Maçons.

Hoje, a Maçonaria é Universal e os Maçons devem voltar suas preocupações para o Homem de todas as pragas. Não se limita a resolver, apenas, problemas de seus Irmãos de Loja ou de sua comunidade, mas colabora intensamente para a construção de um mundo melhor. E isto acontecerá quando tivermos Fé na grandeza de nossa missão. Quando partirmos à prática de uma Maçonaria mais abrangente, completa, onde a Fraternidade for praticada dentro e fora do Templo, onde o Irmão for tanto ou mais valorizado que o amigo profano.

Sabemos que a Maçonaria não é Instituição de Caridade. Ela praticará a Beneficência enquanto houver necessidade, mas, sua missão, pela garantia da Liberdade e da Igualdade, é dar aos homens condições decentes de vida. Assim, amanhã, quando o mundo for mais justo, a Maçonaria não perderá sua razão de ser, por não ter mais beneficência a praticar.

A Iniciação só é possível na vontade e na determinação de cada um em nascer para o mundo da verdade, da tolerância, da sabedoria, da fraternidade e do amor. A Iniciação é um redireccionamento de nosso espírito na caminhada que nos poderá tornar mais merecedores das bênçãos e da luz do Grande Arquitecto do Universo.

Quando somos Iniciados Maçons, nossa Ordem sonda nossa alma, nosso carácter, nosso coração e nossa inteligência, procurando saber se somos realmente livres. Livres de preconceitos, da preguiça de trabalhar ou de procurar a verdade. A Maçonaria não nos impõe sua verdade. Ao contrário, concita- nos a investigá-la, pois, sabiamente, nossa Instituição entende que cada um de nós procura a sua verdade pessoal.

Julga-se membro de uma corrente espiritual desejosa de fazer a todos felizes. Nesse sentido começa a observar objectivos definidos, sonhos a serem concretizados, alvos a serem atingidos, para justificar a razão de suas reuniões, basta constatar mais de perto a multidão de desamparados que agoniza, miseráveis sem sorte, sem teto, doentes e esquecidos que tropeçam e caem, gemem de dor sem a escora de alguém; o morador de rua na vastidão da noite que recebe por leito o chão de cimento frio da calçada de ninguém. Mais adiante, fila de doentes em torturante espera, implorando socorro pelo mal que os atormenta, recolhendo somente a dor que os dilacera. E os dependentes do álcool e das drogas que nem sabem explicar o mal que os consome. E nas veredas da vida, aquela multidão sem fé, sem apoio, sem nome, que em penúria implora um trocado para matar a fome. Se confiar em Deus, caríssimo Irmão, trabalhe, sirva, jamais censure o que padece.

Somos todos convidados a auxiliar quanto podemos. A conduta recomendada que apraz ao Grande Arquitecto do Universo é a caridade cheia de amor que procura o infeliz, que o reergue sem humilhá-lo. O verdadeiro Maçon se reconhece por suas obras. O valor social do homem se mede pelo grau de utilidade que ele representa na sociedade. Procuremos as oportunidades de acção que nos propiciem o prazer de auxiliar a alguém, de ajudar uma boa causa.

Consideremos todas as criaturas como irmãs. Partilhemos o sofrimento de nossos semelhantes, respeitando-lhes sempre a maneira de vida e o modo de ser. Veja que é fácil verificar que existem na nossa Ordem, inúmeras oportunidades de servir, de trabalhar.

Todos os que agem com amor, que sabem respeitar seus semelhantes e que se compadecem de seus sofrimentos, merecem o reconhecimento da Maçonaria. São verdadeiros filhos do Grande Arquitecto do Universo que vieram atestar a suprema bondade do Criador.

O verdadeiro objectivo da Maçonaria é a busca da Verdade, quer no sentido filosófico, quer no sentido religioso. Para o Maçom, a investigação da Verdade é contínua, é algo que começa com a sua entrada em Loja como Aprendiz, mas não acaba quando atingiu os Graus mais elevados.

A essência doutrinária maçónica é apoiada na razão. A razão é a “liberdade do pensamento” que elabora o conhecimento, após momentos de meditação. A Maçonaria, que é filosoficamente eclética, usa a razão com equilíbrio, aliando-a ao significado esotérico dos símbolos. O símbolo quer dizer o que conduz. É uma forma sábia de transmitir ensinamentos, levando o indivíduo ao esforço de entendê-lo por si mesmo. Por isso, sabemos que quem traz ganha; quem vem apenas buscar, perde. Se trabalharmos, merecemos um salário. (Sendo os maçons obreiros alegóricos da construção do Templo da Verdade, da Ciência e da Razão, o salário é pago por meio de novos conhecimentos que visam o aperfeiçoamento gradual do Maçom, não se tratando, pois, de salário material, mas de sua instrução iniciática). Não é por acaso que os Maçons são chamados de Obreiros.

O trabalho na Maçonaria exige maior dedicação e comprometimento de todos os que assumiram responsabilidades, impondo renúncias que muitas vezes sacrificam o convívio familiar e outras relações sociais. No entanto, é uma grande oportunidade de trabalho, crescimento espiritual e pessoal, pois, à medida que lidamos com as dificuldades que o trabalho maçónico exige, vamos estabelecendo relacionamentos cada vez mais fraternos, desenvolvendo habilidades e atitudes que nos tornam pessoas melhores e mais felizes. Não podemos deixar de levar em consideração que o cumprimento de um dever, cria a possibilidade de níveis mais altos de integração, dos quais somos os maiores beneficiados.

A Loja é simbolizada por uma Colmeia, sendo o Avental Maçónico, do labor, pois lembra que um Maçon deve ter sempre uma vida activa e laboriosa. O Maçon assíduo aos seus trabalhos é digno de receber o Salário Maçónico, como um direito a quem se faz jus. Porém, a máxima franciscana do que é dando que se recebe deve servir de norma para o maçom.

O Candidato deve ser persuadido com razões, argumentos e fatos que a Maçonaria o levará a conquistar a paz interior, para adquirir confiança em si próprio, para beneficiar sua família ante as vibrações de Paz e de Amor. Ele nunca se atreverá a usar nossa Instituição para ludibriar a quem quer que seja ou para tirar proveito pessoal imerecido de qualquer coisa. Deve ser cientificado de que somos uma grande família e que a convivência harmoniosa entre membros da Irmandade tem um papel importante na formação do Maçom.

Prestamos um juramento de modo livre, sem coação, de combatermos a ignorância, os erros, a injustiça e de glorificarmos o amor, a justiça, o direito e a verdade.

Procuremos conhecer a nossa Doutrina. Pratiquemo-la e estaremos servindo a Deus, ao homem, descortinando a Verdade e construindo a Justiça.

Respeitemos as diferenças individuais. Convençamo-nos da impossibilidade da uniformidade, mas busquemos a Unidade. Dos menores serviços comunitários aos grandes movimentos nacionais e mundiais, sempre visando o bem-estar comum, juntos estaremos em perfeito sincronismo, acreditando nos nossos ideais maiores.

Preparados interiormente provaremos que fomos, somos e seremos a força da paz e da harmonia. Na escuridão nasce a esperança de uma nova Luz na luta pelo Conhecimento, pela Solidariedade que devem ser a constante preocupação dos “homens livres e de bons costumes”.

Fonte: JBNews - Informativo nº 303 - 27 de junho de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

QUEM ME GARANTE QUE NÃO HAVERÁ A MARCHA DA COCAÍNA E DE CRAK NO BRASIL?

Ir∴ Barbosa Nunes

A Marcha da Maconha no Brasil, conforme a sua Carta de Princípios e os objetivos expressados pelos seus integrantes, “é um movimento social, cultural e político, cujo objetivo é levantar a proibição, hoje vigente em nosso país, em relação ao plantio e consumo da ‘cannabis’, tanto para fins medicinais como recreativos. Também é entendimento que o potencial econômico dos produtos feitos de cânhamo deva ser explorado, especialmente, quando isto for adequado sob o ponto de vista ambiental.”

Perplexo e com profunda estranheza! Maconha com fim recreativo? Maconha sob o ponto de vista ambiental? Não estou conseguindo entender. Maconha com fim social e cultural? Político certamente.

No parágrafo seguinte, a Carta de Princípios define:

“A Marcha da Maconha Brasil não é um movimento de apologia ou incentivo ao uso de qualquer droga, o que inclui a ‘cannabis’. No entanto, partilhamos do entendimento de que a política proibicionista radical hoje vigente no Brasil e na esmagadora maioria dos países do mundo é um completo fracasso, que cobra um alto preço em vidas humanas e recursos públicos desperdiçados.”

Aqui já há uma defesa antecipada e uma conclamação duvidosa. “Não é movimento de apologia ou incentivo de qualquer droga.” Refere-se às outras drogas, talvez cocaína e crack.

Ora! Com o êxito deste movimento, novas campanhas serão lançadas e outras marchas teremos! Temo e acredito que haverá também, na defesa do direito de expressão e de reunião, Marcha da Cocaína e do Crack no Brasil.

“A Marcha da Maconha Brasil, segundo seus adeptos, não tem posição sobre a legalização de qualquer outra substância além da ‘cannabis’, a favor ou contra. O nosso objetivo limita-se a promover o debate sobre a planta em questão e demonstrar para a sociedade brasileira a inadequação de sua proibição. A Marcha da Maconha no Brasil tem como objetivo agregar todos aqueles que comunguem dessa visão, usuários da erva ou não, que desejem colaborar de alguma forma para que a proibição seja derrubada.”

Este parágrafo da Carta de Princípios é cristalino, quanto às outras drogas, pois ainda “não tem posição sobre a legalização de qualquer outra substância, a favor ou contra.” Não tem. Mas não afirma que não terá.

Num país de dimensões continentais, com problemas graves os mais diversos na saúde, educação, meio ambiente, segurança e tantos outros, surpreende-me a valorização que é dada à essa intitulada Marcha da Maconha no Brasil, chamando a atenção em favor do direito de expressão ou de reunião, para apoiar e permitir um movimento, que, pelo espaço que vai ocupando, é incentivo ao uso da maconha, já considerada, lamentavelmente, droga leve.

Prefiro ficar com os grupos religiosos. Prefiro ficar com Amor Exigente. Prefiro ficar com o Movimento do Ministério Público em favor da saúde e contra o crack.

Prefiro ficar com o médico Ronaldo Laranjeira que afirma: “A maconha, no geral, desorganiza a química cerebral. É pouco provável que a fumaça da maconha com toda toxicidade presente possa fazer bem. O problema é que o dependente da maconha acaba ficando muitos anos consumindo e minimizando os efeitos deletérios da droga e não associa a perda da motivação com a maconha. Quanto mais cedo começar a experimentação com a maconha, maiores as chances de ficar dependente. A maconha deposita-se no tecido gorduroso e podemos identificar o metabolito na urina até um mês após o consumo. Quem fuma a maconha uma vez por mês, corre o risco de ficar menos ativo por alguns dias ou menos motivado, além dos riscos de ter uma certa diminuição de memória. Cerca de 12% dos novos casos de esquizofrenia são devidos à maconha.”

Na verdade a proibição ou não, a legalização ou não, não é um tema para ser discutido, como solução. O que desejo colocar neste artigo para os pais, professores e cidadãos em geral, é que nos encontramos em um momento de divulgação aberta através dessa Marcha da Maconha no Brasil que incentiva, sobretudo os jovens.

Ora! Quanto mais a maconha for disponibilizada, maiores males recairão, principalmente, sobre os jovens. E com este movimento, não há convencimento de que não haverá aumento do uso.

Onde ficam os trabalhos importantes de prevenção ao uso de drogas, objetivando fortalecimento dos fatores de proteção? A sociedade pode ser conduzida a se desfazer do compromisso ético de cuidar de suas crianças e adolescentes, pois o momento, caso haja uma absorção desta campanha, poderá gerar o descaso do presente, incorrendo em um custo futuro pesado para toda a sociedade.

Precisamos sim, também, de estratégias que alcancem mães sofridas, para uma razoável Rede de Assistência ao Usuário de drogas, com ênfase na reabilitação e reinserção social.

Ao assistir um jovem diretor do documentário “Quebrando tabu”, discutir, com imponência, com o médico Ronaldo Laranjeira, dedicado ao tema há vários anos e que vem sempre conscientizando, debatendo com serenidade, sem fanatismo, sem imposição, mas com limites, concluo este artigo, muito preocupado e clamando aos pais, professores, cidadãos de bem, que formemos, também, a nossa “Marcha em Favor da Vida”, evitando que a Marcha da Maconha hoje, possa se transformar na Marcha da Cocaína e do Crack amanhã.

Quem me garante que não haverá?

Fonte: JBNews - Informativo nº 302 - 26 de junho de 2011

CARGOS EM LOJA

Ir∴ João Ivo Girardi
Loja Obreiros de Salomão nr. 39 (Blumenau)

Importante nesta época de renovação das Luzes, quiçà até para auxiliar os Irmãos a entenderem simbólica e administrativamente o que cada um deles representa.

1. Cargos em Loja.

São os lugares ocupados pelos Irmãos quando eleitos para uma Administração. Todos são cargos honoríficos e desempenhados com interesse dentro de suas atribuições, obedecendo a funções fixas, que independe de serem ordenadas e tomando parte da programação estabelecida com antecedência. Para que os membros da Loja possam executar com experiência suas funções, é de todo conveniente que iniciem com as funções mais simples; o futuro Venerável deverá ser um maçom que tenha passado pela secretaria, oratória e vigilâncias; somente, então, estará apto para conduzir os destinos da Loja.

Os nossos regulamentos preveem apenas a passagem pelas vigilâncias. O maçom não deve insistir em galgar um lugar para o qual não tenha aptidões; a distribuição de cargos não raro tem propiciado inconveniências e fracassos. O maçom deve aceitar o que lhe é proposto e gerir o seu cargo com respeito, diligência e tolerância.


2. O Manual de Cargos e Funções da GLSC determina a competência de cada um dos cargos, tanto na Grande Loja como nas Lojas Simbólicas.

3. O Companheiro e o Aprendiz jamais poderão ocupar cargo que implique assento ou circulação no Oriente.

O Aprendiz também jamais ocupará cargo que tenha assento na Coluna do Sul.

4. Cargos da Administração da Loja - Títulos e Jóias:

A Maçonaria trata dos Títulos dos cargos da Administração da Loja e das Jóias, de forma indissociável. Cada Título se vincula a uma Jóia que o representa, e a união de ambos origina uma unidade simbólica, através da qual a Loja Maçônica se organiza administrativamente e transmite os princípios que perfilha.

Ao Presidente da Loja Maçônica é conferido o único Título Especial: o de Venerável-Mestre.

Este, juntamente com o 1º e 2º Vigilantes, respectivamente o 1º. e 2º. Vice-Presidentes, constituem as Luzes da Loja que, ao lado do Orador, do Secretário e do Chanceler, compõem as Dignidades da Loja, representativas de cargos eletivos. Além das Dignidades, compõem o corpo administrativo das Lojas os assim titulados, Oficiais, nomeados pelo Venerável-Mestre, aos quais é reservada a missão, ou o ofício (daí o nome de Oficial), de auxiliar nos trabalhos de qualquer Sessão.

No Regulamento Geral da GLSC discrimina os Oficiais que poderão ser indicados pela Loja e nomeados pelo Venerável, a saber:

O Mestre de Cerimônias, o Hospitaleiro, o Arquiteto, o Mestre de Harmonia, os Cobridores (2) e os Expertos (2).

Porém, esse mesmo dispositivo deixa claro que o rol de Oficiais não é taxativo, porquanto, além daqueles expressamente previstos, também devem ser considerados outros previstos no Rito respectivo.

O REAA estabelece 22 cargos na Administração, sendo possível a indicação de Adjuntos para cada um deles, exceto para as Luzes da Loja, sendo que alguns desses Oficiais trabalham somente em Sessões especiais.

Além das Dignidades da Loja e dos demais Oficiais acima, o Rito Escocês Antigo e Aceito fixa os cargos de: Diáconos (2), Porta-Bandeira, Porta-Espada, Porta-Estandarte, Mestre de Banquetes e Bibliotecário.

As Jóias distintivas dos cargos, estampadas em metal, encontram-se presas à extremidade dos Colares ou Fitas que se adaptam ao pescoço das Dignidades e Oficiais.

As Jóias das Luzes da Loja são conhecidas como superiores e móveis, porquanto são entregues aos sucessores no dia de posse da nova administração.

Existem ainda as Jóias fixas, que são a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancheta, que representam respectivamente os graus de Aprendiz, de Companheiro e de Mestre.

1ª Dignidade: Venerável-Mestre - Esquadro com ramos desiguais:

O Venerável-Mestre é a autoridade máxima no Templo, detentora do único Título Especial. Ele representa a Natureza em todas as suas manifestações. Deve, pois, presidir os trabalhos com absoluta justiça e retidão, agindo de acordo com a Lei e de forma imparcial. Assim, deve traduzir a expressão dos sentidos de justiça, equidade e igualdade, ao abrir e presidir os trabalhos em Loja. Sentado no eixo da Loja, o Venerável-Mestre é neutro, mas ativo no sentido de promover a sociabilidade. Afinal, ele sabe que somente com o Esquadro é que se consegue controlar a talha das pedras que se ajustarão entre si na construção da Grande Obra. Nessa tarefa, cabe a verdade sob o controle da autoridade conquistada pelas virtudes, coragem e competência, bases de sua Sabedoria. A Joia confiada ao Venerável-Mestre é o Esquadro com ramos desiguais. Este artefato é formado pela junção da horizontal com a vertical formando um ângulo de 90º graus, que representa a quarta parte do círculo. Apresenta dois lados desiguais, como os dois lados do triângulo retângulo dos pitagóricos. É utilizado para traçar ângulos retos ou perpendiculares. Sobre o peito do Venerável-Mestre, o ramo mais longo fica do lado direito.

O Esquadro constitui em emblema dos mais expressivos em defesa da inteligência e melhoramento moral da raça humana. Representa a retidão de ação e de caráter. Determina a moralidade da conduta humana, demonstrando que é a linha e a régua maçônicas que indicam o caminho da virtude a que devemos trilhar na vida (profana ou maçônica), por meio de retos e harmoniosos pensamentos, ações e palavras que nos tornarão dignos do Ser Supremo.

Esse poder de representação abarca dois sentidos, pois, de um lado, incide sobre a ação do Homem sobre a Matéria e, de outro, sobre a ação do Homem sobre si mesmo. Porém, inclina-se para um único objetivo: vontade de praticar o bem. Constitui um artefato de capital importância para o processo de transformação da Pedra Bruta em Pedra Cúbica. Por tal motivo, deve ser confiado aquele que tem a missão de criar Maçons perfeitos – o Venerável-Mestre, que tem a obrigação de ser o Maçom mais reto e justo da Loja por ele presidida.

2ª Dignidade: 1º Vigilante - Nível:


O 1º Vigilante é o assessor direto do Venerável-Mestre, a quem solicita a palavra diretamente por um golpe de malhete e a recebe de igual modo. Tem o dever de dirigir e orientar a Coluna dos Companheiros, cabendo ao 2º Vigilante a orientação dos Aprendizes. Essa ordem, porém, por razões ainda, segundo os autores, não plenamente compreendida e que talvez mereçam um estudo apartado, não é seguida por todas as Lojas, sendo que muitas delas a invertem.

A Joia reservada ao 1º Vigilante é o Nível. Essa ferramenta é formada por um esquadro justo, com ângulo no ápice de 90º, utilizada tanto para traçar linhas paralelas na horizontal, como para se verificar a horizontalidade de um plano É um instrumento menos completo que o Esquadro, porém mais que o Prumo, e por tal razão é conferido ao 1o Vigilante, aquele que naturalmente pode assumir o lugar do Venerável-Mestre, em caso de sua ausência.

Objetivamente o Nível é o instrumento destinado a determinar a horizontalidade de um plano. Ao inserí-lo na ordem simbólica, provoca a reflexão acerca da igualdade, base do direito natural. Não permite aos Maçons deixar esquecer que todos somos irmãos - filhos da mesma Natureza -, e que devemos nos interagir com igualdade fraterna. Todos são dignos de igual respeito e carinho, seja aquele que ocupa o mais elevado grau da Ordem, seja o que se acha iniciando sua vida maçônica.

O Nível lembra que ninguém deve dominar os outros. A exemplo da morte - que é a maior e inevitável niveladora de todas as efêmeras grandezas humanas, reduzindo todos ao mesmo estado -, o Nível nos faz lembrar que a fraternidade deve ser praticada entre os irmãos com igualdade, sem distinções, ainda que estas existam dentro da organização hierárquica da Ordem.

3ª Dignidade: 2º Vigilante - Prumo:


O 2º Vigilante é a Dignidade responsável pela direção e orientação da Coluna de Aprendiz, assim como é encarregado de substituir o 1º Vigilante em sua ausência e de transmitir as ordens do Venerável-Mestre em sua Coluna por intermediação do 1º Vigilante.

Cabem aqui as advertências já feitas a respeito das inversões de ordem feitas por muitas Lojas quanto ao papel dos Vigilantes na direção e orientação de Aprendizes e Companheiros e que, por certo, merecem um estudo à parte.

A Jóia confiada ao 2º Vigilante é o Prumo.

Este instrumento é composto de um peso, geralmente de chumbo, suspenso por um barbante que forma a perpendicular. Serve para se verificar a verticalidade de objetos.

Na Maçonaria, é fixado no centro de um arco de abóbada. Este artefato simboliza a profundidade do Conhecimento e da retidão da conduta humana, segundo o critério da moral e da verdade. Incita o espírito a subir e a descer, já que leva à introspecção que nos permite descobrir nossos próprios defeitos, e nos eleva acima do caráter ordinário.

Com isso, ensina-nos a marchar com firmeza, sem desviar da estrada da virtude, condenando e não deixando se dominar pela avareza, injustiça, inveja e perversidade e valorizando a retidão do julgamento e a tolerância. É considerado como o emblema da estabilidade da Ordem.

4ª Dignidade: Orador - Livro aberto:


O Orador é investido no dever de zelar e fiscalizar o cumprimento rigoroso das Leis Maçônicas e dos Rituais. Daí ser a única Dignidade que, na ordem administrativa da Loja Maçônica, não compõe o Poder Executivo, sendo um Membro do Ministério Público.

A atribuição desse Título implica no conhecimento profundo das leis, regulamentos e dos particulares do ofício, e, como assessor do Venerável-Mestre, pode a este solicitar diretamente a palavra. Como Guarda da Lei e tendo como uma de suas atribuições trazer luzes para uma dúvida de ordem legal, não é sem razão que o Sol, simbolicamente, está do lado do Orador.

O Livro Aberto é a sua Jóia, que nos faz lembrar de que nada estará escondido ou em dúvida. Simboliza o conhecedor da tradição do espírito maçônico, o guardião da Lei Magna Maçônica, dos Regulamentos e dos Ritos.

5ª Dignidade: Secretário - Duas penas cruzadas:


O Secretário, auxiliar direto do Venerável Mestre, é o responsável pelos registros dos trabalhos em Loja, para assegurar que serão passadas à posteridade todas as ocorrências; daí lhe ser confiado o dever de lavrar as atas das sessões da Loja nos respectivos livros, manter atualizados os arquivos, além de outras atribuições próprias do cargo, que são em grande número. Assim como a Lua, um símbolo desse cargo, deverá refletir o que ocorre em Loja.

A Jóia do Secretário é representada por Duas Penas Cruzadas, sabendo todos da utilidade antiga da pena como instrumento de escrita e, sendo duas penas cruzadas, asseguram que haja a ligação do passado com o presente, a tradição que registrará a memória da Loja para a posteridade.

6ª Dignidade: Tesoureiro


Duas chaves cruzadas: Cabe ao Tesoureiro praticar todos os atos inerentes à vida financeira e contábil da Loja, tais como: arrecadar toda a receita da Loja e pagar todas as despesas; cobrar contribuição em atraso, zelar pelo numerário pertencente à Loja, apresentar orçamento, balancetes e balanço geral da Loja, e organizar a escrituração contábil.

A sua Joia é representada por duas Chaves Cruzadas, símbolo maior da sua atribuição de zelar pelo numerário da Loja, obedecendo o que lhe disse seu Instalador quando de sua posse: Essa Joia deve lembrar-vos que vosso dever é zelar pela perfeita arrecadação das contribuições dos Obreiros e de outra receitas, bem como zelar pela exata execução das despesas da Loja.

7ª Dignidade: Chanceler - Timbre da Loja:


Ao Chanceler é confiada a condição de depositário do Timbre e do Selo da Loja, motivo pelo qual assume a obrigação principal de timbrar e selar os papéis e documentos expedidos pela Loja, dentre outras atribuições, tais como: zelar pelo livro de presença da Loja, emitir certificados de presença a irmãos visitantes, manter em dia o controle de presenças da Loja, para fins de votações, guardar o Livro Negro e o Livro Amarelo e manter manutenção dos arquivos com os dados necessários à perfeita qualificação dos Membros e seus cônjuges e dependentes. A Joia fixada em sua fita é o Timbre da Loja ou Chancela, a representar seu papel de Guarda-Selo da Loja. Este artefato não possui nenhum significado esotérico, representando apenas o símbolo alusivo ao título.

Oficial: Mestre de Cerimônias - Régua:

O Mestre de Cerimônias deve ser o encarregado por todo cerimonial da Loja, devendo, portanto, ser um profundo conhecedor da ritualística. A perfeição dos trabalhos em Loja, tendo como consequência e Paz e a Harmonia, depende muito de uma boa atuação do Mestre de Cerimônias.

É confiada a ele a Jóia representada por uma Régua Graduada, símbolo do aperfeiçoamento moral, da retidão, do método, da Lei e com uma gama de simbologia que bem merece um trabalho à parte sobre essa ferramenta. Vale lembrar também que o Mestre de Cerimônia empunha com a mão direita um Bastão (sucedâneo da Espada) encimado por um Triângulo que nos faz recordar do cajado dos primeiros pastores.

Oficial: Hospitaleiro - Bolsa:


O Hospitaleiro recebe atribuições diretamente relacionadas à organização dos atos de beneficência e solidariedade maçônicas em defesa dos menos favorecidos, passando desde a obrigação de fazer circular o Tronco de Beneficência durante as sessões até presidir a Comissão de Beneficência.

Concretiza o verdadeiro símbolo do mensageiro do amor fraterno, sendo-lhe confiada a Joia representada por uma Bolsa, artefato que bem representa o ato de coleta dos óbolos da Beneficência.

Oficiais: Diáconos (2) –


Pomba: A palavra Diácono deriva do grego e significa servidor. Os Diáconos, em número de dois no Rito Escocês Antigo e Aceito, exercem a função de verdadeiros mensageiros.

O 1º Diácono é encarregado de transmitir as ordens do Venerável-Mestre ao 1º Vigilante e a todas as Dignidades e Oficiais, de sorte que os trabalhos se executem com ordem e perfeição;

já o 2º Diácono deve executar a mesma tarefa, sendo que as ordens partirão do 1º Vigilante e serão transmitidas ao 2º Vigilante, zelando para que os Irmãos se conservem nas Colunas com respeito, disciplina e ordem.


A Jóia confiada aos Diáconos é a Pomba, uma alusão à simbologia de mensageira inerente a essa ave.

Oficiais: Expertos (2) - Punhal:


Esses Oficiais são encarregados, dentre outras funções, de proceder ao Telhamento dos visitantes antes de ingressarem no Templo, e, como Irmão Terrível, de acompanhar e preparar os candidatos à Iniciação, inclusive durante as provas às quais são submetidos.

Durante a Sessão, são substitutos eventuais dos Vigilantes, em caso de ausência. O Punhal é a sua respectiva Jóia, e simboliza o castigo e o arrependimento reservados aos perjuros. Também representa uma arma a ser usada na defesa da liberdade de expressão, tendo, ao invés do tradicional significado de traição, uma simbologia ligada à fortaleza.

Oficial: Porta-Bandeira - Bandeira:


O Porta-Bandeira abraça o dever de portar o Pavilhão Nacional segundo o protocolo de recepção da Loja, com o propósito precípuo de representar a Pátria, zelando pelo mais alto sentimento patriótico. Assim, como não poderia ser diferente, lhe é confiada a Joia representada por uma Bandeira, que reproduz em forma diminuta o Pavilhão Nacional.

Oficial: Porta-Estandarte - Estandarte:


Compete ao Porta-Estandarte guardar e transportar o Estandarte da Loja e suas condecorações, fazendo-os presentes em eventos como convenções, solenidades, congressos, encontros e reuniões maçônicas.

A Joia a ele confiada é o Estandarte.

Oficial: Porta-Espada - Espada:


O Porta-Espada tem, como Joia, uma Espada, mais especificamente a Flamejante (de fogo) com suas doze ondulações ou curvas, tida como a espada dos guardiãs angélicos. Com este desenho estilizado de raio, lembra a Espada de fogo dos Querubins (Gen. 2:24) - símbolo do poder criador ou da vida. É apresentada nas Sessões Magnas de Iniciação, pelo Porta-Espada ao Venerável-Mestre, quando da Sagração do neófito.


Somente nessas ocasiões, e também nas Sessões Magnas de Elevação e Exaltação, é que este Oficial deixa seu assento no Oriente, à esquerda do Venerável-Mestre para exercer seu ofício.

Como somente um Mestre Instalado pode tocar na Espada Flamejante, esse artefato é entregue ao Venerável sobre uma almofada, para que o Venerável possa pegá-la e empunhá-la com a mão esquerda, para o ato de Consagração.

Oficiais: Cobridores (2) –


Duas espadas cruzadas (Cobridor Interno). Alfanje (Cobridor Externo):

Os Cobridores, tanto o Externo como o Interno, possuem obrigações bem específicas. O Cobridor Interno deve guardar e vigiar a entrada do Templo, zelando pela plena segurança dos trabalhos da Loja e controlando a entrada e a saída de Obreiros.

É o responsável, portanto, direto pela proteção contra o mundo externo e pela regularidade ritualística no acesso ao Templo. Ele carrega em seu colar Duas Espadas Cruzadas, que é o símbolo do combate franco e leal e da vigilância.

Em guarda para o combate, as duas espadas cruzadas nos ensinam a nos pormos em defesa contra os maus pensamentos e a ordenarmos moralmente nossas ações.

São as armas da vigilância e de proteção contra o mundo profano. A seu turno, o Cobridor Externo é o contato entre o mundo externo e o interior da Loja, garantindo o rigoroso silêncio nas cercanias do Templo e zelando para que não haja evasão sonora durante a realização dos trabalhos em Loja. Assim, esse Oficial deve permanecer no vestíbulo do Templo, como seu Guardião, cobrindo-o, telhando-o (ou fazendo o Telhamento) para que não haja Goteira. A sua Jóia é a Alfanje, que consiste em um sabre de folha curta e larga.

A literatura não traz maiores explicações sobre esta Jóia, mas como o sabre é uma espécie de espada, permite-se deduzir que o seu sentido simbólico é semelhante ao da Jóia do Cobridor Interno, isto é, o de defesa, no caso externa, contra qualquer violação contra o templo.

Esse cargo, infelizmente, está sendo relegado e abandonado pelas Lojas.

Oficial: Mestre de Harmonia - Lira:


É conferido ao Mestre de Harmonia o dever de selecionar e executar belas peças musicais, pertinentes a cada sessão, em sequência apropriada à luz do Ritual, bem como fazer soar, nos momentos oportunos, o Hino Maçônico, o Hino Nacional Brasileiro e o Hino à Bandeira Nacional. A Joia que lhe é confiada é a Lira - instrumento musical dos mais antigos de que se tem notícia, considerado símbolo da música universal.

Oficial: Arquiteto - Trolha:


Ao Arquiteto são conferidas as tarefas de garantir tudo quanto pertencer às decorações, ornatos e cerimoniais do Templo, segundo cada sessão, além de assumir a guarda e responsabilidade dos materiais usados e inventariá-los.

A verificação das condições de uso dos utensílios e móveis, providenciando eventuais reparos e substituições, também é inerente à sua função do Arquiteto.

Este Oficial carrega, como Joia, uma Trolha, que simboliza a indulgência, o perdão, a tolerância, a equidade e a união. Trata-se de um artefato usual dos pedreiros, aqueles que manipulam a argamassa da União Fraterna, cimentando as pedras do Edifício na busca da Unidade. A Trolha tem a função de reunir, misturar e unificar, constituindo-se no símbolo do amor fraterno que deve unir todos os Maçons.

Oficial: Mestre de Banquete - Cornucópia:


O Mestre de Banquete está incumbido de organizar os Banquetes, Coquetéis e Ágapes fraternais de sua Loja. Este Oficial usa como Joia uma Cornucópia, que simboliza a abundância, a fartura, às vezes cercada por flores e frutas.

Oficial: Bibliotecário –


Livro fechado cruzado por uma caneta:

O Bibliotecário é o responsável pela Biblioteca da Loja. Cabe a ele organizar e coordenar a utilização dos livros pertencentes à Loja. A Joia confiada a este Oficial é o Livro fechado cruzado por uma caneta, símbolo auto-explicativo para as atribuições desse cargo.

Conclusão:

A despeito de serem breves as considerações formuladas, há de se reconhecer sobeja importância dos Títulos dos cargos e suas respectivas Jóias no universo maçônico.

Em primeiro plano, gozam de relevante papel na administração de uma Loja Maçônica, porquanto distinguem os cargos e elevam os seus ocupantes à honorificência, o que certamente contribui para a seriedade e disciplina dos trabalhos desenvolvidos no dia a dia. Já no plano litúrgico, os Títulos e Jóias também merecem deferência.

A Maçonaria se expressa através de Símbolos.

A ampla compreensão e o pleno exercício dos ideais e deveres maçônicos estão indissoluvelmente condicionados ao desafio de desvendar justamente as alusões do simbolismo maçônico.

Afinal, já dizia A. Micha se a verdade sobre a natureza essencial do ser e da vida universal é tão alta e tão sublime que nenhuma ciência vulgar ou profana não pode chegar a descobrir, o simbolismo é, por sua vez, como uma espécie de revestimento, de meio de conservação ideal dessa verdade e uma linguagem ideográfica que a Iniciação entrega à nossa meditação, e que só os Iniciados podem traduzir sem deformar-lhe o sentido. E, certamente, os Títulos e a Joias constituem ricos e valiosos símbolos a serem cada vez mais refletidos, com vistas a libertar o pensamento universal, evoluir e se aproximar do Grande Arquiteto do Universo. (Do Livro: A Maçonaria e a Liturgia: uma Poliantéia Maçônica, João Nery Guimarães).

5. Explicações para o Aprendiz:

Em cada função exercida nos Cargos em Loja temos um Irmão que cuida da evolução de um Órgão, ou seja, de uma estrutura psíquica dos Aprendizes Maçons. A relação existente entre o Cargo em Loja, a Função exercida pelo Obreiro e a mensagem transmitida aos Aprendizes Maçons é a seguinte:

Cobridor: sua principal função é verificar se quem entra na Loja está apto a frequentá-la, zelar pela sua segurança, não consentir entrada e saída de Obreiro sem a devida autorização e garantir o sigilo sobre os trabalhos que estão sendo realizados.

Para o Aprendiz Maçom ele passa a mensagem de construção de uma estrutura seletiva para as informações, ações e exemplos úteis, zelando para que sejam emitidas e executadas de forma que não causem danos a ninguém e que as intenções sejam reveladas no momento certo.

Mestre-de-Harmonia: acompanha as Sessões, desde o seu início, com músicas orquestradas propícias, sugeridas nos documentos maçônicos.

Transmite ao Aprendiz Maçom a necessidade da construção em nossa personalidade de uma estrutura que tenha a capacidade de tornar as ações harmoniosas, atendendo diretamente os interesses dos envolvidos nessas ações e resguardando os direitos e deveres dos que sejam atingidos por essas ações.

Hospitaleiro: sua função é arrecadar os donativos junto aos Irmãos e encaminhar esses donativos para quem deles necessite comprovadamente.

Ajuda o Aprendiz Maçom a construir na sua personalidade uma estrutura (criar o hábito) de retirar algo que esteja em abundância para ele e repassá-lo, anonimamente, para quem dele necessite.

Mestre de Cerimônias: realiza e faz realizar, de acordo com a liturgia do Rito, todo o cerimonial das Sessões da Loja. Mostra para o Aprendiz Maçom uma forma de vislumbrar o cerimonial intrínseco que existe em cada ação empreendida e que a mesma deve ser realizada com zelo, no tempo exato, no prazo certo e com a necessária qualidade e excelência.

Chanceler: é o relações-públicas da Loja, responsável pela comunicação oficial da Loja com o mundo profano. Registra, timbra e sela os documentos expedidos pela Loja, bem como mantém o controle da frequência dos Obreiros.

Passa a mensagem para o Aprendiz Maçom que ele deve passar mensagens facilmente identificáveis, por suas características virtuosas e que deve ter o máximo cuidado com a aparência externa, para que a mesma esteja sempre em consonância com o ambiente onde está presente.

Tesoureiro: sua principal função é manter rigoroso controle dos metais e valores da Loja e arrecadar toda a receita da Loja para saldar, no prazo acertado, suas despesas.

Para o Aprendiz Maçom ele transmite a mensagem de que ele deve prover e fiscalizar, rigorosamente, todos os itens que fazem parte da sua subsistência, sejam ele materiais, financeiros ou intelectuais, honrando seus compromissos assumidos e tomando o cuidado para assumir somente compromissos quem possam ser cumpridos.

Secretário: deve manter um rigoroso arquivo de todas as informações que dizem respeito à Loja, registrando tudo o que acontece nas Sessões, bem como receber e distribuir toda correspondência endereçada à Loja. Ensina o Aprendiz Maçom que ele deve construir em sua personalidade uma estrutura que registre de forma minuciosa tudo o que acontece a ele e saiba distribuir às outras estruturas psíquicas as suas auto-avaliações e informações externas.

Orador: Na Loja, a sua principal função é observar, promover e fiscalizar o rigoroso cumprimento das Leis Maçônicas e dos Rituais, cumprindo e fazendo cumprir os deveres e obrigações a que se comprometeram os Membros da Loja.

O Aprendiz Maçom deve aprender que ele vive em comunidade e está sujeito às regras sociais devendo verificar se suas ações empreendidas estão de acordo com estas regras e, caso contrário, que as mesmas sejam adequadas para que as mesmas estejam em consonância com os Princípios Maçônicos.

Vigilantes: os Irmãos Vigilantes têm sob sua responsabilidade a direção das colunas do Norte e do Sul e as instruções dos Obreiros dessas colunas visando a boa formação maçônica dos mesmos. Mostram que o Aprendiz Maçom deve estar em constante aprendizado e instrução, aplicando os conhecimentos adquiridos em suas obras e ações e, através de exemplos, instruir outros Irmãos, mostrando que ao aplicar os conhecimentos adquiridos consolida-se o aprendizado.


Venerável Mestre: é o cargo máximo na hierarquia administrativa da Loja. Condensa todo o conhecimento dos Cargos em Loja, pois para presidir é necessário conhecimento prévio de todas as funções desempenhadas em uma Loja.

Para o Aprendiz Maçom ele ensina que ele deve construir em sua personalidade todas as estruturas recebidas pelos Irmãos que ocupam Cargos em Loja, exercitá-las o máximo que puder e interligá-las para se conseguir um todo harmônico e proporcional, visando o completo domínio de cada uma, individualmente e em conjunto, adquirindo em etapas a sabedoria necessária para se tornar um verdadeiro mestre. (José Carlos Gomes de Oliveira).

6. Máximas:

Tolo é aquele que toma, para si, o respeito dado ao cargo que ele ocupa. - O verdadeiro Cargo da Maçonaria, é o de Irmão. O cargo existe, e o Ocupante? (V. Joias, Loja Regular, Justa e Perfeita, Luzes).

Fonte: JBNews - Informativo nº 302 - 26 de junho de 2011