(republicação)
Em 08/10/2017 o Respeitável Irmão Henri Marques, Loja de Pesquisas e Estudos Maçônicos de Ribeirão Preto, 3150, Ritual de Emulação, GOSP-GOB, Oriente de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, solicita as seguintes informações:
RITUAL DE EMULAÇÃO
Mais uma vez recorro à ajuda do irmão para sanar algumas dúvidas referentes ao ritual de Emulação.
Recentemente me filiei em uma Loja que funciona segundo o ritual de Emulação e gostaria que o Irmão me auxiliasse em algumas dúvidas referentes a esse belo ritual, mas só que no próprio ritual elaborado pelo GOB não há esclarecimentos detalhados quanto às posturas de certos sinais nos três graus. Vamos lá:
1. É verdade que há duas palavras do Mestre Maçom, uma derivada dos Antigos e outra dos Modernos, quando da União das duas potências, resolveram adotar as duas palavras? Quais são elas?
2. O que é esse "Sn de R" feita no grau de Ap.? O que significa? Como ele é feito?
3. No grau de MM há 5 sinais: o Sn P, o Sn de H, o Sn de Ang ou S, o Sn de Compx. e o Sn de Jub. ou Aleg. Como são feitos esses sinais? O ritual não deixa muito claro e as cifras são um pouco confusas para mim.
P.S.: por discrição e já que o Ir. costuma publicar as perguntas dos demais IIr., se puder manter as palavras cifradas nas respostas e responder sem abreviações no privado em nome da promessa do sigilo, eu agradeço; ou se o Ir preferir responder a mim de maneira cifrada e abreviada, e caso eu não compreenda algumas abreviações, eu posso ir perguntando ao Ir ao longo das dúvidas e esclarecimentos.
CONSIDERAÇÕES:
Para os comentários a seguir obtive o competente auxílio do Respeitável Irmão Joselito Hencotte, um dos conhecedores e estudioso da Maçonaria Inglesa.
Conforme o Irmão Joselito comenta, geralmente a explicação que envolve a composição dos Sinais tem sido detalhada nos rituais brasileiros, entretanto as dúvidas se apresentam mais pelo desconhecimento das palavras, o que às vezes influencia conclusões levando a fazer com que Irmãos pratiquem modos diferenciados nessa liturgia.

Em não existindo a possibilidade da presença de um instrutor, sugere-se que se preste bastante atenção nos sinais e como vão colocados conforme a ordem descrita no Ritual, cuja mesma tem o desiderato de dar sentindo a prática que segue sempre o drama descrito pela lenda hirâmica.
Nesse entendimento, enfatiza-se que os Sinais estão ligados diretamente aos C. PP. do Companheirismo e figuradamente resumem a dramatização da lenda.
Outro aspecto a se considerar é o de que alguns termos utilizados nos Rituais do GOB foram traduzidos e muitas vezes adaptados àquilo que o tradutor, ou editor pensou ser o mais adequado à cultura e à prática da liturgia maçônica brasileira.
Nesse contexto aparecem discussões de tradução a exemplo do substantivo “sympathy”, cuja tradução que mais se coaduna com a realidade ritualística do caso é “compaixão”, ou “condolência”, embora ela signifique também no idioma bretão “simpatia e benevolência”. Ainda sob essa mesma conjuntura aparece os “Five Points of Fellowship”, onde o substantivo fellowship, que significa “companheirismo” no idioma bretão, às vezes é entendido como “confraternização”???
Eu acrescentaria ainda que no Brasil, inadvertidamente, muitos dos compiladores da ritualística maçônica misturam práticas litúrgicas de vertentes maçônicas distintas – no caso entre a francesa (REAA) e a inglesa (Craft).
Dados esses comentários, seguem as respostas, mas de modo resumidas devido ao sigilo que o assunto merece. Por esse particular segue um anexo com explicações mais detalhadas, já que a sua divulgação aqui poderia afrontar o sigilo maçônico.
1. É verdade que há duas palavras do Mestre Maçom, uma derivada dos Antigos e outra dos Modernos, quando da União das duas potências, resolveram adotar as duas palavras? Quais são elas?
De fato existiram duas palavras que provavelmente pertenceram cada qual a uma das Grandes Lojas Rivais e eram usadas pelas Lojas na época (antes da união de 1813). Devido a não existência de rituais impressos como é comum no costume inglês, seria temerário fazer afirmativa sobre qual era a palavra exclusiva nessa ou naquela Grande Loja. O que se sabe é que as palavras são M.B. e M.
Por exclusão há possibilidade de que M. B. seja a palavra relativa aos Modernos, já que essa palavra também é comum no Rito Moderno ou Francês. Sabendo-se que a França do Século XVIII desconhecia completamente as práticas dos Antigos, é bastante possível que os franceses adotassem práticas dos Modernos ingleses de 1717, adoção essa que deu, inclusive, o título de “ou Moderno” para o Rito Francês.
2. O que é esse "Sn. de R." feita no grau de Ap.? O que significa? Como ele é feito?
Sinal de Reverência. Na verdade ele não é utilizado só Grau de Aprendiz. Ele é também utilizado, além da cerimônia de Iniciação, na cerimônia de Passagem, de Exaltação e de Instalação.
Pelo forte cunho teísta da Maçonaria Inglesa, ela adota esse sinal como atitude de respeito, acatamento e veneração durante as preces e orações. Há que se perceber que esse sinal somente se aplica nessas circunstâncias.
Obs. – a descrição do sinal fica velada sendo só remetida pessoalmente ao consulente.
3. No grau de MM há cinco sinais: o Sn P, o Sn de H, o Sn de Ang ou S, o Sn de Compx e o Sn de Jub ou Aleg. Como são feitos esses sinais? O ritual não deixa muito claro e as cifras são um pouco confusas para mim.
Esses cinco sinais aludem aos C. PP. do Companheirismo e estão diretamente ligados à dramatização da Lenda de Hiran.
Na ordem ritualística, eles são: o Sinal de Horror, o Sinal de Simpatia, o Sinal Penal, o Sinal de Aflição e Agonia e o Sinal de Exaltação e Júbilo, esse também chamado de Grande ou Real Sinal.
A descrição e explicações relativas a esses sinais podem ser consultados no anexo relativo a essa resposta.
Fraternalmente em fevereiro de 2018
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
Excelente Explanação Irmão Pedro, Gratidão pelas duvidas tiradas. F.A. Willians
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