Respeitável Loja, amados Irmãos.
Há certos temas que, embora desconfortáveis, precisam ser trazidos ao centro do Templo.
Porque quando a injustiça se cala, a verdade apodrece nas sombras.
Quando a omissão se disfarça de tolerância, o Templo se corrompe por dentro.
E o que venho hoje trazer não é uma acusação pessoal, mas uma reflexão necessária, urgente e inadiável.
Sabemos que, para ingressar nesta Augusta Ordem, um homem precisa portar o aval de sua mãe ou esposa, símbolo de pureza, verdade e bênção. Desde o limiar da Maçonaria, a mulher representa um portal sagrado que nos permite atravessar da profanidade para o Sagrado. Ela nos concede, por confiança e amor, o direito de buscar a Luz.
Como, então, pode um Irmão, depois de adentrar com tamanho aval, permitir-se cometer o mais vil dos atos?
Coabitar fora do seu casamento ou pior, com a esposa de um Irmão...
Desejar a mulher que consagrou o lar de outro...
Trair não só um casamento, mas a própria Cadeia de União.
Esse não é um erro qualquer.
Esse é um ato que agride três colunas fundamentais da Maçonaria:
A Justiça, pois fere um pacto sagrado;
A Moral, pois trai a confiança do Templo e do Irmão;
E a Verdade, pois mascara vício como liberdade e promiscuidade como tolerância.
Essa conduta não é falha, é profanação.
E diante disso, ser conivente é ser cúmplice.
A Loja que não repreende, que apenas admoesta ou se esquiva sob o véu da tolerância, abandona sua função iniciática e se transforma em um salão de vaidades e conveniências.
Não se trata de castigar um homem por um erro humano qualquer.
Trata-se de proteger a egrégora da Irmandade, de manter acesa a chama da honra, e de deixar claro que a Maçonaria é solo fértil para homens que buscam a virtude, e não abrigo para canalhas de gravata e avental.
De que nos serve um Templo suntuoso, se nele habita a permissividade silenciosa?
De que adianta a espada, se ela jamais corta?
De que vale a balança, se ela só pende para o lado do conveniente?
Irmãos...
Não peço perseguições.
Peço discernimento.
Não peço rigidez sem alma.
Peço firmeza com moral.
Porque se um homem que trai seu Irmão, seduz sua cunhada e macula sua Loja não é expulso… então o que restará a ser defendido?
A cadeia se rompe em silêncio.
A moral se dissolve em omissão.
E o Templo se torna ruína quando o vício é abraçado sob a desculpa de "tolerância".
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Finalizo com palavras que não são minhas, mas eternas:
"O que for dito na escuridão, será ouvido na luz. E o que falardes ao pé do ouvido, nos aposentos, será proclamado dos telhados."
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Seja, pois, cada Irmão um guardião da pureza, um defensor da verdade, e um construtor da honra.
A Maçonaria é sagrada demais para ser contaminada.
E o silêncio diante do profano… é o primeiro martelo que golpeia as colunas do nosso Templo.
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Avante, Irmãos! Pois quando a virtude é atacada, o silêncio é covardia.
E nossa Ordem exige Homens, não sombras com avental.
Ordem e Luz.
Firmeza e Justiça.
Avante sempre
— Por um Maçom que ama a sua Ordem e não compactua com a corrupção da honra.
Andros Baruc
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