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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sábado, 13 de setembro de 2025

CAMINHAR JUNTOS

Caminhar Juntos: A Jornada do Maçom e a Força da Fraternidade”

Respeitáveis Irmãos,

Na noite simbólica de nossos trabalhos, peço-vos licença para compartilhar algumas reflexões acerca de uma máxima simples, porém profunda:

"Quem caminha só, caminha mais rápido. Quem caminha acompanhado, caminha mais longe."

À primeira vista, essa sentença parece apenas uma observação prática do mundo. Mas sob a luz da sabedoria iniciática, ela se revela como um ensinamento oculto sobre o verdadeiro sentido da jornada maçônica e do papel da Fraternidade em nossa evolução espiritual.

I. O Caminhante Solitário
O homem que caminha só é como o Aprendiz recém-chegado ao Templo: ansioso por saber, impulsionado por suas próprias forças, desejando conquistar rapidamente os segredos do Universo.
Ele é ágil, talvez ousado, e não se prende aos ritmos dos outros.
Mas sua velocidade é também seu perigo. Pois sem companheiros, não há quem o advirta dos abismos.
Sem irmãos ao lado, não há eco para suas dúvidas, nem luz refletida de volta quando sua própria lâmpada se apaga.
Na linguagem dos símbolos, esse homem é a espada que brilha sozinha no escuro, mas que se oxida por não ter sido temperada no fogo comum da Fraternidade.

II. O Caminho Compartilhado
Ao contrário, aquele que caminha com outros é como o Mestre que entende que o Templo só se edifica com muitas mãos.
Ele ajusta seu passo ao passo do grupo.
Às vezes espera, às vezes guia. Às vezes silencia para ouvir, outras vezes fala para orientar.
Sua jornada é mais lenta, é verdade. Mas também é mais rica.
Ele vê mais paisagens, ouve mais histórias, e deixa mais rastros no chão que pisa.
Ele compreende que a verdadeira Iniciação não é um ponto de chegada, mas uma estrada compartilhada.
É por isso que o Maçom não é um eremita, mas um Irmão.
Não é um conquistador solitário, mas um construtor de Pontes entre almas.

III. Simbolismo Maçônico da Jornada Coletiva
O Avental, que usamos com honra, é sinal de que trabalhamos juntos.
O Esquadro e o Compasso só têm sentido se forem usados em harmonia.
A Coluna B levanta-se porque há a Coluna J, nenhuma sustenta sozinha o Templo.
Mesmo o Grande Arquiteto do Universo não edifica com apenas uma pedra.
É necessário o conjunto, o traço, o plano, a cooperação e o equilíbrio.
A Via Maçônica não é uma corrida individual.
É uma Obra coletiva, e nossa Grande Obra interior também floresce quando espelhada na presença do outro.

IV. Aplicação na Vida Maçônica e Profana
Quantas vezes, Irmãos, na vida profana, tentamos resolver tudo com nossas próprias mãos?
Quantas vezes deixamos de pedir ajuda por orgulho ou receio?
E quantas vezes, ao estarmos juntos nesta Oficina, percebemos que uma simples palavra fraterna nos fortalece mais do que mil pensamentos solitários?
Caminhar juntos é um exercício de humildade.
De escuta.
De tolerância.
De confiança.
É aceitar que, mesmo sendo capazes sozinhos, somos maiores juntos.

V. Conclusão: Uma Fraternidade que Edifica
Respeitáveis Irmãos, que possamos relembrar, sempre, que:
Sozinhos podemos ir mais rápido, mas perdemos os detalhes.
Acompanhados, talvez caminhemos com mais calma, mas aprendemos a ver, a sentir, a ser melhores.
Que a Luz que buscamos não seja apenas para nossa própria lanterna, mas para iluminar o caminho de todos ao nosso redor.
Que sejamos Irmãos de jornada, de construção, e de alma.
Pois só juntos poderemos alcançar a plenitude da Verdadeira Iniciação.

Assim seja.
Ass.: Andros

Fonte: Facebook_Átrio do Saber

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

SESSÃO ELEITORAL E OUTRAS QUESTÕES

Em 10.03.2025 o Respeitável Irmão Bruno Henrique Pinheiro, Loja Augusto dos Anjos, 1858, REAA, GOB-PB, Oriente de João Pessoa, Estado da Paraíba, apresenta as questões seguintes:

SESSÃO ELEITORAL E OUTROS

Irei assumir como 1º Vig na próxima Gestão - 2025/2027

1º Dúvida: Art. 9º. No dia da eleição, o Venerável declarará aberta a Sessão Eleitoral sem formalidade ritualística e comporá a Mesa Eleitoral formada por ele - Venerável, pelo Orador ou membro do MP e pelo Secretário, designando ainda dois eleitores como escrutinadores e observando o quórum mínimo de 7 (sete) eleitores do Quadro. (Art. 20 a 23, do TEM). É
obrigatório o uso dos trajes completos?

2º Dúvida: A Palavra Sagrada do Aprendiz, foi alterada?

3º Dúvida: No novo Ritual de Aprendiz, não consta mais na decoração do Templo, a Carta Constitutiva. Não é mais necessária ela no Templo? Durante a Sessão?

RESPOSTAS:

1)    Não me cabe discutir resoluções eleitorais hauridas dos seus diplomas legais. O que eu sei como Secretário Geral de Orientação Ritualística é que consta no Ritual de Mestre Maçom do REAA vigente no GOB, dele a sua página 166 (e seguintes), parte IV, o título Sessão Extraordinária, na qual, em sua Ordem do Dia são mencionas as seguintes sessões: Eleitoral, de Conselho de Família e de Expedição de Placet Ex-Officio. À vista disso, entendo que uma Sessão eleitoral deveria ser aberta na Ordem do Dia de uma Sessão Extraordinária. Logo, a Sessão Extraordinária deve ser aberta ritualisticamente conforme o ritual com todos devidamente paramentados. Agora, se neste mister também existem resoluções do Tribunal Eleitoral Maçônico, é preciso que o mesmo seja consultado.

2)    Continua a mesma palavra. O que há de fato é uma discussão se ela e escrita com vogais dobradas, ou não (B...Z, ou B...Z). Devido a uma corruptela haurida de tradução, as versões bíblicas da Septuaginta (Dos Setenta) e Vulgata (Latina) trazem esta palavra com escrita diferenciada. Como no GOB existe pluralidade de ritos, os quais usam as duas versões bíblicas, ambas as palavras são aceitas.

3)    Nem no ritual de Aprendiz REAA de 2009 constava, e assim também não consta no ritual de 2024 vigente. Já existe o Estandarte que identifica a Loja. A Carta Constitutiva não é um documento que impreterivelmente precise estar exposto. Fica a critério da Loja mantê-la exposta dentro do templo ou guardada, ou ainda exposta em outra dependência do edifício. O que de fato está prevista na Planta do Templo, sobre o 3º degrau que leva ao sólio, encostada na frente do Altar do Venerável Mestre, é a Prancheta (Mestre), uma das Joias Fixas da Loja.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

CHAPÉU NEGRO SOBRE O ALTAR

Em 07/03/2025 o Respeitável Irmão Álvaro Mattos da Costa Filho, Loja Fé e Perseverança, 426, REAA, GOB-SP, Oriente Jaboticabal, Estado de São Paulo, solicita informação para o que segue:

CHAPÉU SOBRE O ALTAR

Prezado irmão Pedro, na página 15 do novo ritual de aprendiz diz que "sobre o Altar", além do candelabro de três braços com três luzes, um malhete, um "chapéu negro e desabado para uso do Venerável Mestre", e outros utensílios.

Já na página 44, na Abertura Ritualística, o M∴ de CCer∴ distribui as joias dos cargos e organiza o cortejo da seguinte forma:

O "Ven∴ Mestre" (coberto com o chapéu negro e desabado) ...

Pergunto:

Antes disso, o Venerável entra e pega o chapéu que deverá estar sobre o altar e retorna para entrar com ele ou poderá colocá-lo quando chegar ao altar?

CONSIDERAÇÕES:


Como está descrito no ritual vigente, "para uso do Venerável Mestre", logo ele deverá estar coberto quanto estiver no préstito de entrada - vide orientações nas páginas 44 e 45 do Ritual de Aprendiz, REAA, 2025.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O SIMBOLISMO DA PÁSCOA NA MAÇONARIA

 Luiz Sergio Castro

Da Redação 

A Páscoa, tradicionalmente celebrada como a ressurreição de Cristo no Cristianismo, possui um profundo simbolismo que ressoa com os ensinamentos e rituais da Maçonaria. Embora a Instituição não seja uma religião, sua estrutura simbólica e alegórica se inspira em temas universais, como a morte, renascimento, luz e regeneração — todos presentes nas comemorações pascais.

1. A Páscoa como Símbolo de Renascimento

Na Maçonaria, o conceito de renascimento é central. O Aprendiz é "nascido das trevas para a luz", o Companheiro percorre o caminho da transformação e o Mestre Maçom passa pela representação simbólica da morte e da ressurreição — um eco direto dos mistérios antigos, onde o iniciado morria simbolicamente para o mundo profano e renascia para uma nova vida espiritual.

A Páscoa representa, portanto, o triunfo da vida sobre a morte, da luz sobre as trevas, do espírito sobre a matéria. Essa ideia está intimamente ligada ao Terceiro Grau, onde a Palavra Perdida é buscada após a queda do Mestre Hiram Abiff — símbolo do eu interior que deve ser reencontrado para a regeneração do ser.

2. O Cordeiro Pascal e o Sacrifício

O cordeiro, símbolo central da Páscoa judaico-cristã, representa o sacrifício que redime e purifica. No simbolismo maçônico, o sacrifício voluntário de Hiram Abiff pela integridade dos segredos da Maestria representa a fidelidade à Verdade e aos princípios elevados, mesmo diante da morte. A Maçonaria convida seus membros a seguirem esse exemplo ético e iniciático de pureza e coragem moral.

3. A Páscoa e o Ciclo Solar

A Páscoa, assim como muitos festivais antigos, está associada ao equinócio da primavera no hemisfério norte — momento em que a luz começa a prevalecer sobre a escuridão. Esse simbolismo solar está presente na Maçonaria por meio da constante busca pela luz, que representa sabedoria, conhecimento e elevação espiritual.

Assim como o Sol renasce e dá início a um novo ciclo de fertilidade e vida, o maçom é convidado a renascer internamente, deixando para trás seus vícios e ignorância.

4. O Sepulcro Vazio e o Templo Interior

O sepulcro vazio da narrativa pascal pode ser interpretado maçonicamente como a superação da prisão do ego e a abertura do Templo Interior para a verdadeira Luz. Ao vencer a morte simbólica, o Mestre Maçom revela o segredo da imortalidade espiritual — não como uma promessa religiosa, mas como uma realidade iniciática e filosófica: o homem desperto é eterno em sua consciência.

5. Páscoa e Fraternidade

A Páscoa é também tempo de renovação de laços e de comunhão. Na Maçonaria, a Fraternidade é um dos pilares essenciais. As celebrações pascais, quando realizadas por lojas maçônicas, são oportunidades para reforçar a solidariedade, a caridade, o amor fraterno e a esperança em dias melhores — valores universais partilhados tanto pela tradição religiosa quanto pela iniciática.

A Páscoa, enquanto símbolo espiritual e cultural, transcende as fronteiras religiosas e encontra eco na simbologia maçônica como expressão de transformação, esperança e transcendência. O maçom que compreende o verdadeiro espírito da Páscoa se reconhece como um eterno aprendiz na jornada da luz, onde a morte é apenas um portal para a renovação e a sabedoria interior.

Fonte: Revista O Malhete

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

LUA EM QUARTO CRESCENTE NA MAÇONARIA

Em 05.03.2025 o Respeitável Irmão Marcos Sant’Anna, Loja São João Batista II, nº 33. GLOMEAL (CMSB), sem mencionar o Rito e o Oriente, Estado de Alagoas, apresenta a seguinte pergunta:

QUARTO CRESCENTE

Peço ao Respeitável Irmão que me confirme a seguinte assertiva: O Painel de Aprendiz de meu Ritual está com a Lua em quarto minguante (no hemisfério norte, região de toda a simbologia maçônica), já que a imagem é de quarto crescente no hemisfério Sul. Peço que o Irmão me confirme se estou certo e, se estiver, a que Rito corresponderia este Painel?

CONSIDERAÇÕES:

Rigorosamente, os ritos maçônicos nascidos no hemisfério Norte trazem a Lua nos seus Templos representadas na fase quarto crescente.

No hemisfério setentrional a representação lunar em quarto crescente é parecida com uma letra "D", enquanto que no hemisfério meridional se parece com a letra "C".

Como na simbologia maçônica relativa ao Norte, a Lua deve se apresentar em quarto crescente, o mais acertado é que ela se pareça, no Painel do Grau, no Retábulo do Oriente e na Abóbada, com a letra “D”.

De fato, a referência do ponto de vista é sempre do Norte, excetuando-se o Rito Brasileiro, que é um rito nascido no hemisfério Sul e por isso apresenta características astronômicas contrárias à dos demais nascidos ao Norte. Por exemplo, no Rito Brasileiro, diferente de outros ritos, os Aprendizes sentam-se no topo do Sul (o aparente lado mais escuro do templo), enquanto que nos templos dos demais, eles sentam-se no topo do Norte (o aparente lado mais escuro do templo). Enfim, a disposição astronômica ocorre conforme o hemisfério da Terra em que o rito surgiu.

Ao encerrar, vale salientar que na Maçonaria a Lua deve se apresentar em quarto crescente porque astronomicamente, nesta fase ela desponta a Leste com o Sol ao Meio-Dia e se recolhe a Oeste, à Meia-Noite.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br