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PERGUNTAS & RESPOSTAS
O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br
sábado, 5 de abril de 2025
TEMPLO E CÂMARA DO MEIO
(republicação)
O Respeitável Irmão Carlos Roberto Martins, Mestre Instalado, Secretário Estadual Adjunto para o Rito de York (Trabalho de Emulação) GOEG – GOB, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, formula as questões seguintes:
spencierecarlos@hotmail.com
Ha uns três ou mais anos quando o Irmão aqui esteve nos dando a honra de ser o palestrante e ter participado de um seminário e também de uma iniciação na Loja Estrela da Serrinha, onde também trabalhamos como "Experto". O respeitável Irmão solicitou minha participação em vários exemplos e demonstrações durante as perguntas, depois do SEMINÁRIO no domingo antes do nosso almoço, o convidei a conhecer no Templo do Rito de York (Emulação) e lá conversamos muito e até disse-lhe a seguinte frase "COLOCAI VOSSO PÉ ESQUERDO NO SENTIDO TRANSVERSAL DA LOJA E VOSSO PÉ DIREITO NO SENTIDO LONGITUDINAL E PRESTAI ATENÇÃO AO V.M∴, faço estas citações que guardo na memória com muito carinho e orgulho de poder ter tido a oportunidade única e pessoal de conversar com o Irmão. Mas vamos a minha pergunta: Estamos em Goiás mais especificamente em Goiânia na sede do GOEG, construindo uma CAMARA DO MEIO, ou seja, um Templo somente para o Grau 3 (três). Em função de praticarmos no Brasil todos os Ritos, pergunto:
1 - Câmara do Meio há divisão com BALUSTRADA no R.E.A.A?
2 – Por que em nossa concepção a forma de caminhar em todos os Ritos do Ocidente para o Oriente e a mesma, linguagem York (Emulação).
3 - O Templo é construído em um só piso e/ou se e obrigatório à colocação de degraus como adaptações, de acordo com alguns Ritos.
Sugestão: e se o Respeitável Irmão puder, envie-nos fotos ou orientações que facilitem a utilização e adaptações na construção do Templo para que todos os "Ritos" o utilizem.
CONSIDERAÇÕES:
Antes das considerações propriamente ditas, devo salientar que em se tratando de Rito Escocês Antigo e Aceito e os Trabalhos de Emulação (chamado de York no GOB), são distintos quanto à sua vertente. O Rito Escocês é filho espiritual da França e o Craft onde pertence o Trabalho de Emulação é de vertente inglesa. O objetivo maçônico é o mesmo – aprimorar o Homem, todavia as concepções doutrinárias se diferem entre ambos.
1 – No Rito Escocês ainda existe a divisão haurida desde as extintas Lojas Capitulares. Em princípio não havia essa divisão, entretanto para conciliação com o Capítulo no primeiro quartel do Século XIX elevou-se o Oriente e consequentemente o mesmo acabou sendo limitado pela conhecida “balaustrada”. Por motivos históricos houve tempo por volta de 1.810 em que o Grande Oriente da França “encampou” os graus escoceses até o Grau 18, sendo que o presidente do Capítulo (Athersata - governador) era também o Venerável do simbolismo – daí as Lojas Capitulares.
Por fim as coisas voltaram aos seus lugares e o Grande Oriente passou autenticamente a governar os três Graus Simbólicos e o Segundo Supremo Conselho readquiriu o governo dos outros Graus acima do simbolismo.
Infelizmente, mesmo assim, o Grande Oriente da França continuou permitindo a permanência da divisão do Oriente, bem como a sua elevação no simbolismo. Assim o costume acabou virando consuetudinário no simbolismo escocês, embora contrário ao que apregoava o primeiro ritual datado de 1.804.
Atualmente esse costume está enraizado nos Graus Simbólicos do Rito Escocês e dificilmente será extirpado, sobretudo aqui no Brasil.
Desse modo devo lhe responder que no Rito Escocês o piso do Oriente continua a possuir nível elevado, bem como a existência da balaustrada demarcatória conforme os atuais rituais em vigência e legalmente aprovados.
Já no sistema inglês (Craft) dos Trabalhos de Emulação não existe divisão do Oriente e nem mesmo este é elevado. Eleva-se por três degraus tão-somente o trono ocupado pelo Mestre da Loja (Venerável) e considera-se Oriente apenas a parede oriental e, por extensão, os lugares imediatamente colocados à sua frente.
2 – No Trabalho de Emulação não existe circulação, senão algumas perambulações por ocasião das cerimônias de Iniciação, Passagem e Elevação ou nas oportunidades em que se executam as procissões. A perambulação geralmente é feita de modo a se esquadrejar os cantos da Sala da Loja tendo como referência os cantos do Tapete Quadriculado. Nos outros procedimentos desse sistema não existe regra de ingresso e saída do Oriente já que entre ele e o Ocidente não existe separação.
Ao contrário, no simbolismo do Rito Escocês existe a obrigatoriedade da realização do giro horário no Ocidente quando se passa de uma para outra Coluna. Nessa concepção o Obreiro ingressa no Oriente passando obrigatoriamente pela Coluna do Norte e ao ingressar no quadrante oriental o faz pelo lado nordeste da sua entrada junto à balaustrada.
Em retirada do Oriente o Obreiro o faz pelo lado sudeste junto à balaustrada, se deslocando em seguida pela Coluna do Sul. No Oriente não existe circulação.
Como se pode notar existe uma diferença significativa entre as duas vertentes maçônicas, por conseguinte também nesse particular – circulação e perambulação.
3 – Diferente do Craft, para o Rito Escocês como dito anteriormente, é obrigatório o desnível entre o Oriente e o Ocidente.
No tocante as adaptações topográficas entre uma Loja do Rito Escocês e a dos Trabalhos de Emulação, em linhas gerais há que se prever pelo menos o seguinte:
a) No Trabalho de Emulação não existe desnível do piso, talvez, dependendo do espaço, a Sala da Loja possa ocupar o recinto ocidental, colocando-se uma cortina azul para “esconder” o Oriente da Loja escocesa.
b) Nesse caso as mesas e os tablados devem ser móveis, para que se possa montar, por exemplo, a cátedra do Venerável com três degraus no ambiente ocidental.
c) O pedestal do 1º Vigilante no Craft fica no extremo do Ocidente, porém de frente para o pedestal ocupado pelo Venerável, enquanto que no Rito Escocês a mesa fica no lado noroeste de frente para a parede oriental.
d) Ainda sobre os Vigilantes, diferente do Rito Escocês, no Craft não existem degraus de acesso às respectivas cadeiras.
e) A mesa do Secretário, que geralmente fica junto com o Tesoureiro, se localiza no lado norte, porém de frente para o pedestal do Segundo Vigilante que fica no Sul ao meio-dia.
f) O lugar do Painel do Grau da Loja escocesa que fica no centro do Ocidente se diferencia do lugar da Tábua de Delinear inglesa – próxima ao lugar do Primeiro Vigilante e do Segundo Diácono.
g) A porta de entrada da Loja nos Trabalhos de Emulação se localiza na parede norte, mais precisamente no lado noroeste, enquanto que no Rito Escocês ela se acha no centro da parede ocidental.
h) Não existe Altar dos Juramentos no sistema inglês. Estes são tomados junto ao pedestal do Venerável onde fica o Livro da Lei Sagrada, porém há o banco de se ajoelhar.
i) O piso do Ocidente no Rito Escocês é inteiramente quadriculado de modo oblíquo, já nos Trabalhos de Emulação existe um tapete central quadriculado (xadrez).
Estas então são alguns tópicos que demandam de objetivas adaptações entre um e outro sistema maçônico. Se o espaço agregar essa disposição é possível atender aos procedimentos ritualísticos distintos.
Sugiro ao Irmão que faça uma melhor observação comparando os rituais em vigência, já que eles devem ser rigorosamente cumpridos e as adaptações somente serão aceitas se estas não ferirem os procedimentos distintos dos mesmos.
Finalizando, ainda algumas observações:
a) Craft é como se denomina o sistema inglês de Maçonaria.
b) Na Inglaterra não se admitem ritos, senão “trabalhos”.
c) A referência aqui feita aos “Trabalhos de Emulação” é a mesma sobre a prática do Rito de York que, embora equivocada, assim se denomina no Brasil.
d) Rito Escocês Antigo e Aceito é filho espiritual da França, portanto faz parte da vertente latina da Maçonaria.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.227 Florianópolis (SC), sábado, 11 de janeiro de 2014
MAÇONS FAMOSOS
A Iniciação Maçônica do Filósofo Voltaire é considerada uma das mais famosas Cerimônias de Iniciação da História da Maçonaria. François Marie-Arouet (seu nome de batismo), foi conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, uma das figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana.
Sua Iniciação aconteceu em Paris, no dia 7 de abril de 1778 (uma terça-feira), na famosa Loja “Les Neuf-Soeurs”. Essa Loja era um verdadeiro celeiro cultural onde se destacavam figuras como Jérôme Lalande (que era o Venerável), Diderot, Fourcroy, Benjamin Franklin, Simon Laplace, D’alembert, Daubenton, Lamarck, além de vários poetas, escritores e intelectuais e representantes da Imperatriz Catarina, da Rússia, e do Rei Frederico II, da Prússia.
A cerimônia foi presidida pelo astrônomo Jérôme Lalande, na presença de 250 Irmãos. Voltaire, que estava com 83 anos e muito debilitado, adentrou no Templo amparado pelos Irmãos Benjamin Franklin (Experto) e Antoine Gebelin, sob os olhares atentos da plateia, seguida de uma chuva incessante de aplausos.
Não vendaram seus olhos nem o submeteram às provas de costume, dada a sua debilidade e fragilidade. Ele recebeu os 3 Graus Simbólicos na mesma sessão e ao fim, o Venerável desceu do trono abraçando-o profundamente. Ele foi revestido com o Avental que pertenceu a Claude Arien Helvetius, filósofo e literato francês, membro da Loja, e que fora cedido, para a ocasião, pela sua viúva. Comovido, Voltaire beijou o avental e logo em seguida, vários Irmãos pediram a palavra, com destaque para os discursos de Laplace, Diderot, o abade Cordier de Saint e do Venerável, que dissertou sobre a grande honra que estava tendo ao recebê-lo naquele Augusto Cenáculo e, por fim, o próprio Voltaire falou, de improviso, por quase duas horas.
A Sessão foi demorada, terminando quase meia noite e entrou para a História como uma das mais memoráveis Iniciações Maçônicas. Voltaire faleceu 53 dias depois, vítima de complicações pulmonares (com presença de hemoptise).
Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria
MAÇONARIA: UMA SÍNTESE
Na maçonaria, o termo "profano" refere-se a alguém que não foi iniciado na ordem e, portanto, não tem acesso aos seus ensinamentos e simbolismos.
A visão maçônica enfatiza a importância da busca pelo conhecimento, reflexão e julgamento ponderado, enquanto o profano, por não estar inserido nesse contexto, pode interpretar as situações de maneira mais superficial ou sem considerar determinados princípios filosóficos.
Comparação de Ideias entre o Maçom e o Profano
1. Análise da Situação
Maçom: Busca entender profundamente antes de emitir juízo, valorizando a razão e o aprendizado contínuo.
Profano: Pode criticar com base em impressões imediatas ou sem reflexão aprofundada.
2. Símbolos e Significados
Maçom: Aprecia a simbologia e os ensinamentos ocultos por trás das aparências.
Profano: Pode enxergar apenas o aspecto literal, sem compreender os significados mais profundos.
3. Conduta e Ética
Maçom: Preza pela moral, fraternidade e aperfeiçoamento pessoal.
Profano: Pode não seguir os mesmos princípios estruturados, dependendo de sua formação e valores.
4. Busca pelo Conhecimento
Maçom: Está sempre em busca da luz do conhecimento, aperfeiçoando-se continuamente.
Profano: Pode não ter esse compromisso ou sequer estar ciente dessa jornada.
Em resumo, a principal diferença entre o maçom e o profano está na forma de interpretar e agir no mundo. O maçom, tendo passado por iniciações e estudos, tende a ser mais cauteloso e reflexivo em suas análises, enquanto o profano pode agir com base em percepções superficiais ou preconceitos.
Fonte: Facebook_Estrela de Davi
sexta-feira, 4 de abril de 2025
DÚVIDAS
(republicação)
Recebi de um Respeitável Irmão as questões que seguem: 1) Na página 42 (da circulação) – “Na circulação deve seguir a ordem: Ven∴, 1º e 2º VVig∴, Orad∴, Secr∴, CCobr∴” Deve-se entender que a coleta será dos dois Cobridores, ou foi erro de digitação? 2) Na página 54 no item 2.3 Leitura e Destino do Expediente; Após a leitura do mesmo quem recolhe e encaminha ao Venerável Mestre? Justificativa!
CONSIDERAÇÕES:
1 – Se foi erro de digitação ou não eu não posso lhe afirmar, entretanto o procedimento está equivocado. Na abordagem que se refere à circulação pelo respectivo Oficial é apenas o Cobridor Interno. A explicação para tal está em que uma Loja será aberta no mínimo com sete Mestres – Venerável, Vigilantes, Orador, Secretário, Cobridor Interno e o Mestre de Cerimônias.
2 – Em qualquer situação que demande encaminhamento ao Venerável, o Mestre de Cerimônias (sem portar o bastão) é o responsável pela missão. Alguns Veneráveis ainda confundem e atribuem esse ofício ao Primeiro Diácono.
Nesse sentido cabe então uma explicação. Os Diáconos estão presentes no Rito Escocês simbolicamente como transmissores de ordens que se fazem presentes na Moderna Maçonaria revivendo os canteiros operativos que transmitiam ao Mestre da Obra as ações de esquadrejamento, nivelamento e aprumada da obra. Daí existir a transmissão da Palavra, entre o Mestre (Venerável) e os Vigilantes (auxiliares) que simboliza esse antigo costume operativo.
Em resumo isso significa que antes de começar os trabalhos no canteiro os auxiliares (wardens – zeladores) marcavam os cantos da construção.
Perfeitamente adequada à ação, eles comunicavam ao Mestre por intermédio de um mensageiro, que tudo estava pronto para o início dos trabalhos – origem do termo “Justo e Perfeito”. Assim estando nos conformes, o Mestre determinava o início laboral. Cumprida a etapa, os auxiliares verificavam a qualidade produtiva e informavam ao Mestre que tudo estava correto (Justo e Perfeito) e, por assim ser, os trabalhos eram encerrados e os Obreiros eram despedidos contentes e satisfeitos.
Essas etapas construtivas geralmente eram iniciadas, medidas e encerradas por ocasião dos solstícios e em algumas situações dos períodos equinociais. A ponte entre o Mestre da Obra e os seus auxiliares imediatos (hoje os Vigilantes) era feita através desses mensageiros que, posteriormente e por influência da Igreja, assumiriam o título de Diáconos na Maçonaria.
O Rito Escocês pelo seu caráter “Antigo” como componente do seu título distintivo, embora de vertente francesa, revive essa prática através da transmissão da Palavra Sagrada de modo especulativo, já que literalmente os Vigilantes não nivelam nem aprumam a construção, todavia verificam a qualidade correta da palavra transmitida que, estando esta de acordo, declaram que tudo está “Justo e Perfeito”, tanto para abrir os trabalhos simbólicos quanto para encerrá-los.
Note que inclusive que quem fecha a Loja é o Primeiro Vigilante. Também há que se notar que a origem das respectivas joias – o Nível e o Prumo – aludem às antigas práticas operativas. É nesse sentido que os Diáconos são os mensageiros e, no Rito em questão, têm apenas essa função específica.
É também oportuno salientar que a grande maioria dos ritos de vertente francesa possui nos seus quadros de Oficiais o Mestre de Cerimônias, enquanto que o Craft (inglês), apesar da existência da figura do Diretor de Cerimonial, este não tem a mesma função daquela prevista nos trabalhos originários na França.
Os Diáconos, por exemplo, nos Trabalhos Ingleses assumem inúmeras funções, sobretudo nas oportunidades iniciáticas do Franco-Maçônico básico, enquanto que na vertente latina muitas dessas atribuições são relegadas ao Mestre de Cerimônias e Expertos (estes últimos também inexistentes no costume inglês).
Assim, pela característica do simbolismo escocês oriunda do primeiro ritual elaborado em 1.804 na França por maçons procedentes das Lojas Azuis norte-americanas que praticavam o costume “antigo” (desconhecido na França) influenciaria diretamente um rito de vertente latina, cujas acomodações ritualísticas viriam se consolidar paulatinamente nos anos seguintes.
Nesse contexto, o Rito Escocês traria na sua também vertente anglo-saxônica a disposição do Segundo Vigilante ao Meio-Dia e a inclusão dos Diáconos como mensageiros e integrantes da alegoria da transmissão da Palavra, inclusive permanecendo a dialética antiga (hoje existente no ritual) como modo de preservar a tradição e não especificamente da sua prática literal.
Não está aqui se afirmando que no Craft existe a transmissão da Palavra, porém a existência do cargo de Diácono que tem função diferenciada daquele que porventura venha existir em algum rito latino.
Ao longo dos tempos muitos ritualistas elaboraram rituais sem se aperceber a existência “palpável” das duas vertentes maçônicas principais – a inglesa e a francesa. Nesse particular houve a generalização de atos e ações que, embora muitas vezes presentes nas duas vertentes, não seriam devidamente explicadas. Nesse mesmo contexto, muitos outros acabariam também por enxertar procedimentos e símbolos que não se coadunam com o arcabouço doutrinário relacionado à sua tradição.
Finalizando essa questão, embora de modo abreviado, o Mestre de Cerimônias é o serviçal direto do Venerável, enquanto que os Diáconos (embora a dialética preservada) se fazem presentes no Rito apenas como parte integrante da transmissão da Palavra que objetiva rememorar uma ação operativa que possui alto significado simbólico na Moderna Maçonaria, particularmente ao Rito Escocês Antigo e Aceito.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.225 Florianópolis (SC), quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
PORQUE É QUE OS HOMENS (REALMENTE) SE TORNAM MAÇONS

Nenhum homem aderiu à Maçonaria porque George Washington era Maçom. O mesmo se aplica a Truman, um presidente dos EUA e orgulhoso Maçom. Os seus legados podem inspirar admiração, mas esses nomes, por si só, não estimulam o coração de um homem a entrar pelas portas da Maçonaria.
E o mesmo se pode dizer dos muitos heróis maçónicos que marcaram a nossa história. Embora os honremos legitimamente e contemos as suas histórias, ninguém se junta à Maçonaria porque pensa que isso fará dele uma réplica desses grandes homens.
A Maçonaria não tem a ver com se tornar famoso ou alcançar uma grandeza histórica…
Trata-se de algo muito mais pessoal, baseado na vida quotidiana dos homens que conhecemos e admiramos.
E o incrível trabalho de caridade?
A Maçonaria é amplamente conhecida pela sua filantropia que ajuda os mais necessitados.
No entanto, nenhum homem se associa apenas para doar dinheiro. Não é preciso ser Maçom para doar generosamente para caridade.
Também não são os pormenores dos nossos rituais, por mais belos e profundos que sejam, que trazem os homens às nossas portas. Antes de se juntarem, a maioria dos homens tem pouco ou nenhum conhecimento da profundidade dos nossos rituais ou dos registos cuidadosos que mantemos.
O funcionamento interno de uma Loja, os seus procedimentos, actas e exactidão cerimonial, são estranhos aos que estão fora dela. Por conseguinte, o nosso ritual também não é a razão pela qual os homens procuram ser membros.
Então, porque é que os homens aderem à Maçonaria?
A resposta é simples: são inspirados por alguém que conhecem. Pode ser um pai, um avô, um amigo próximo ou mesmo um colega. Pode ser o vizinho do fundo da rua que sempre pareceu comportar-se com uma dignidade tranquila ou o mentor que deu conselhos sábios na altura certa.
Quem é a pessoa não importa tanto quanto o que ela representa.
O que importa é que o indivíduo é alguém para se admirar, um homem cuja vida incorpora valores que valem a pena ser imitados.
Esse exemplo é o que desperta o desejo de um homem de aderir. Ao longo de gerações e continentes, esta admiração pessoal tem sido o maior recrutador.
Milhões de homens aderiram à Maçonaria devido a uma relação que tiveram com um Maçom cujo carácter falou mais alto do que quaisquer palavras.
É a integridade, a bondade, a sabedoria e a força silenciosa dos maçons quotidianos que ilumina o caminho para que outros os sigam.
Se quisermos assegurar o futuro da Maçonaria, temos de nos concentrar em ser esse tipo de homem.
Alguém que vive os valores da Ordem, tanto nas grandes como nas pequenas formas. Alguém cuja conduta, em público e em privado, reflecte os ensinamentos da Maçonaria.
Ao vivermos estes princípios, oferecemos aos outros um exemplo tangível do que a Maçonaria representa e porque é importante.
E aqui está a coisa mais bonita… Quando vivemos desta forma, alguém vai reparar. Quer seja um filho, um vizinho, um colega ou um amigo, alguém será atraído pela luz que transportamos. Eles vão querer entender o que nos faz ser quem somos. Quererão saber o que nós sabemos.
Em última análise, o crescimento da Maçonaria está enraizado em algo tão intemporal como a ligação humana. Ela prospera quando nós, como maçons, vivemos autenticamente.
Ao sermos homens dignos de admiração, tornamo-nos os exemplos vivos que inspiram outros a se juntarem a esta grande e antiga fraternidade.
A próxima geração de maçons virá não por causa dos nossos rituais, da nossa caridade, ou mesmo dos nossos heróis, mas por causa de quem somos e de como vivemos.
PS: Um nosso estudo recente mostra que a maioria dos homens são atraídos para a Maçonaria mais tarde na vida, muitas vezes inspirados por alguém que admiram – um pai, mentor ou amigo.
Tradução de António Jorge, M∴ M∴
Fonte: freemason.pt
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