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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

LEIS, DECRETOS E ATOS - LEITURA PELO ORADOR

Em 08.07.2025 o Respeitável Irmão Antonio Suheliton da Silva Paiva, Loja José Ramos Torres de Melo, 2004, sem mencionar o nome do Rito e Obediência, Oriente de Iracema, Estado do Ceará, apresenta a seguinte questão:

LEIS, DECRETOS E ATOS

Quando da leitura de Decretos, Leis, Portarias e Atos, Oriundo do Grão-Mestre, leituras essas feitas pelo Orad, em qual dessas leituras se coloca os IIr. em Pe à Ord∴.

CONSIDERAÇÕES:

Se a sua Loja for do GOB, e praticante do REAA (informações não prestadas na questão), o Orador, no caso de Leis, Decretos e Atos do Grão-Mestre, faz a leitura deles sentado. Todos os demais presentes ouvem a leitura sentados.

Consta no Ritual do REAA, Aprendiz Maçom, GOB, em vigência, página 57, 2.3 Leitura e Destino do Expediente, que: 

"Se houver Leis ou Decretos para serem lidos, o Orador fará a leitura deles sentado - todos os demais também permanecem sentados".

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

LEITURA DO SALMO 133

Em 09.07.2025 o Respeitável Irmão Rodrigo Cunha, Loja Peregrinos, 3525, REAA, GOB -SP, Oriente de Várzea Paulista, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:

SALMO

A dúvida é pertinente a um podcast que assisti, o canal Maçonizando. Num trecho da entrevista você comentou que no REEA não há leitura do salmo 133, que tal prática é costume no rito de York. A questão é, dado a este detalhe, onde no REEA , não se deveria ler tal salmo na abertura do Livro da Lei, porque então no ritual do Aprendiz, está descrito que o Orador deve fazer a leitura do referido salmo, e porque ainda praticamos esse costume se não é próprio do Rito.

CONSIDERAÇÕES:

Inicialmente, gostaria de salientar que em minha fala ao canal Maçonizando, tratei de aspectos históricos e não especificamente de um ritual.

No contexto histórico, vale relatar que no início das atividades do simbolismo do REAA, nem mesmo havia leitura de trecho do Livro da Lei. 

Com o aperfeiçoamento dos rituais do REAA, ocorrido a partir dos meados do século XIX, pós Lojas Capitulares, e a sedimentação iniciática do rito baseada, principalmente em ritos solares do passado, a adoção da leitura de um trecho do Livro da Lei, relativo ao triunfo da Luz sobre as trevas, começava paulatinamente a se consagrar no Rito.

Na França, antes da adoção do termo “simbolismo”, as Lojas que praticavam o Franco-maçônico básico eram conhecidas como “Lojas de São João”, principalmente pela relação solar entre os solstícios (cultos pagãos) e os dois santos padroeiros, João, o Batista e João, o Evangelista (cristianismo).

Historicamente, vale lembrar que a Maçonaria primitiva nascera à sombra da Igreja e dela obteve proteção por muito tempo. Assim, nada a se estranhar que resquícios clericais tenham alcançado a cultura da Moderna Maçonaria.

À vista disso, por influências clericais, o REAA acabaria adotando a leitura de João, 1; 1-5 na abertura dos trabalhos do grau de Aprendiz, sobretudo pela relação solsticial da plenitude da Luz (verão no hemisfério Norte). De certa forma, com isso solidificava-se um elo entre o período operativo e o especulativo da Ordem.

Entretanto, em virtude de fatos históricos, na Maçonaria brasileira a leitura do Salmo 133 acabaria sendo introduzido por volta do segundo quartel do século XX, pelas Grandes Lojas Estaduais brasileiras. Mais tarde essa indevida inserção contaminaria também o REAA praticado no GOB, o que perdura até hoje.

Na realidade, na Maçonaria o Salmo 133 teve uma breve aparição no Yorkshire, na Inglaterra, contudo logo veio a desaparecer por completo, somente vindo reaparecer, mais tarde, em rituais de algumas das Grandes Lojas Norte-americanas, no sistema conhecido como Blue Lodges - na verdade, essa leitura do Salmo não ocorre na abertura dos trabalhos, porém é lido por um oficial durante uma perambulação do Candidato pela Loja, na iniciação.

É bastante provável que Mário Marinho Béhring, ao buscar reconhecimento das Grandes Lojas Norte-americanas para as suas recém-criadas Grandes Lojas Estaduais brasileiras, tenha copiando o Salmo 133 das Blue Lodges, inserindo-o indevidamente no ritual do REAA que fora por ele criado em 1928 para a sua Obediência, então criada. Enfim, esta é uma provável gênese do indevido aparecimento do Salmo 133 na liturgia do REAA.

Atualmente, por circunstâncias alheias à originalidade do REAA, o Salmo 133 também aparece inadequadamente consagrado nos rituais vigentes no GOB. 

Arrematando essas considerações, é conveniente mencionar que em Maçonaria nem sempre os rituais trazem, na sua totalidade, a originalidade do rito. Apesar disso, o maçom deve irremediavelmente seguir o que consta no Ritual vigente. Retirar algo consagrado por uso e costume não é tão simples como se pensa. Cabe, nesse caso, lembrar do que disse o Irmão Goethe, "matar o dinossauro não é tão difícil; difícil é consumir os seus restos". 

T.F.A.
PEDRO JUK – SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

ANTONIO CARLOS GOMES

Você sabia que Antônio Carlos Gomes (1836-1896), o mais importante compositor de ópera do Brasil, também foi um dedicado maçom que alcançou o sucesso internacional?

Nascido em Campinas, ele demonstrou seu talento musical ainda na infância, seguindo para o Rio de Janeiro para estudar no Conservatório Imperial de Música. Seu sonho, porém, era a Europa, o berço da ópera. Com o apoio de Dom Pedro II, ele partiu para Milão, na Itália, onde conquistou os palcos mais exigentes do mundo.

Sua obra-prima, a ópera "O Guarani", baseada no romance de José de Alencar, foi um sucesso estrondoso e estreou no famoso Teatro alla Scala. Sua fama foi tão grande que o próprio Giuseppe Verdi, o gigante da ópera italiana, o saudou como um sucessor. Carlos Gomes continuou a compor grandes obras, como Fosca e Salvator Rosa, consolidando sua carreira na Europa.

No dia 24 de julho de 1859, ele foi iniciado à Maçonaria na Loja Amizade, em São Paulo. Com essa conexão, ele personificou ideais de liberdade, arte e patriotismo, usando sua música para reforçar a identidade brasileira e os valores maçônicos.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

O CAMINHO PARA A MAESTRIA

Na Maçonaria, o silêncio é muito mais que uma regra; é uma experiência fundamental.; é o alicerce da experiência iniciática. Esta prática é imposta desde os primeiros momentos, quando o candidato, na solidão da Câmara de Reflexão, é confrontado com os mistérios da existência, da morte e da transformação. Esse silêncio interior não é uma mera ausência de som, mas sim uma porta de entrada para o mundo espiritual. É um espaço sagrado onde o indivíduo aprende a escutar o invisível, a sentir uma Presença superior e a se preparar verdadeiramente para receber a Luz. Ele funciona como a "única armadura contra o caos", uma convicção profunda de que uma Força criadora sustenta o Universo e que, ao se entregar a ela, o maçom encontra sua verdadeira paz e força.

O silêncio revela suas múltiplas dimensões tanto no plano simbólico quanto no filosófico. No Templo, o neófito, de olhos vendados, é imerso em um turbilhão de símbolos e impressões, onde o silêncio ritualístico ressurge carregado de significado, marcando uma morte e um renascimento simbólicos. Paralelamente, a própria Ciência moderna, ao investigar o átomo, descobriu uma harmonia cósmica que sugere uma inteligência consciente governando a criação. Isso leva à profunda reflexão de que a mente é a fonte de toda a existência, e o silêncio torna-se o lugar onde esta verdade fundamental é revelada.

Dessa forma, o caminho do autoconhecimento, resumido no preceito "Conhece-te a ti mesmo", é indissociavelmente ligado à prática do silêncio. É na quietude da meditação que o iniciado compreende que sua essência é um reflexo do pensamento do Criador e que cada átomo de seu ser vibra no campo do espírito divino. O silêncio, portanto, não é passivo, mas um ato de permitir que a natureza divina se revele. A maestria, objetivo último, é alcançada através deste estado de união interior, onde o silêncio deixa de ser mudez para se tornar a fonte de uma palavra justa, uma ação ponderada e um pensamento alinhado com a ordem universal. É assim, através da disciplina do silêncio, que a Maçonaria cumpre sua missão de buscar a Luz.

Adaptado de "Der Weg zur Meisterschaft führt durch die Stille" – Grande Loja Alpina Suíça.

Fonte: Facebook

segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

IRMÃO VISITANTE

Em 07.07.2025 o Irmão que se identifica apenas como Marcelo, Loja Colunas do Alto Tietê, 3377, REAA, GOB-SP, Oriente de Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, faz a seguinte pergunta:

VISITANTES

Ir∴ Pedro, como estou iniciando minha senda maçônica agora uso o ritual, o seu site e o livro do Jules Boucher como fonte de informação geral. Esse para símbolos e aqueles para Orientação Ritualística. Entre Ccol∴ surgiu uma dúvida no tocante ao estar à Ord∴ quando, na condição de visitante, estiver acompanhando meu Ven∴ Mestre e o referido fizer uso da palavra! No novo ritual, especificamente no item 4.4, Costume de outro Rito, diz-se que os demais visitantes permanecem sentados, apenas quem estiver fazendo uso da palavra fica à Ord∴ isso se aplica à fala do meu Ven∴? Qual a origem do referido costume?

CONSIDERAÇÕES:

 Visitante não deve interferir na ritualística do ritual que está sendo executado pela Loja visitada.

No REAA, nas CCol∴, exceto o M∴ de CCer∴, para se ficar em pé (à Ordem) é preciso antes obter autorização do Vig∴ respectivo. No Oriente pede-se a palavra diretamente ao Ven∴ Mestre.

À vista disso, um visitante ao usar da palavra não pode solicitar que os seus eventuais acompanhantes também fiquem em pé enquanto ele usa da palavra. Isso nem mesmo está previsto no ritual do REAA.

Nesse contexto, vale salientar que o Art. 217 do RGF, em seu parágrafo único estabelece que o visitante está sujeito à disciplina interna da Loja que o admite em seus trabalhos (...).

Assim, em Lojas do REAA, conforme prevê o ritual, apenas o usuário da palavra é quem fica em pé, portanto à Ordem. Nesse caso, seus eventuais acompanhantes permanecem sentados.

T.F.A.
PEDRO JUK – SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br