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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 1 de maio de 2024

RÉGUA GRADUADA E NÃO GRADUADA

(republicação)
O Respeitável Irmão Paulo A. Valduga, Loja Luz Invisível, REAA, COMAB, GORGS, Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão:
paulovalduga@gmail.com

Li tempos atrás um traçado, creio que no JB NEWS, de autoria do querido Irmão José Ronaldo Viegas Alves, gaúcho de Santana do Livramento, no qual fazia distinção sobre a Régua de 24 Polegadas para o Aprendiz e para o Companheiro, mas por obra de minha imensa capacidade de guardar os trabalhos em local incerto e não sabido, não consigo o encontrar. Nesse trabalho, recordo-me, ele afirmava que a Régua do Aprendiz não tem graduação como tem a do Companheiro; como não encontrei na literatura maçônica algo que tomasse robusta esta teoria estou recorrendo ao querido Irmão para solucionar este problema: realmente as réguas são distintas pra o Aprendiz e o Companheiro Maçom? Se forem diferentes, qual a Régua que o Aprendiz deverá portar na sua Elevação? A graduada ou a não graduada? 

Considerações:

Dentre as tantas miscelâneas maçônicas que se apresentam, sobretudo na Maçonaria praticada no Brasil, a história da Régua para o Aprendiz não viria fugir a regra. 

No Rito Escocês Antigo e Aceito a Régua de 24 Polegadas é instrumento de trabalho do Segundo Grau. Já no Craft inglês (Trabalhos Ingleses) a Régua pertence também ao Aprendiz. Nesse pormenor, no Brasil, por influência do Craft inglês, por extensão, o norte americano, alguns rituais escoceses sofreram essa influência, fazendo com que instruções abarcassem numa regra alienígena no simbolismo escocês que, só lembrando, é de vertente francesa. 

Corretamente o Aprendiz no Rito Escocês não usa Régua graduada. O que acontece é que na cerimônia de Elevação, é costume o aspirante ao Segundo Grau trazer apoiada no obro esquerdo uma régua sem graduação, ou lisa no momento em que, ainda Aprendiz e conduzido pelo Experto ingressando na Loja. 

Explica-se assim: esse é um costume muito antigo nas tradições operativas quando não existia grau maçônico, senão classe de trabalhadores. Havia assim o Aprendiz Júnior e o Sênior(1) além do Companheiro do Craft. 

Nas classes operativas dos Aprendizes, o Júnior usava uma régua não graduada para conferir o desbaste de modo que quando as pedras ficassem justapostas não existissem arestas. Assim, essa régua lisa não possuía a conotação de medidas, senão a da verificação da superfície. 

Já o Aprendiz Sênior, cujo conhecimento era bem mais acurado, detinha como também instrumento, uma régua graduada que servia para, além de conferir medidas, também à de marcar o cordel com nós na razão três, quatro e cinco para o esquadrejamento da obra a partir da pedra angular. Esse propósito era aplicado na aferição dos passos dados e baseados na pedra angular colocada no canto nordeste da construção – três passos para o Sul, quatro passos para o Ocidente e o fechamento dos extremos com cinco passos. 

É essa a prática da 47ª Proposição de Euclides, ou o Teorema de Pitágoras, cujo fechamento do perímetro desse triângulo retângulo dá exatamente o canto de 90º composto pelos respectivos catetos. 

Assim, essa régua graduada servia para aferição dessas medidas oriundas dos passos aqui mencionados. 

Em linhas gerais é essa a existências da régua lisa e da graduada e, oportunamente lembrando, que à época operativa não existia grau de Mestre, senão um Companheiro preparado para ser o Mestre da Obra. 

Cabe também aqui a seguinte consideração: a régua que era graduada obedecia aos padrões de medidas dos rincões terrenos onde se localizava o canteiro e estas poderiam ser em polegadas, pés, sistema métrico decimal, etc. 

O que verdadeiramente não existia era o número exato da medida “24”, pois este se limitava ao tamanho da régua para o conforto do seu manuseio. O número “24” ingressou na Maçonaria mais tarde como símbolo especulativo e relacionado aos catecismos e instruções no arcabouço doutrinário dos diversos ritos maçônicos da Moderna Maçonaria. 

É também oportuno salientar que essas três classes de trabalhadores operativos – Aprendiz Júnior, Sênior e Companheiro - passariam paulatinamente na Maçonaria Especulativa a adequar-se a um sistema de grau simbólico tão bem conhecido atualmente como Aprendiz (antigo júnior), Companheiro (antigo sênior) e Mestre (antigo companheiro). 

Por essa conjuntura, o Rito Escocês Antigo e Aceito (vertente francesa) revive no seu simbolismo essa prática no momento da cerimônia de Elevação quando o Aprendiz adentra com a Régua lisa e posteriormente é substituída pela Régua graduada. 

Poder-se-ia então perguntar se o sistema inglês (Craft), por extensão o norte americano, não revive essa tradição com a régua lisa? Em alguns casos a tradição é revivida nas instruções (geralmente as Lições Prestonianas), todavia existe uma particularidade nesse sistema. 

É comum um Aprendiz recém-iniciado ter a abeta do avental levantada. Assim que um novo Aprendiz ingresse, a abeta do mais antigo é abaixada, fato que revive a tradição do Júnior e do Sênior, já que no Craft inglês geralmente o Companheiro possui um avental branco, sem rosetas e debruado em seu contorno por uma fita de cor azul. 

Existe ainda nesse sistema um costume de dobras de avental que diferencia o Aprendiz do Companheiro. Nesse particular (no Craft), o Aprendiz indistintamente tem como instrumento de trabalho a Régua Graduada, ou em Maçonaria, a de 24 Polegadas. 

Ainda em se tratando do diferencial dos aventais, na regra latina o Aprendiz traz sempre a abeta do avental levantada e a do Companheiro abaixada. Como se pode notar, para tudo existe uma explicação, a despeito de que objetos simbólicos não raras vezes possuem elos entre si, fato que se bem compreendida a arte, lhes dá uma definição satisfatória e racional. 

Infelizmente, muitos ritualistas apenas “acham bonito” e acabam inserindo práticas em ritos de costumes diferentes. 

Não me canso de comentar que a aglomeração de práticas maçônicas está em desacordo com a razão e explicação das nossas tradições históricas. Continuo insistindo que a Moderna Maçonaria não é um Rito, todavia um sistema composto por vários ritos e, que estes, possuem as suas particularidades doutrinárias e culturais de acordo com as vertentes principais (inglesa e francesa). 

Não raramente nos deparamos no Brasil por falta de uma depuração - do que é e do que não é - com costumes enxertados não só de sistemas, mas também de práticas ritualísticas. 

Assim vemos um Rito Escocês muito parecido com uma colcha de retalhos onde rituais ainda apregoam Régua de 24 Polegadas para o Aprendiz, formação de Pálio, o tal de Painel Alegórico (Tábua de Delinear inglesa), leitura do Salmo 133, Altar de Juramentos no centro do Ocidente, colunetas sobre o Altar ocupado pelo Venerável e mesas dos Vigilantes, acendimento de luzes, etc., etc. 

Depois de tanto “bla, bla, bla” ratifico: no Rito Escocês Antigo e Aceito os instrumentos de trabalho são o Maço e o Cinzel, embora este reviva pelo caráter “antigo” a régua lisa durante o ingresso no Canteiro por ocasião do seu aumento de salário. 

Já no Craft, tomando como exemplo mais conhecido o Trabalho de Emulação, os instrumentos de trabalho são efetivamente o Maço, o Cinzel e a Régua de 24 Polegadas. 

(1) Júnior e Sênior – Classe dos canteiros medievais da Franco-Maçonaria geralmente denominados como Rough Masons e Stone Masons – Classes operárias daqueles que eram apenas os cortadores da pedra calcária e dos que eram, além de cortadores, também assentadores da pedra.

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.096 - Florianópolis (SC) – segunda-feira, 02 de setembro de 2013 

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 45 - O que a Maçonaria não é...

Na maioria dos livros maçônicos nós temos uma série de afirmativas dizendo o que é a Maçonaria. Vamos fazer um caminho paralelo e fazer algumas afirmativas para esclarecer o que a Maçonaria não é (extraído de livros Neo Zelandeses).
  • A Maçonaria não é uma Instituição de Caridade, apesar de que ela realmente pratica Caridade. Devemos deixar claro que “Caridade” não consiste necessariamente somente de doação em dinheiro.
  • A Maçonaria não se ocupa somente de providenciar benefícios por doença ou morte de seus Obreiros. Isso é uma função especifica da área “fraternal” da nossa Ordem. Igualmente, a Maçonaria, como regra geral, não providencia assistência para maçons idosos ou maçons enfermos. Nada impede que ela o faça, inclusive, que dê assistência em causas meritórias na comunidade, como um todo.
  • A Maçonaria não é uma religião. Ela tem uma filosofia própria, a qual está em harmonia com todas as crenças, e que transcende a fé sectária. Cada Irmão deverá venerar conforme sua própria opinião e devoção.
  • A Maçonaria não existe, nem deve ser usada, para promover os Obreiros em si, muito menos para promover interesses de negócios ou atividades comerciais.
  • A Maçonaria não é um “Clube Social”, apesar de ter uma vida social entre seus membros. Alguns Irmãos tendem, realmente, a fazer disso a maior parte de suas vidas Maçônicas. É um erro que deve ser corrigido, quando ocorre.
Enfim, a Maçonaria é um peculiar Sistema de Moralidade velada em Alegorias e ilustrada por Símbolos.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

DIA DO TRABALHO

SAUDAÇÃO MAÇÔNICA DO ORIENTE

Ir∴ Charles Evaldo Boller – Curitiba - PR
Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande Loja do Paraná.

Sinopse: Especulação sobre qual o objeto de saudação no oriente da loja: O Delta? O Iod? A
 presença de Jeová? A espada flamígera? O venerável mestre? A carta constitutiva?

Nossa sociedade ocidental hodierna tem suas raízes plantadas no humanismo renascentista, de onde também vieram as influências culturais da Maçonaria. O que vivemos em nosso dia-a-dia é o resultado de longo caminho de desenvolvimento cultural. Passou pelo pensamento grego, pelo direito romano e assimilou a filosofia cristã. Ao compreender o mundo no qual se vive entende-se a sociedade em que se está imerso. Deste entendimento depende como cada cidadão se porta e vive em sociedade e a expressão desta é revelada pelos mitos, religiões e filosofias que desenvolve.

Toda a cultura humana está alicerçada no pensamento filosófico e isto era o que os fundadores da Maçonaria do século XVI tinham interesse. Desde então ocorreram enxertos e modificações, algumas linhas de pensamento trouxeram desde longínqua idade do homem influências às quais nada se pode debitar no aspecto evolucionista da Maçonaria. Em essência, a Maçonaria apenas usa das antigas crenças, ciências e religiões o indispensável para auxiliar na formação da cultura maçônica, porque é isto que os adeptos possuem em suas bases culturais ao serem iniciados.

Exemplo de ciência morta é a Astrologia; há muito que os vaticínios desta antiga ciência foram superados pela astronomia e tecnologias. As colunas zodiacais existem em nossos templos como referência para orientação simbólica no Universo; é sabido da física elementar que sem referencial não existe apoio sensorial ao deslocamento pelo Universo, e a loja é uma simulação do Universo tridimensional.

Na religião a influência dos deuses e deusas do antigo Egito na Maçonaria serve de referência e não como deuses a serem venerados, daí excluir qualquer tipo de adoração, inclusive a Jeová, o Deus exclusivo dos judeus e cujo nome a maioria das religiões cristãs não usam. Na Maçonaria criou-se o conceito de Grande Arquiteto do Universo, que não representa o Deus de nenhuma religião. Esta foi uma das grandes invenções dos criadores da Maçonaria, pois possibilita cada crente adaptar o conceito às suas próprias necessidades de adoração e representações antropomórficas ou espiritualistas. No Rito Escocês Antigo e Aceito, em todos os graus, as representações divinas são influenciadas pelas linhas filosóficas do judaísmo e do cristianismo em seu culto a Jeová, expressas pelo iod inserido no delta do oriente da loja simbólica e outros símbolos da filosofia maçônica do Rito.

Se numa loja maçônica não existe culto de adoração a deuses, então o que realmente é saudado pelo maçom no oriente? Certamente não é o iod, a primeira letra do nome de Jeová em aramaico! Nem qualquer outro objeto ou criatura do oriente. Maçonaria não é religião! Por simples exclusão é possível determinar que a saudação seja exclusiva para a representação simbólica da coluna da sabedoria, cujo guardião é o venerável mestre. E se esta é saudada cerimonialmente, o que existe por detrás desta demonstração de respeito marcial. Ali acontece o homem e sua filosofia; o amigo da sabedoria que todo maçom é por definição desde a sua iniciação.

Existem diversas maneiras de interpretar filosofia: atitude de vida individual; conhecimento impossível de provar; conhecimento abstrato e teorias lógicas; modo de ver o Universo e a realidade; representação teórica da ilusão que os sensores induzem ao ser. Em essência, filosofia é apenas conhecimento, certo tipo de conhecimento. É a ciência preocupada com o todo, que vai fundo na revelação especulativa da realidade. Não se trata de matemática, astrologia, astronomia ou medicina; cada ciência destas foi influenciada pelo filosofar, pela busca em profundidade do sentido de totalidade que os gregos denominaram sabedoria, em grego "sophía". O homem que se dedicava a ação do pensamento para discernir o Universo que o cercava era denominado sábio, em grego verbalizado "sophós", ou simplesmente amigo, em grego "phílos"; amigo da sabedoria. A existência dos amigos da sabedoria cunhou o verbete "filosofia". Depois dos gregos, a filosofia passou pela idade média e chegou a nossos dias com outra aparência, porque ela mesma passou a ser criticada pelos filósofos. De ciência de todas as coisas, da totalidade, e de suas causas primeiras ela acaba fragmentada em: filosofia experimental ou empírica, reflexão crítica das ciências ou epistemologia, positivismo, filosofia analítica, dialética, e assim por diante. Isto não diz alguma coisa a respeito da diversidade de ritos que a Maçonaria alberga?

Na Maçonaria não interessam os detalhes da divisão da filosofia. A assimilação cultural filosófica maçônica, mesmo dentro da mistura de pensamento grego, direito romano e filosofia cristã possibilita obter rico e explicito conhecimento a respeito da sociedade ocidental e o que esta pensa de si. O filosofar maçônico não visa erudição, antes, provoca seus adeptos a pensarem em temas da sociedade nos quais já estão experimentados e familiarizados, mas impedidos de pensar nestes devido às atividades do dia-a-dia. O sistema humano é cruel quando aprisiona a grande massa em condições de autômatos vivos, sem possibilitar tempo à contemplação e recolhimento. É disso que o maçom foge em suas reuniões. Nestas ocasiões é desperto para assuntos que já são de seu conhecimento, mas jazem sepultos debaixo da busca do sustento e em virtude das vicissitudes que a vida apresenta.

Para tal objetivo são utilizadas filosofias usadas pelas religiões, mas apenas como coadjuvantes ao grande objetivo de conduzir cada maçom ao autoconhecimento visando o bem da sociedade. Não significa proselitismo religioso quando são introduzidos conceitos cristãos - poderia ser budista, hinduísta, vedanta, egípcio, islâmico, ou outro. Quando aparentemente defende princípios da democracia cristã não significa propaganda ideológica - poderia ser democracia: direta, indireta, representativa presidencialista, semipresidencialista, parlamentarista; ou sistemas oligárquicos como: meritocracia, gerontocracia, plutocracia, tecnocracia, etc. Qualquer sistema ideológico político e religioso que respeita liberdade, igualdade e fraternidade é caminho para facilitar a transmissão de conhecimento filosófico alicerçado no que cada maçom já tem em si. O que já é bom torna-se melhor. Nada de perfeição, esta pertence ao Grande Arquiteto do Universo, o maçom busca em suas lojas apenas uma condição aperfeiçoada.

Partindo do princípio que para entrar na Maçonaria o homem já deve ser dotado de luz espiritual, quando se exige dele a crença em Deus para ser iniciado, ocasião em que vem desejoso de ver a luz simbólica do conhecimento, da sabedoria, tornar-se amigo da sabedoria, viver a especulação maçônica, filosofar. Logo depois, na ritualística de suas sessões de trabalho, o que ele saúda no oriente é o fato de ver ali, simbolicamente, a luz do conhecimento que pediu e para o que trabalhará arduamente para dela nutrir-se. Esta é representada simbolicamente pela diminuta coluneta jônica que nunca é deitada e está sempre à disposição. A luz está ali a sua disposição, basta pensar na totalidade dos problemas do agrupamento de seres que vivem em estado gregário ao seu redor e levantar ideias para melhorá-la, que o representado pela coluna do venerável mestre não será apenas visto, mas internalizado. Em um dos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito aprende-se que a sabedoria não emana do venerável mestre, orador ou vigilantes, a sabedoria está potencialmente dentro de cada coluna que cada obreiro é quando filosofa e melhora a si mesmo.

Sessão maçônica não é mera leitura de atas, expediente e planejamento de festas; a essência do trabalho é o filosofar maçônico. Significa: autoeducação; humanização; fomento e manutenção de amizades fraternas; pratica da beneficência; patriotismo; servir a humanidade; desenvolvimento de empatia; superação de vícios; controle de paixões desenfreadas e degradantes; evitar a maledicência; tudo alicerçado no desenvolvimento do filosofar maçônico; a conquista da luz simbólica do conhecimento maçônico. A busca desta luz é tarefa individual intransferível! Ninguém a dá e constituem os louros da vitória de uma longa jornada, ao final da qual, o maçom dá honra e glorifica a maravilhosa obra criativa do Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:

1. ANATALINO, João, Conhecendo a Arte Real, A Maçonaria e Suas Influências Históricas e Filosóficas, ISBN 978-85-370-0158-5, primeira edição, Madras Editora Ltda., 320 páginas, São Paulo, 2007;

2. BACHL, Hans, Nos Bastidores da Maçonaria, Memórias de um Ex-secretário, Coletânea de Artigos e Traduções, segunda edição, Editora Aurora Limitada, 136 páginas, Rio de Janeiro;

3. D'OLIVET, Antoine Frabre, A Verdadeira Maçonaria e a Cultura Celeste, tradução: Caroline Kazue R. Furukawa, ISBN 85-7374-873-7, primeira edição, Madras Editora Ltda., 150 páginas, São Paulo, 2004;

4. GUIMARÃES, João Francisco, Maçonaria, A Filosofia do Conhecimento, ISBN 85-7374-565-7, primeira edição, Madras Editora Ltda., 308 páginas, São Paulo, 2003;

5. ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, primeira edição, Madras Editora Ltda., 878 páginas, São Paulo, 2009;

6. LARA, Tiago Adão, Caminhos da Razão no Ocidente, A Filosofia Ocidental do Renascimento Aos Nossos Dias, segunda edição, Editora Vozes Ltda., 176 páginas, Petrópolis, 1986;

7. LOCKE, John, Ensaio Acerca do Entendimento Humano, tradução: Anoar Aiex, ISBN 85-13-01239-4, primeira edição, Editora Nova Cultural Ltda., 320 páginas, São Paulo, 2005;

8. OLIVEIRA FILHO, Denizart Silveira de, Comentários Aos Graus Inefáveis do Ritual Escocês Antigo e Aceito, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 85-7252-035-X, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 192 páginas, Londrina, 1997;

9. PANSANI, João, Cuidado, Maçom! Primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 116 páginas, Londrina, 1992;

10. PUSCH, Jaime, ABC do Aprendiz, segunda edição, 146 páginas, Tubarão Santa Catarina, 1982;

11. RODRIGUES, Raimundo, A Filosofia da Maçonaria Simbólica, Coleção Biblioteca do Maçom, Vol. 04, ISBN 978-85-7252-233-5, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 172 páginas, Londrina, 2007;

12. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret Editores Limitada, 140 páginas, São Paulo, 2007;

13. RUSSELL, Bertrand Arthur William, A Filosofia Entre a Religião e a Ciência, 16 páginas;

14. SILVA, Roberto Aguilar M. S., A Genealogia do Poder, primeira edição, 4 páginas, Corumbá, 2011;

15. SOUZA FILHO, Ubyrajara de, Cognição e Evolução dos Rituais Maçônicos, ISBN 978-85-7252-278-6, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 152 páginas, Londrina, 2010.

Fonte: JBNews - Informativo nº 238 - 23.04.2011

terça-feira, 30 de abril de 2024

MARCHA DO APRENDIZ

(reprodução)
Um Respeitável Irmão que solicita a não divulgação do seu nome e Loja a que pertence, REAA, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná apresenta a questão seguinte:

Aprendemos, há muitos anos, que no REAA o Aprendiz não deve levantar o pé do chão durante a marcha, e sim arrastá-lo, porque ainda está ligado à matéria, ao material, a Terra. Não sabe andar, não sabe falar (apenas soletrar...), também ainda não se acostumou à luz que acabou de receber, por isso vai “tateando”. Arrasta o pé esquerdo para frente e depois une o calcanhar direito, sem tirá-lo do chão, ao calcanhar esquerdo, formando um esquadro. No último ERAC, um dos trabalhos apresentados criticou o arrastar de pés na Marcha do Aprendiz. Fomos consultar o Manual do Grau 1 e o Manual de Procedimentos Ritualísticos, e efetivamente nenhum deles aborda o arrastar de pés. Com isso ficamos em dúvida e já não temos a mesma segurança para transmitir aos Aprendizes as considerações esotéricas que nos foram passadas. Estamos a tanto tempo repetindo um erro?

Considerações:

Essa prática do arrastar dos pés fez parte por muito tempo na concepção da Marcha do Aprendiz e a sua idade. Puríssima invenção. O Aprendiz tradicionalmente dá os passos normais unindo-os pelos calcanhares em esquadria iniciando com o pé esquerdo ou direito conforme o Rito. 

De fato a idade do Aprendiz de Maçonaria em alguns arcabouços doutrinários, como é o caso do Rito Escocês, está associado à infância, porém longe de ser distinguida pelo arrastar dos pés ou ligações com a matéria. 

O titubear dos passos com a dificuldade de locomoção figurada está diretamente ligada à Primeira Viagem e nunca à Marcha. 

Já no primeiro Ritual Escocês do simbolismo datado de 1.804 os passos se apresentam como normais e nunca arrastando os pés. Por esse sentido é que o Ritual, bem como o Manual de Procedimentos não preconiza o arrastar dos pés. 

O ato de juntar os pés em esquadria está ligado diretamente à tradição operativa e a pedra angular da obra, onde era ensinada ao Aprendiz iniciado a colocação dos pés junto à pedra esquadrejada no canto nordeste da construção, fato que viria formar a esquadria com os pés unidos pelos calcanhares. 

É dessa antiga prática que está à associação com a 47ª Proposição de Euclides ou o Teorema de Pitágoras. Davam-se a partir da pedra angular três passos em direção ao Sul; dela davam-se outros quatro em direção do Ocidente. A união desses dois extremos deveria ser fechada com cinco passos. O resultado preciso desse triângulo retângulo dava, e ainda dá o canto em esquadria (square). Daí se esquadrejava o canto, nivelava-se e aprumava-se. Aliás, essa é prática atual nas atuais marcações das construções. 

A Loja é um canteiro e nele se constrói um novo Homem. Nesse particular não cabem definições ocultistas e místicas, a despeito que esse pensamento não pode ser unânime em um espaço que a grande arte está na convivência e não opiniões pessoais e dogmáticas. 

Se ainda existem ritos que preconizem o arrastar dos pés, o que não é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito seria necessária à compreensão da sua proposta doutrinária para elucidar o ato. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.095 - Florianópolis (SC) – domingo, 01 de setembro de 2013

BATEM À PORTA DE NOSSO TEMPLO


Ir∴ José Maria Dias Neto
Uma análise superficial nos permite distinguir cinco processos do espírito humano:

Primeiro: a INTELIGÊNCIA, capacidade de compreender idéias. Cada um de nós nasce com certo grau de inteligência para resolver problemas, planejar, raciocinar e, em nível mais elevado, abstrair idéias. Inteligência é também poder de adaptação: segundo Piaget, é "uma organização cuja função estrutura o universo assim como o organismo estrutura o meio imediato ".

Consiste na faculdade de conhecer, compreender, aprender e resolver novos problemas e conflitos, adaptando-se a novas situações. Inteligência é, portanto, a capacidade de colocar em movimento as funções psíquicas e psicofisiológicas para o conhecimento e a compreensão da natureza das coisas e significado dos fatos.

Há vários tipos de inteligência que podem (ou não) ser desenvolvidos durante a vida:

A inteligência motora é a mais corriqueira: funda-se na expressão corporal e na concepção de espaço, distancia e profundidade relacionadas com o controle sobre o corpo. É o caso dos esportistas e dançarinos.

A inteligência linguística é a aptidão de a pessoa se expressar oralmente ou por escrito.

A inteligência intrapessoal é o dom de se entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Aliada à inteligência interpessoal, forma a base da liderança. Ninguém pode liderar se entende errado o que o grupo pensa, sente ou deseja; nem mesmo se distorce essa realidade impondo seus devaneios e vaidades sobre os objetivos de uma instituição.

Há ainda a inteligência espacial: criar, imaginar e construir formas e enxergar as coisas num âmbito tridimensional.

E a inteligência musical: criar, imaginar, expressar idéias no tempo e no âmbito sonoro.

Todavia, a mais refinada de todas é a inteligência lógica: facilidade para encontrar solução de problemas complexos, sem a qual nenhuma das anteriores funciona a contento e ao máximo.

O segundo processo do espírito é a CULTURA que abrange todas as formas de vida e crenças partilhadas por grupos sociais e a interação com os outros, dentro e fora do grupo. Cultura depende de elevada inteligência. Quanto maior a inteligência, maior a facilidade de se assimilar o conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, tradições, valores morais, espirituais e costumes de um grupo social.

Quanto mais inteligência, maior a facilidade de serem integrados na personalidade o complexo de atividade e novos padrões. Por causa disso, pessoas de cultura são invejadas e erroneamente taxadas de "intelectuais ". Podem ser perseguidas, levadas "para a fogueira" ou simplesmente deixadas de lado para morrerem à míngua. A politicagem e os projetos de poder são os maiores inimigos da Cultura.

Todos os grandes cientistas, escritores e líderes autênticos tinham elevada cultura: Arquimedes, Isaac Newton, Sigmund Freud, Niels Bohr, Machado de Assis, Fiador Dostoievski, Louis Pasteur, James Joyce, Albert Einstein, Guimarães Rosa, Charles Darwin, Winston Churchill e outros.

A SABEDORIA (terceiro aspecto) também depende da inteligência e de um certo grau de cultura. Sabedoria é, antes de tudo, a capacidade que movimenta o homem rumo à identificação de seus erros e em saber corrigi-Ias. A sabedoria usa o conhecimento para edificar a felicidade, pois as coisas deste mundo devem ser úteis ou produzir felicidade; de outra forma são prejudiciais e devem ser descartadas.

Dizem que Salomão pediu a Deus "apenas" a sabedoria. Pediu muito, pois, assim, pediu tudo: o justo conhecimento, a temperança, a reflexão, a sensatez e o discemimento inspirado.

A sabedoria elevada à sua mais alta potência toma-se

SAPIÊNCIA (quarto aspecto). As Ordens Iniciáticas chamam sapiência de GNOSE, Luz ou proficiência. É o tesouro procurado nos umbrais do Inefável, é o Santo Graal ou Palavra Perdida. Só uma minoria chega a esse ponto, pois "muitos são os chamados e poucos os escolhidos ".

A sapiência (Magnum Opus, Iluminação) é a única e verdadeira Arte (Arte Real) de usar o conhecimento de forma adequada, visando o lado humanístico - ou seja - a perspectiva antropocêntrica no domínio lógico (eficácia relativamente à ação humana) e no ético (criação dos valores morais). Salomão tinha sabedoria, mas não alcançou a sapiência de um Buddha.

Por último (mas não a última) temos a SANTIDADE que se resume em virtude e pureza elevadíssimas. A santidade pode dispensar a cultura, mas não existe sem algum tipo de inteligência e sabedoria. Paradoxalmente, é um Grau acima da sapiência.

O exemplo marcante na história humana é São Francisco de Assis, mas todos os Grandes Mestres (reais ou mitológicos) foram Santos e Sapientes: Rama, Orfeu, Lao-Tse, Krishna, Jesus, Hermes, Buddha.

Se não podemos possuir todos esses atributos em alto nível, optemos pela Santidade - não aquela do santarrão que finge devoção ou moralismo, mas a Santidade do homem Justo, Virtuoso e Puro como preconiza a Senda da Iniciação.

Fonte: Facebook_Pedreiros Livres

segunda-feira, 29 de abril de 2024

ENTREGA DE DIPLOMA E MEDALHA DE VENERÁVEL

Em 05.09.2023 o Respeitável Irmão Marcos Alvarenga, Loja União e Trabalho Mimosense, 3170, REAA, GOB Baiano, Oriente de Luis Eduardo Magalhães, Estado da Bahia, apresenta a dúvida seguinte:

DIPLOMA E MEDALHA

Atualmente estou como Orador, e surgiu uma dúvida:

O Irmão Secretario recebeu o diploma e medalha do Venerável Mestre nos Expedientes Recebidos, então para entregar na Ritualística, escolheu a Ordem do Dia para tal. No entanto, solicitou que o mesmo ficasse entre colunas.

Neste caso o Venerável pode deixar o seu posto no Oriente para ir ao Ocidente? Caso sim, como se dá este procedimento? O Irmão Primeiro Vigilante assume seu posto até que se concretize?

CONSIDERAÇÕES:

De fato, nada disso é necessário. O Secretário está inventando algo não previsto, pois ele não pode ordenar ao Venerável Mestre para que fique entre Colunas, até porque essa não é sua atribuição.

Bastaria apenas que o Secretário, ao ler o expediente, informasse o recebimento do diploma e da medalha. Desse modo, fora da sessão o Venerável apanha o que lhe é de direito sem enfeites desnecessários.

Caso o Venerável Mestre deseje ter em suas mãos o diploma e a medalha de imediato, ele pode solicitar ao Mestre de Cerimônias que os apanhe com o Secretário e traga-os até ele - tudo sem pompas e sem formalidades desnecessárias como mandam os bons costumes maçônicos.

Afinal, ritualisticamente o Venerável fora instalado conforme o previsto na Lei. Assim, nada está previsto para que leve o Venerável Mestre a se colocar entre Colunas para receber medalha e diploma.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br