Páginas

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

domingo, 30 de outubro de 2022

O QUE FAÇO NESTE MUNDO?

José Cássio Simões Vieira
Mestre Instalado da ARLS Theobaldo Varoli Filho

Já no Grau de Aprendiz é o Maçom, freqüentemente, convidado a refletir a respeito do "sentido" que dá à sua vida, ou seja, sobre o significado que tem sua existência, a par de suas realizações e de sua visão de mundo.

Ao homem não basta estar na vida, nem sobreviver, mas assumir sua condição de existente, tomando a iniciativa de buscar algo mais alto, que dê sua razão de viver; de procurar um propósito essencial na vida, que signifique sua auto-realização moral e espiritual e o dignifique como ser humano.

"Somos nossa escolha", dentro dos limites de nosso mundo dado!

Cabe a nós, exclusivamente, nossa opção de vida e ninguém poderá fazê-lo por nós. Mesmo que releguemos aos demais escolher por nós, essa foi nossa escolha.

Podemos, é claro, receber auxílio para que nos encontremos e decidamos, mas o juiz supremo de nossas escolhas somos nós mesmos.

Vazio existencial

Se para muitas pessoas a existência faz sentido, sendo capazes até de dar a vida em função de um valor maior ( a Pátria, a honra, os filhos etc.), para outras o que prevalece é um "vazio existencial".

"A vida não passa de uma sucessão de acontecimentos sem sentido", dizem elas. Não encontram no mundo significado algum para que "valha a pena viver".

Em síntese, algumas pessoas desanimam-se e desistem de tudo; outras empenham-se na procura de um significado para "motivar" suas vidas.

Reflexões

Na nossa caminhada maçônica, procuremos refletir no seguinte:

As pessoas precisam de algo ou de alguém para querer viver?

O que me leva a pensar assim? Há em minha vida algo ou alguém para quem eu viva? Há algo ou alguém em minha vida para quem eu estaria disposto a morrer, se preciso fosse? Quais seriam alguns "significados" para viver diferentes dos meus?

A Logoterapia

A Logoterapia, também chamada Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, tem como tema básico o "sentido de vida". Seu fundador, VIKTOR FRANKL, refere-se a três grupos de significados: 

- execução criativa de um trabalho ou realização (planejando, construindo, completando, aplicando); 

- vivências positivas de amor, confiança, intimidade, descobrindo-se, profundamente, a beleza interna das pessoas com quem partilhamos nossa vida; 


- superação do sofrimento próprio ou alheio, principalmente quando ele é inevitável. 

Reflexões

Consideremos alguma forma de atividade, nossa ou dos demais, que não nos parece constituir ou propiciar um "significado de vida", dar-nos uma "força" ou satisfação interior. Agora, consideremos as que, para nós, têm um significado. Reflitamos se nossa vida está cheia de atividades sem "significado", ou se não o estamos percebendo, ou se necessitamos mudar essas atividades de alguma forma.

Tomemos consciência de nossas vivências positivas de amor, confiança, beleza etc. Esses momentos transcendem as experiências comuns e acrescentam um "significado" à vida. Façamos mais reflexões e descubramos mais "motivações em nossas vidas.

Entremos em contato, agora, com vivências deste tipo: "Se eu não tivesse doado um de meus rins, ela teria morrido". "Ter cuidado de meu pai no fim de sua vida deu a mim a consciência de minha missão como pessoa".

De fato, mesmo nas vivências de sofrimento, pessoal ou de alguém a quem estamos ligados, podemos encontrar uma razão sublime de viver.

Como enfrentamos essas experiências em nossa vida? Com coragem, nobreza, estoicismo, resignação, revolta, lamentação? Como? Elas nos aumentaram a consciência da solidariedade e da interdependência entre as pessoas?

As "crises" de vida e o tédio também são experiências que, comumente, nos motivam a rever nossos valores e fazer mudanças positivas, buscando novos significados existenciais.

Reflitamos nessas situações, considerando quais as mudanças feitas e os novos "significados" alcançados.

A vida já não pode me dar mais nada!...

Para quem conquistou um sentido de vida, o que importa não é o que podemos esperar da vida, sim o que a vida espera de nós.

Viver implica a responsabilidade de cumprir as tarefas que a vida impõe a cada um. Diante de tal consciência, a pessoa sabe o "porquê" de sua existência e poderá suportar melhor o coeficiente de adversidade que cabe a todos nós.

De fato, diante do sofrimento podemos assumir uma atitude de revolta para com a vida, ou de uma resignação passiva, ou de encontrarmos uma oportunidade de crescimento e transcendência.

Em qualquer circunstância, somos responsáveis pela atitude assumida.

Mesmo quando haja pouca esperança de afastar o sofrimento inevitável –e até mesmo a morte -, quem está consciente de seu "sentido de vida" pode enfrentar tais acontecimentos com conformação (e não "conformismo") e dignidade.

A falta de um sentido de vida

Muitos psicoterapeutas, mormente o citado Viktor Frankl, estão convictos de que grande parte dos problemas psíquicos das pessoas por quem são procurados em seus consultórios deve-se a uma falta de "sentido de vida", gerando ansiedade, desespero, depressão, levando-as até ao suicídio.

É fundamental que a pessoa comprometa-se com a vida, com amor, alegria, desprendimento, humildade e – principalmente – coragem.

Seja qual for o sistema de crenças de cada um, só é possível encontrar um sentido de vida, quando se adquire em nosso interior a consciência de um TODO MAIOR, não importa o nome que se lhe dê, representando o mais alto que se possa experimentar, ou seja, um ponto de referência que para nós signifique o Absoluto, o Seguro, aquilo que nos dê uma razão de ser mais profunda e mais ampla do que o simples fato de se estar na vida.

A dedicação a uma nobre causa

A dedicação a uma nobre causa é sempre alicerçada em um sentido positivo que a pessoa dá à sua vida. Reciprocamente, tal dedicação estimula, cada vez mais, a busca e o encontro desse significado existencial.

Pela nossa experiência, participar, do ponto de vista filantrópico-social, da construção do TEMPLO DA HUMANIDADE, como Obreiros da Arte Real, acrescenta à nossa "proposta de vida" um significado extremamente rico. Se alguém nos perguntar "O que fazemos neste mundo?", sem dúvida, como Maçons, já temos elementos de sobra para dar uma resposta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário