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terça-feira, 9 de novembro de 2021

NASCER DE NOVO

NASCER DE NOVO
Autor: Geovanne Pereira

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (João 3:3)

Nascemos quando morremos e morremos quando nascemos.

No nascimento, deixamos para trás uma existência, outra realidade, outra maneira de nos expressar, de ser, portanto, morremos e, quando morremos, deixamos essa existência física, para tomamos outra mais sutil, mais leve e simples, pois nascemos de novo.

A morte é uma fronteira que constantemente atravessamos, é um limite que sempre nos transforma e muda todo o nosso ser em nós.

Diariamente vivemos mortes constantes. Todos os dias algo dentro de nós é renovado, morre e é transformado. Superamos ciclos, queimamos etapas, morremos e nascemos de novo, completamente transformados.

Isso também acontece à nossa mente, que à medida que amadurece, nasce e morre, nos transforma como pessoas, criando um caráter e uma personalidade definida, uma maneira de pensar e entender que, se formos realmente trabalhadores e perseverantes, nunca haverá estagnação consciencial.

Ao criar nosso personagem para atuar neste imenso teatro, é inicialmente formado o esqueleto que sua educação e tradição moldou, que você carrega através de seus laços de sangue, através de todo condicionamento social, escolástico e parental.

Com o tempo, esse esqueleto vai se tornando pesado com todas as nossas crenças e tudo isso é alimentado por um sistema circulatório cheio de incertezas, medos e neuroses.

Nossa pele é rasgada e remendada à medida que passamos por todas as batalhas que a vida social coloca diante de nós. Dor e sofrimento acabam bronzeando a pele desse boneco de carne que nos representa e que, constantemente, pensa e diz o que é esperado dele.

Somos nós, aqueles que nossos pais querem ter quando criança, aqueles que nossos professores gostariam de ter quando estudante, aqueles que nossos amigos querem ter como amigo e aquele que nosso parceiro deseja ter como amante.

Isso é tudo o que somos? Somos como os outros esperam que sejamos. Mas sabemos realmente “como” somos ou ao menos “quem” somos?

Suponho que a maioria responderia afirmativamente, enganando a si mesmos. Mas, mentindo não descobrimos quem realmente somos. A cura se encontra depois do reconhecimento da doença. Visitando o interior de si mesmo encontrarás a cura para seus males, o VITRIOL real.

Você pensa que sabe quem é mas, no final, é apenas mais uma crença, uma crença sobreposta por muitas outras que estão sob essa máscara, que você acha que identificam e definem você.

Finalmente, encare a realidade.

Perceba que vivemos apenas para atender às expectativas, mas que nunca soubemos criar as nossas.

Enfrentar o fato de que nunca nos conhecemos e que nunca nos encontramos é um processo brutal de morte.

Morte porque, a partir daquele momento, morre aquele personagem que encarnamos no passado; morre o advogado covarde que sempre sai em nossa defesa, que cria argumentos para justificar nossos vícios e paixões; morrem todos os sonhos e esperanças de outros que tanto nos esforçávamos para cumprir.


Expectativas morrem e, com elas, objetivos e realizações que não nos definiram como pessoas.

É uma morte intelectual; uma morte mental; uma verdadeira iniciação, onde enterramos alguém que nunca fomos, mas que nos permite nascer de novo e nos dá a oportunidade de começar a nos conhecer e ser quem realmente somos, realizando nossos próprios sonhos, realizando nossas próprias realizações e superando nossos próprios objetivos.

A partir desse momento, você será uma nova pessoa no mundo e tudo ao seu redor morrerá por você.

Sua família deve se transformar para conhecê-lo novamente, para saber quem você realmente é. Um novo alguém que fala dizendo o que quer ouvir de seus próprios lábios, que pensa o que seu próprio coração dita, sem influências ou imposições: apenas você e seu novo modo de ser você.

Você nasceu e, como em todos os nascimentos, é um processo doloroso que requer adaptação e aprendizado do zero.

Mas o esforço valerá a pena, porque não haverá mais ninguém a não ser você para criticar o quão bom ou ruim você é, pois agora você conhece a ti mesmo e, quando cometer erros, não será apenas mais um erro, será apenas a tentativa, o treinamento perpétuo para se refinar, se aperfeiçoar, erguendo templos às suas virtudes e reconhecendo sua real personalidade purificada.

Será para você difícil e provavelmente doloroso, pois não há mais uma armadura e você estará constantemente exposto.

Logo você saberá como impermeabilizar seu coração e mente de toda negatividade; compreenderá a incompreensão daqueles que se encontram estagnados e inconscientes; e essa “inveja” despertará naqueles que não ousaram morrer o desejo de renascer como você.

Autor: Geovanne Pereira

Geovanne é professor de Filosofia, psicanalista, Mestre Maçom da ARLS Jacques DeMolay, n°22 – GLMMG e, para nossa alegria, também um colaborador do blog.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

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