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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

DIVERSOS

DIVERSOS 
(republicação)

1 – substituição do Venerável: 
Em 29/07/2016 o Respeitável Irmão Marcelo Gass, Loja Tríplice Aliança, 3.277, REAA, GOB-PR, Oriente de Toledo, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão: 
marcelogass@uol.com.br 

Nas Lojas do GOB, pode o 1º Vigilante substituir o Venerável Mestre em sua ausência? No RGF Art. 120, diz que compete ao 1º Vigilante substituir o Venerável Mestre de acordo com o Estatuto o Ritual. 

Em nosso Regimento Interno não pode, e onde está escrito que sim, em alguma Lei maior que ao nosso Regimento? 

CONSIDERAÇÕES:

Sem muitos comentários, o Primeiro Vigilante tem sido desde tempos imemoriais o verdadeiro substituto do Venerável Mestre. Isso é tradicional e universal, inclusive o próprio verdadeiro Landmark da Ordem menciona que uma Loja é dirigida por três Luzes (três a governam). Agora se o Regimento Interno de uma Loja indica que isso não é possível, não compete à minha pessoa dizer onde está ou não escrito. Eu penso que quem aprovou essa “barbaridade atentatória” contra as tradições, usos e costumes da Maçonaria é que deveria apresentar essa justificativa. 

Quanto ao peripatético “onde está escrito”, eu diria que está em toda a literatura séria a respeito espalhada pela face da Terra. É impensável nela se imaginar que o Primeiro Vigilante não seja o substituto imediato do Venerável Mestre. Tenho dito que existem os costumes, imemoriais, espontâneos e universalmente aceitos. 

Finalizando, imagino que todo esse “embrolho” é, ou foi causado pela má interpretação e qualificação inexistente que alguns pensam em dar ao título honorífico do Mestre Instalado. Generalizaram essa figura distintiva para todos os Ritos sem se aperceber que esse tem sido um erro crasso na Maçonaria brasileira, e assim se proliferam as invenções. 

2 – Chapéu, Faixa e Espada: 
Em 30.07.2016 o Respeitável Irmão Cristóvão José Avelino dos Santos, Loja Amparo da Virtude, 0276, REAA, GOPE/GOB, Oriente de Pesqueira, Estado de Pernambuco, solicita informações para o que segue: 
cristovao.avelino42@gmail.com 

Fui membro de uma Loja Federada a COMAB aqui no Estado de Pernambuco a qual Iniciei fui Elevado e posteriormente Exaltado, já se passaram 20 anos, faz 3 anos faço parte do GOPE/GOB. 

Para minha surpresa e porque não dizer tristeza, vi que foi praticamente abolido o uso do chapéu nas seções de MM∴MM∴ e pelo V∴ M∴ nas demais seções. Hoje dia 30.07.2016 teremos em nossa oficina uma seção de Exaltação e levantei a bandeira de usarmos o chapéu e também a espada e faixa de Mestre, pois foi assim que aprendi durante todos estes anos de Maçonaria, pois bem, fui rebatido veementemente por quase todos da Loja. 

Por isso gostaria que o amado Irmão me orientasse a respeito do significado simbólico do Chapéu, Espada e Faixa de Mestre, para que eu possa levar para nossa Loja e com esta tentativa não deixarmos o brilhantismo da simbologia maçônica se perder no tempo. 

CONSIDERAÇÕES:

1 – Chapéu
Em se tratando da subordinação aos rituais do GOB eu não poderia considerar como viável o uso do chapéu negro desabado no REAA nos graus de Aprendiz e Companheiro, pelo menos enquanto os respectivos rituais ainda não os previrem. 

À bem da verdade e da tradição do REAA∴ os rituais deveriam previr o uso do chapéu negro e desabado apenas pelo Venerável nos dois primeiros Graus e para todos os Mestres em Câmara do Meio. 

O comentário sobre o uso do chapéu como segue adiante procura então explicar, principalmente sob o ponto de vista místico, a influência hebraica em alguns Ritos maçônicos, sobretudo naquilo que se adapta ao Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Assim como no judaísmo, a cobertura da cabeça, além de expressar que por sobre da cabeça do Homem, existe algo transcendental, onisciente, onividente e onipresente que é “Deus”, o que evidencia também a pequenez da progênie humana perante o “Criador”, apontando assim para a incapacidade do Homem em entender a divindade. 

Esse entendimento de aparência agnóstica resume, em última análise, a prova de subordinação do Homem a “Deus” - nos rígidos conceitos do judaísmo a cobertura da cabeça deve se fazer presente desde o “brit-milá” (circuncisão - no oitavo dia de vida que simboliza a aliança abraâmica com “Deus”). 

Igualmente, na prática judaica essa cobertura é geralmente feita como o “kipá”, que é o solidéu (do latim soli Deo – só a Deus), cuja obrigatoriedade da sua presença esta em todas as cerimônias litúrgicas. 

Do ponto de vista histórico em Maçonaria, o costume do uso do da cobertura na cabeça, geralmente com um chapéu negro desabado, deveria ser obrigatório para todos os Mestres Maçons em sessão de Grau 03, a despeito de existirem Ritos que tornam obrigatórios o seu uso para todos os Graus e em qualquer sessão. 

No caso da verdadeira tradição relativa ao Rito Escocês Antigo e Aceito, além da obrigatoriedade do uso por todos em Câmara do Meio, fora desta, seria também obrigatório o uso do mesmo apenas pelo Venerável Mestre. 

Esse costume é haurido das cortes europeias, principalmente do Século XVIII, quando o rei em cerimonial na presença de seus inferiores hierárquicos, cobria a cabeça como penhor da sua superioridade (sugere o Venerável em sessões do Primeiro e Segundo Graus). Já em reunião com seus pares (de igual hierarquia) todos tinham a cabeça coberta (como em Câmara do Meio). 

De modo prático o costume resume que em Lojas do primeiro e segundo Graus, o uso do chapéu apenas pelo Venerável se expõe como fiança de superioridade e de autoridade. Já em Câmara do Meio, implica num penhor de igualdade entre os Mestres – todos permanecem com as cabeças cobertas. 

Infelizmente, na atualidade, o uso do chapéu negro e desabado em Loja tem se resumido apenas em um vestígio de caráter um tanto quanto antiquado, já que muitos rituais nem mesmo preconizam mais o seu uso, alguns inclusive, deixando a prática a critério do Venerável como é o caso do atual Ritual de Mestre no GOB e exclusivamente na Sessão Magna de Exaltação. 

Apenas a título de esclarecimento, nas Lojas Azuis do Craft norte -americano (Rito Americano ou de York) o Venerável permanece usando um chapéu alto e de abas curtas (cartola). Nas Lojas alemãs é também frequente o uso da cartola, enquanto que nos trabalhos da Maçonaria inglesa (embora por tradição) o chapéu é praticamente ignorado. No Rito Escocês Antigo e Aceito (rito de origem francesa) o chapéu desabado tem sido usado conforme alguns rituais apenas no terceiro Grau. No rito Adonhiramita – quase só exercitado do Brasil - todos usam o chapéu negro e desabado, independente do Grau simbólico. 

Quanto ao formato do chapéu ser desabado, ele é relativo à moda de tendências regionais hauridas principalmente da Maçonaria praticada na França no século XIX. O formato desabado diante da testa do maçom servia, segundo alguns autores, também para auxiliar na manutenção de discrição da identidade do seu usuário. 

Obviamente que todo esse entendimento apenas faz sentido na Moderna Maçonaria, já quem em se tratando do período operativo de Maçonaria, não existe qualquer referência ao uso da cobertura, senão àquela que porventura viesse existir para servir como proteção no ofício. 

2 – Espada
É a arma branca composta por uma lâmina de aço, comprida, reta e pontiaguda, afiada em um ou em ambos os bordos, com punho, guardas ou copos (proteção para a mão). 

Na Moderna Maçonaria, as Espadas são muito importantes na prática da liturgia e ritualística, tanto como uso obrigatório ou como eventual objeto de trabalho. Dentre elas há a Espada Flamejante, utilizada em alguns ritos para as sagrações; a Espada normal como instrumento de trabalho (arma simbólica) de uso dos Cobridor e do Guarda Externo do Templo na maior parte dos ritos; dos Expertos e, também usada pelo Mestre de Cerimônias em alguns ritos como é o caso do Moderno e do Adonhiramita, por exemplo. São também eventualmente utilizadas por comissões de Mestres Maçons para formar a abóbada de aço quando da recepção de autoridades, ou para desenvolver algumas exigências ritualísticas durante as Sessões de Iniciação de alguns ritos maçônicos. Além disso, existem ritos como é o caso do Adonhiramita e do Moderno, onde todos os maçons usam (ou pelo menos deveriam usar) tradicionalmente a espada embainhada, como símbolo de igualdade. 

A Espada e a sua relação simbólica com a igualdade teve origem na França pré- revolucionária, quando os nobres e o alto clero portavam publicamente em todas as ocasiões uma espada na bainha, não como arma, porém como símbolo de status (o que não acontecia entre os plebeus). Fazendo com que todos na Loja portassem Espadas, a galante Maçonaria francesa pretendia com isso mostrar que todos ali eram iguais, não existindo entre os membros, nobres nem plebeus, mas simplesmente Irmãos. 

No REAA∴ (rito de origem francesa), conforme a tradição usam obrigatoriamente espadas em todas as sessões somente os Cobridores na função dos seus ofícios, os Expertos quando na execução das suas atividades durante as cerimônias de Iniciações, ou outros Oficiais e Irmãos que eventualmente o ritual determine em momentos específicos. Já os Mestres Maçons, de maneira geral, têm a Joia de Mestre presa à faixa que vai a tiracolo (da direita para a esquerda) no lugar da bainha e da espada. 

3 – A Faixa do Mestre
Em se tratando de Maçonaria Simbólica é um importante paramento usado na maioria dos Ritos pelos Mestres Maçons. Geralmente usada a tiracolo (transversalmente) do ombro direito para o quadril esquerdo, ela simboliza o talabarte no qual ia preso à bainha ou coldre que acondicionava a Espada. No REAA∴ a faixa é um dos paramentos obrigatórios dos Mestres no Grande Oriente do Brasil conforme exara o ritual em vigência. Não confundir Faixa com o Colar que suporta a joia dos cargos da Loja. 

A Faixa do Mestre, em muitos ritos, como é o caso do REAA, traz com ela apensa no lado esquerdo a joia do Mestre e um dispositivo interno (anel de metal) que representa um artefato para acondicionar a Espada em caso de necessidade – vide disposição no ritual em vigência. 

No que concerne ao Grande Oriente do Brasil e o seu ritual em vigência, o chapéu é mencionado seu uso por todos, porém apenas nas Sessões Magnas de Exaltação, mas mesmo assim, a critério do Venerável Mestre. Nas Lojas de Aprendiz e Companheiro seu uso não está previsto. Ainda do GOB, como já mencionado, o uso da Espada é restrito a alguns Oficiais como objeto de trabalho, ou em ocasiões determinadas pelos Rituais. Quanto a Faixa com a respectiva Joia, elas são de uso obrigatório, já que ambas são parte das indumentárias do Mestre Maçom – geralmente o uso da Faixa é dispensado somente para as Luzes da Loja (Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes). 

3 - Sinal Maçônico
Em 20/09/2016 o Respeitável Irmão Duarte Xavier de Morais, Loja Oito de Maio, 3.927, REAA, GOB- PR, Oriente de Ubiratã, Estado do Paraná, formula a questão seguinte. 
dxmorais@yahoo.com.br 

Há certo tempo, tem um Irmão da Loja que tem levantado certa polêmica na Loja, principalmente quando temos recebido Irmãos visitantes, que quando seus nomes são citados se identificam pelo levantar do braço direito com a mão espalmada para baixo, como se faz nos ditos sinais de costumes. 

Tal Irmão, insistentemente tem dito não se tratar de sinal maçônico, e ser terminantemente proibido seu uso em Loja aberta. 

Questionei, lendo um trecho do MANUAL DE DINÂMICA DO 1o GRAU DO GOB-PR No 080, assinado por Vossa Excelência, que diz na pagina 33 diz que: "... Colocada em votação às razões apresentadas, os Irmãos que aprovam fazem o sinal de costume, isto é, braço direito estendido, horizontalmente, com a palma da mão para baixo. (...)". 

Pergunto: 

1. O braço estendido horizontalmente, com a palma da mão para baixo, por ser chamado de sinal de costume, pode se dizer que é um sinal maçom ou não? 

2. Está correta a forma de se identificar em Loja, mormente quando há grande quantidade de pessoas, para que os Irmãos desconhecidos saibam de quem se fala, estendendo o braço? 

Por gentileza, caso possa responder, gostaria de apresentar suas considerações em Loja, para evitar possíveis constrangimentos desnecessários aos visitantes. 

CONSIDERAÇÕES:

Existem alguns pontos que precisam ser considerados. 

1. A manifestação pela forma de costume mencionada no Manual se refere a um gesto para chamar atenção que é executado em dois tempos: primeiro a pancada da mão direita no dorso da mão esquerda que visa chamar atenção do Vigilante ou do Venerável conforme o caso. Segundo, o ato ao se estender o braço direito à frente é obvio que serve apenas para identificar quem pede a palavra, porém sem que se mencionem nomes necessariamente. Isso então é apenas um procedimento de costume e não um sinal maçônico universal passível de sigilo como é o caso dos Sinais Penais dos respectivos graus, é um gesto para se chamar atenção. 

2. Sem a pancada no dorso da mão que precede o gesto do braço direito estendido horizontalmente para frente em momento de manifestação para aprovação que é usado geralmente na Ordem do Dia, significa o gesto ou modo de aprovar um determinado assunto durante uma votação aberta (o votante se identifica perante a assembleia pelo gesto o seu voto). Em síntese é um sinal que menciona “aprovação”. Quem aprova, aprova alguma coisa. 

3. No tocante ao gesto para se identificar em Loja quando porventura o seu nome seja mencionado, isso nada mais é do que pura firula ou procedimento desnecessário – pura invenção. Braço direito estendido à frente é um gesto de aprovação, portanto ninguém está aprovando para si mesmo à menção do seu nome. Muito esporadicamente, se houver necessidade de identificação de um Obreiro presente, o Venerável solicita que ele fique à Ordem e não que estenda o braço à frente. Mas isso, eu ratifico, somente se houver necessidade premente, senão se permanece simplesmente sentado. Não há necessidade nenhuma de identificação quando é mencionado o nome de alguém em Loja. Isso serve também para o caso daqueles visitantes que sem autorização ficam à Ordem durante a saudação em nome da Loja feita pelo Orador aos visitantes nas suas conclusões finais. 

Lembro que a discrição é uma das virtudes do maçom e o ambiente da Loja não carece desse tipo de procedimento rançoso, muito menos de Irmãos aprovando elogios para si próprios. 

Finalizando, atitudes e gestos corriqueiros que compõem a liturgia maçônica não devem assumir o caráter de importância e segredo comum aos Sinais de Ordem e Penal específicos que possibilitam reconhecer portadores de graus maçônicos. Outros gestos e movimentos também relacionados ao vocábulo “sinal” são apenas qualificados como expediente convencionado para se transmitirem a distância, por meios visíveis ou auditivos, ordens, notícias, avisos, etc. 

4 - Uso do Bastão
Em 01/08/2016 o Respeitável Irmão Darci Carlos Garrido, Loja Breno Trautwein, REAA, Grande Oriente do Paraná (COMAB), sem mencionar o nome do Oriente, através do Respeitável Irmão Hercule Spoladore do Oriente de Londrina, Estado do Paraná, pede esclarecimentos para o que segue: 
darcic@hotmail.com 
hercule_spolad@sercomtel.com.br 

Se possível pediria que me esclarecesse alguns itens que passo abaixo. 

Como se posiciona com o bastão? 

Anda-se com ele em posição vertical ao lado e a frente do corpo com o braço formando uma esquadria em relação ao corpo e ao ficar a ordem não se faz sinal com o bastão, fica-se simplesmente a ordem. 

Ao formar o palio os Diáconos cruzam os mesmos sobre quem vai ler o Salmo, seja o Past Master ou o Orador, formando esquadria com os dois braços e o bastão do Mestre de Cerimonias é colocado por baixo ou por cima do vértice dos bastões? 

Pode me ajudar nas dúvidas relatadas acima? 

CONSIDERAÇÕES:

Sob o ponto de vista tradicional, em deslocamento, o portador conduz o bastão verticalmente segurando-o com a mão direita pela sua porção mediana tendo o braço direito colado junto ao lado direito corpo e o respectivo antebraço horizontalmente para frente formando com o braço uma esquadria. Em deslocamento mantém-se o bastão a uma altura compatível do solo para que ele não tenha a sua base arrastada no chão. Parado (posição de Rigor), simplesmente mantém-se a mesma postura, todavia descansando a base do bastão no solo. Alguns rituais e manuais de procedimentos apregoam que o Obreiro portando o bastão estando parado, gira o antebraço direito por sobre o tronco mantendo-o de modo horizontal na frente e o bastão à esquerda na vertical descansando sua base no chão. 

À bem da verdade essa última postura não é o modo tradicional de se usar o bastão. Correto mesmo é a descrição feita na parte inicial dessas considerações. 

É também oportuno se considerar o fato dos que “acham” que gestos feitos com o bastão, como o caso do movimento do antebraço girando à frente do tronco, sejam movimentos de um Sinal. De forma alguma. Sinais de Ordem e Penais são feitos exclusivamente com a mão, ou mãos dependendo do caso. Nenhum movimento feito com um objeto de trabalho, seja ele um bastão, um malhete, uma espada, etc., pode ser considerado como um Sinal maçônico. Não se faz Sinal “com” o objeto de trabalho, isso é: não se usa o objeto de trabalho para com ele se compor e fazer um Sinal. Assim, movimentos e posturas assumidas com um instrumento de ofício são simplesmente posturas de se “estar a Rigor” e não Sinal de Rigor, muito menos ainda imaginá-lo como um Sinal Penal maçônico. 

No que diz respeito aos Diáconos e o bastão no REAA∴, infelizmente é uma atitude equivocada, pois rigorosamente no escocesismo simbólico não existe formação de pálio e muito menos os Diáconos portarem bastão. Daí, respeitando os rituais que assim apregoam esse fato, eu não saberia lhe dizer de modo justificado qual seria a atitude correta, já que ela, por ser inexistente sob o ponto de vista tradicional, não possui tal qualificação. De modo racional, eu apenas imagino que se os Diáconos cruzarem por primeiro o bastão, o Mestre de Cerimônias posiciona o seu bastão por último e por cima. Insisto, devo salientar que isso é mera ilação da minha parte ao comentar um procedimento inventado no Rito em questão. Assim, sugiro ao Irmão que, se o vosso Ritual ou Manual de Procedimentos não especificar claramente essa questão, que então observe como no Rito Adonhiramita se forma o pálio com as espadas, já que nesse Rito é autêntica a formação do pálio, embora não com bastões, porém com espadas. No Rito Adonhiramita, o Mestre de Cerimônias descansa a sua espada para a formação do pálio por sobre o cruzamento das outras duas espadas. Desse modo, já que em alguns rituais escoceses foi equivocadamente enxertado o pálio, que é original no Rito Adonhiramita, trocando as espadas por bastões, melhor seria então entortar a boca conforme o uso do cachimbo. 

Respeitando todos os rituais legalmente aprovados e em vigência, tenho apenas a lamentar que depois de tanto anos de estudo comprovado pela história acadêmica, ainda possamos encontrar o engano de se formar pálio num rito em que o mesmo é inexistente, como é o caso do REAA∴

Finalizando, ratifico que quem fica à Ordem, fica em pé com o corpo ereto e os pés em esquadria unidos pelos calcanhares, compondo o Sinal do Grau com a(s) mão(s). Empunhando um objeto de trabalho ele assume a mesma postura, porém sem fazer Sinal com o instrumento, o que significa que ele estará à Rigor (nesse caso é o mesmo que estar à Ordem, entretanto sem Sinal). 

5 - Circulação na Coleta
Em 02/08/2016 o Respeitável Irmão Pasolini, sem mencionar o nome da Loja, REAA, GOB, Oriente do Vitória, Estado do Espírito Santo, formula a seguinte questão: 
pasolini.vix@terra.com.br 

Temos orientado algumas Lojas que, na circulação do saco de propostas e tronco, o oficial faça a coleta do Venerável, 1° e 2° Vigilantes, Orador, Secretário, Cobridor Interno e depois as autoridades que tomam assento no Altar, independente de quem quer que seja. Acontece que alguns Irmãos não aceitam este procedimento. Alegam que os Oficiais tem que coletar em primeiro lugar do Venerável, Autoridades que tomam assento no Altar e demais Dignidades. Preciso que me seja passada a orientação da forma correta do procedimento com as devidas fundamentações. 

CONSIDERAÇÕES:

É a mania de achar que “autoridades” sejam mais importantes do que as consagram as tradições, usos e costumes do REAA∴ 

O giro da bolsa, ou saco, em qualquer das ocasiões, começa pelas Luzes da Loja (Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes), em seguida o Orador e o Secretário e por último dessa primeira etapa do giro, o Cobridor Interno. Isso acontece porque, no REAA∴ os primeiros a serem abordados são as verdadeiras cinco Dignidades da Loja acompanhadas pelo Cobridor que é o símbolo do sigilo (Landmark). 

Quando me refiro ao número de “cinco” Dignidades é porque essas são as verdadeiras Dignidades e não “sete” (mais o Tesoureiro e o Chanceler) como apregoa o GOB que lamentavelmente confunde Dignidades com cargos eletivos. 

A abordagem dos seis primeiros cargos em Loja se soma a importância das suas presenças, a despeito que sejam também os outros importantes, mas a regra dos primeiros está para o mínimo de sete Mestres que compõem obrigatoriamente uma Loja para que essa seja aberta – as cinco Dignidades, um Cobridor e um Mestre de Cerimônias. Desse modo, mesmo com autoridades presentes no Altar junto ao Venerável, essas somente serão abordadas após o giro completo ter passado pelos seis primeiros cargos mencionados. 

A rigor, precipitadamente o GOB também coloca na última abordagem do primeiro ciclo do giro os “Cobridores”, isso para o caso de estar presente, além o Interno, também o Externo (vide ritual em vigência) – deveria ser nessa fase apenas o Interno. 

Por fim, autoridades presentes nas “duas” cadeiras de honra (Decreto 1469/2016) eventualmente ocupadas, somente serão abordadas no giro somente após terem sido primeiro abordados os seis primeiros cargos mencionados, isto é, após o Cobridor Interno. 

6 - Retardatário

Em 02/08/2016 o Respeitável Irmão Antônio Raia, Loja Jesus de Nazaré 33, 2.422, REAA, GOB, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco, solicita o seguinte esclarecimento: antonio_raia@hotmail.com 

Havendo sido Iniciado na ARLS "JESUS DE NAZARÉ 33" da Grande Loja de Pernambuco, onde ainda permaneço, recebi instruções acerca de entrada no Templo, fora da hora regulamentar, onde deveríamos bater como Apr.'., aguardar, e, se autorizado adentrar sempre com as formalidades: três passos, saudar as Luzes e pedir através de uma palma a palavra, autorizado pelo VM, permanecendo a Ordem, faríamos então a Justificativa: "VENERÁVEL MESTRE, MOTIVOS ALHEIOS A MINHA VONTADE NO MUNDO PROFANO, IMPEDIRAM-ME DE CHEGAR NA HORA REGULAMENTAR, PEÇO-VOS DESCULPAS POR INTERROMPER OS VOSSOS AUGUSTOS MISTÉRIOS, ASSINAR O LIVRO DE FREQUÊNCIA E TOMAR O LUGAR QUE ME COMPETE", e que deveríamos fazer dessa forma devido as justificativas variadas dos Irmãos: Cheguei atrasado, devido ao engarrafamento, baixou o pneu do carro, ia descendo as escadas e a vizinha me parou para perguntar algo, etc. Saliento que desde o ano de 1985 a Loja Jesus de Nazaré 33 no 2422 regularizou-se no GOB e sempre que damos Instruções aos AApr∴ assim o fazemos. Gostaríamos da vossa opinião acerca do fato! Se podemos assim ensinar? Se existe alguma outra forma? 

CONSIDERAÇÕES:

Eu já não sou muito chegado aos atrasos, embora eu até entenda que esporadicamente eles possam acontecer, todavia daí o Obreiro, além de atrapalhar os trabalhos pelo atraso, ainda dar esse tipo de desculpas, é como dizia o Castellani mencionando Eça de Queirós – “essa é mesmo d’scrachar”. 

Ora, ora, ora, vamos ser práticos e parar com essas invencionices. Se o retardatário foi autorizado a entrar, é óbvio que ele não chegou na hora certa, todavia, já entrou na Loja pela forma de costume. Isso simplesmente basta. Afinal todos já sabem que ele chegou atrasado e não há motivos para justificativa, pois essa é irrelevante, já que dela não depende mais a sua permanência ou não no recinto – ele foi autorizado a entrar e já entrou! Então para que todo esse “blá, blá, blá” desnecessário que só depõe contra a liturgia maçônica e, cá entre nós, enche a paciência de todos. 

Não existe nenhuma forma para tal, senão o ingresso formal e o interrogatório do telhamento (De onde vindes?...), se for o caso e conforme consta no Ritual, nada mais. 

Quanto a minha opinião, primeiro é a de que se evitem os atrasos, pois eles não são institucionalizados na Obediência, por último, em havendo o dito, que se faça então apenas o ingresso pelas formalidades de costume, nunca seguido dessas verborragias. 

7 - Cobertura da Loja em Sessão de Finanças

Em 05/08/2016 o Respeitável Irmão Marco Antonio Ferreira Castilho, Loja Fé, Amor e Caridade, REAA, GOB, Oriente de Americana, Estado de São Paulo, apresenta a questão seguinte: 
rcmarcocastilho@yahoo.com.br 

A minha dúvida é a seguinte: Na Sessão de Finanças somente participarão os Membros da Loja ou poderão participar Membros de outras Lojas e Potências Regulares? 

Faço essa pergunta pelo fato de que o art. 109 trata da Sessão específica de uma Loja (Sessão de Finanças), ou seja, de determinada Loja e, no seu § 4º, diz: 

"Somente podem tomar parte das sessões ordinárias de finanças, os membros da Loja...” que tiverem o mínimo da frequência e quites. 

Entendo que, como o dispositivo esta se tratando de Sessão de Finanças de uma Loja, ele esta falando da presença somente dos membros dessa Loja, os quais deverão ter mínimo de presença. Estou correto ou não. 

CONSIDERAÇÕES:

Exatamente. Ela é realizada em Grau de Aprendiz e dela só participam os membros da Loja, já que os assuntos pertinentes às finanças dizem respeito apenas aos Irmãos do Quadro da Loja. Assim essa Sessão será sempre convocada por edital e com antecedência mínima para conhecimento dos membros da Oficina. 

Nesse sentido, além de outros pormenores, não se admite a presença de visitantes e nem de Irmãos do Quadro que porventura não se enquadrem no que menciona o § 4º do Art. 109 do RGF (frequência e obrigações pecuniárias). Obviamente que nas condições do § 4º, a menção de que “somente podem tomar parte...” implica no controle da frequência e das obrigações pecuniárias em dia relativas aos obreiros da Loja que realiza a Sessão, já que seria impossível essa verificação e controle, pelo menos em tese, no dia e antes da Sessão, de obreiros de outras Lojas que porventura estivessem em visita. Digo “pelo menos em tese” porque com o GOB CARD, estando esse implantado definitivamente para todos os Obreiros do GOB, seria até possível essa verificação, embora isso ainda demande de prática e tecnologia realmente eficiente – trocando em miúdos: que funcione. 

Outro aspecto para ser considerado é o § 1º do Art. 109 quando menciona (...) não se admitindo que seja tratado qualquer outro assunto. Isso me parece também corroborar com a presença de apenas Obreiros do Quadro da Loja, pois só a esses interessam assuntos financeiros da sua Loja e que dela já tenham obrigatoriamente passado pela Comissão de Finanças. 

É o meu entendimento, levando-se em conta, entretanto, que eu não sou especialista na interpretação da legislação maçônica, portanto essa não é uma consideração laudatória. Penso que essa é tarefa própria de ofício do Orador da Loja. 

8 - Conselho de Mestres Instalados

Em 05/08/2016 o Respeitável Irmão Luis Felipe, Loja João Vilaça, 772, GLESP, REAA, Oriente de São Bernardo do Campo, solicita informação para o que segue: luisfelipe@thermocom.com.br 
Felipe.luisantonio@yahoo.com.br 

O conselho de Mestre Instalado intervém na administração da Loja acima do Venerável? 

CONSIDERAÇÕES:

Se isso acontecer e estiver previsto em algum regulamento, sinceramente isso não passa de um grande absurdo. 

Quando será que os maçons brasileiros aprenderão que Mestre Instalado é apenas um título honorífico pertencente àquele que foi eleito para ser o Venerável Mestre de uma Loja e que ele mantém essa honraria vitalícia mesmo após o exercício do seu mandato, cuja experiência adquirida é para ajudar na medida do possível, porém sem qualquer interferência, a administração da Loja. 

Infelizmente, afora ser uma medida enxertada no REAA∴ (não existe instalação no verdadeiro escocesismo), alguns ainda querem dar a ele a ideia de um grau e que esse tal conselho espúrio pode se intrometer, sem ser chamado, na administração da Loja. Ora, um Mestre Instalado, como qualquer Mestre auxilia e, em algumas oportunidades, até supre no ato litúrgico de uma consagração se o substituto precário do titular não possuir a distinção de um Mestre Instalado, agora, intervir nos trabalhos é qualquer coisa de ilegal. 

Devo salientar que um verdadeiro Conselho de Mestres Instalado só é criado pela Obediência através de um Ato do Grão-Mestre para a Instalação ou Reassunção de um Venerável Mestre. Findada essa missão ele (o Conselho) é dissolvido. Fora isso, não existe, ou pelo menos não deveria existir nenhum outro tipo de Conselho de Mestres Instalados, sobretudo esses criados à deriva da Lei, apenas porque alguns “acham” que podem o instituir. Lamentavelmente quando se inventam esses procedimentos espúrios, não demoram muito a aparecer os problemas de interferência e intervenção ilegal. 

Não conheço o que prevê o Regulamento da Sereníssima Grande Loja do Estado de São Paulo nesse sentido, portanto, além das minhas considerações, oficialmente é a vossa Obediência que deveria se manifestar sobre o assunto. A minha opinião está dada, mas é a minha opinião. Agora, se isso estiver previsto no Regulamento, então o jeito é cumprir. 

9 - Punhos para os Vigilantes
Em 26/09/2016 o Respeitável Irmão Frederico Carlos Machado, Delegacia Litúrgica Região Sul do Estado da Bahia, REAA, GOB, Estado da Bahia, formula a seguinte questão: del.rseb15.2@hotmail.com 

Solicito que me esclareça, dentro da ritualística: se o 1º e 2º Vigilantes devem usar punho quando estão em função. 

Na ritualística que Antonio Gouveia me mandou não precisava, concordando com o ritual de Aprendiz; no ritual de Aprendiz não fica claro, remetendo para o ritual de Mestre que manda usar os punhos. 

CONSIDERAÇÕES:

Infelizmente alguns Irmãos ao tempo de esclarecer, confundiam ainda mais a desordem ritualística. Ora, os paramentos que se apresentam no Ritual do Mestre Maçom em vigência são os indicados para os três Graus. 

Houve sim equívocos quando da publicação do ritual de Aprendiz, dentre os quais, à época, eram os dos paramentos do Venerável Mestre, porém Isso ficou esclarecido por ocasião da edição do Ritual do Grau 03. Assim, não há nenhuma necessidade que cada Grau simbólico traga narrativa e apresentação de paramentos distintos para as Luzes da Loja. O que prevê o ritual do Mestre em vigência é aplicado para os três Graus em se mencionado o dos Mestres, do Venerável (Respeitab.'.), dos Vigilantes (Venerab.'.) e Mestres Instalados, ficando obviamente restritos aos seus próprios rituais os aventais do Aprendiz e do Companheiro. 

Nesse sentido, salvo os Aprendizes e Companheiros, os demais paramentos se aplicam iguais em todos os graus simbólicos – neles não existem diferenças para as Luzes da Loja (Venerável e os Vigilantes). 

Por assim ser, afirmo que os Vigilantes usam punhos (paramentos completos) no exercício das suas funções, tanto no na Loja de Aprendiz, como na de Companheiro e na de Mestre – entre eles não existe diferença alguma conforme o Grau. 

O que precisava realmente era extirpar as referências feitas aos paramentos do Venerável do Ritual de Aprendiz, deixando-as apenas no Ritual de Mestre junto com as dos Vigilantes, e dos Ex-Veneráveis (Mestres Instalados). 

10 - Fala do Orador e Marcha do Companheiro
Em 08/08/2016 o Respeitável Irmão Paulo Fernandes Barreira, Loja Renovação e Trabalho, 2.887, REAA, GOSP-GOB, Oriente de Assis, Estado de São Paulo, solicita esclarecimentos para o que segue: 
pfbarreira@hotmail.com 

Há muito tempo que acompanho seus pronunciamentos (respostas) pela pelo “JB News”, o que nos tem dado a oportunidade de sempre estar aprendendo cada vez mais dado seu profundo conhecimento em Ritualística. 

Esta é a primeira vez que venho valer-me de suas luzes, e espero não ser a última, pois somente assim dúvidas serão esclarecidas já que nossos Rituais são omissos em algumas passagens. Por isso venho consultar o Irmão sobre dois assuntos, os quais, embora antigos, recentemente suscitaram dúvidas em minha Loja. 

Estando na Maçonaria há um bom tempo, lembro-me que a orientação dada pelos mais antigos era de que o Orador, ao usar da palavra como Irmão do Quadro, teria que ser substituído na oratória por outro Irmão. 

Há muito tempo que não vejo essa prática e outro dia, em minha Loja, o Irmão Orador manifestou-se como Irmão do Quadro, saindo da oratória e sendo substituído, o que causou dúvidas entre os Irmãos. 

Há ainda essa prática na substituição do mesmo em caso análogo ou o Orador não deve assim se manifestar e fazê-lo somente sob o ponto de vista legal, sem ingerência ou opinião? 

O segundo assunto refere-se à Sessão de Elevação. 

Na página 88 do Ritual do Grau 2 - Companheiro-Maçom, REAA - GOB - Última Edição (2009), assim consta: 


“VEN∴ - Ir.'. M.'. de CCer∴, conduzi o novo Ir∴ Comp∴ ao 2º Vig∴, para que o ensine a trabalhar na P∴ Cub∴, e a dar os passos do seu Grau. 

O 2º Vig∴ faz o comp∴ trabalhar na P∴ Cub∴, dando nela a Bat∴, e o ensina a dar os passos do Gr∴, findo o qual o leva entre CCol∴" 

A dúvida que sempre surge, Irmão Pedro, uma vez que essa Sessão não é realizada com frequência, é: 

- Em qual lugar do Ocidente o Irmão 2º Vigilante ensina o Companheiro a dar os passos do seu Grau (antecedido pelos passos do Apr.·.)? De fronte ao seu Altar (do 2º Vigilante) ou sobre o Eixo do Templo, já que está registrado “... findo o que o leva entre CCol∴”? 

Como me parece às dúvidas sempre surgirão, até mesmo as mais simples e ainda mais quando tudo que havia sobre Ritualística foi revogado pelo Soberano Grão-Mestre de nossa obediência, o GOB. Então eu diria: Eis a questão. 

E.T. Sei da demora, mas se não puder responder por e-mail (não sendo essa a norma) aguardo as respostas no Informativo JB News. 

CONSIDERAÇÕES:

Orador - Existem as situações que o Orador fala como Guarda da Lei e outras como Obreiro da Loja. O cuidado nesse sentido é o de que como Orador ele não expresse opinião pessoal e nem se manifeste para tal. Nesse caso ele é o Promotor Público maçônico e representa os Diplomas Legais. Já como Obreiro, ele tem o direito de pedir a palavra nos momentos oportunos. Em ambas as situações, tanto como Obreiro ou como Promotor ele fala sentado e do seu lugar (da sua mesa). Se ele preferir falar em pé, ficará então à Ordem. Obviamente que ele também fica à Ordem se o ritual assim determinar. 

Não existe a prática de que ele precise ser substituído para falar como simples membro do quadro. Existem sim são momentos distintos para o uso da palavra, ou pelo seu ofício, ou como Obreiro, porém sempre do seu lugar em Loja e sem qualquer substituição. Note que se a substituição procedesse então qualquer um no exercício da sua função que carecesse falar como Obreiro teria que ser antes substituído. Obviamente que isso não procede e não faz sentido algum e de modo corriqueiro. 

De qualquer maneira, para não ser excessivamente laudatório, lembro sempre existem casos e ocasiões que demandam medidas apropriadas, nesse sentido deve sempre imperar o bom senso. 

Marcha – Nesse momento o Segundo Vigilante, auxiliado pelo Mestre de Cerimônias, leva o novo Companheiro até entre Colunas (do Norte e do Sul), próximo à porta no extremo do Ocidente e ali ensina a Marcha. 

Quanto ao termo usado no ritual “findo o que o leva entre Colunas”, é mais uma das colocações equivocadas que têm assolado os nossos rituais. Ora, é evidente que ele (o Companheiro) já está entre Colunas, daí o cuidado de se iniciar a Marcha o mais próximo possível da porta. Lembro que a Marcha do Grau é sempre feita tendo o eixo do Templo (equador) como referência. Para que a prática seja objetiva, o novo Companheiro é colocado sobre o eixo e de frente para o Oriente tendo à sua direita o Segundo Vigilante (Sul) e o Mestre de Cerimônias à sua esquerda (Norte) durante a execução da Marcha. Obedecendo a essa posição, evita-se circulação desnecessária. 

De fato os nossos rituais devem muitas explicações e supressões de elementos contraditórios. Infelizmente existem os tais “donos dos rituais” que não admitem uma correção acentuada e necessária. Sei bem como isso acontece, até porque por lá fiquei por alguns anos como Secretário Geral Adjunto e não consegui arrumar nada, não por falta de iniciativa, todavia pelo travamento burocrático e outras nuances que não valem a pena aqui serem comentadas. 

11 - Verificação pelos Vigilantes
Em 09/08/2016 o Respeitável Irmão Gilson Raimundo de Sousa, Loja Constância e Lealdade, 3.139, REAA, GOB-PB, Oriente de João Pessoa, Estado da Paraíba, solicita o seguinte esclarecimento: 
gilsonbambu@gmail.com 

Na abertura ritualística em Loja de Companheiro Maçom ou Mestre Maçom, os Vigilantes percorrem as Colunas nos sinais, toques e palavras como prevê o Ritual, mas se todos os cargos estão preenchidos nas Colunas e não ha Irmão, para ser verificado nos sinais, toques e palavras, os Vigilantes fazem o giro previsto ou não sai de seus lugares. 

CONSIDERAÇÕES:

Os Vigilantes só percorrem as suas Colunas se na oportunidade houver algum Irmão para ser examinado. Os que ocupam cargos não passam pelo exame simplesmente porque, em tese, eles já foram reconhecidos ao serem investidos pelo Mestre de Cerimônias. 

Assim, não havendo ninguém para ser examinado, o Vigilante do seu lugar faz a comunicação de costume, pois seria improcedente e contraproducente percorrer a Coluna num caso desses. 

A propósito, os Vigilantes ao fazerem o exame (telhamento) não fazem o giro, mas se deslocam cada qual pela sua Coluna começando a verificação, se for o caso, começando por aquele que estiver situado o mais próximo da parede ocidental (extremo do ocidente) até o último que esteja o mais próximo do Oriente. Os Vigilantes nessa oportunidade não passam de uma para outra Coluna (não cruzam o eixo do Templo) daí, no mesmo hemisfério, não existe circulação. Findado o exame na Coluna correspondente o Vigilante retorna diretamente para o seu lugar. 

12 - Caminhada no REAA

Em 10/08/2016 o Respeitável Irmão Nonato Sampaio, Loja Vigilantes do Amazonas nº 003, REAA, Grande Oriente Amazonense, COMAB, Oriente de Manaus, Estado do Amazonas, formula o seguinte: 
natocar.sampaio@hotmail.com 

Durante a sessão ritualística de Loja de Mestres, ocorreu um debate acerca da forma correta de caminhada em Loja aberta do REAA. 

Estamos falando da caminhada normal sem instrumento. 

O obreiro deve caminhar a coberto, ou seja, mãos sobrepostas sobre o ventre (ou púbis) ou livremente com os braços sem qualquer sinal ou posição? 

Você tem alguma matéria publicada sobre este assunto específico? 

CONSIDERAÇÕES:

Caminhar a coberto! Andando com as mãos sobrepostas sobre o baixo ventre! Ora, isso não existe. 

O obreiro em deslocamento no REAA∴ sem empunhar um objeto de trabalho, anda normalmente (braços caídos ao longo do corpo). A única condição que ele anda com o Sinal composto acontece quando da execução da respectiva Marcha do Grau. 

Matéria específica sobre o assunto pode ser encontrado nas inúmeras respostas que eu venho dando relacionadas aos deslocamentos e circulações em Loja no REAA∴ Entretanto, em nenhuma delas, isso eu posso lhe garantir, comentei ou mencionei algo como “caminhar a coberto” (sic). 

De certa forma, quem estiver em Loja aberta, está coberto, já que tudo que acontece em uma sessão maçônica exclusiva para maçons, deve estar a coberto – dos olhos e ouvidos profanos (dos não iniciados). Assim, quem cobre o Templo é o Cobridor, termo esse que se refere em manter o recinto da Loja fechado, não permitindo o ingresso de ninguém que dos trabalhos possa tomar parte. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.343– Florianópolis (SC), terça-feira de carnaval, 28 de fevereiro de 2017

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