David Trigueiro dos Santos
Esotericamente, o Templo Maçônico pode ser considerado como o corpo de um Ser Vivo, sendo a cabeça representada pelo Oriente, de onde emanam a sabedoria, a coordenação, a supervisão, e o gerenciamento do organismo. Já os Vigilantes são equiparados aos seus dois lados, sendo o direito, o 1º Vigilante, e o esquerdo o 2º Vigilante.
O Altar dos Juramentos simboliza o coração, enquanto que as colunas B e J são os membros. Como um Ser completo e indivisível, o Templo também possui outros órgãos. Assim, os demais símbolos representam as partes essenciais desse corpo. Portanto, nenhum deles está ali ocasionalmente. Nesta ocasião, fazendo apenas alguns destaques, uma vez que o devido estudo, mais detalhado de símbolos e simbolismos se constitui num processo contínuo de riqueza indescritível!
Quando adentramos ao Templo, somos orientados a fazê-lo rompendo a marcha com o pé esquerdo. Essa exigência tem sua razão de ser. O lado esquerdo do corpo humano é administrado pelo hemisfério direito do cérebro, o qual controla as atividades espirituais, esotéricas, sentimentais, atemporais, artísticas, subjetivas. Ao agirmos assim, estamos simbolicamente mergulhado no misterioso além de dentro, na subjetividade, no reino de nosso Mestre Interno, o qual denominamos "Grande Arquiteto do Universo".
A relevância do estudo desses símbolos e práticas simbólicas pode ser melhor entendida na célebre sentença de Hermes Trimegistro: "Assim como é em cima é embaixo". Noutras palavras, quando compreendermos que os símbolos do Templo nos contam a história da Vida do Homem, e que o Homem é uma réplica do Universo, do Cósmico, poderemos começar a avaliar melhor tal importância para o nosso desenvolvimento da Senda Maçônica.
Nesse esforço continuado de aprendizagem instala-se em nós um processo educativo, o qual, como é repetido seguidamente nos trabalhos maçônicos, iniciamos o "desbastar da Pedra Bruta", que somos nós mesmos. Com isso, tendemos para o seu polimento, buscando o necessário equilíbrio estético, capaz de mediar e dirigir o novo Ser que, paulatinamente, começamos a nos tornar.
Assim, o nosso desenvolvimento na Senda Maçônica será feito à medida de nosso envolvimento e comprometimento com os estudos de sua Filosofia e às práticas correlatas.
Para finalizar esta reflexão, transcrevo uma frase extraída de um texto sagrado de uma tradicional e respeitável escola de esoterismo:
Assim como a corrente de água pura da montanha brilha mais, à medida em que é exposta aos raios gloriosos do sol, assim também nossa consciência será mais iluminada à medida em que a dirigirmos para a luz".
Que os estudos do esoterismo contidos nos símbolos do Templo Maçônico possam ser valiosos instrumentos na nossa busca da "Arte Real". Assim seja!
Fonte: Revista Consciência nº 21
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