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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

VENERÁVEL MESTRE, PROFESSOR DE ÉTICA

Ir∴Doracino Naves

A importância da educação é um tema amplamente debatido nas universidades e instituições de ensino do país. Mas a educação para a vida, outra linha de raciocínio da formação humana, pode ser a solução para que as pessoas encontrem-se consigo mesmas. Para Sócrates, o filósofo grego, o ser humano só se realiza como pessoa quando se volta para o seu interior. Já Augusto Comte, pensador francês, diz: "Toda educação humana deve preparar cada um a viver para os outros". Viver bem com o outro é o objetivo do sistema pedagógico da maçonaria. Por isso ela adotou o lema iluminista de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Como a felicidade é uma busca constante do ser humano, os homens e mulheres de bem são imprescindíveis para a formação da cidadania. Formar pessoas, com base nos princípios cristãos, é tão importante quanto a educação acadêmica. O conhecimento pode diminuir a ignorância do homem, mas a ética na relação com o outro sublima o ser humano.

E é por aí que os comunicadores devem gastar os seus neurônios: para tornar as pessoas melhores do que são. Porque é sempre possível aperfeiçoá-las. Mesmo que seja só na comunicação familiar, como na relação de pais e filho, até a comunicação com uma multidão de pessoas. Como acontece nos grandes meios de comunicação. A televisão, por exemplo, atinge milhões, até bilhões, de pessoas num só evento. Nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, e na posse do presidente americano Barack Obama, no início de 2009, essas imagens chegaram, ao mesmo tempo, a todos os cantos do globo. A questão principal é: que tipo de mensagem os grandes meios de comunicação – mass media – passa à população?

Percebam, no caso da televisão, o impacto da informação. Sendo boa ou ruim ela chega a muitas pessoas. Quando a informação é negativa ela destrói o processo de educação para o bem. Existe, por outro lado, a apologia da ignorância. Isso acende o sinal de alerta dos professores que trabalham para que a beleza do espírito humano prevaleça sobre as trevas. Parece bacana dizer que alguém chegou a uma posição de destaque na vida política, social, artística e econômica sem ter curso superior. Isso apenas demonstra o poder de superação destas pessoas, mas não pode, jamais, substituir a educação como meta do esclarecimento e do conhecimento. O mau uso da informação, como neste exemplo, arrasta outras pessoas para a ignorância. Porque o conhecimento é um dos aspectos vitais para a sobrevivência da espécie humana.

Por essa causa devemos refletir sobre o nosso papel no mundo atual, globalizado. Somos, individualmente, responsáveis pelo que pensamos e falamos. Devemos melhorar o nível de conhecimento e da ética do bem comum não só na educação familiar: Também no púlpito ou no altar e das igrejas; Na literatura; Ou nas manifestações artísticas e culturais.

A mídia (impressa, rádio, televisão, internet e outros meios de comunicação) também é responsável pela formação moral das pessoas. Se, por exemplo, um programa de televisão não ajuda na boa formação dos jovens é melhor mudar de canal ou desligar a televisão.

Até na hora de se divertir é interessante observar para que a diversão seja saudável, do ponto de vista ético. Sem esses pressupostos, o canal da informação é inadequado. O silêncio do rádio ou da televisão, às vezes, é melhor do que a desinformação. Nem nas salas de aulas das universidades a ética está a salvo. O ensino superior, em boa parte, privilegia o ensino para o mercado de trabalho em prejuízo do conhecimento e da pesquisa.

Outras vezes o professor conhece a matéria, mas não está preparado para ensinar. Talvez lhe falte uma formação acadêmica baseada nos valores éticos da família. Na maioria das pessoas, a quem cabe encaminhar outras para o viver ético, percebe-se ou os interesses escusos ou a falta de conteúdo na filosofia do bem. Devemos, sim, ajudar o outro a dissipar as trevas da ignorância retirando cuidadosamente cada uma de suas vendas. Um dos símbolos mais fortes da maçonaria é a venda, símbolo da ignorância. Mesmo para retirá-la é preciso preparar o adepto do bem para um período adverso, que pode cegar o neófito depois da Luz. A maçonaria ensina que a virtude é luz no caminho do homem.

Neste aspecto Platão e Aristóteles influenciaram muito o pensamento maçônico construído por Anderson e Mackey, os primeiros codificadores da maçonaria. Platão criou um sistema de ensino para formar sábios e encontrar a virtude. Aristóteles ensinou, por meio de suas principais obras, a política e ética como meios para se obter a virtude.

A professora Carlota Boto, da Universidade de São Paulo – USP – diz: "Em suas reflexões sobre ética, Aristóteles afirma que o propósito da vida humana é a obtenção do que ele chama de vida boa. Isso significa ao mesmo tempo vida 'do bem' e vida harmoniosa". A ética maçônica é o princípio do bem comum. Sendo assim, o Venerável Mestre assume seu cargo para formar novos cidadãos e assim deve conduzir as suas ações. Sem vaidades e subterfúgios na busca do belo e do melhor para os outros.

A missão do Mestre da Loja é a mais importante da Maçonaria. Ele transmite o conteúdo maçônico a quem está começando na Maçonaria e firma, para os mestres, os conceitos éticos. Os rituais são ferramentas fundamentais para direcionar o trabalho intra e extra loja. Por eles o Venerável educa e instrui aos maçons para uma vida eticamente edificada sob as colunas do bem comum.

Fonte: JBNews - Informativo nº 194 - 09/03/2011

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