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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

INTERRUPÇÃO E ENCERRAMENTO DA SESSÃO

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Talal Zaki, Orador da Loja União em 33, REAA⸫, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná.
zakitalal@hotmail.com

A dúvida que tenho é sobre a sessão Magna de Iniciação. Por algumas vezes o Venerável Mestre indaga ao candidato durante a sessão se o mesmo persiste entrar para a Maçonaria. Sendo a resposta sim, tudo bem. Se ele disser não, conforme o ritual, ele deverá ser entregue ao Padrinho e retirado. E a sessão? Qual o rumo que toma? Já se passa para o tronco de beneficência e encerramento? Aguardo suas ponderações.

CONSIDERAÇÕES:

Embora possa parecer pouco provável, o ato é passível de acontecimento, sobretudo pelos questionamentos feitos pelo Venerável ao Candidato durante a cerimônia de Iniciação. Obviamente essa possibilidade existe pelas indagações que merecem resposta – sim, ou não.

Eu mesmo ao longo dos meus aproximados vinte e cinco anos de estada na Ordem, pude presenciar duas situações que pretendo fazer um comentário breve no final dessa lauda.

A questão – Ela pode acontecer em duas situações: um só Candidato sendo iniciado (recomendável), ou mais que um.

Em sendo apenas um Candidato, simplesmente ele é retirado e entregue ao padrinho para que ele abandone o recinto. Nesse caso o Venerável comunica que a Cerimônia fica encerrada dada o acontecimento. Entenda-se a “cerimônia”, não a Sessão. É como fora anteriormente comentado. Se existe a possibilidade de se obter “não” como resposta, há que se prever essa possibilidade. Nesse caso a cerimônia iniciática é que é encerrada e para dar sequência à sessão circularia o Tronco, a Palavra sobre o ato e por fim o encerramento ritualístico. A sessão deve ser declarada, mesmo com o acontecimento, Justa e Perfeita, devido a essa possibilidade estar prevista no ritual (sim, ou não).

Em sendo mais que um Candidato, procede-se dele a retirada se for o seu desejo conforme o acima especificado, porém dando-se posteriormente o prosseguimento da cerimônia iniciática com os outros protagonistas.

Aqui entram alguns apontamentos para reflexão e não desrespeito ao ritual. No caso do GOB⸫, penso que se deveria primeiro abrir a Ordem do Dia, pois a cerimônia iniciática prevê inclusive aprovação pelo sinal de costume em um determinado momento.

Da mesma forma é importante a confecção de uma ata (balaústre) para as anotações dos acontecimentos. O Ritual expondo o início imediato da cerimônia deixa dúvidas na abertura ou não da Ordem do Dia e da confecção da ata.

A ata, ou balaústre da Sessão Magna é tão importante para descrever a própria história da Loja e, nesse caso, deveria ser aprovada imediatamente na sessão seguinte desde que no mesmo Grau.

Dentro do contexto do Candidato desistir, ou se recusar a Iniciação, a Loja deve comunicar formalmente o acontecimento à sua Obediência.

Como comentado no início, eu mesmo pude assistir dois acontecimentos dessa envergadura. Não vou citar o nome da Loja por uma questão de preservar a discrição.

A primeira aconteceu durante a prova da Taça. O que me pareceu é que o Candidato ficou ofendido, mais pela má qualidade ritualística e a truculência no momento do “retirai o Candidato”. Ele ao ser conduzido só não arrancou a venda porque estava seguro pelo Experto e Mestre de Cerimônias. A situação causou um tumulto geral e constrangedor. Como ele era o único Iniciando – menos mal – o Venerável “atrapalhado” encerrou abruptamente a Sessão.

O segundo caso nem mesmo deu margem para a abertura dos Trabalhos. Os dois Candidatos a serem iniciados sofreram tanta humilhação e trotes antes e durante a estada na Câmara que um deles pediu para se retirar, enquanto que o outro ouvindo a súplica resolveu acompanhar o primeiro. Houve na oportunidade uma tentativa de reconciliação, todavia não houve acerto. O resto não precisa nem comentar.

Assim, para se evitar esses dissabores é recomendável primeiro um bom acompanhamento dos futuros membros nos procedimentos que antecedem a data da Iniciação. O padrinho é fundamental, tanto no acompanhamento como na escolha; as sindicâncias bem feitas; a frequência de contato e outros salutares procedimentos. É sempre de bom alvitre uma prévia explicação, sem revelar segredos, mas o intuito e de deixar o futuro Irmão o mais a vontade e confortável possível nas suas decisões, inclusive em relação à sua família.

Por outro lado a Loja também deve estar preparada para a recepção de um novo membro. Acompanhar irrestritamente o que prevê o ritual, nele não inserindo cerimônias, palavras e atos não previstos.

Na Maçonaria não existe lugar para brincadeiras e trotes, até porque bons rituais assim não preconizam esses atos de vandalismo sádico. O momento iniciático é o mais sublime da Instituição e assim deve ser tratado.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 0849 Florianópolis (SC) 23 de dezembro de 2012.

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