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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

HOMENS LIVRES E DE BONS COSTUMES

HOMENS LIVRES E DE BONS COSTUMES
Ir∴  Valdemar Sansão

O homem de bons costumes edifica sua vida sobre a rocha, pois ao identificar-se com o bem, terá sempre a força da prática dos bons costumes.

Livre e de bons costumes – Na concepção maçônica ser LIVRE E DE BONS COSTUMES implica que, apesar de todo homem ser livre na acepção da palavra, pode estar preso a entraves sociais que o privem de parte de sua liberdade e o torne escravo de suas próprias paixões e preconceitos. Assim é desse jugo que se deve libertar, mas, só o fará se for de Bons Costumes, ou seja, se já possuir preceitos éticos (virtudes) bem fundamentados em sua personalidade.

O Maçom é um homem virtuoso, “Livre e de Bons Costumes”, possuidor da faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados; que pauta o seu comportamento pela ética e deve ter a consciência moral, que traça o seu comportamento pela ética e deve ter a noção de que ser honrado não é o mesmo que receber honrarias. 

Receber depende dos outros, concessão, nem sempre meritória. Ser necessário deve, sem constrangimento, trocar ou negar algo de histórico ou tradicional que se deteriorou e precisa ser substituído, se os Bons Costumes e as práticas assim recomendam.

A análise do candidato – A condição exigida para que um candidato possa ser recebido maçom restringe-se a algumas palavras: “ser livre e de bons costumes”. Essa frase é consagrada nos rituais e cria confusões, uma vez que essas condições de “liberdade” e “moral” devem ser inatas no candidato e não serem obtidas por meio da Iniciação.

Já foi dito que todo o candidato representa um “risco” para o grupo maçônico e que o proponente (padrinho) – que deve possuir o Grau de Mestre Maçom - deve atuar com prudência e bom senso.

O que não devem esquecer é de que, uma vez que o candidato supere as provas iniciáticas, ele deixa de ser candidato para ser Neófito, Recipiendário e Irmão. No entanto, as condições virtuosas iniciais devem ser duradouras e, assim, o maçom será sempre “livre e de bons costumes”, que é o mínimo que se exige para uma cidadania social e maçônica.

A análise do candidato, para constatar se ele é livre, abrange uma série de pesquisas; não se trata de liberdade de ir e vir, mas de “livre pensar”, de independência, liberto de compromissos, alguém em quem se possa confiar e receber no seio de uma família.

Ser livre e de bons costumes constitui uma exigência de maior profundidade do que parece à primeira vista; seria muito cômodo aceitar um candidato que politicamente é livre, pois não há mais escravidão no mundo; ou que, penalmente, não se encontre preso, cumprindo alguma pena.

A liberdade exigida é ampla; sem compromissos que inibam o cumprimento das obrigações maçônicas, sem restrições mentais. 

Qualidades do Candidato ideal - A Maçonaria proclama que a sua filosofia tem base na tradição, nos usos e nos costumes; portanto, “costumes” não é um mero comportamento, uma moral de conduta, mas um universo de práticas que conduzem o ser humano a uma vida espiritual.

Comprova-se facilmente a elevação espiritual de um indivíduo pela sua conduta moral no dia-a-dia. O homem prova a sua elevação quando os seus atos constituem a prática da vida segundo os ditames da Honra; quando pratica a Justiça; ama o próximo; obedece as leis democráticas do País.

Quando vivencia as leis naturais, quando se harmoniza com a essência divina que o caracteriza.

O homem de bons costumes faz continuamente uma avaliação de si mesmo. 

Valendo-se da Lei de Liberdade, pratica o bem, pela alegria de tê-lo praticado, e não porque tivesse condicionado por algum castigo ou recompensa.

Se Deus lhe concedeu o poder da Riqueza, administra-o segundo a Lei da Caridade, servindo-se dela como um depósito a ser utilizado em proveito de muitos.

Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, respeita de fato a Lei de Igualdade, tratando-os com benevolência e respeito, valendo-se da autoridade para apoiá-los moralmente.

Pratica a Lei do Amor ao ser indulgente para com as fraquezas dos outros, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência.

Respeita nos seus semelhantes todo o direito decorrente da Lei Natural, como desejaria que respeitassem os seus.

Busca, enfim, sua perfectibilidade moral, pois, vive em sua consciência a necessidade de superação em respeito à Lei do Progresso.

Ciente da bondade do Criador que se revela em cada criatura, vivencia a Lei da Sociedade através da prática do amor ao próximo, da exteriorização do amor em meio aos homens.

A importância do Candidato - Há candidatos que, às vezes, não se dão conta do quanto são importantes e o representam para seus amigos, para seus familiares, para a Ordem que poderá acolhê-los. Isto porque julgam ser importante apenas o peso de suas posses, pela cultura que têm, pelos títulos adquiridos, pelos seus diplomas ou pelo cargo ou salários conquistados. Não! Para a Maçonaria, os candidatos são importantes quando sabem amar, sabem querer bem e cultivam amizades. São importantes quando não se esquecem dos amigos, quando sabem ser solidários, sentem saudades e consideram-se iguais a todos, como se sentindo membros legítimos da grande família humana. Os candidatos são importantes quando não veem a cor das pessoas, a religião e o partido político, nem se importam com a sua origem. 

Os candidatos são importantes porque são amados com toda a pureza de sentimentos, quando sabem chorar e sentir as dores do sofrimento e as alegrias do semelhante como se fossem suas, sentindo-as no próprio corpo. São amados porque são realmente iguais, mesmo sendo diferentes. Sentem-se realmente Irmãos, mesmo não tendo a mesma mãe. Sabem agachar-se em qualquer lugar ou circunstância para prestar socorro e têm humildade para ajoelhar-se perante o Senhor dos Mundos, em perdão ou agradecimento. Aquele que ama seus semelhantes.

Os candidatos são realmente apreciados quando são despidos de interesses, quando são humildes por formação e não só na aparência quando sua humildade é de berço e não fabricada; isto é o reconhecimento de sua pequenez diante da grandeza do Universo; a consciência de que tudo é criação divina; que está na Terra como usuário e não proprietário; que somos todos irmãos, provenientes e filhos de Deus.

Os candidatos são preferidos quando são francos e sinceros, e que não conhecem a mentira e a hipocrisia, quando se colocam ao lado da verdade, quando censuram seus amigos em particular, mas elogiam-nos publicamente.

Enfim, para conquistar um lugar e permanecer entre os Maçons são necessários méritos e virtudes. Só haverá uma verdadeira convivência e uma total felicidade quando o aspirante à iniciação maçônica não tiver compromisso com o egoísmo e não for escravo do dinheiro, que ajuda, mas pode ser também gerador de decepções. Quando procura ser um homem de valor, em vez de procurar ser um homem de sucesso.

Padrinho - A decisão de apresentar um candidato deve ser bem estudada e ter dele pleno conhecimento de seu viver, pois a Iniciação fará com que o candidato passe a fazer parte da Família Maçônica. A responsabilidade do proponente é moral; a sua leviandade porá em risco todo o grupo.

Não basta o candidato ser politicamente livre; não basta que tenha um comportamento moral comum. O candidato deve comparecer à Iniciação com uma disposição quase inata de “amar a seu futuro irmão” como a si mesmo. Isso exige um comportamento para com seu próprio corpo, para com sua própria alma e para com o seu espírito.

Todo discípulo tem o seu Mestre; o padrinho passa a ser o Mestre “particular” do Neófito, e esse deve seguir os seus ensinamentos até que, por sua vez, atinja o mestrado e possa propor profanos e assim tomar o lugar de quem lhe foi Mestre. O maçom deve empenhar-se para que seu Mestre o oriente; deve ser ativo e colocar as suas dúvidas para que sejam resolvidas.

Concluindo – Para a Maçonaria o homem “Livre e de Bons Costumes” tem a honra como referência, exerce a sua Liberdade de Pensamentos, se responsabilizando por esse comportamento e adota o seu modo de pensar e proceder de acordo com os códigos de moral e ética. 

PS – A Maçonaria precisa de candidatos que expressem sua condição de “Homens Livres e de Bons Costumes”. O mundo pode ser bem melhor e com sua ajuda, será com certeza!

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