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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

DESMISTIFICANDO A MAÇONARIA

Por Rodolfo Nascimento Souza **
Desmistificando a Maçonaria: a partir da experiência na ARLS Universitária Profª Carmem Sylvia de Albuquerque Feitosa

“O facto de se pertencer à Maçonaria não é um inconveniente, deve ser uma vantagem, quando as pessoas souberem o que é a Maçonaria, porque o Maçom tem de ser, por definição, um homem recto, tolerante, íntegro, acima de qualquer suspeita. ” (António Arnaut)

Uma breve introdução sobre Maçonaria

Tendo em vista a visão preconceituosa e errónea que se tem sobre a Ordem Maçónica, por muitos pensarem que ela é uma religião, ou que os seus membros realizam rituais Demoníacos nas suas reuniões. Este artigo vem com a missão de trazer novas luzes sobre esta estimada Ordem, levando luz sobre o preconceito, e as ideias supersticiosas e fantasiosas.

Maçonaria pelo contrário é uma Ordem iniciática, filantrópica, filosófica, progressiva, evolucionista, onde para entrar nos seus quadros de obreiros o Maçom de acordo com o primeiro Landmark (as leis Universais Maçónicas), o Maçom deve acreditar num Ser Supremo Positivo.

Assim quando dizemos que ela é uma Ordem Iniciática quer dizer que se deve passar por um processo de iniciação; Filantrópica é por causa que todo Maçom deve praticar acções filantrópicas perante aqueles que mais precisarem; Filosófica pois os nossos estudos são baseados em grandes questões filosóficas e de conceitos morais e éticos; Progressiva e Evolucionista é porque ela visa o desenvolvimento continuo dos seus membros nos campos morais, intelectuais e espirituais, também evolucionista por exigir dos seus membros um olhar cientifico e de crescimento continuo em todos os aspectos Humanos.

A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em Deus (um Deus positivo), na Maçonaria existe pessoas de várias religiões e por ela acreditar na existência de um Ser Superior que rege o Universo, os maçons nomearam ele de Grande Arquitecto do Universo (GADU) ou Supremo Arquitecto do Universo (SADU), representado desta forma para não ferir as religiões dos irmãos, desta forma, percebe-se que a Maçonaria pela descrição dada não é uma religião e sim uma Ordem Hermética iniciática.

Observamos por muito tempo a forma distorcida que muitos leigos e religiosos tem sobre a Maçonaria, onde com o conteúdo deste artigo buscaremos desmistificar isso.

Outros pensam que a Ordem é uma religião, mas a verdade é que poucos realmente sabem o que a Maçonaria realmente é, e qual seria o seu Papel na História, onde o seu papel ou missão é a evolução da Humanidade, a protecção da pátria e dos ideais humanitários, libertar a sociedade nos momentos de tirania e levar luz para o desenvolvimento político, científico, espiritual, moral e ético da Humanidade.

A Maçonaria possui nos países onde reside, potencias Regulares e Irregulares. É dada como Maçonaria Verdadeira, regular e legitima uma potência reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra. No Brasil a única Potência Maçónica Regular Reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra é o Grande Oriente do Brasil (GOB), e por tratados de amizades o GOB reconhece no Brasil como potência regular a Potência que se denomina nos Estados brasileiros de” Grandes Lojas”.

Portanto neste trabalho estaremos focados no sistema organizacional do Grande Oriente do Brasil, onde este se divide em três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, Tendo a sua Sede Central em Brasília – DF. Portanto por esse viés a Maçonaria Universal Legitima possui constituição própria, onde uma dessas leis, chamada de LANDMARKS, nos traz um ponto interessante já provando que a Maçonaria não aceita nos seus quadros de obreiros Homens (a Maçonaria Legitima não aceita nos seus quadros mulheres, qualquer Potência Maçónica que se diz Feminina é irregular, segundo o 18° Landmark), que não acreditem num Ser Superior Positivo (Deus ou deuses), ou no mínimo na imortalidade da Alma, segundo o Landmark 18° – Os candidatos a iniciação devem ser isentos de defeitos físicos ou mutilações, livres de nascimento e maiores. Uma mulher, um aleijado ou um escravo não podem ingressar na Fraternidade. 19° – a negação da crença no G.A.D.U (Grande Arquitecto do Universo – Deus ou deuses) é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação. 20°- Subsidiariamente a esta crença é exigida a crença numa vida futura. (MENDES, 2011) [4].

A Maçonaria é, portanto, uma instituição milenar iniciática, progressista, filantrópica e filosófica. Para ser Maçom é primordial a crença em Deus ou deuses Positivos ou na imortalidade da alma. Desta forma um Ateu, ou um homem que se declare Satanista ou adorador de Demónios não pode ser Maçom. Outro ponto para pertencer a Ordem deve-se ter moral ilibada, ser livre e de bons costumes, declarar amor a Deus, a família e a pátria. Dentro das nossas lojas possuímos irmãos de várias denominações religiosas, onde nos nossos estudos se focam na espiritualidade baseada na fé individual de cada irmão, também temos estudos Filosóficos, Históricos, e Herméticos tais como: cabala, astronomia, astrologia, esoterismo, pensamento Socrático, Platónico e Aristotélico, mitologia em diversas culturas, numerologia, metafisica etc.

Segundo o Artigo 1° da Constituição do Grande Oriente do Brasil, a Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista, cujos fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. (VADE MECUM MAÇÓNICO, 2015) [3].

E segundo o Artigo 2° da Constituição do Grande Oriente do Brasil, são postulados universais da instituição Maçónica: I – a existência de um princípio criador: o Grande Arquitecto do Universo; onde damos este nome para não ferir as crenças dos irmãos onde este princípio pode ser Deus ou deuses, mas em carácter positivo. (VADE MECUM MAÇÓNICO, 2015) [3].

Logo a seguir citaremos o que a Maçonaria busca e espera dos seus membros, de forma bem resumida no Artigo 1°, parágrafo único, da Constituição do Grande Oriente do Brasil – GOB. Onde no nosso artigo iremos aprofundar cada um destes pontos e ainda mais outros artigos da constituição Maçónica que tem relevância sobre a prova que a Maçonaria não é religião ou uma instituição ruim.

O artigo da constituição maçónica do Grande Oriente do Brasil – GOB sobre o que é a Maçonaria

No artigo 1° da constituição Maçónica do Grande Oriente do Brasil temos a definição clara de todos os princípios que esta sublime Ordem segue na mais profunda vivência. Observamos na sua constituição que a Maçonaria acredita e proclama a prevalência do espírito sobre matéria desta forma já se percebe que ela acredita na imortalidade da alma, conceito este difundido em várias religiões reencarnacionistas espalhadas em toda superfície da face da Terra.

A Maçonaria também pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da Humanidade, por meio do comprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da Verdade. Desta forma, levantamos a reflexão. Será que uma instituição que busca por questões altamente morais e humanas seria algo negativo? Nós como maçons acreditamos e sabemos que não, pois, nas nossas lojas ou templos buscamos sempre desenvolver o lapidar dos grandes valores morais e humanos nos nossos membros, desenvolver os pensamentos mais intelectuais possíveis e sempre buscando praticar a beneficência verdadeira aquela onde o que a mão esquerda dar a direita esconde e por fim trabalhamos na alma dos nossos membros a reflexão e a investigação constante das grandes Verdades da Humanidade.

Então perguntamo-nos. Uma instituição que proclama que os homens são livres e iguais em direitos, e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um, seria algo ruim? Para ser Maçom, o homem deve ser uma pessoa que acredita na espiritualidade, de reputação ilibada, sem processos civis e criminais, sem nome sujo, deve ter um comportamento diferenciado na sociedade. Nas lojas hoje em dia, com a modernidade e disponibilidade de novos recursos, a Maçonaria observa até o que é postado nas redes sociais como: Facebook, Twitter, instagram, para assim observar qual é o círculo de amizade do candidato, qual a sua postura em sociedade e visões de mundo, como as pessoas na sociedade vêem o candidato, pesquisamos também na empresa onde o indicado trabalha, para assim ter a certeza de que é um homem livre e de bons costumes.

A nossa ordem também visa e defende a plena liberdade de expressão do pensamento, como direito fundamental do ser humano, observada correlata responsabilidade. Assim buscamos que os nossos membros sejam pensadores livres, que no mínimo gostem de ler, pois não existe pensadores livres sem leitura de grandes obras, mas que internalizem que existe uma diferença grande entre Liberdade e Libertinagem.

A Ordem também valoriza e reconhece o trabalho como dever social e direito inalienável, a Maçonaria prega que nós maçons sejamos trabalhadores incansáveis a serviço da humanidade, não existe um Maçom que não goste de trabalhar e nas nossas lojas trabalhamos a importância do trabalho para o desenvolvimento humano.

Nós trabalhamos a tolerância na sua mais alta essência onde considera Irmãos todos os Maçons, quaisquer que sejam as suas raças, nacionalidades, convicções ou crenças. Neste ponto a Maçonaria torna-se um modelo de convívio humano, onde nas nossas lojas convivemos em harmonia independente de crenças, raças, nacionalidades, convicções e níveis sociais, pois compreendemos que o mais importante é a Humanidade, a Fraternidade que une e agrega o sentimento de Paz no Mundo, na nossa filosofia e esoterismo aceitamos as verdades de todas as crenças religiosas, pois, compreendemos que o importante é se ter uma ligação com o Divino. A cor de pele, ou país que nascemos não são mais importantes que os nossos valores e aquilo que realmente somos, pois na terra existe somente uma raça: a humana.

A Maçonaria sustenta que os Maçons têm os seguintes deveres essenciais: amor à família, fidelidade e devotamento á Pátria e obediência à lei. Um Maçom que não honre a sua família cuidando dos seus filhos, respeitando a sua esposa, e ensinando os grandes valores morais aos seus filhos, não condiz com os ensinamentos da ordem, os maçons também devem jurar uma fidelidade e devotamento profundo a pátria em que residem, e tem o dever de obedecer a todas as leis da sociedade com uma profunda consciência ética e moral.

Ela também determina que os Maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os homens esparsos pela superfície da Terra, desta forma vivenciando a mais profunda fraternidade onde nunca devemos deixar de estender a mão a um irmão Maçom ou a alguém que precise.

A ordem recomenda a divulgação da sua doutrina pelo exemplo e pela palavra. Combate, terminantemente o recurso à força e a violência para a consecução de qualquer objectivo. O verdadeiro Maçom é reconhecido pelo exemplo de ser humano onde se encontra. É pela prática profunda da fraternidade e amor ao próximo que se reconhece um verdadeiro Maçom, onde ele compreende que fazer o bem é essencial.

A instituição maçónica adopta sinais e emblemas de elevada significação simbólica, reconhecemos um Maçom por sinais, toques e palavras de reconhecimento legitimo que somente um bom e regular Maçom conhece.

Defendemos que nenhum Maçom seja obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. O Maçom é um ser livre, que tem o direito de vir e ir, não existe como muitos pensam, a questão que não se pode sair da Maçonaria, para isso basta pedir, e o irmão estará liberado, mas Maçom nunca deixará de ser, pois, uma vez iniciado sempre será Maçom. Assim acreditam os grandes Mestres Herméticos.

A Maçonaria condena a exploração do homem, os privilégios e as regalias, enaltecendo, porém, o mérito da inteligência e da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviços à Ordem, á Pátria e à Humanidade. A nossa instituição não visa coisas materiais, mas sim a transformação do ser humano, um bom Maçom é aquele que é sempre um buscador de conhecimento, que sempre estar apto a ajudar em loja e que tem um coração generoso e amigo.

A nossa sublime ordem afirma que o sectarismo político, religioso e racial é incompatível com a universalidade do espírito maçónico que combate a ignorância, a superstição e a tirania. Nas nossas lojas não aceitamos conversas de cunhos partidários ou sectarismo religiosos, pois, dialogamos sobre a política pura universal sem privilégio, focando no que é melhor para a nação. Não existe um foco religioso específico, pois, aceitamos todos os sistemas religiosos e filosóficos, entretanto, existe um trabalho profundo em tornar os nossos membros pessoas altamente espiritualizadas nas suas crenças e com sentimento de respeito diante das outras crenças.

Artigo 1° da constituição do Grande Oriente do Brasil, parágrafo único. Além de buscar atingir estes fins, a Maçonaria:proclama a prevalência do espírito sobre a matéria:
  • proclama a prevalência do espírito sobre a matéria; 
  • pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade;
  • proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um;
  • defende a plena liberdade de expressão do pensamento, como direito fundamental do ser humano, observada correlata responsabilidade;
  • reconhece o trabalho como dever social e direito inalienável;
  • considera Irmãos todos os Maçons, quaisquer que sejam as suas raças, nacionalidades, convicções ou crenças;
  • sustenta que os Maçons têm os seguintes deveres essenciais: amor à família, fidelidade e devotamento á Pátria e obediência à lei;
  • determina que os Maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os homens esparsos pela superfície da terra;
  • recomenda a divulgação da sua doutrina pelo exemplo e pela palavra e combate, terminantemente, o recurso à força e a violência para a consecução de qualquer objectivo;
  • adopta sinais e emblemas de elevada significação simbólica;
  • defende que nenhum Maçom seja obrigado a fazer o deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
  • condena a exploração do homem, os privilégios e as regalias, enaltecendo, porém, o mérito da inteligência e da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviços à Ordem, á Pátria e à Humanidade.
  • afirma que os sectarismos políticos, religiosos e raciais são incompatíveis com a universalidade do espírito maçónico;
  • Combate a ignorância, a superstição e a tirania.
(VADE MÉCUM MAÇÓNICO, 2015). [3].

Assim após esta breve reflexão do artigo 1° e 2° da Constituição do Grande Oriente do Brasil – GOB, observamos os altos valores morais e éticos que esta sublime instituição possui, desta forma demonstrando que ela não possui nada de ruim, mas pelo contrário presa pelo desenvolvimento moral, ético e espiritual positivamente dos seus membros.

Rito e Ritual, Maçonaria Simbólica e Maçonaria Filosófica

Rito nada mais é que um conjunto de cerimónias adoptado por uma determinada entidade. Todas as religiões possuem um rito e consequentemente um ritual, pois, todo sistema litúrgico, ritualístico e simbólico que possui um começo, um meio e fim é um ritual na forma mais simples de se dizer, a igreja católica possui ritos e rituais, as igrejas evangélicas também, religiões espiritas, africanas, indianas, muçulmanas e muitas outras instituições iniciáticas e religiosas possuem ritos e praticam rituais.

Segundo MELKISEDEK(2002,p.37), rito é o conjunto de cerimónias, reguladas segundo as tradições do sistema adoptado; é o cerimonial de um culto; ordem ou conjunto de quaisquer cerimónias; é o sistema de organização maçónica que reúne as suas regras e preceitos cada rito em Maçonaria tem a sua origem, número próprio de graus, tradições, mas devem observar em comum todos os ritos, as leis ou princípios fundamentais da Ordem, para que sejam reconhecidos e adoptados, ou seja devem observar os Landmarks, ou antigos limites. [5].

Na Maçonaria já foram praticados mais de 110 ritos, hoje na Maçonaria do Grande Oriente do Brasil temos 7(sete) principais Ritos Maçónicos: Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito Moderno, Rito York, Rito Brasileiro, Rito Adonhiramita, Rito Schroeder e Rito Escocês Rectificado. Onde nestes ritos a Maçonaria se divide em Maçonaria Simbólica e filosófica, por exemplo no Rito Adonhiramita os graus Simbólicos vão do Grau 1° ao Grau 3°: Aprendiz, Companheiro e Mestre respectivamente, e no filosófico vai do Grau 4 ao Grau 33, Segundo CAMINHO (2009, p.16), não se pode evidenciar que o rito, composto de 33 Graus, seja um só, a divisão entre Maçonaria Simbólica e Maçonaria Filosófica decorre de uma divisão de poderes. [1].

Desta forma observamos que se ter um ritual ou fazer um ritual não quer dizer que seja satânico, rito ou ritual nada mais é que um sistema de cerimónia, onde em matéria de Maçonaria serve de um guia de como se movimentar numa Loja Maçónica, onde os obreiros acompanham toda a ritualística da mesma forma que o católico acompanha a ritualista do folheto litúrgico.

Apesar de muitos pensarem que na Maçonaria os graus acontecem num sistema único e numa única forma de Maçonaria, a realidade é totalmente ao contrário. Na Maçonaria existe dois campos de actuação com poderes diferentes que os regem, A Maçonaria Simbólica, é dividida em três graus: Aprendiz que é o grau inicial, neste se permanece por um ano, logo após temos o grau de Companheiro Maçom, onde por mais seis meses o Maçom continua o seu desenvolvimento mental, intelectual, espiritual, filosófico, simbólico e ritualístico, onde passando seis meses ele se submete a um teste que lhe são passado de cunho intelectual, ritualístico e simbólico tal como acontece no grau de aprendiz para o de Companheiro Maçom. O Maçom torna-se apto para lhe ser conferido o Grau de Mestre Maçom, onde na junção destes três é passado toda a mística e filosófica tradição da Lenda do Terceiro grau que começa a ser contada no Grau de Aprendiz e termina no Grau de Mestre, todos estes graus possuem sinais, palavras e toques maçónico para mútuos reconhecimento entre irmãos e assim é constituída a Maçonaria simbólica com as suas leis, constituições e regulamentos.

LOJA SIMBÓLICA OU MAÇONARIA SIMBÓLICA
  • Aprendiz Maçom (12 meses)
  • Companheiro Maçom (6 meses)
  • Mestre Maçom
(MELKISEDCK,2002, p.40) [5].

Após se tornar Mestre, o Maçom estar apto a votar e ser votado para qualquer cargo dentro da instituição maçónica e continuar a sua caminhada de estudos e aprofundamentos morais e éticos na Potência Maçónica Filosófica que no Rito Adonhiramita, vai do Grau 4 ao Grau 33, nas suas sessões só é permitido a entrada de Mestres Maçons a parti do grau 4 em diante, onde um Mestre Maçom que não foi iniciado nos Graus filosóficos não tem acesso a Maçonaria filosófica, portanto os seus graus são os seguintes:

Loja filosófica ou Maçonaria filosófica do grau 4 ao 21Grau
  • Grau 4 - Mestre Secreto
  • Grau 5 – Antigo Maçom ou Mestre Perfeito
  • Grau 6 – Preboste ou Juiz
  • Grau 7 – Primeiro Eleito ou Eleito dos Noves
  • Grau 8 – Segundo Eleito ou Eleito de Pérignan
  • Grau 9 – Terceiro Eleito ou Eleito dos Quinze
  • Grau 10 – Aprendiz Escocês ou Pequeno Arquitecto
  • Grau 11 – Companheiro Escocês ou Grande Arquitecto
  • Grau 12 – Mestre Escocês ou Grão Mestre Arquitecto
  • Grau 13 – Cavaleiro do Real Arco
  • Grau 14 – Grande Eleito ou Sublime e Perfeito Maçom
  • Grau 15 – Cavaleiro do Oriente ou da Espada, ou da Águia
  • Grau 16 – Príncipe de Jerusalém
  • Grau 17 – Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
  • Grau 18 – Cavaleiro Rosa-Cruz
  • Grau 19 – Grande Pontífice ou Sublime Escocês
  • Grau 20 – Venerável Mestre das Lojas Regulares, ou Mestre “Ad Vitam”
  • Grau 21 – Cavaleiro Noaquita ou Cavaleiro Prussiano
(MELKISEDCK,2002, p.41) [5].

Loja filosófica ou Maçonaria filosófica do grau 22 ao 33
  • Grau 22 – Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano
  • Grau 23 – Chefe do Tabernáculo
  • Grau 24 – Príncipe do Tabernáculo
  • Grau 25 – Cavaleiro da Serpente de Bronze
  • Grau 26 – Cavaleiro da Mercê ou Escocês Trinitário
  • Grau 27 – Grande Comendador do Templo
  • Grau 28 – Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto
  • Grau 29 – Cavaleiro do Santo André
  • Grau 30 – Cavaleiro Kadosh
  • Grau 31 – Sublime Iniciado e Grande Preceptor
  • Grau 32 – Soberano Prelado Inquisidor e Ouvidor Geral
  • Grau 33 – Patriarca Inspector Geral
(MELKISEDCK,2002, p. 41 e 42) [5].

Como se constitui a instituição maçónica do Grande Oriente do Brasil – GOB e os Landmarks

O Art.3° da Constituição do Grande Oriente do Brasil relata-nos que o GOB é uma Federação Indissolúvel dos Grandes Orientes dos Estados e do Distrito Federal, das lojas Maçónicas Simbólicas e dos Triângulos, fundado em 17 de junho de 1822, é uma Instituição Maçónica com personalidade Jurídica de direito privado, simbólica, regular, legal e legitima, sem fins lucrativos, com sede própria no Distrito Federal na SGAS – Quadra 913 – Conjunto “H”. [3].

O Art. 14° diz-nos que os Maçons se agremiam em oficinas de trabalho denominadas lojas quando constituídas de 7 Mestres Maçons Regulares e Activos. No Art. 19° onde fala da administração de uma loja relata que ela é composta pelo Venerável Mestre, 1° vigilante, 2° Vigilante, e demais dignidades eleitas, conforme o Estatuto e o Rito Determinarem. [3].

Art.7° O Regulamento Geral da Federação fixa os requisitos para a criação, instalação e funcionamento dos Grandes Orientes dos Estados e do Distrito Federal, bem assim o relacionamento destes com o Grande Oriente do Brasil.

1° Os Grandes Orientes a serem criados serão instituídos por Lojas Maçónicas neles sediadas, desde que em número não inferior a treze.

2° A expressão “Federado ao Grande Oriente do Brasil” figurará, obrigatoriamente, como complemento do título distintivo do Grande Oriente do Estado e do Distrito Federal.

8° Os Grandes Orientes dos Estados e do Distrito Federal têm por dever o progresso e o desenvolvimento da Maçonaria nas suas respectivas jurisdições e são regidos por esta Constituição, pelo Regulamento Geral da Federação, pela Constituição que adoptarem, bem como pela legislação ordinária.

Art.9° As sedes e foros dos Grandes Orientes dos Estados serão sempre nas Capitais e a do Distrito Federal, em Brasília.

Art.12° Os Grão-mestres Estaduais e Distrital, como também os seus Adjuntos, serão eleitos conjuntamente para um mandato de quatros anos, em oficinas Eleitorais especificadamente para este fim instaladas nos Estados e no Distrito Federal, pelo sufrágio directo dos Mestres Maçons para tal habilitados nas Lojas jurisdicionadas, em turno único, em data única, no mês de março do quarto ano de mandato, vedada a reeleição. (Novo texto pela Emenda Constitucional n.22, de 25 de março de 2015, publicado no Boletim Oficial n.6, de 15/04/2015).

(VADE MÉCUM MAÇÓNICO, 2015). [3].

A Maçonaria é como se fosse um pais dentro de outro pais, possui constituição própria, a divisão em 3 poderes: executivo, Legislativo e Judiciário, Temos a figura do Grão Mestre Geral que reside na sede no Distrito Federal que tem o Status e a Função comparada como se fosse o Presidente do Brasil Maçónico cargo esse que é escolhido democraticamente por processo eleitoral muito parecido com da constituição brasileira Federal, existe também a figura dos Grãos Mestres Estaduais que possui o Status e a função comparada como se fossem Governadores dos Estados Brasileiros tanto que cada Estado tem um Grão Mestre Estadual, e por último temos os Veneráveis de Lojas que possuem o Status e função de Prefeitos e as lojas que funcionam como fossem os Municípios. A Maçonaria do Grande Oriente do Brasil também possui os cargos de Deputados Estaduais Maçónicos em cada estado e tem a câmara de Deputados Federais Maçónicos em Brasília que funciona da mesma forma que a brasileira com as mesmas funções, também possui os Grandes Secretários de Estado Maçónico Estadual e Federal, temos também toda a corte jurídica no mesmo formato da brasileira, com Juízes, Procuradores e Ministros etc.

Art. 4° O Grande Oriente do Brasil, regido por esta constituição,

1º. Não divide a sua autoridade, nem a subordina a quem quer que seja;
2º. Tem jurisdição nacional e autoridade sobre os três graus simbólicos;
3º. É o único poder de onde emanam leis para o governo da Federação;
4º. Age perante os problemas nacionais e humanos de maneira própria e independente;
5º. Mantém, com as demais Potências Maçónicas, relações de fraternidade e é o responsável pelo cumprimento e manutenção da lei maçónica.

Parágrafo único: Serão respeitados os LANDMARKS, os postulados universais e os princípios da Instituição Maçónica.

5° A soberania do Grande Oriente do Brasil emana do povo maçónico e em seu nome é exercida pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmónicos entre si, sendo vedada a delegação de atribuições entre eles.

(VADE MÉCUM MAÇÓNICO, 2015) [3].

Segundo MENDES (2011, p. 1), os Landmarks nada mais são que as Leis universais da Maçonaria que toda instituição maçónica e Maçom regular e activo deve seguir são um total de vinte e cinco Landmarks, a sua expressão tem um significado de forma literal na língua inglesa, de “marcação de terra” (Land = terra e mark = marca para limites entre duas ou mais áreas de terra). Esta nomenclatura foi inspirada no Velho Testamento – Provérbios, 22,28 e 23,10: “Não removas os antigos limites que teus pais fizeram” e “não removas os antigos limites nem entre nos campos dos órfãos”. Deuteronómios, 19,14: “não tomarás nem mudarás os limites do teu próximo que os antigos estabeleceram na tua propriedade”. Esta palavra surgiu pela primeira vez na compilação dos Regulamentos Gerais de 1721, incluídos na Constituição de James Anderson, que foi o responsável de copilar a Constituição Maçónica Universal. [4].

Como a nossa Ordem tem como fundamento básico a tradição, até hoje, estes “Landmarks” de Mackey são rigorosamente observados e ninguém pensa em alterá-los. É verdade que, de vez em quando, alguém revestido de vaidade e presunção apresenta teses para “actualizar” os Landmarks, mas são pregadores do deserto que não conseguem ser levados a sério. Os 25 Landmarks trazem-nos uma Ordem Maçónica completa, tanto sob o ponto de vista administrativo, como litúrgico e místico. Este conjunto de leis maçónicas são a base do desenvolvimento psicológico, emocional, moral, ético e espiritual de todo Verdadeiro, Legitimo e Regular Maçom que segue o lapidamento da Pedra Bruta, na eterna busca de se tornar a cada dia de vida mais polida e perfeita. [4].

Conclusão

Portanto após toda esta reflexão e informação passada no presente artigo, esperamos ter demonstrado o que a Maçonaria realmente é na sua essência. Uma instituição séria e organizada, uma ordem iniciática, filosófica, progressista e evolucionista, que busca o desenvolvimento intelectual, moral e espiritual dos seus membros. Onde para se tornar Maçom a primeira grande Exigência é que ele tenha uma religião, e que acredite na existência de um Deus ou Deuses positivos, não permitindo nos seus quadros de obreiros, pessoas que se autoafirmam Satanistas ou Ateus. Observamos também segundo os vinte e cinco Landmarks que os maçons devem ter uma conduta exemplar fora e dentro da Maçonaria, serem Homens livres e de bons costumes, e ter por juramento, amor e devotamento a sua Pátria regente, a sua família e a Deus/Deuses. Onde o Verdadeiro Maçom é reconhecido pelo seu carácter integro, o seu espírito humanitário, a sua alta espiritualidade, o seu comportamento exemplar de cidadão e profissional, o seu intelecto diferenciado e o seu amor profundo pela Humanidade e um desejo eterno de se ver no Mundo como um eterno Aprendiz em desenvolvimento constante, isso é ser Maçom e fazer Maçonaria.

** Rodolfo Nascimento Souza – Mestre Maçom no Rito Adonhiramita – GOBAC Grau 14 do Corpo dos Altos Graus Filosóficos – Supremo Conselho Adonhiramita do Brasil

Referências

[1] CAMINHO, R. O Ápice da Pirâmide. São Paulo: Madras, 2009.

[2] Maçonaria Metafísica. São Paulo: Madras, 2007.

[3] GRANDE ORIENTE DO BRASIL. Vade-mécum Maçónico. GOB, 2015.

[4] MENDES, A. Os Antigos Landmarks da Ordem. Rio de Janeiro, 2011.Disponivel em:<https://pael.mvu.com.br/Loja/5375/Midia/OS_ANTIGOS_LANDMARKS_DA_ORDEM_COMENTADOS(2).pdf>. Acesso em: 17 de Outubro de 2017, 19:34.

[5] MELKISEDEK. Iniciação á Maçonaria Adonhiramita Aprendiz. Espirito Santo: A Gazeta Maçónica, 2002.

[6] O Companheiro Adonhiramita. Espirito Santo: A Gazeta Maçónica, 2003.

[7] O Mestre Adonhiramita. Espirito Santo: A Gazeta Maçónica, 2007.

[8] SHULER, O.S. Psicanálise na Maçonaria. Londrina: Trolha, 2005.

[9] URBANO, H.R.J. Arsenium: O Simbolismo Maçónico Kabbala, Gnose e Filosofia. São Paulo: Isis, 2016.

[10] VENEZIANI, W.C. Maçonaria Escola de Mistérios a Antiga Tradição e Seus Símbolos. São Paulo: Madras, 2006.

Fonte: https://bibliot3ca.com

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