DEGRAUS PARA O SÓLIO
(republicação)
Questão apresentada em 12/02/2014 pelo Respeitável Irmão Marcílio Marchi Testa, Loja Crivo da Razão, 3.107, REAA, GOSP/GOB, Oriente São Paulo.
mmtesta@uol.com.br
Recorro mais uma vez à sua sapiência: Quantos degraus tem um Templo Maçônico do REAA∴ do Ocidente para o Oriente? Quantos do Oriente para o Trono do Venerável? Certo de elucidar esta dúvida, que nos foi feita por Irmãos Aprendizes, visto que encontramos Templos com 2, 3, 4 e até 6 degraus em nossas visitas.
O simbolismo do REAA∴ inaugurado a partir do seu primeiro ritual simbólico em 1.804 na França, já que o Rito em questão com os seus altos graus não possuía os três primeiros, servindo-se destes, a partir da fundação do Primeiro Supremo Conselho, daqueles oriundos das Lojas azuis norte-americanas.
Com o advento do Segundo Supremo Conselho (1.802), agora em solo francês, o REAA∴ careceria da implantação dos três primeiros graus que continuavam, mesmo na França, a sofrer influência das Lojas azuis, porém adaptados para o costume francês do Grande Oriente da França. Em 1.804 aparece então o primeiro ritual simbólico para o escocesismo. Neste, sob a influência dos “antigos”, a topografia do Templo não possuía degrau nem grade separatória do Oriente, ficando restritos os desníveis ao Altar do Oriente (lugar do Venerável) com três degraus. Como o Grande Oriente da França no decorrer dos próximos anos encamparia os graus escoceses até o Grau Capitular, ou 18, ficando com o Segundo Supremo os do 19 até o 33, apareceriam as hoje extintas Lojas Capitulares. É a partir desse evento que os templos escoceses no que tange aos três primeiros graus começariam a adquirir outro formato (como os conhecidos na atualidade), pois a necessidade capitular ergueria o nível do Oriente, dentre outros.
Como as Lojas Capitulares teriam uma vida efêmera, já que não tardaria o retorno dos Graus 4 ao 18 ao Segundo Supremo Conselho, ficando o simbolismo sob a tutela do Grande Oriente da França, as coisas retornariam ao seu devido lugar, todavia permaneceria a topografia do Templo com o Oriente elevado à moda capitular, fato que subsiste até os dias atuais de modo consuetudinário.
Como esse assunto é vasto e não é mote dessa questão, fica aqui apenas esse pequeno registro para indicar a origem desses degraus no escocesismo que, por provável influência da cabala (tradição) hebraica no Rito em questão, daria um número de sete degraus assim divididos: um degrau para o Oriente (elevado), três degraus para o Sólio (trono), dois degraus para a cátedra do Primeiro Vigilante e um degrau para a cátedra do Segundo Vigilante, cuja soma desses desníveis é o número sete, daí os “sete degraus”.
Ocorre que o “achismo” de alguns - porque acham e não sabem o porquê - acabaram confundindo número de degraus com costumes de outros ritos, assim equivocadamente no Brasil, principalmente, colocaram quatro degraus para o Oriente e três para o Sólio para obter diretamente sete, o que é um verdadeiro equívoco. De fato, são sete degraus para o escocesismo, contudo distribuídos entre o Oriente, Sólio e Vigilantes e não apenas entre o Oriente e o Sólio.
Infelizmente não é só isso que encontramos, pois já tivemos a oportunidade de verificar Orientes elevados com um número elevado de degraus bem ao gosto de alguns.
Assim, ratifico. Já que a topografia capitular é consuetudinária no simbolismo do Rito Escocês, são sete os degraus divididos entre o Oriente, o Sólio e as cátedras dos Vigilantes, destacando-se que entre o Oriente e o Ocidente deveria existir apenas um degrau.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.377 Florianópolis (SC) – domingo, 15 de junho de 2014.
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