ROSETAS DO AVENTAL
(republicação)
Questão apresentada em 23/10/2013 pelo Respeitável Irmão Pasolini, REAA, GOB-ES, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo. pasolini.vix@terra.com.br
Irmão Pedro, bom dia. Você tem algum trabalho que versa sobre as rosetas do avental do grau de Mestre? Caso positivo, gentileza me enviar.
Já derramaram rios de tintas dando falsas interpretações sobre as tais rosetas. Místicos e ocultistas então dissertaram cada um quanto a sua interpretação, entretanto destes, não explicaram a origem das rosetas.
Essas tais não possuem nenhum significado especial nos aventais maçônicos, senão uma lembrança da tradição operativa quando os aventais eram literalmente usados para proteger o corpo no trabalho do desbaste da pedra.
À época o avental protegia inclusive o peito do operário, cuja abeta é o resquício desse formato. Havia então duas casas para botões na altura das coxas que serviam para prender a base do avental na roupa e outra mais acima e no centro que abotoava quando abaixada a parte de cima do avental.
Geralmente existia uma algibeira que servia para guardar pequenos pertences e o botão da parte de cima servia também para manter o recipiente fechado.
Em resumo o avental além de amarrado na cintura o avental ficava também preso ao corpo do obreiro (na roupa) por três botões.
Como a posição das casas com botões formavam aproximadamente um triângulo, foi o que bastou para os inventores imaginários entrassem em campo com as suas ilações triangulares.
Assim o avental especulativo na maçonaria inglesa manteve essas rosetas relembrando a antiga tradição operativa e nada mais. Os ritos que seguem essa linha decorativa no importante paramento mantém essa tradição.
À bem da verdade o verdadeiro avental do rito Escocês não possui rosetas, entretanto no GOB e nas Grandes Lojas Estaduais brasileiras os aventais são à moda inglesa, inclusive na cor que deveria ser vermelha, porém nestas Obediências tem sido consuetudinariamente azul.
Acho oportuno esclarecer que o mesmo ocorre com as “bolinhas” presas a uma fita no avental do Mestre Instalado. Na verdade o avental de Mestre inglês (não o Mestre Instalado) possui um par de franjas prateadas presas a duas fitas azuis. Essas franjas viriam a dar origem (sem explicação convincente) às tais bolinhas e o que é pior: em ritos que nem possuem originalmente o título de Mestre Instalado como é o caso do REAA∴, aqui no Brasil.
A origem dessas franjas, ou bolinhas são resquícios da tira, ou cordão que prendia o avental operativo no corpo do operário. O dito dava duas voltas na cintura e ficava amarrado na frente, pendendo após o nó, o que sobrava do cordão.
Agora imagine o que já escreveram a respeito na Maçonaria Especulativa – uma sorte de ilações e invenções, inclusiva a “estória” das “bolinhas” que já viraram até números cabalísticos, sete planetas, dias da semana etc., etc., bem ao gosto do imaginário humano.
Finalizando. Mano para tudo na vida há uma explicação. Não ficariam os símbolos maçônicos isentos da racionalidade das coisas. Tenho dito: os símbolos maçônicos não podem ser interpretados pela licenciosidade. Para tudo, existe uma razão de ser. Penso que imaginar é fácil, agora provar as teorias é que são os predicados. Eu recomendaria aos imaginosos de plantão que procurassem conhecer a obra inestimável do cientista Carl Edward Sagan (09.11.1934 – 20.12.1.996) Talvez fosse para esses a “lux in tenebris”.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.370 Florianópolis (SC) – domingo, 8 de junho de 2014.
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