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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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segunda-feira, 25 de março de 2019

SETE DEGRAUS NUM TEMPLO DO REAA

Em 12/11/2018 o Respeitável Irmão Douglas Luciano Alves Generoso, Loja Resplendor Unido, REAA, GOB-MG, Oriente de Resplendor, Estado de Minas Gerais, apresenta o seguinte questionamento:

SETE DEGRAUS

Gostaria de apresentar um trabalho em minha loja a respeito do significado dos degraus existentes no templo, degraus da mesa dos Vigilantes, entre o ocidente e o oriente e no acesso ao trono do Venerável Mestre. Por isso, venho respeitosamente solicitar, caso haja algum documento ritualístico que versa sobre o assunto, que me seja enviado para auxiliar-me nos estudos e na apresentação dele em Loja.

CONSIDERAÇÕES:
Em se tratando do REAA.'. as elevações pertinentes ao Oriente, sólio, e mesas dos Vigilantes viriam aparecer somente após a reformulação da topografia do templo que envolveu na época as hoje já extintas Lojas Capitulares. Esse aspecto é mencionado porque nos primórdios dos rituais do escocesismo simbólico, a partir de 1804 na França, não existia divisão e nem elevação do Oriente, restringindo-se à elevação apenas ao sólio por três degraus. Com o advento das Lojas Capitulares, o Oriente, para atender à decoração do Capítulo, seria então elevado e demarcado. Com isso, o acesso ao Oriente se fazia por quatro degraus e para o sólio por mais três. Com o desaparecimento do sistema capitular que envolvia inclusive o simbolismo (vide essa história no primeiro e segundo quartel do século XIX no Grande Oriente da França), à moda latina, dentre outros, Oriente permaneceu elevado, entretanto divididos os sete degraus em um degrau para o Oriente, três para o sólio, dois para a mesa do Primeiro Vigilante e um para a do Segundo Vigilante – com isso permaneceria o número de sete degraus no templo, embora com a divisão comentada.

Quanto ao simbolismo do número sete ele se refere, principalmente por influência hebraica no escocesismo, aoshabat e o número alusivo à “Criação”. Essa criação em Maçonaria se reporta à arte da construção de um templo que o homem se propõe a fazer no seu interior, Templo esse comparado àquele dedicado à IAVÉ que ficaria conhecido na Bíblia como o Templo de Jerusalém e adotado mais tarde pela Maçonaria como a principal das suas alegorias – o Templo de Salomão.

Já sobre a representação simbólica de cada um desses desníveis (degraus) no Templo do escocesismo, os mesmos se adequam à interpretação das Sete Artes e Ciências Liberais da Antiguidade e que fora dividida em dois grupos por Boécio – os três primeiros como trivium e os quatro outros como quatrivium. Os três primeiros degraus, relativos ao Ocidente (trivium), referem-se à Gramática, Retórica e Lógica, enquanto os quatro outros (quatrivium), relacionados ao Oriente, referem-se à Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.

Essa expressão alegórica instituída no REAA.'. durante a evolução dos seus rituais se deu principalmente por conta da influência anglo-saxônica, já que as Sete Ciências e Artes Liberais tem sido de há muito tratada nas preleções do Craft e desenvolvidas por Willian Preston.

Assim, é essa a introdução para o aprendizado sobre a distribuição dos sete degraus em um Templo do REAA.'., matéria essa que infelizmente não tem sido bem observada por muitos rituais da atualidade, pois ainda, à moda capitular (extinta) e de outros ritos, alguns rituais escoceses apresentam quatro degraus para o Oriente, o que, em se tratando do escocesismo simbólico é um equívoco.

Quanto a um documento ritualístico específico sobre o caso ele se encontra bastante disperso e carece de um ordenamento de pesquisa. Acredito que com essa base que lhe passei o Irmão poderá perscrutar aspectos que envolvem essa alegoria. Existe muita coisa escrita, porém devo alertá-lo que nem tudo o que reluz é ouro.

Eram esses os comentários a respeito.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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