Em 15/06/2021 o Respeitável Irmão Sergio Luiz Carvalho, Loja Caratinga Livre, 0922, REAA, GOB-MG, Oriente de Caratinga, Estado de Minas Gerais, solicita esclarecimentos para o que segue:
ALTAR DOS PERFUMES
O Altar dos Perfumes, faz parte da planta do templo nos três Graus simbólicos, ao lado do Altar dos Juramentos. Qual a sua finalidade na loja simbólica nos Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, pois no ritual nada fala do mesmo, inclusive na disposição e Decoração do Templo, às fls. 14 do ritual de aprendiz. Solicitaria do Poderoso Irmão Grande Secretário de Ritualística do GOB, esclarecimento para apresentar no Tempo de Estudo, em Loja dia 08 de julho 2021.
CONSIDERAÇÕES:
A bem da verdade, o Altar dos Perfumes que permanece indevidamente nos rituais do simbolismo do REAA é um resquício de determinadas generalizações ritualísticas que para o bem da liturgia maçônica não deveriam acontecer.
Geralmente essas inserções são frutos colhidos da produção imaginária de alguns que não sabem o porquê das coisas, isto é, não sabem produzir uma justificativa convincente.
Uma dessas generalizações pode ser perfeitamente observada em determinados rituais contraditórios de Sagração de Templo (deveria ser consagração) que adotam práticas ritualísticas de vários ritos. O resultado disso é uma mistura de práticas que dão origem a paradoxos.
Assim é que ocorreu na ideia de se fazer um só ritual de sagração de templo para todos os ritos, o que fatalmente trouxe uma mistura de práticas de vários costumes num mesmo ritual – um exemplo disso é o Altar dos Perfumes utilizado para a prática “generalizada” de incensar o ambiente, independente do rito, no ato da inauguração do espaço. É bom que se diga que muitos ritos não adotam a prática de incensar o Templo.
Dados a esses “imbróglios” ritualísticos é que indevidamente esse altar acabou permanecendo indevidamente como parte do mobiliário das lojas simbólicas do REAA.
Outra provável origem dessa indevida inserção vem de rituais ultrapassados e enxertados com práticas de outros ritos como o caso do de acender incenso durante os trabalhos ou, quando não, manter uma vela acesa sobre esse altar. Destaco que no REAA não existe nenhuma luz litúrgica que fique acesa sobre o Altar dos Perfumes, assim como não existe nenhuma incensação do ambiente, antes, durante e nem depois dos trabalhos nos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre no REAA.
Há ainda a questão do “achismo” - a ciência dos que “acham - que o espaço de trabalho maçônico, comumente conhecido na maçonaria latina como templo, é uma cópia do primeiro Templo de Jerusalém, o que não é verdade. Desse modo, embasados no imaginário, alguns “acharam”, para o bem do “achismo”, de deixar no ritual um Altar dos Perfumes que ao final não serve para nada na ritualística do simbolismo do REAA.
Com o passar do tempo coisas estranhas à determinados ritos acabariam por eles genericamente se espalhando como verdadeiras pragas de ervas daninhas. O tal de copiar, sem nenhum critério, práticas de rituais antigos, mas não autênticos, por muito tempo se consagrou na maçonaria brasileira. Nesse caso pode-se citar esse Altar que só é utilizado na inauguração do espaço.
Como infelizmente muitos maçons não ainda compreenderam que o espaço de trabalho (templo) é uma oficia estilizada que relembra os nossos ancestrais operativos da Idade Média, esse mobiliário então tem servido para atender a toda a sorte de imaginação, achismos e enxertos de práticas ritualísticas inexistentes no REAA.
Ao concluir, observo que esse altar nem mesmo é mencionado no Sistema de Orientação Ritualística do GOB-RITUALÍSTICA, isto é, por certo será extirpado quando da edição de novos rituais do REAA. Enquanto ele existir nos rituais, serve apenas como um elemento decorativo que ali é colocado só para tomar espaço. Reitero: não existe nenhuma prática litúrgica que ocupe o Altar dos Perfumes no simbolismo do REAA.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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