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quinta-feira, 3 de junho de 2021

A MAÇONARIA NO SÉCULO XXI

A MAÇONARIA NO SÉCULO XXI

A história da maçonaria pode se dividida em dois períodos distintos: o primeiro, operativo, quando a instituição desempenhava, basicamente, atividades ligadas à arte da construção no período medieval; o segundo, especulativo, quando a arte de construir já não era mais um critério para participar da instituição e foram admitidos indivíduos originários de outros espaços sociais. Esse momento especulativo é consolidado no início do século XVIII, na Inglaterra, com a publicação de regulamentos que constituirão o que vem sendo chamado de “movimento maçônico regular”.

A chegada da Maçonaria ao Brasil, no final do século XVIII, pode ser entendida como um dos sinais do processo de modernização do país, pois a instituição foi o mais importante espaço de divulgação do ideário moderno (mesmo que mesclado com um ideário tradicional) e conseguiu atrair uma parcela significativa da elite para dialogar, à sua maneira, com esse ideário iluminista emergente no período.

A atividade maçônica formou, a partir do início do século XIX, uma rede de Lojas por todo o território brasileiro e organizou o que, provavelmente, foi a primeira atuação política articulada (nacional e internacionalmente) de uma instituição civil de que temos notícia no nosso país, funcionando como uma espécie de arena para discussões voltadas ao processo de modernização, tais como: a independência, o abolicionismo, a abdicação de Dom Pedro I, a questão religiosa, a separação da Igreja do Estado, o movimento republicano e outros menos comentados.

O ambiente maçônico é um lugar que privilegia discussões filosóficas, atividades filantrópicas, debates sobre a realidade sócio-econômica e cultural. Ao mesmo tempo, a Maçonaria é uma instituição secreta e iniciática, conseqüentemente, aristocrática, na qual só participam homens (pelo menos no “movimento maçônico regular”), alfabetizados, sem defeitos físicos, maiores de idade e com nível de renda suficiente para assumirem os custos da filiação à instituição; instituição na qual a hierarquia está presente em todos os seus procedimentos, desde a estratificação em graus iniciáticos, até os vários níveis de luto quando da morte de seus integrantes.

Ao longo do século XX o adensamento da sociedade civil e a conseqüentemente emergência de novos atores no espaço público fez com que a Maçonaria perdesse aquele protagonismo identificado no século XIX. Embora não possamos desenvolver esse tema neste momento, é importante frisar que existem alguns indícios importantes que apontam para uma participação efetiva da instituição nesse século que se inicia, pois a organização está presente em todos os Estados da Federação, em todas as capitais e principais cidades do país. Além disso, estima-se que somente o Grande Oriente do Brasil (uma das federações maçônicas brasileiras) abrigue em torno de 100 mil maçons.

A Maçonaria não tem feito um percurso linear ao longo da história. Nos três séculos de sua existência, viveu muitos momentos de glória, bem como situações extremamente difíceis, como aconteceu nas perseguições de nazistas e comunistas. Em todos esses momentos, os “filhos da viúva” mostraram grande poder de reinventar suas próprias tradições para continuar seu caminho.

Resta saber se essa força e capacidade continuaram a caracterizar a instituição neste século que se inicia.

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br

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