Ir∴ Ivo Reinaldo Christ
Ouvimos com frequência que somos "eternos Aprendizes" da Arte Real. Poucas vezes nos debruçamos sobre este adágio de grande significado para penetrar em seus meandros e descobrir suas nuanças que deveriam se refletir sobre nossa vida de Obreiro. Ser aprendiz corresponde a um imperativo da alma humana e da sociedade. Vivemos numa época de decadência de costumes e de crises de personalidades. Se não nos aplicarmos como "eternos aprendizes" não só da vida maçônica, como também de tudo que a sociedade atual nos proporciona em tecnologia, artes, ciências e teorias filosóficas, políticas ficaremos a margem da estrada de tudo que a Ordem nos oferece tanto sobre as viagens da Iniciação, como sobre os Instrumentos de Trabalho dos quais tomamos conhecimento na Elevação e da instrução que Salomão ministra a seu arquiteto preferido Hiram, na Exaltação.
Se não nos sentirmos "eternos aprendizes" nossa carreira maçônica está fadada ao fracasso, embora como profanos fossemos "livres e de bons costumes", mas como maçons não conseguiremos colocar em primeiro lugar os interesses e a importância da Ordem em nossa vida.
Sabemos que os homens que arquitetaram as hostes maçônicas costumavam reunir-se em tavernas ou cervejarias, que eram centros de comunidade onde podiam beber, conversar, jogar, jantar e divertir-se. Nestes locais estabeleciam relações sociais e discutiam-se os problemas do dia-a-dia. Como eram da corporação de pedreiros existiam entre eles três categorias distintas conforme o grau de aprendizado. Os que começavam, aprendizes, aptos e dispostos a aprender o ofício. Os Companheiros, já com o aprendizado todo incorporado, e que deram provas de sua habilidade conquistando assim um lugar no ápice da corporação. Os Mestres que zelavam pela administração da entidade. A finalidade principal da corporação de pedreiros ia muito além de simplesmente construir prédios, palácios, igrejas, mas envolviam-se com os princípios das "sociedades para a reforma da conduta".
Queremos ser "eternos aprendizes" e temos um ideal de "construir Templos à virtude e cavar masmorras aos vícios". Muitos são os maçons que aspiram ao grau de perfeição, não por curiosidade ou vaidade, mas pelo estudo, compreensão da beleza de nossos ensinamentos.
Os nossos rituais colocam em nossas mãos a forma de crescermos espiritualmente. A nossa capacidade de adesão aos postulados da Sublime Ordem nos impulsionam a seguir no caminho que verdadeiramente nos torna maçons, para desfrutarmos por inteiro da amizade sincera e desinteressada, da prática da fraternidade com o coração e nos encantarmos com a beleza do conhecimento da sabedoria da Ordem.
Como "eternos aprendizes" conseguiremos entender nossos princípios e crescer como cidadãos, como profissionais e como chefes de família. "Construir Templos à Virtude" é empenhar-se em reconduzir os homens na trilha dos princípios éticos e morais abandonados.
Nós maçons somos iniciados e já assistimos a uma série de Iniciações. Somos cientes que depois de iniciado o candidato não é só receber os cumprimentos de ter-se tornado Aprendiz Maçom. Depois da iniciação começam dois trabalhos. O dos Mestres em instruir os recém-iniciados na sublimidade da sabedoria maçônica de forma didática, eficiente e construtiva para burilar um Maçom persistente e eficaz. Este trabalho de levar os ensinamentos ao Iniciado é tarefa de todos, principalmente do padrinho e do 1° Vigilante. Vão transmitir os ideais maçônicos a um homem culto e respeitado na comunidade. O do Neófito em receber os ensinamentos contidos no Ritual e inteirar-se nas primeiras instruções que são essenciais para o esclarecimento correto e uma aprendizagem tranquila e transformadora do homem profano em homem maçom.
Somos "eternos aprendizes" tanto para ensinar como para aprender. A responsabilidade do progresso da Oficina é nossa, de cada um. Ser maçom além de ser uma honra é também uma imensa responsabilidade. A sensação de insegurança não pode invadir o nosso íntimo. Tal não acontecerá se colocarmos em primeiro lugar os valores que a Maçonaria preconiza. O nosso encontro semanal, se realmente somos "eternos aprendizes", começa com um enorme sorriso estampado em nossa face que traduz a alegria de sermos maçons, irmãos e amigos, ou seja, "eternos aprendizes".
Fonte: JBNews - Informativo nº 275 - 30.05.2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário