Por “Godofredo” *
Introdução
A realização deste trabalho é para mim como um desafio e uma aventura. Confesso que não é fácil a um profano como eu, estar a dissertar sobre a maçonaria, pois sou um mero “observador”. É quase como que um telespectador estar a opinar sobre um determinado programa, sem ter noção de quantas pessoas foram necessárias para o realizar, quais as suas tarefas, que pesquisas fizeram, a quantas reuniões assistiram, que material foi posto de lado, etc… Assim, este trabalho resulta de leituras feitas por aqui e acolá, de troca de opiniões efectuadas sobre os mais diversos assuntos, entre variadas pessoas e, naturalmente, de uma determinada opinião que se formou dentro de mim em relação ao tema em questão, opinião essa que não é estática, e que ir-se-á modificando com novas trocas de opiniões, pois é na troca de ideias e opiniões, que se elabora melhor o fenómeno de aculturação e enriquecimento de saberes. É como aquela história de dois indivíduos (com 2 euros cada) que, ao trocarem entre eles os seus euros, ambos continuarão a possuir dois euros, porém, se entre eles trocarem ideias (duas igualmente para cada um), no final, ambos ficarão com quatro ideias….
A minha actividade profissional no campo do ensino/educação, conduziu em grande parte, esta minha exposição sobre o tema em questão. Tentei não me alhear desse aspecto, mas por mais voltas que desse ao pensamento, acabava sempre por “dar de caras” com esse importante facto, que pessoalmente, se tornou no meu “campo de batalha” há já uns anos.
Não queria deixar de referir que me foi igualmente difícil, e mesmo quase impossível, indicar as fontes de pesquisa. A maior parte das ideias foram-se consolidando através de leituras efectuadas na Internet, como tal, e para quem está familiarizado, sabe que é uma rapidez com se se “saltam” de sites para sites, como se passam de uns links para outros, e como se torna difícil tentar descobrir “aquele site, aquela página que foi lida há uns tempos atrás”, mas que já não nos lembramos em que sítio foi, bem como daquele texto, parágrafo ou frase, que temos a certeza que o lemos, mas não nos lembramos em que livro foi, ou se o livro é nosso, ou se foi emprestado, ou se foi lido de “fugida” numa biblioteca ou livraria.
Maçonaria e a Sociedade do século XXI
Actualmente, com a crescente divulgação de livros e com a Internet, pode-se ler muitas coisas sobre a Maçonaria, sobre os ritos, sobre as obediências, sobre a regularidade. Algumas ideias que se possam retirar sobre essas leituras é que a Maçonaria, entre muitas coisas, é uma instituição discreta, com a finalidade de transmitir “segredos”, de edificação de Templos (interiores e/ou exteriores), uma instituição Fraterna, de Tolerância, Respeito, Liberdade, uma instituição iniciática, Universal, de Harmonia….os adjectivos e palavras nobres do nosso vocabulário não chegariam para enaltecê-la…. De tanta leitura, troca de ideias, informações (e também “contra-informações – pois também há “movimentos anti-maçónicos), pode surgir uma dúvida: então e o que são os Maçons? Será que os Maçons estão todos à altura de enaltecer a sua “instituição”? Claro que não estão! Sabem–no os profanos e sabem-no melhor ainda muitos maçons! [1] Infelizmente há sempre excepções e, não desviando o assunto para outros temas, a prova disso é que se criaram inúmeras “formas” de Maçonaria. Uns chamam-lhes regulares, outros, selvagens… uns adoptaram uns ritos, outros criaram ritos mais “personalizados”…. uns procuram determinados adeptos…. outros criaram “novas” formas de maçonaria… mais “tradicionais” e respeitadoras das “origens”… De todas estas “maçonarias”, de entre tantos irmãos, cunhados, primos e sobrinhos, verifica-se com pena, que afinal, não há assim tanta tolerância e fraternidade entre os maçons, como seria desejável!
Ao longo da história da Maçonaria, muita coisa se modificou, donde igualmente também se pode concluir que muitas outras se irão efectuar. Então a questão, e tema deste trabalho é: Qual será o papel da Maçonaria na sociedade do séc. XXI?
Não é necessário ser um “profeta” para constatar que a sociedade mundial se modificou muito nas últimas décadas, principalmente no pós 2ª Guerra Mundial e quais serão as tendências, ou o caminho, para o qual ela se desloca. Tentando não ir por caminhos demasiado economicistas, nem que haja uma dispersão sobre determinados temas, focalizemos a atenção em determinadas tendências ou “previsões,” apenas em determinados aspectos que, com o decorrer da leitura, ficarão melhor esclarecidos.
Ninguém que elabore um pensamento crítico sobre o mundo em que vivemos, duvida que cada vez mais “somos” uma sociedade de informação. É a informação (crescente) que é o principal motor de desenvolvimento, pois fornece à indústria os requisitos necessários à produção. No fundo, não é nada de novo. É apenas uma outra forma daquilo que já tinha acontecido, há talvez uns duzentos anos, com a subtil e gradual evolução duma sociedade agrária para uma sociedade industrial. Apenas que pela rapidez com que se tem verificado, torna-se mais difícil de aceitar. Também se torna difícil de aceitar porque apela a uma grande capacidade de tentar prever o futuro que, em oposição ao “progresso” anterior, se construía com fundamento nos ensinamentos do passado. Mas com a divulgação e crescente aparecimento de novas formas de informação, novos problemas colocam-se no futuro e mesmo já: a informação é tanta, que se não for devidamente assimilada, “digerida” e interpretada, deixará de constituir recurso para produção, e tornar-se-á numa forma de poluição…. muito nociva. Com isto, assiste-se a uma sociedade global de paradoxos. A maioria dos humanos tem cada vez mais dificuldade em entender o mundo e a sua evolução, apesar de serem cada vez mais as informações que lhe dizem respeito e, de diminuir consideravelmente o tempo respeitante entre um determinado acontecimento e a divulgação desse mesmo acontecimento.
A crescente influência e dependência dos jovens, e não só, em relação aos programas televisivos, aos jogos de computadores e consolas, e à Internet, transformam aos poucos, mas aceleradamente, as sociedades em pessoas cada vez mais sedentárias, menos gregárias e menos pensativas, pois o vazio de conteúdos mostrados pelos mass-média é cada vez mais crescente….e as pessoas aparentam gostar desse vazio e consequentemente, cada vez lhes “vendem” mais desse ópio, desse vazio. O poder dos meios de comunicação e de informação é tal, que cada vez mais os povos “acreditam” no que lhes é apresentado, sem meios para discernir o que é real e o que é “fabricado”, sem meios de discernir as palavras utilizadas nesses meios de comunicação. A título de exemplo e numa época onde tanto se fala em terrorismo, outros chamam-no de “guerreiros da liberdade”, criminosos e vítimas são tratados quase como iguais, a corrupção, as falcatruas, mesmo a níveis elevados da sociedade e da política, já não surpreendem nem chocam ninguém, tornou-se uma coisa banal, tal como assistir a situações de miséria e fome extremas, a mortandades, sejam elas por desastres naturais ou por origem humana.
Há imensos paradoxos na actualidade! Um deles é a crescente “falta de tempo” que dispomos! Cada vez a esperança média de vida é maior, cada vez o progresso e o desenvolvimento tecnológico, nos “poupa” horas e horas de tarefas que antes nos absorviam e, seria portanto lógico que estivéssemos hoje mais disponíveis que os nossos antepassados, mas a verdade é que não estamos!
Um outro aspecto “profético” é a tendência cada vez maior para as mulheres se sobressaírem. Por motivos ainda pouco estudados, mas que se verificam no dia-a-dia, as mulheres são (ou estão) mais perseverantes que os homens…. há mais abandono escolar no lado masculino que no feminino….há mais mendigos homens que mulheres…. A sociedade industrial levou as mulheres a ingressarem no mercado de trabalho, a adquirem os mesmos direitos que os homens. Assiste-se um pouco por todo o mundo a um crescente protagonismo das mulheres, seja ao nível da política (primeiros-ministros, presidentes….), seja ao nível das empresas, das finanças, da publicidade, e seja ao nível do ensino, onde já eram maioritárias (pelo menos na “base da pirâmide”) e onde actualmente são mesmo maioritárias como alunas. Como consequência, serão elas, maioritariamente, que irão possuir os conhecimentos necessários a progredir…. e hão-de consegui-lo! Actualmente a mulher é uma lutadora, tal como o homem. As mulheres da actualidade (abstraindo a parte fisiológica, o “invólucro”), nada têm a ver com a mulher da antiguidade, nem mesmo nada a ver com a do século XIX. Já não são apenas as donas de casa, as esposas submissas, as “cabeças fúteis”, as “apenas mães”. São seres maravilhosos, bem formadas, educadas, cheias de vontade de se enriquecerem espiritualmente, com carreiras de sucesso, com muito para partilhar e com um sentido estético e espiritual ímpar.
Ora o que tudo isto tem a ver com a Maçonaria? Imenso. Pois as lutas que os nossos antepassados, tenham sido eles portugueses ou de outras nacionalidades (muitos deles maçons), elaboraram no passado pela conquista de direitos humanos, pela libertação de povos, contra a opressão e tirania, pelas artes e pelas ciências… todo esse esforço não terminou. Cabe agora uma outra forma de luta, contra os males da nossa sociedade. É aqui que a Maçonaria tem um papel a desempenhar.
Toda a história da Humanidade, tal como no Cosmos, é feita de ciclos. Apesar de certas evoluções, há aspectos que se repetem, mais ou menos espaçados: guerras / paz, abundância / escassez, tolerância / egoísmo, liberdade / tirania, épocas de Luz / épocas de obscurantismo…. Citando Paulo A. Loução: Esta trindade de economia-sexo-tecnologia vigora hoje em dia com toda a força, eleando o ser humano num caleidoscópio alucinante idêntico à caverna de Platão. Esta civilização do vazio está a desintegrar-se de ano para ano dando origem a uma nova “Idade Média” que, por sua vez, dará lugar, pela ordem natural da vida, a uma nova civilização. É um ciclo omnipresente na história da humanidade.(…)Nesta nova Idade Média (…) com a insegurança, física e psicológica, a crescer de ano para ano, emergem novos bárbaros e podemos ver nos condomínios fechados o prelúdio de “novos castelos”, para além dos “senhores feudais” das multinacionais que já começam a ter mais poder do que os próprios estados (…).
Consegue-se ler igualmente pela Internet, que várias Lojas Maçónicas espalhadas pelo mundo, têm vindo a perder candidatos. Cada vez é menos atractiva aos jovens (entenda-se jovens adultos) e, por outro lado estão a tornar-se, tal como nas sociedades mais desenvolvidas, envelhecidas. Ora o que é que a Maçonaria pode então oferecer aos cidadãos, que estes não encontrem noutro lugar? Atrás foi referido que a Maçonaria era Universal e Fraternal, mas o escutismo também o é. A Maçonaria age para bem das populações, mas as várias religiões também proclamam o mesmo, até alguns “clubes” do tipo Lions ou Rotary! Possivelmente o que diferencia a Maçonaria de tantas organizações espalhadas por este mundo, é as suas tradições esotéricas, a sua filosofia (se assim se pode chamar), o seu modo de ensinar através de símbolos. E, o melhor modo de ensinar a simbologia deverá ser através de rituais, de secretismos, de mistérios.
Será então este o grande segredo da Maçonaria? Porque será que possui tanto secretismo e mistério? Uma leitura atenta a várias obras de Fernando Pessoa, fornece-nos algumas pistas e, em relação aos mistérios e símbolos diz-nos [2] que o sigilo em relação aos mistérios é necessário por três razões: por motivos sociais, pois essas verdades eram inadequadas para a comunicação a qualquer homem, a menos que ele estivesse de algum modo preparado para as receber e que além disso teriam resultados desastrosos se fossem divulgados, pois seriam necessariamente mal compreendidas; a segunda razão, de ordem filosófica, pois que em si próprias, essas verdades não eram de um género que o homem pudesse compreender e que daí, se lhe fossem inutilmente comunicadas, resultariam confusão mental e desequilíbrio no seu comportamento (a tal forma de poluição nociva, que referi anteriormente); a terceira razão, de ordem espiritual, pois por serem verdades da vida interior, essas verdades não deviam ser comunicadas, mas apenas sugeridas, e que a sugestão devia ser impressionante, rodeada de secretismo, para que pudesse ser sentida como valiosa, com um ritual, para que pudesse impressionar e surpreender com símbolos, para que o candidato fosse forçado a descobrir a sua própria via, lutando para interpretar os símbolos, em vez de se julgar já sabedor de tudo se a comunicação tivesse sido feita por ensinamento dogmático ou filosófico. Diz-nos ainda, dum modo mais claro: «Primeiro sentir os símbolos, sentir que os símbolos têm vida ou alma – que os símbolos são gente. Mais tarde virá a interpretação, mas sem esse sentimento a interpretação não vem. Os rituais, entre outros fins, têm o de fazer sentir ao iniciado, pela solenidade e o deslumbramento, a vida dos símbolos que lhe comunicam».
É precisamente com a simbologia (mas não só) que a Maçonaria e os Maçons conseguem edificar Templos, desbastando e burilando a Pedra bruta que há em nós. Mas para esse trabalho é necessário e indispensável que cada um de nós o deseje. Mais ainda, para esse trabalho a Maçonaria recorre a determinadas ferramentas, também elas simbólicas, como não podia deixar de ser: malhetes e cinzel, esquadros e compassos. Estas ferramentas não devem apenas existir materialmente nas Lojas, como simbólicas que são, deve cada um de nós de as trazer sempre consigo e, utilizá-las.
Anteriormente fez-se alusão a várias formas de maçonaria, a irmãos, primos, cunhados e sobrinhos, ora tudo isto é família. Tal como em família há por vezes desavenças e mesmo alguns atritos, na Maçonaria é natural que também os haja, mas é este outro aspecto único da Maçonaria: é uma grande família Universal. A Fraternidade e ajuda entre maçons é (penso eu) coisa única, que não é muito vulgar noutras organizações, os Landmarks afirmam-no “Os Maçons devem-se, mutuamente, ajuda e protecção fraternal , mesmo no fim da sua vida. Praticam a arte de conservar em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio, indispensáveis a um perfeito controle de si próprio [3]”. Fez-se igualmente referência a vários problemas e tendências que se deparam ao Homem das sociedades actuais: há muitos mais dos que os focados, há cada vez mais fanatismo, intolerância religiosa, excesso de população, miséria, fomes, degradação do meio ambiente, má gestão dos recursos naturais….e, se procuramos uma causa comum a todos estes males, possivelmente encontramos uma razão que sobressai em relação a outras possibilidades: a ignorância.
Com estes factos presentes, poder-se-á então imaginar as relações que eventualmente haverá entre a Maçonaria e a sociedade do século XXI.
Tentando fazer um resumo e conclusão do que foi expresso, parece inevitável que a Maçonaria terá de se preocupar mais com a Educação, numa ajuda às famílias e às Escolas, para combater a ignorância! É aqui que novos lutadores necessitam de combater. Não com armas nem em batalhas convencionais e sangrentas, mas com o conhecimento, com o coração, com o espírito: a mente espiritual, o Ego imortal, este é o guerreiro necessário nesta batalha – o quinto elemento, que nos conduzirá ao Quinto Império. Para isso, parece quase inevitável que a Maçonaria tenha de abrir as portas ao elemento feminino e acolher finalmente a mulher no seu seio.
Desde tempos muito remotos que a simbologia do Sol e da Lua está presente em inúmeras manifestações de arte: sempre os dois elementos! São duas energias indispensáveis para que o processo espiritual alquímico possa realizar-se. Caso contrário, há desequilíbrio [4]. Já o psicólogo Jung, demonstrou que em cada um de nós existe uma parte do sexo oposto (a anima e o animus). Sendo então a Maçonaria uma via Iniciática, na progressão de cada Maçon, nas sucessivas mortes e ressurreições, acabar-se-á por atingir o que os alquimistas apelidavam de rubedo, podendo-se então despertar o fogo sagrado, que harmoniza o animus e a anima, criando o Ego espiritual. Como poderá então a Maçonaria excluir a mulher das suas Lojas? Mesmo as Landmarks (pelo que é mostrado pela literatura aos profanos) não referem que a maçonaria é única e exclusivamente masculina, mesmo quando se lê «A Maçonaria é uma ordem , à qual não podem pertencer senão homens livres e de bons costumes, que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz», supõe-se que a palavra homens se refere a Homens e não apenas no sentido de masculinidade.
Para que cada ser humano consiga edificar o seu Templo e burilar a Pedra bruta, para além de se tornar evidente a abertura da maçonaria ao sexo feminino, tornar-se-á evidente que a maçonaria terá igualmente de crescer, de aumentar os seus efectivos, de não se tornar envelhecida. No seio da família maçónica, no meio de irmãos (e irmãs), o Homem, deixará de estar “dependente” dos meios de comunicação e dos “novos senhores feudais”, terá mais tempo para reflectir, de partilhar opiniões, de se enriquecer, deixará de caminhar para um estado “vegetativo e meramente consumista”. Para este crescimento de irmãos o processo de selecção terá eventualmente de ser revisto. Talvez um crescimento de organizações para-maçónicas para jovens de ambos os sexos, possa servir para uma futura selecção de potenciais e verdadeiros Maçons e, contribuir para um aumento mais qualitativo e célere.
Para além destes aspectos, e sempre numa linha de pensamento, que o aumento de Maçons conduzirá inevitavelmente a uma maior quantidade de “bons” cidadãos e, consequentemente, a uma melhoria da sociedade mundial, parece lógico que a Maçonaria necessita igualmente de se dar mais a conhecer. Para isso torna-se necessário que figuras “mediaticamente” aceites, que se assumam publicamente como Maçons, intervenham na sociedade em obras ligadas à educação, ao meio ambiente, ao combate a muitos males da nossa sociedade, procurando nessas intervenções, alhear-se sempre de aspectos ligados a fins lucrativos e, principalmente, políticos e religiosos.
Notas
[1] Alusão à prancha “Sois Maçon?” Autor desconhecido – Loja Camelot nº 50 – G.·.L.·.R.·.P.·./GLLP (www.camelotsite.info).
[2] In Mensagem
Bibliografia:
CASTILLO, SANTANA. (1999). Manifesto para a Educação em Portugal. Ed.1ª. Texto Editora, Lisboa.
LOUÇÃO, PAULO ALEXANDRE. (2001). Portugal Terra de Mistérios. Ed. 3ª. Ésquilo, Lisboa.
* “Godofredo” é o nome de um profano ligado à área de educação em Portugal. O uso de um “nom de plume” demonstra que ainda existem preocupações com eventuais retaliações contra a maçonaria.
Artigo publicado no excelente blog português FREEMASON.PT
Fonte: https://bibliot3ca.com
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