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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quinta-feira, 31 de julho de 2025

FRASES ILUSTRADAS

SAUDANDO UM IRMÃO - CUMPRIMENTOS E ELOGIOS

Em 02.01.2025 o Respeitável Irmão Fabio Lobato de Campos Oliveira, Loja Acácia de Hiram, 3865, REAA, GOB MINAS, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, apresenta o que segue:

CUMPRIMENTOS E ELOGIOS

Venho recorrer ao valoroso Ir para esclarecer mais uma dúvida

Questiono: Quando citado e estando presente um irmão, seja ele de qualquer faixa de tratamento, deve ele fazer saudação pelo sinal? Tentando ser mais claro objetivo e citando exemplo: Um irmão quer parabenizar um outro pela apresentação no tempo de estudos.

Lembrando que se estiver de pé esse Irmão estará provavelmente à Ordem, e diz: gostaria de parabenizar ao irmão XXXX pela apresentação de tão bela peça arquitetônica. Deve o irmão homenageado fazer o Sinal de Saudação? Ou apenas se mantém sentado sem nada se fazer?

CONSIDERAÇÕES: 

Qualquer Irmão presente que receba um cumprimento, ou um elogio, etc., o mais apropriando, em nome da discrição, é permanecer como está, ou seja, sem retribuição com gestos, em muito menos retribuir fazendo o sinal do Grau.

Ritualisticamente, não existe nenhuma forma prevista de agradecimento para essas ocasiões.

Em última análise, elogios e cumprimentos são proferidos no período da Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, devendo para tal ser de conteúdo breve e isento de lirismos.

No caso do Tempo de Estudos, nesse período não está previsto no ritual nenhum momento para cumprimentos e saudações dirigias à apresentação de trabalhos.

Em algumas circunstancias, no Tempo de Estudos, se o Venerável Mestre achar conveniente, ele pode deixar a palavra livre para debates e arguições sobre o trabalho apresentado, mas isso não inclui cumprimentos, elogios e aplausos.

Responder elogios estendendo o braço direito estendido para a frente, como se vê de vez em quando, não é recomendável, pois este gesto é consagrado como manifestação de “aprovação” nas votações nominais, o que poderia dar a entender que alguém, em um ato de vaidade, estivesse aprovando um elogio para si mesmo. A boa geometria nos ensina a fazer menos barulho possível.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
Jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

ADÃES BERMUDES


Adães Bermudes (Porto, 1864 — Sintra, 1948) nunca aceitou condecorações por ser Maçom. Tem uma rua com o seu nome na freguesia de Marvila, em Lisboa e num largo de Paiões, Freguesia de Rio de Mouro, precisamente no local onde ele tinha uma residência.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

MEU AVENTAL DE APRENDIZ

Ir∴ Edson Oliveira dos Santos Membro da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e artes.

Venerável! Se eu morrer de um súbito mal Vende meus livros, a bem de meus credores, Minha gravata e demais valores,
Inclusive meu Balandrau.

Dê destino à venda que me cegou profundo No dia de tanta emoção,
Onde naquela Câmara escura
De Reflexão, passei a enxergar o mundo.

Vende essa Jóia que ganhei e me ufano! 
No dia de minha Iniciação.
E aquele terno quase novo da minha Sagração 
Quando deixei de ser Profano.

Vende, além das medalhas, do Chapéu, 
Meus chinelos. Sem ruído.
Para que eu possa entrar no céu. 
E, se entrar.

Mas poupa o meu AVENTAL 
Pelo qual me tornei APRENDIZ,
Polindo a Pedra Bruta até chegar ao verniz 
Na minha caminhada iniciática universal.

Venda também meu caderno de Ritual 
Que era meu humílimo tesouro.
Mas, por favor! Ainda que ofereça ouro, 
Não venda meu AVENTAL.

Quanta vez esse AVENTAL afugenta 
Meus fantasmas de dúvida e alegoria. 
E foi minha rústica vestimenta,
Na Senda da Sabedoria.

Mesmo surrado e roto. 
Mas, é puro plasma!
Se eu morrer, quem o levar consigo,
Há de levar comigo o meu fantasma.

Deixe-o morrer também, quando eu me for, 
Deixe-o calar na quietude extrema.
À espera do último poema 
Na infinitude de minha dor.

Conserve-o Venerável, pois esta é a minha sina. 
Conservando os meus íntimos instantes,
E, nas noites de Sessões, não se espante, 
Caso eu apareça de AVENTAL na Oficina.

Fonte: JBNews - Informativo nº 277 - 01.06.2011

quarta-feira, 30 de julho de 2025

FRASES ILUSTRADAS

RITUAL 2024 REAA - INGRESSO E SAÍDA DO TEMPLO

Em 02.01.2025 o Respeitável Irmão Fabio Lobato de Campos Oliveira, Loja Acácia de Hiram, 3865, REAA, GOB MINAS, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, apresenta o que segue: 

INGRESSO NO TEMPLO

Venho recorrer ao valoroso Ir para esclarecer umas pequenas dúvidas, segue trecho do Ritual de 2024:

“(Sem Sin de Ordem a marcha terá início com todos entrando em silêncio e ocupando cada qual, o seu lugar e se conservando em pé; O M de CCeraguarda na entrada do Templo para conduzir o Ven Mestre ao Altar)”.

Questionamento: o M de CCer deve ficar anunciando: Atenção IIr para a entrada dos VVig, atenção IIr para a entrada do Ven Mestre?

Outro questionamento:

O que consta no Ritual de 2024: “(Havendo somente Cobr Int - com a espada em ombro-arma, ele sairá do Templo, fará a verificação e, ao retorno, baterá com o punho da espada na porta pelo lado de dentro dizendo:)”

Pergunto-vos: bate apenas uma vez? Ou a bateria do Grau?

Por fim, ao final da sessão ordinária, consta no ritual: “(A saída será feita em Ordem inversa à da entrada. O M de CCer, do seu lugar, dirige a saída)”. Como é esta direção? Anunciando: por favor atenção à saída do Ven Mestre, agora os VVig e assim por diante?

Desde já vos agradeço.

CONSIDERAÇÕES:

1 - Sem excessos de preciosismo, basta que o M de CCer oriente a entrada dizendo: Aprendizes, Companheiros, Mestres sem cargo, Oficiais, Irmãos Vigilantes, Mestres Instalados, etc. Nessa ordem, o M de CCer não precisa chamar a atenção para os demais para o ingresso de outros. Quanto mais simples, sem firulas, é o mais apropriado na Maçonaria. 

2 - Depois da verificação o Cobr∴ Int∴ "sempre" dá na porta a bateria do grau em que a Loja estiver em processo de abertura.

3 - Basta que o M de CCer diga: "retiremo-nos na ordem inversa da entrada. A Loja já está fechada, portanto todos saem sem circulação. Os últimos a saírem são os CCobr e o M de CCer.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 105 - Palavra final do Ir.'. Orador

No R.'.E.'.A.'.A.'. após a “palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular” ter percorrido as Colunas e o Oriente, a mesma é passada ao Irmão Orador para apresentar suas conclusões no encerramento das discussões e do decorrido da Loja, de modo geral, sob o ponto de vista legal, qualquer que tenha sido a matéria. Confirmando que a Loja transcorreu de modo justo e perfeito e, desse modo, estando tudo de acordo com os princípios e leis da Maçonaria, obediente aos Rituais, a Loja poderá ser fechada.

Infelizmente, é comum na ocasião descrita acima, no empenho de mostrar sua competência, o Orador divagar sobre o tema apresentado no Tempo de Estudos, ou tomar partido sobre o mesmo, ou, que é pior ainda, apresentar um outro Trabalho sobre o mesmo tema.

Na minha opinião, isso ele pode fazer, quando a palavra estiver no Oriente, e ele se comportar como um obreiro comum. Pedirá a palavra ao Venerável Mestre, do mesmo modo que fazem os demais, e exporá sua opinião, como obreiro da Loja.

Repetindo para ficar claro, ao Irmão Orador cabe, ao final da Loja, dar as suas conclusões legais, ou seja, do ponto de vista legal, mesmo porque ele é o digno representante do Ministério Público Maçônico.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

PORQUE SE VAI À LOJA

A pergunta sobre as razões porque os maçons vão à Loja, gastando tempo que, não fora essa utilização, dedicariam à sua família, ao lazer ou a outras actividades a que se dediquem, tem tantas respostas quantos os maçons. Em boa verdade, cada um tem as suas razões para ir à Loja.

Uns vão em busca do conhecimento, dos ensinamentos que a Maçonaria proporciona.

Outros buscam o convívio, rever os seus Irmãos, com eles estar e partilhar um ágape, em amena cavaqueira.

Outros ainda procuram na Loja a estrutura que corresponde aos seus anseios de serem úteis à Sociedade e aos seus semelhantes, utilizando a Loja como meio de enquadramento da sua vontade de devolver à Sociedade um pouco do que esta lhes proporciona.

Também há os que vão à Loja simplesmente cumprir o seu dever de maçons, assegurar o cumprimento das obrigações que assumiram, efectuar as tarefas cuja execução assumiram.

Há também aqueles que, na Loja, no seu espaço, nos seus símbolos, no seu ritual, encontram espaços e tempos de comunhão com o Divino, com o Transcendente.

E existem também aqueles que anseiam por uns momentos de simples e pacata Paz, que procuram a companhia de seus Irmãos e a sua estada no espaço do Templo com confiança, encontrando um oásis de segurança e comunhão, que os compensam das agruras, dos desafios, da tensão da sua vida do dia a dia.

E outros buscarão coisas e estados e espaços diferentes.

O que a Loja tem afinal, de extraordinário é uma infinita capacidade de proporcionar a cada um o porto de abrigo, o espaço de segurança, o caminho de busca, o tempo de convívio, a estrutura de actividade ou contemplação ou investigação ou busca que cada um necessita.

O que, no fundo, a Loja é, é um espaço de suprema Liberdade e Tolerância, em que cada um pode realizar-se e deixar os outros realizar-se, cada um à sua maneira e segundo as suas características e necessidades. É um espaço de cooperação, em que cada um contribui para a realização e melhoria dos outros, beneficiando ele próprio do contributo dos demais. É um ponto de encontro, simultaneamente ponto de partida e encruzilhada de variegados interesses individuais, que constituem um rico interesse colectivo. É a bissectriz do individual e do colectivo, de tal forma equilibrada que permite que ambos cresçam e cooperem e mutuamente se alimentem. É, em suma, a Utopia possível, a concretização do inconcretizável, equilíbrio instavelmente estável de múltiplos interesses e egoísmos, numa matriz que a todos enquadra satisfatoriamente. É um delicado bordado de mil linhas e infinitas cores, executado por inúmeras mãos, extraordinariamente resultando numa harmoniosa composição. É tudo isto e ainda mais o que cada um quiser, desde que respeite os interesses e anseios dos demais e do conjunto por todos constituído.

Esta singular plasticidade da Loja faz dela um duradouro cimento que une homens de diferentes temperamentos, de diversas gerações, de divergentes culturas, de separadas religiões, de conflituantes convicções, gerando laços de solidariedade e confiança que imutavelmente duram há centenas de anos.

É por isso que sempre se marca bem, sempre da mesma forma, sempre com o mesmo ritual, a abertura dos trabalhos, delimitando invisível mas sensivelmente o espaço e o tempo e a cumplicidade da Loja e dos seus elementos em relação a tudo e a todos que lhes é exterior. É por isso que, findos os trabalhos, de novo, sempre e da mesma forma, se executa um ritual de encerramento, que marca o fechar e preservar desse espaço e tempo e cumplicidade próprios e exclusivos, preparando cada um para voltar a actuar no mundo exterior, só que mais forte, mais sabedor, mais capaz de ver beleza onde o olhar comum nada de especial vê.

A Loja é um espaço onde cada um dá o que pode e vai buscar o que necessita.

É por isso que cada um sabe porque vai à Loja e, afinal, existem tantas razões para um maçon ir à Loja como maçons existem à face da Terra.

Fonte: https://www.freemason.pt

terça-feira, 29 de julho de 2025

FRASES ILUSTRADAS

ABERTURA DA LOJA - CIRCULAÇÃO DOS DIÁCONOS E DO MESTRE DE CERIMÔNIAS

Em 02.01.2025 o Respeitável Irmão Fabio Lobato de Campos Oliveira, Loja Acácia de Hiran, 3865, REAA, GOB MINAS, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, apresenta o que segue:

CIRCULAÇÃO DOS DDIÁC∴  E DO M∴  DE CCER∴ 

Venho recorrer ao valoroso Ir para esclarecer mais uma dúvida, segue trecho do Ritual de 2024:

Página 52, 3° parágrafo na abertura da Loja: Durante a transmissão da Pal, os DDiác obedecem a circulação.

Questiono: o Diácono ao passar pela linha da Balaustrada faz algum sinal ao Venerável (saudação) tanto na saída (ato de levar a Pal ao 1° Vig), quanto ao seu retorno? Tendo em vista que julgo que a Loja ainda não está aberta, e o Lda L ainda não foi aberto. E o M de CCer, logo em seguida vai de encontro ao Orad para conduzi-lo ao Alt dos JJur, e ao adentrar ao Oriente deve fazer uma parada rápida e formal por estar com o bastão (saudação) ao Ven Mestre? Ou pode simplesmente passar sem nenhuma referência. Sendo o mesmo questionamento, existe saudação ao Venerável antes da abertura do L da L?

CONSIDERAÇÕES: 

Tratando-se de atividades para a abertura dos trabalhos: 

Se a Loja não estiver formalmente aberta, e assim declarada pelo Venerável Mestre, não se faz saudação e nem parada formal.

No caso da transmissão da palavra pelo 1º Diác, o mesmo ao sair, e quando retornar ao Oriente, não presta saudação e nem faz parada formal. 

Neste mesmo contexto, o M de CCer, ao se dirigir ao Orad, também não faz parada formal, enquanto que, ao sair do Oriente depois de ter conduzido o Orador, deve fazer uma parada rápida e formal, levando-se em conta de que agora a Loja já está formalmente aberta.

É oportuno salientar que parada formal não é saudação maçônica. As saudações maçônicas, nos momentos previstos pelo ritual, são feitas sempre pelo SinPen do Grau.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS


ANTHONY TROLLOPE (Londres, 1815 - Londres, 1882). Romancista e funcionário público inglês da Era Vitoriana. Nasceu em uma família de classe média, filho de um advogado de sucesso, Thomas Anthony Trollope, e de Frances Trollope, uma autora famosa por suas obras de viagem e ficção. Desde cedo, Trollope demonstrou interesse pela escrita, mas sua carreira literária só começou após uma série de empregos no serviço público, incluindo trabalhos nos correios britânicos.

Seu primeiro romance, "The Macdermots of Ballycloran", foi publicado em 1847, mas foi com a série "As Crônicas de Barsetshire", iniciada com o romance "The Warden" (1855), que Trollope conquistou reconhecimento e sucesso literário. Esta série, que retrata a vida em uma fictícia catedral de Barsetshire, foi muito popular entre os leitores vitorianos.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 08 de novembro de 1841.

Loja: Banagher, nº 306, Banagher, Irlanda.

Idade que foi iniciado: 26 anos.

Faleceu aos 57 anos de idade, vítima de infarto do miocárdio

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

COMO IDENTIFICAR UM MAÇOM IGNORANTE ARROGANTE E "BURRO"

Na Maçonaria, o ignorante é o iniciado recente que não sabe os símbolos, os ritos ou os valores profundos, mas está aberto a aprender. Faz perguntas sinceras, ouve os mais velhos e cresce a cada sessão.

O arrogante, por outro lado, pode até ter grau alto, mas fala mais do que escuta, corrige mais do que compreende, e trata os outros como inferiores. Esquece que humildade é a base do verdadeiro Mestre.

Um exemplo prático é um maçom que critica canais de irmãos sérios como o @blindagemmoral, @luizmuller.com.br, @papodeirmao81 e vários outros dizendo “isso não é Maçonaria de verdade”, sem estudar a proposta, sem compreender a missão e sem oferecer nada além de julgamento…

E o burro? É aquele que repete jargões maçônicos, mas não aplica nada na vida. Está há anos no Templo, mas continua o mesmo lá fora; sem evolução moral, sem prática, sem luz.

Como Evoluir na Maçonaria?

Para sair da ignorância: PERGUNTE COM HUMILDADE 
Não tenha medo de admitir o que não sabe. Perguntar mais experientes, leia os rituais com atenção, estude os símbolos. O verdadeiro iniciado é um eterno aprendiz.

Para vencer a arrogância: OUÇA MAIS DO QUE FALA 
Mesmo que você já tenha graus altos, contenha o impulso de querer ensinar o tempo todo. Pratique o silêncio ativo. Quem ouve com atenção aprende o dobro e ensina pelo exemplo.

Para não cair na burrice: APLIQUE O QUE VOCÊ APRENDEU

A verdadeira transformação acontece fora da Loja, quando o maçom se torna exemplo no trabalho, na família e na sociedade.

Um maçom que aprende sobre retidão, disciplina e auxílio ao próximo pode traduzir os ensinamentos da Maçonaria em linguagem acessível sem revelar os segredos, iluminando outras consciências dos homens e mulheres que nunca pisaram num Templo, mas buscam evolução moral e espiritual como faz o nosso canal @papodeirmao81 e o projeto pessoal @circulodeluz.

Fonte:  https://www.instagram.com/papodeirmao81/

segunda-feira, 28 de julho de 2025

FRASES ILUSTRADAS

INGRESSANDO NO ORIENTE

Em 02.01.2025 o Respeitável Irmão Fabio Lobato de Campos Oliveira, Loja Acácia de Hiram, 3865, REAA, GOB MINAS, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, apresenta o que segue:

RITUAL 2024 – INGRESSANDO NO ORIENTE

Venho recorrer ao valoroso Ir para esclarecer mais uma dúvida.

Questiono: o Exp ao ingressar no Oriente conduzindo um Cand ao passar pela linha da Balaustrada faz algum sinal ao Venerável (saudação) tanto na entrada quanto na saída? Tendo aqui 2 situações distintas: durante a terceira viagem conduzido pelo Exp e antes da prova da Taça da Vicissitudes conduzido pelo M de CCer, em resumo, estando com a mão direita junto à esquerda do Cand, o Oficial faz ali uma parada rápida e formal?


CONSIDERAÇÃO:

Se bem observada a ritualística, em nenhuma das situações, tanto a do Exp∴  quanto a do M∴  de CCer∴, faz-se a saudação ou parada formal. O motivo é porque na oportunidade o guia está conduzindo um Candidato, inclusive que está ainda vend. 

Assim, nessa condição não há saudação nem parada formal, nem quando entra, e nem quando sai do Oriente.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

SUPREMO CONSELHO NA LUA

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PAINEL DO RITO MODERNO

Ir∴ Vinicius Antonio Couto Esposel 
Loja Francisco Murilo Pinto nr. 3394 – Niterói - RJ

Introdução

Tenho por bem dar início a este singelo trabalho com o objetivo de melhor aclarar o(s) verdadeiro(s) significados do Painel de Grau do Rito Moderno do Grau 1 – Aprendiz Maçom.

Antes, porém, entendo como que necessário elucidar algumas questões que me parecem deveras importante para o prosseguimento do objetivo a alcançar nestas desluzidas palavras.

Símbolo

O símbolo ou signo especifica algo que seja significante. Trata-se de demonstrar um elemento essencial de comunicação.

O reconhecimento do símbolo é imensamente variável conforme a cultura, os costumes e até mesmo a época, mas o seu objetivo é sempre o mesmo, determinar ou ainda demonstrar comunicação.

A escrita é um símbolo, os gestos, cartazes de propaganda, tudo resulta em uma forma de comunicação e, portanto, Símbolos.

O ser humano possui substancial necessidade e até mesmo melhor facilidade em entender determinados aspectos de seu cotidiano através de símbolos. Tomemos por exemplo o nosso próprio dia-a-dia.

A representação específica para cada símbolo pode surgir como resultado de um processo natural ou pode ser convencionada de modo a que o receptor (uma pessoa ou grupo específico de pessoas) consiga fazer a interpretação do seu significado implícito e atribuir-lhe determinada conotação. Pode também estar mais ou menos relacionada fisicamente com o objeto ou idéia que representa, podendo não só ter uma representação gráfica ou tridimensional como também sonora ou mesmo gestual.

Segundo Carl Gustav Jung, os seres humanos possuem a premente necessidade de sensibilizarem diante de símbolos que de alguma forma lhes trazem algum significado importante. Diante da visualização sentimentos afloram, conceitos e associações são melhor assimilados.

Verdadeiramente os símbolos vieram a demonstrar a necessidade do ser humano deixar gravado as suas idéias e pensamentos.

Especificamente, para os maçons, a utilidade dos símbolos atingia mais de um propósito.

O primeiro era realmente deixar gravado na mente de seus membros a necessária representatividade de seus segredos e mistérios. O segundo e talvez o mais importante seria deixar os denominados profanos na penumbra do conhecimento maçônico.

Para Albert Pike, Grande Comandante da Jurisdição do Sul do R.E.A.A. entre 1859 e 1891, os Símbolos Maçônicos "ocultam" e não revelam os seus ensinamentos, importando revelar somente ao iniciado.

Tanto para a maçonaria operativa quanto para a especulativa, os símbolos compreendiam e até hoje compreendem a necessidade de impingir um conhecimento diferenciado. Fazer lembrar os Princípios, Origens e até mesmo o comportamento diante dos símbolos e seus significados.

Observei, diante do estudo empreendido, que o ser humano, desde sua fase mais primitiva tenta exteriorizar seus pensamentos e ações através de toda uma gama de símbolos que tem como objetivo contar uma história, uma situação. É também uma forma de deixar consignado de forma indelével seus sentimentos, suas características e nuances de determinado momento.

Vejamos a aplicação diretamente no painel de grau do Aprendiz Maçom sob a ótica mencionada.

Painel de Grau

A origem do termo é espanhola. Significa “pano”, com sentido de quadro. Assim, temos o que chamamos “Quadro de Pano”.

A meu sentir, tem como significado simbólico o de orientar os trabalhos. Demonstrar os símbolos que regem os trabalhos de determinado grau maçônico e elevar o pensamento à além de simples figuras.

O Painel do grau de Aprendiz não é diferente eis que formata um resumo de todos os ensinamentos afetos ao grau.

De frente para o painel, precisamente pelo lado esquerdo, transpostos os três degraus de ascensão nos fazendo lembrar a necessária tríade escalonada para alcance do grau de Mestre, o  que me chama a atenção em primeiro plano é a coluna “J”, especificamente nomidada de Jakin.

Através de uma interpretação latina, Jaquim significa “Ele firmará”. Somada a coluna “B” – Boaz – força temos a complementação: “Ele firmará a força”.

Por seu aspecto, coluna traduz força, imponência da construção arquitetônica. Sobre a qual repousam as romãs, símbolo da união fraternal maçônica.

Podemos assim antever: COLUNA = FORÇA + UNIÃO.

A maçonaria verdadeiramente estruturada representada pela Coluna resulta da força entre irmãos e sua natural união.

Ao lado da coluna “J” visualizamos o malho e o cinzel. O primeiro (malho) instrumentaliza a idéia de trabalho braçal, do uso da força. Nâo é instrumento de criação mas sim de desbastação. Sempre retira e jamais recoloca aquilo sob o qual atuou.

Já o cinzel, representa o trabalho inteligente. A capacidade do desbaste, da criação.

Unidos, o malho e o cinzel representam a vontade, a força que o aprendiz deve exercer para se tornar ou pelo menos sempre buscar seu aperfeiçoamento exterior e interior.

O dualismo, neste caso: FORÇA + INTELIGÊNCIA = DESENVOLVIMENTO DE UM SER MELHOR.

Meditei sobre o assunto e observei ainda que a força empregada para desbastar a pedra bruta não ocasiona apenas uma mudança externa desta. As pancadas também são sentidas pelo interior da pedra. Significa dizer que o árduo trabalho de desbaste ocorre exterior e interiormente. Aonde o indivíduo (Aprendiz) deve insistir principalmente em mudanças de seu interior, de seus pensamentos, de sua própria relação consigo mesmo. No futuro, com o desbaste da pedra bruta a transformação exterior ocorrerá de forma igualmente precisa.

Registre-se ainda o prumo, estrategicamente alocado acima das romãs. Não representa apenas profundidade do conhecimento e sua retidão. Enfoca também cautela, prudência, perspicácia e sagacidade sob o foco da união, ou seja, não basta o aperfeiçoamento unipessoal. É preciso e até mesmo necessário que o conhecimento seja unificado e afeto a todos os irmãos.

Neste ponto, forma-se a tríade: ESTABILIDADE + UNIÃO + RETIDÃO = CONHECIMENTO (representado pela Lua acima do prumo).

Acima e a esquerda da coluna “J”, focalizamos a prancha de traçar.

Historicamente, a prancha de traçar tinha como objetivo de manter em sigilo absoluto as comunicações maçônicas. Hodiernamente, verifico que tal posicionamento acabou ultrapassado visto que a Maçonaria não é mais considerada Secreta e sim Discreta.

Segundo o Dicionário Maçônico do autor Rizzardo de Camino, a prancha de traçar é o local destinado a receber uma mensagem ou produzir uma comunicação.

Mediante um olhar um pouco mais atento, percebi que a prancha fica posicionada entre as romãs e o prumo, formando uma nova perspectiva: UNIÃO + CONHECIMENTO = RETIDÃO (no sentido de pensar – de almejar aquilo que está dentro de um padrão de aceitabilidade não só entre irmãos, mas também por toda a sociedade).

Ouso em afirmar que o somatório realizado entre a união e o conhecimento ou retidão resulta no aperfeiçoamento maçônico a ser transcrito na prancha para futuras gerações.

Podemos assim finalizar este breve estudo sob o foco de convergência onde tudo que está simbolicamente traçado no painel do rito possui muito mais do que um significado único. Somados, ou melhor, traduzidos em conjunto podemos melhor enxergar muitos dos aspectos característicos do grau de Aprendiz.

Fonte: JBNews - Informativo nº 277 - 01.06.2011

domingo, 27 de julho de 2025

FRASES ILUSTRADAS

LÂMPADA MÍSTICA NO TEMPLO

Em 28.12.2024 o Respeitável Irmão Fernando Grigion, Loja 20 de Setembro, 327, REAA, GORGS, Oriente de Flores da Cunha, Estado do Rio Grande do Sul, faz a seguinte pergunta:

LÂMPADA MÍSTICA

Saberia me indicar alguma leitura sobre a lâmpada mística. Percebi estar sempre acesa nas sessões, indiferente dos graus, e acima da cabeça do cobridor, sabe algo a respeito? O que representa?

CONSIDERAÇÕES:

A bem da verdade, eu não tenho nenhum comentário a fazer sobre o significado dessa tal "lâmpada mística" sobre a porta ou acima do lugar do Cobridor. Digo isto porque rigorosamente ela não existe no verdadeiro REAA.

Eu diria sim que é lamentável que rituais em vigência do REAA ainda mencionem este artefato na decoração do templo.

No passado, alegavam alguns incautos, sem dúvida no intuído de justificarem  as suas fantasias, que essa lâmpada - muitas vezes de cor vermelha - era o símbolo da divindade e, pasme, que nunca poderia ser apagada.

Esses são resquícios de um passado onde elementos de crendices eram comuns em muitas Lojas. Infelizmente, muitos deles ainda não estão totalmente sepultados.

Ao finalizar, é oportuno lembrar que essa lâmpada “mística” mencionada na questão acima nada tem a ver com a Lux in Tenebris, que é um artefato iluminado pendente do teto sobre o centro do templo, o qual é parte da decoração da Loja em Câmara do Meio nas cerimônias de Exaltação no REAA.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

A BENEFICÊNCIA

Em toda reunião maçônica é cultivada a beneficência, não tanto como ato caritativo para manter a tradição operativa da Loja.

Oficialmente, os recursos captados para essa beneficência provém da coleta recolhida pelo tronco de beneficência.

Obviamente, os recursos arrecadados são mínimos e são destinados a algum necessitado, não obrigatoriamente maçom.

Oficiosamente, cada maçom sente a necessidade de amparar o próximo carente; a sua formação espiritual lhe dá esse impulso; o maçom pratica a caridade no sentido material.

A finalidade da Maçonaria não é fazer benefícios no sentido material, mas se é feito, traduz apenas o encobrimento do seu real sentido; a beneficência é esotérica, pois o benefício que cada maçom recebe é espiritual.

A Maçonaria distribui um sem-número de benesses que alcança os pontos mais sensíveis do amor ao próximo; ela prepara o maçom para ser um cidadão exemplar e, como tal, preocupar- se com o infortúnio alheio.

A beneficência pode ser exercitada "mentalmente", enviando por meio da Cadeia de União a "força" necessária para aliviar o aflito e o necessitado.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 73.co / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 72.

O CAMINHO

Dario Angelo Baggieri

O Caminho é árduo, estreito, até mesmo nebuloso, cheio de perigos a que somos expostos nessa viagem a que estamos atravessando para nosso crescimento interior e purgação das deletérias iniquidades e ilicitudes que teimam em nos manter atrelados ao homem material em detrimento do progresso espiritual, que deve ser a tônica, no dia a dia, do verdadeiro iniciado. Que a cada dia, eu seja melhor hoje do que fui ontem!!!

Ao vos tornardes um verdadeiro maçom, em essência, entenderás que devereis morrer para o vício e renascer para as virtudes, aprenderás o sentido da Gnose, como “o conhecimento de quem somos, o que nos tornamos, onde estamos, em que lugar fomos colocados; onde fomos precipitados, onde somos redimidos; que é nascimento, que é renascimento”.

É uma espécie imediata de conhecimento que penetra na consciência como um lampejo sem esforço do raciocínio, uma iluminação da consciência. Essa aquisição de conhecimento, essa revelação intuitiva pode ser possibilitada e desenvolvida através da realização de rituais e cerimônias que ireis aprender. A liberdade de pensamento na sua mais abrangente conceituação leva à psicologia profunda que nos direciona a uma transformação e visão interior capazes de nos conduzir a um conhecimento pessoal que prescinde tanto da Lei como da Fé.

A religião, a ciência, a filosofia, a arte, a literatura, a política, representam apenas abordagens parciais do grande mistério da Alma e do Homem. Cada qual apresenta uma faceta própria, mas sempre fragmentada do Todo. Todas essas abordagens buscam um equilíbrio e uma melhora na qualidade de vida e de bemestar, e procuram de uma maneira dividida, isolada, buscar a harmonia num momento exterior a si mesmo, deixando de perceber que a única realidade é interior e não externa. Concluímos então que, a suprema realidade está além do alcance conceitual.

A psicologia moderna nos mostra que a gnose, na maçonaria e no mundo, se encontra na experiência vital da transformação psíquica pessoal. A prática ritualística (como exemplo, nossos rituais) pode induzir transformações, mas não pode ser confundida com fórmulas de sabedoria, pois cairia num terreno dogmático e nebuloso.

Fonte: Facebook_Pedreiros Livres

sábado, 26 de julho de 2025

FRASES ILUSTRADAS

VISITANTE E O RECADO DO ORADOR

Em 27.12.2024 o Respeitável Irmão Angelo Kondlatsch, Loja Fé e Trabalho, 635, REAA, GOB-PR, Oriente de Rio Negro, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

VISITANTE

Mesmo no Ritual de 2024, nada consta sobre as visitas a outras Lojas

Minha dúvida é se o Irmão que visita outra Loja, e nesta, quando o Orador "envia um Tríplice e Fraternal Abraço ao Venerável Mestre e demais obreiros" bem como algum outro recado, se este Irmão teria a obrigação no momento da "Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular" da próxima Sessão em sua Loja, transmitir esse "recado", pois foi incumbido disso .

O que se vê é que os Irmão colocam no Saco de Propostas e Informações o comprovante de presença nas Sessões de outras Lojas, mas nunca repassam o "recado" do qual foram incumbidos.

Por ter sido em Loja Fechada tal incumbência, não seria de bom senso que também em Sessão fosse repassado essa informação na sua Loja? 

CONSIDERAÇÃO:

Este não é um procedimento que deva ser incluído no Ritual, até porque teríamos também que colocar como obrigação do Orador o envio de recados, a exemplo de enviar um TFA ao Venerável Mestre de outra Loja através de um visitante. 

Isto seria no mínimo mais um excesso de preciosismo.

Nesse sentido, não se trata de uma obrigação e nem de uma regra, mas uma amabilidade, no caso ficando a critério do visitante, se ele achar necessário, transmitir estas "cordiais saudações".

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

OS TEMPLÁRIOS

Adaptado de Giovani R. Carvalho

Por volta do ano 300 o imperador romano Constantino tornou o cristianismo religião oficial do império romano, ficando a Palestina sob a guarda do império. Peregrinos iam e vinham a Terra Santa no afã de visitar locais onde Jesus pregou sua doutrina. Um dos locais preferido era a basílica de Anastasi, edificada pelo imperador Constantino, que fora construída onde teria sido o Santo Sepulcro.

A ocupação da Palestina pelos Islã no século VII, não impediu que as peregrinações dos cristãos acontecesse até Jerusalém. Isto foi devido a habilidade de Carlos Magno em fazer um tratado com o califa de Bagda Ha-run-al Rashid.

Porém, no início do seculo XI, mais precisamente no ano de 1009, a região passou para o califado egípcio, que rompeu os tratados existentes e o novo califa saqueou Jerusalém e destruiu o Santo Sepulcro, exacerbando o fanatismo islâmico e impondo uma perseguição aos infiéis cristãos. Apesar da violência praticada pelos árabes, as peregrinações continuavam mesmo com o risco de não poderem voltar para casa.

Esta agressão levou os cristãos europeus a fazerem incursões isoladas à Terra Santa, com a violência aumentando em frequência e intensidade. O grande cisma da Igreja da 1054, com a separação da igreja romana da ortodoxa e a derrota do imperador bizantino Alexio Comenus pelo exercito turco, levou Roma a pensar em uma intervenção na Terra Santa.

Em 27 de novembro de 1095 foi instaurado pelo papa Urbano II o concílio de Clermont, que convocou o povo a libertar Jerusalém das mãos dos árabes. O papa fez ainda uma turnê pela Europa mostrando que além da libertação da terra santa, a possibilidade de conquistar de novos feudos e também de saquear uma região muito rica.

Estes dois últimos apelos chamaram a atenção, pois a Europa nesta fase da idade média, estava repleta de nobres não primogênitos, ociosos que vagavam como mercenários e esta seria uma oportunidade para este tipo de gente conquistar algo, já que não teriam direito pela hierarquia a bens herdados de seus pais.

A primeira cruzada iniciou após a convocação papal e em 1099 a cidade de Jerusalém foi conquistada após sequencia de grandes saques e violência praticada pelos cruzados contra a população muçulmana. Nesta primeira empreitada oficial dos cristão, estava um cavalheiro francês chamado de Hugues de Payns, que fez voto de fé unindo para sempre seu destino com Jerusalém.

No ano de 1100 foi fundado o Outremer (palavra francesa que significa além do mar), os estados latinos do oriente compostos pelos condados de Edessa, Jerusalém e Antioquia.

O reino latino no oriente era grande e mal protegido. A igreja do Santo Sepulcro (reconstruída) passou a abrigar os monges gregos (ortodoxos) e a grande mesquita Cúpula da Rocha abrigou os monges latinos. Estes últimos adotaram as regras de Santo Agostinho e incentivaram os laicos que trabalhavam com eles a fazerem os votos de viverem junto aos monges. Entre estes leigos estava Hugues de Payns.

Em 1119 um grande massacre de cristãos ocorreu próximo ao Rio Jordão, fato que levou o rei de Jerusalém Balduino II a criar uma milicia independente, subordinada à igreja. Assim em 1120 Hugues de Payns e mais alguns leigos são convocados, sob a liderança do primeiro, a formarem esta milicia, onde perante o Patriarca de Jerusalém, Gormono de Picquigny, fizeram três votos monásticos, de OBEDIENCIA, POBRESA E CASTIDADE. Foi doado aos cavaleiros uma parte do palácio próximo às ruínas do Tempo de Salomão. Com isso passaram a serem chamados de Cavaleiros do Tempo ou Templários.

O grupo pretendia imprimir a fraternidade, os votos de pobreza (no sentido de despojamento material) e de penitência. Mas para formar uma milícia era necessária a aquisição armas, roupas e animais que eram muito caros na época. Precisariam de grande apoio financeiro e logístico. Devido ao tamanho do reino cristão no oriente, grande era o trabalho dos templários com poucos homens. O recrutamento no reino latino era insuficiente. Assim com autorização do rei de Jerusalém, Hugues de Payns viaja a Europa para pedir a benção papal, apoio financeiro e recrutar novos cavaleiros.

Entre 1124 a 1130, Hugues começa sua viagem por Roma, onde recebe as bençãos papais e privilégios que dariam condições para ordem crescer e fortalecer. Dentre outros incluíam: isenção de impostos, livre trânsito e principalmente autorização para receberem doações. Após a passagem por Roma Hugues faz uma maratona pela Europa.

Além dos motivos de fé, grande número de cavaleiros mercenários ou sem atividades vislumbraram oportunidade de deixar a vida de bandidagem, servir a uma causa nobre e seguir uma carreira brilhante. Para dominar a arrogância, a violência e prepotência militar, Hugues recorre a um grande conhecedor da alma humana, Bernardo o São Bernardo. Entrega a ele a carta de Balduino II, onde pedia que este elaborasse para os templários regras monásticas adequadas, que fosse compatíveis com a necessidade da guerra e ao mesmo tempo adaptada a uma ordem religiosa. Onde normas de conduta em que a penitência, a humildade, obediência absoluta a superiores e disciplina duríssima, fossem utilizadas para cortar os impulsos de gente nem sempre bem intencionadas.

O frade guerreiro do templo teria de associar a mansidão e humildade do monge com a nobreza e a coragem do verdadeiro cavaleiro. Entre outros deveres, São Bernardo incluiu a perda da vaidade (o Templário teria vestes próprias e poucas, não deveria preocupar com a aparência); Equilíbrio harmônico entre o corpo e o espírito; poderiam ser somente homens de preferência viúvos; coragem e bravura e morrerem sob a bandeira do Cristo; terem a solidariedade como forte sentimento comunitário, onde tudo que pudesse desagregar como competição, inveja, ciúmes, calúnias eram drasticamente condenados; Respeito a hierarquia, onde no topo estaria o Grão Mestre. A vida Religiosa e administrativa da ordem subordinava-se a setenta normas.

As iniciações na ordem aconteciam a noite.

O Candidato esperava do lado de fora e por três vezes dois cavaleiros se dirigiam a ele para perguntar o que deseja. O que respondia por três vezes que sua vontade era de entrar na ordem.

Após a entrada, era dito ao pretendente que a vida seria dura e perguntava a ele se seria capaz de suportar as asperezas que o aguardavam.

- Que ele não esperasse benemesses, honrarias e riquezas.

- Que deveria fugir dos pecados do mundo

- Servir ao Nosso Senhor

- Ser pobre e fazer penitência

Perguntava novamente se ele estaria disposto a ser servo e escravo da casa.

Perguntava se estava disposto a renunciar a própria vontade.

Se as respostas fossem sim, o candidato era retirado e a assembléia debatia o desejo do candidato de entrar na ordem e se tinha alguém que soubesse algo a respeito do candidato que falasse agora. Não tendo nada, o candidato era admitido.

O candidato era instruído e retorna ao templo, ajoelhando-se e com a mão posta fazia o juramento.

O Grão Mestre perguntava: Pensaste bem? Ainda está decidido a submeter às dificuldades e as asperezas que vigoram na casa?

- Em resposta positiva, a Assembléia levantava e orava para que o novato fosse bem sucedido.

Em seguida nova bateria de perguntas era feitas e ao final o Grão Mestre diz: Procurai não mentir, pois se o fizerem, sereis considerado perjúrio e tereis que abandonar a casa.

Ao final o candidato era submetido ao teste de obediência. Onde era solicitado que ele cuspisse na cruz. O candidato poderia fazê-lo em sinal de obediência (geralmente cuspindo ao lado da cruz) ou negando a fazê-lo em função do juramento de servir ao Nosso Senhor.

Por último o candidato aprovado era beijado levemente na boca pelo capelão. Estas duas últimas partes da ritualística foram utilizadas para a condenação da ordem sob alegação de homossexualidade e negação a Cristo.

Os nobres europeus que desejassem auxiliar a ordem moral e financeiramente, doavam recursos, posses e edifícios. Tudo que fosse produzido nas terras ou advindo do aluguel eram transferidos para a Terra Santa.

A transferência de dinheiro induziu a ordem a desenvolver com rapidez técnicas bancárias e financeiras. Passaria a ser grande emprestadora de dinheiro, logicamente evitando a usura. O fato do voto de pobreza e de despojo de vaidades, sendo que cada Templário poderia ter no máximo quatro denários, deu ao Templo a reputação de honestidade, fazendo com que nobres e reis ricos confiassem aos templários o seus capitais. Que além da custódia faziam reder o dinheiro. Para guardar tanta riqueza foi construída em Paris uma fortaleza para guardar dinheiro e tesouros.

Segundo levantamentos feitos, nos tempos áureos da ordem, os Templários tinham se espalhado por toda a França, no centro norte da Itália, Portugal, Espanha, Alemanha, Hungria, Países Baixos, Inglaterra, Escócia, Irlanda, além claro da Palestina.

Para se movimentarem, para transportar bens gerados na Europa e encaminhados para a Palestina, para transportar dinheiro e tesouros, os Templários criaram uma grande frota de navios que passaram também a prestar serviços de transporte de cargas e pessoas para nobreza e reis.

No oriente, além das atividades de proteção dos peregrinos, os templários desenvolveram grande capacidade de negociação com os chefes árabes da região. Chegando ao ponto de serem requisitados para serviços delicados de missões diplomáticas por reis e papas. Mantinham relações cordiais com emires, sempre baseados em interesses econômicos e políticos sem a contaminação por argumentação religiosa. Inclusive permitiam que fiés muçulmanos fizessem suas preces na grande mesquita Cúpula da Rocha, onde ficavam como já dito os monges latinos.

Em 1144 o condado de Edessa (o condado mais ao norte) foi tomado pelos árabes. Dando origem a segunda Cruzada. Foi o maior exército cristão formado, e apesar disto foi um fracasso de estratégia. Agrediu mais cristão (império bizantino – Constantinopla) do que muçulmanos. Ao contrário da fracassada campanha do exercito cruzado, os Templários participaram de forma exemplar e imaculada.

Problemas de ordem política e administrativa dentro e entre os reinos latinos no oriente, enfraqueceram ainda mais a frágil estrutura dos reinos cristãos. Em 1184 Saladino entra em Jerusalém recuperando para as mãos islâmicas a Terra Santa. Saladino que vinha de conquistas em territórios árabes, teve misericórdia com os cristão de Jerusalém, mas não teve o mesmo comportamento com os templários e hospitalários. Torturou-os até a morte.

A derrota de Jerusalém aconteceu pela falência dos poderes e da inabilidade política dos nobres feudais que governavam a região. Mas a culpa recaiu sobre os Templários, porque tinham objetivo primordial defender a Terra Santa e a queda de Jerusalém e do Santo Sepulcro representavam a falência do ideal.

Os principais inimigos dos Templários não foram os muçulmanos, mas a inveja, a cobiça e a ganancia de reis e religiosos. Os privilégios que adquiriram quando de sua formação os tornaram muito ricos (a ordem e não os Templários). Mesmo no auge da historia dos templários (final do século XII), começaram a surgir descontentamento de setores da igreja e de outras ordens religiosas, que perdiam rendas em detrimento dos cavaleiros.

A sociedade ocidental que havia acatado e tolerado os privilégios iniciais e até a arrogância da Ordem (no auge), não estava mais disposta a suportar as falhas dela. A situação agrava com a queda de Jerusalém, quando grande parte dos cavaleiros retornam para a Europa, e não justificava mais tais privilégios. Estima-se que nesta época que 15.000 templários inativos passaram a exercer funções burocráticas administrando o grande patrimônio da ordem.

Em 1291 a queda de Acre pois fim ao Outremer e inferiu golpe fatal á ordem templária e dos hospitalários. No concílio Ailes 1292, o papa Nicolau IV decreta a fusão das duas ordens. Houve resistências em ambas e a fusão nunca aconteceu.

Morre Nicolau IV e o próximo papa, Bonifácio VIII, via com bons olhos os templários, inclusive porque recebeu deles grande soma em empréstimos. Por outro lado o pontífice tinha vários atritos diplomáticos e religiosos com o rei francês Felipe o Belo. Já nesta época a ordem estava dividida em duas frentes, a da França onde estava o centro administrativo e financeiro e a ordem de Malta na ilha de Chipre, composta de militares envolvidos com relações aos governos da região.

Durante a queda de Acre morre em combate o Grão Mestre Guillaume de Beaugeu. Em Malta havia se destacado um cavaleiro que insistia no combate a certos casos de imoralidade e corrupção dentro da ordem. Era um homem de grande experiencia de campo onde tinha feito sua historia de honra e dedicação. Este cavaleiro chamado Jacques deMolay foi indicado para ser o novo Grão Mestre. Havia um concorrente para o cargo, Hugues de Perraud, cavaleiro burocrático com mais de 30 de serviços e que nunca tinha ido ao front e aliado de Felipe o Belo. Independente da sua força política, Hugues de Perraud não foi indicado e Jacques deMolay torna-se o Grão Mestre.

Em 1306 após sequencia de erros administrativos e bélicos, Felipe o Belo desvaloriza a moeda. O resultado foi uma grande revolta popular. Acuado, Felipe refugia-se na sede dos Templários em Paris. Segundo alguns historiadores, Felipe vendo aquela riqueza se enche de cobiça e exige que o Templo empreste ao rei 300 mil florins em ouro. Jean de la Tour, tesoureiro do Templo, empresta o dinheiro a Felipe sem autorização do Grão Mestre e sem um termo de garantia.

Jacques deMolay ao retornar em 1307 para Paris, verifica a contabilidade, descobre o enorme rombo nas contas e despede de forma irrevogável o contador, aplicando sanção disciplinar. Jean de la Tour, homem de origem burguesa com boas relações no trono, pede auxilio a nobres próximos do rei. Este solicita a Clemente V, o novo papa, a recondução do tesoureiro ao cargo. O papa exige que Jacques de Molay o readmita, que o faz a contragosto.

Felipe o Belo percebe que a Ordem não era mais intransponível, o flanco estava aberto. Passa a difamá-la. Inicia levantando dúvidas da fidelidade da ordem ao Cristo. A inquisição já tinha sido instalada e bastava uma denúncia de heresia para que as investigações iniciassem.

A acusação de que os templários negavam Cristo cuspindo na cruz, fato já comentando que era um teste da obediência, mas que não punia o iniciado caso ele negasse o ato, foi usado como uma das grandes heresias praticadas. O beijo do capelão no final da iniciação e a figura de dois homens montados no mesmo cavalo (símbolo da simplicidade e economia) foram utilizados como práticas de homossexualismo. Assim em 13 de outubro de 1307 cerca de 150 templários, inclusive Jacques de Molay, foram presos em Paris.

A custa de longas seções de torturas, muitos cavaleiros assumiram culpas e assinaram falsos depoimentos. Os bens dos Templários foram desejados por todos incluindo nessa relação o rei Francês e o papa. A frota de navios desapareceu com a prisão dos 150.

Em 18 de março de 1314 Jacques de Molay e Geoffroy de Charny foram queimados em praça pública. Conta-se que antes de morrer de Molay pediu que afrouxasse a corda e olhando para Notre Dame faz uma prece a Virgem Maria, testemunhando sua inocência e da ordem. Lança uma praga a Felipe por traição e a Clemente V por abandono, que eles em breve iriam prestar contas no tribunal Divino. O papa morre um mês depois e Felipe antes de se completar um ano.

Após as prisões e mesmo antes da morte do Grão Mestre, os templários livres se dispersaram, vivendo como refugiados e entrando em ordens religiosas ou não. Em Portugal e Espanha os templários tiveram mais sorte. O Rei português não vendo acusações substanciais contra os cavaleiros não pactua, junto os reis de Aragão e Castela, com a condenação dos mesmos. Enviam mensageiros ao papa Clemente V e pedem que em seus domínios os templários sejam poupados, inclusive porque da ameaça de invasão muçulmana na península Ibérica. O papa para se livrar dos problemas, concede a eles o pedido, mas que o nome seja mudado. Assim é formada a Ordem dos Cavaleiros do Cristo em Portugal e na Espanha a Ordem de Nossa Senhora de Montesa.

Os Templários criados a princípio como monges guerreiros do Cristo, em muito excederam os objetivos iniciais. Foram responsáveis pela introdução dos conceitos de transações comerciais, fidelidade bancária, administração austera. Trouxeram para a Europa conhecimentos de arquitetura, as grandes obras de igrejas e castelos são pós templários, navegação e diplomacia. A ordem acabou em 1314, mas deixou um grande legado para o ocidente.

Fonte: https://focoartereal.blogspot.com