VV MM, digníssimos Vigilantes, e valorosos Irmãos:
Há perguntas que nos atravessam não apenas os ouvidos, mas a alma.
E uma delas, aparentemente simples, carrega o peso de uma espada simbólica e o brilho de uma lâmpada interior:
"Como você é reconhecido?"
Nos rituais, somos todos reconhecidos.
Nas formalidades, tratados como irmãos.
Nos títulos, identificados por graus e cargos.
Mas no íntimo das consciências, a resposta verdadeira só ecoa quando o silêncio da conduta fala mais alto que o som das palavras.
O verdadeiro reconhecimento não se mede pela frequência, nem se mede pelas vestes, nem se garante pelos votos.
Ele se conquista, dia após dia, com atitudes coerentes e palavras que espelham o coração.
Ser reconhecido é ser lembrado com respeito, citado com verdade, e invocado com confiança quando a Loja precisa.
Há obreiros que carregam o nome de "irmãos" mas agem como "primos", pois se afastaram da essência e se perderam nos reflexos dourados da vaidade.
Confundem liberdade com irreverência.
Confundem sabedoria com arrogância.
Confundem Maçonaria com palco de vaidades.
Mas tu, obreiro sincero, se inquietas porque ainda tens viva em ti a voz da consciência.
E é ela que, mesmo em dúvida, te diferencia daqueles que não mais questionam sua própria sombra.
Não te preocupes se te reconhecerão por palavras.
Preocupa-te em ser exemplo quando ninguém estiver vendo.
Pois a Luz verdadeira não precisa de microfone — ela se espalha no silêncio da retidão.
Um dia, um Irmão falará de ti, talvez em tua ausência.
Talvez quando fores apenas lembrança, talvez quando fores um marco.
E a pergunta será feita, ainda que velada:
"Esse foi um construtor ou apenas um frequentador?"
Que a resposta venha leve, como um suspiro de saudade:
"Esse, sim, honrou seu avental."
T.F.A. — Andros 

Fonte: Facebook_Átrio do Saber
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