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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sábado, 5 de agosto de 2023

PARA PENSAR

Vilmar Rodrigues de Miranda (In Memoriun)
Os pensamentos a seguir são de um irmão que após ser iniciado, elevado e exaltado, resolveu escrever um livro, expondo sua interpretação de tudo o que aprendeu: 

Objetivo Prático da Maçonaria - Ensinar as pessoas a ficar no controle de suas próprias vidas, servindo de modelo a outras. 

O Caminho da Maçonaria dirige-se ao íntimo de cada um, quer se chame alma, espírito ou estado de consciência. A Maçonaria trata da natureza oculta do mundo, com simbolismo próprio. A verdade absoluta sobre nós, não pode ser expressa em linguagem, mas é revelada por símbolos. 

Observação: Não é necessário que os irmãos se tornem escritores para fazer peças de arquitetura, mas que, tal como o escritor (no caso, com formação científica), estudem a fundo todas as informações recebidas para cumprir com o objetivo prático da Maçonaria e progredir no Caminho da Maçonaria

Juntando astronomia com a arte da construção, entendeu que o canto nordeste do Templo é onde o sol nasce no dia mais longo do ano no solstício de verão (no hemisfério norte) e que pela tradição, a pedra fundamental de uma obra é colocada aí. 

Este é o lugar dos neófitos, recebidos como pedras fundamentais das lojas, na expectativa de que a fundação possa resultar, numa super estrutura perfeita somada a outras em honra e glória ao G.·.A.·.D.·.U.·. (Ou seja, os aprendizes são a esperança da continuidade do trabalho e do progresso humano.) 

Afirma ele a seguir: educação e disciplina preparam para um papel mais responsável na sociedade. O aprendiz foi recebido no canto nordeste da loja, num dia de muita luz. Na elevação o companheiro é recebido no canto noroeste, onde é maior a escuridão no Solstício de inverno, pois ocorre a noite mais longa do ano. Tal como no piso mosaico, nota-se a alternância de luz e sombra. O aprendiz, recebido no lado mais claro, para obter a consciência de sua natureza ética e sua moral pelo confronto com o conhecimento (a Luz).

O trabalho do aprendiz visa a equilibrar o seu intelecto com as suas exigências (ou suas necessidades) materiais e irracionais. O companheiro é recebido no local mais escuro, para buscar na visão dos mistérios ocultos da natureza e da ciência, o caminho de sua natureza racional. O aprendiz é retirado da escuridão e colocado na claridade, onde deve manter-se, mas como companheiro é recolocado nas sombras, para cumprir o dever de iluminar o mundo. O conhecimento oculto é revelado aos companheiros que se elevam acima da aparência, apoiados no estudo da gramática, da retórica, da geometria (principalmente), da lógica, da aritmética, da música e da astronomia. 

Para a Câmara do Meio (onde se reúnem os mestres), só podem habilitar-se, os equilibrados emocionalmente e qualificados moralmente. Aos outros, o acesso deve ser negado. 

O pagamento em qualquer grau é devido ao trabalho executado. O mérito depende de avaliação própria, sendo a consciência do irmão o seu juiz. O grau de mestre começa com o equinócio da primavera, quando o dia e a noite estão em equilíbrio. Com este equilíbrio o mestre auxilia os irmãos (principalmente os companheiros e aprendizes) na busca do autoconhecimento individual, através da disciplina do corpo material no primeiro grau, do fortalecimento da mente no segundo grau e pelo despertar do espírito no terceiro grau. 

O despertar do espírito é o princípio psíquico que diferencia o animal do racional. Entretanto, o crescimento espiritual só ocorre com a extinção dos princípios unicamente físicos. Assim, o mestre percebe a luz nas sombras e perde o medo do futuro, não só pela crença no G.·.A.·.D.·.U.·., mas também pela integração do intelecto e do ego, libertando o espírito, buscando o sentido do mundo e reduzindo a ansiedade com o auxílio dos mitos que velam os segredos e dos símbolos que ilustram suas verdades. 

O RECOLHIMENTO é importante (diz ele) porque: ” uma prece silenciosa, uma música majestosa ou um momento de meditação, podem ativar o sistema imunológico do corpo, diminuir as taxas cardíacas e a pressão sanguínea. Podem, também, restringir a emissão de hormônios prejudiciais no sangue e gerar sentimentos de calma e bem estar. Ajudam os indivíduos a crescer espiritualmente e a tornarem-se mais satisfeitos com eles mesmos e com seus lugares na sociedade.” Continuando diz:” DEUS e a alma humana são em essência UNIDADE e a iniciação proporciona esta consciência e torna a Maçonaria um sistema espiritual de auto aperfeiçoamento que ajuda indivíduos a alcançar sua capacidade pessoal e os encoraja a tomar parte ativa no aperfeiçoamento da sociedade em geral. E para entender a iniciação é preciso praticá-la: a Ordem não é religiosa, mas, faz recomendações de três aspectos, como regra de vida: 

1- Obediência contínua à Lei Moral, 
2- Progresso diário, em alguma forma de estudo, reflexão ou prática meditativa compatível, 
3- Oferece o Simbolismo dos instrumentos e ferramentas e dos painéis, para contemplação e reflexão.  Mas, se falharmos na prática das simples e elementares recomendações da Ordem, como poderemos perceber seus ensinamentos avançados? 

Todo novo APRENDIZ deve encontrar um mestre e nele buscar instrução. É um dever moral (dos mestres) e também um dever ao princípio espiritual, que afirma, que aquele que recebe graciosamente, precisa conceder da mesma forma. Ninguém é iniciado para vantagem própria, mas para distribuir sua luz (conhecimento), para alguém que se apresente a ele em posição inferior (menos conhecimento). 

A IMPORTÂNCIA DO RITUAL - O ritual pertence à loja e deve ser protegido e preservado, daqueles conciliadores que promovem, arbitrariamente, mudanças de partes que não entendem e para torná-lo mais aceitável, pelos intolerantes (que não são maçons). 

A repetição constante do ritual é que conduz ao refinamento. A Maçonaria tem uma força invisível que a preserva e a faz sobreviver e o ritual torna um grupo heterogêneo de indivíduos, em uma unidade vivente, portadora de uma cultura corporativa regeneradora. Mudar o ritual sem entendê-lo é como praticar engenharia genética descontrolada, ou prejudicando os cromossomos da maçonaria, bombardeando irresponsavelmente suas gônadas com energia radioativa. Os resultados são imprevisíveis, mas tudo indica que estaremos criando monstros que não poderão mais se reproduzir. Fisicamente somos indivíduos, temos obrigações e deveres pessoais. Mas mentalmente precisamos aprender a ser maçons livres, quando nos juntamos em uma loja e concordamos em nos unirmos em um centro comum, para construir uma comunidade mental.

O TEMPLO – É o nosso refúgio psicológico. É recomendável que todos os dias, por alguns minutos, possamos projetar nossa vontade em um esforço para concretizar a unidade corporativa (união) com os demais membros da loja. Seguindo nosso mestre Hiram Abiff, todos os dias (ao meio dia ou) na hora possível, afugentemos as preocupações e visualizemos os nossos irmãos, juntos na loja, em paz e concórdia uns com os outros. Se isto for feito consciente e regularmente, podem ocorrer os seguintes resultados: 

1- Em um sentido mental, mas nem por isso menos real, a loja se encontrará todos os dias, não apenas em intervalos distantes. 
2- Aumentará a harmonia de pensamento e a unidade de propósito, nos momentos em que a loja se encontra fisicamente. Isto aumentará, proporcionalmente, o prazer e os benefícios do ritual. 
3- O templo da loja passará a cumprir o propósito para o qual está consagrado. A loja formará um ponto focal e um armazém dos pensamentos e aspirações coletivas de seus membros. 

NÃO desistindo desta prática, mesmo que pareça fútil ou infantil, os resultados poderão ser constatados por todos, porque só o desejo de colaborar é por si só uma contribuição e traz benefício, pois nos encontrarmos em nível elevado é o nosso objetivo comum. 

Portanto, se formos tentados e abandonarmos essa meditação e reflexão regulares, perderemos a oportunidade de receber os benefícios terapêuticos do ritual. Nossa loja pode tornar-se um refúgio mental das pressões da vida diária. 

Poderemos nos refugiar ali, conforme desejarmos ou necessitarmos e se adicionarmos a esta prática, discussões regulares e fraternas, nas sessões da loja, acessaremos, quando necessário, um reservatório comum de energia mental. 

FINALMENTE – Se o nosso interesse é passar a Maçonaria para as próximas gerações, precisamos ser mais abertos a respeito de seus propósitos. 

Sabendo que ela é um sistema de desenvolvimento pessoal e social, devemos levar a sério nossos rituais e assegurar-nos que nossas cerimônias continuam a oferecer sua mágica espiritual aos nossos iniciados.

O PROPÓSITO DA ORDEM é ajudar indivíduos a alcançar o estado de iniciados. Mas não se pense que a iniciação destina-se ao benefício próprio. Para entender esta afirmação, portanto, é preciso considerar: 

O Caminho do Conhecimento é de uma natureza muito extenuante e dolorosa para que a maioria o percorra ou mesmo queira percorrê-lo. Este caminho envolve a morte e eliminação do senso de existência pessoal. 

Para alcançar um estado mais elevado é preciso perder uma forma de vida para receber outra em nível mais elevado. Quem procura a iniciação deve ter motivo altruísta. 

Como iniciado poderá iluminar-se, na medida em que se tornar abnegado e impessoal. É preciso, para tanto. repelir a escuridão própria. Ocorre que todos nós temos uma necessidade genética de acreditar em alguma coisa. 

Não é necessário. pois, que nos tornemos automática e tendenciosamente contra a ciência, intolerantes com as crenças alheias, ou que falhemos em viver em harmonia com o Cosmos, para encontrar a satisfação espiritual. 

A maçonaria oferece um banquete tolerante, inclusivo e espiritual para a fome espiritual, íntima, que todos sentimos. Ela tenta funcionar sem fomentar a intolerância supersticiosa, e sem perseguir a diversidade da crença humana. 

Que assim seja!!! 

Fonte: http://www.abemdaordem.com.br

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