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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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segunda-feira, 23 de maio de 2011

A MORTE

Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025
Belo Horizonte - Minas Gerais

Hoje me sinto o mais frágil dos homens, a morte permitiu que meu espírito permanecesse no corpo, mas levou minha alma. A Maçonaria nos ensina que

devemos encarar a morte como o abandono aos nossos vícios e comportamentos inadequados para homens “Justos e de Bons Costumes”. É preciso “morrer” em cada iniciação para “renascer” um degrau acima. Ontem passei por mais uma iniciação, a pior de todas, não tenho pais, não tive filhos e agora perdi a esposa. Se o Irmão gosta de receber estes artigos dominicais, saiba que ela também foi responsável por eles. A cada fim de semana, me perguntava: “-Você vai escrever sobre o que?” Ou então para me provocar: “- Aposto que não tem mais assunto!” E eu devidamente provocado, ia para frente do computador. Nosso ambiente era tomado pelo silêncio e ela pacientemente e sempre atenta esperava o término e os inevitáveis pedidos de ajuda: - Linda, aXima é escrito com “X” ou com “CH” e ela tranquilamente respondia: “- Acima é escrito com a letra c.” Sua sapiência nunca ressaltou minha ignorância. Era tão boa que bastou 44 anos de vida material para cumprir sua missão espiritual, mas nossos 28 anos de vida em comum não me bastaram. Como escrevi antes, esta foi uma iniciação que não me inscreve, não houve um trolhamento e pouco vi por conta da venda d’água; se há um numeral para este grau deve ser o zero, pois a mim nada acrescentou; o título de viúvo eu repudio pois remete ao desamparo. Não há marcha, pois o corpo fica inerte, o toque é frio e único. Não há palavra sagrada, pois os sentimentos não permitem, a palavra de passe é solidão. Mesmo sem vontade, escrevo este artigo, por você Heloisa Santos Matias de Guimarães, minha alma gêmea e que dizia com muito orgulho: - Eu sou esposa de maçom! A intenção dessa catarse além de aliviar a dor é rogar aos Irmãos que aproveitem à vida que pulsa, levem a cunhada para aquele lugar especial de vocês e conversem, conversem muito. Minha princesa não foi de uma vez, ficou internada e todas as noites namorávamos, relembramos nossos momentos, pedimos desculpas, recebemos perdões e nos despedimos. A morte é inevitável, mas, sempre é uma surpresa. Por favor, abracem seus pais, compreendam seus filhos e amem sua esposa. Lembrem-se dos graus simbólicos; Dos nossos Pais somos Aprendizes, de nossos Filhos somos Mestres e para aquela a quem mais amamos, restou o grau mais bonito. Sejamos verdadeiramente Companheiros de nossas esposas.

Grato pela atenção e muito obrigado pelo carinho

Fonte: JBNews - Informativo nº 268 - 23.05.2011

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