Ir∴ Luiz Felipe Tavares
Loja Luz do Planalto, 76 – São Bento do Sul - SC
A palavra é uma condutora de significado. Ferramenta poderosa para o ato de compartilhar.
Transporta informações e sentimentos de uma matriz mental à outra.
Sua multiplicidade permite que escolhamos cuidadosamente o significante adequado para o significado determinado.
É leito acolhedor para o rio caudaloso das idéias.
Armazena o poder da informação e a transmite impondo mudanças.
Podem se somar em sucessão de significados, ampliando, no entanto a densidade total do sentido, agregando valor muito superior ao da soma.
Seu encadeamento cuidadoso abre novos espaços de possibilidade. Permitem a sinergia das idéias.
Palavras são preciosas.
Como fazemos uso deste tesouro?
Palavras espelham o movimento de nossas consciências corporificando pensamentos e sentimentos, dando a eles realidade permutável.
Como toda ferramenta poderá ser usada de forma mais ou menos eficiente.
Para bem usarmos a palavra precisamos avaliar se existe espaço para que vibrem seu significado. Nossos companheiros de jornada são os espaços. Mas serão eles espaços adequados? Suas dimensionalidades ressoarão a musicalidade de nossas palavras em toda sua amplitude?
Talvez possuam o espaço adequado, mas e o tempo? Será da mesma forma suficiente para que possamos realizar a alquimia dos significados?
Se o tempo não for suficiente, apenas fragmentos sem sentido serão passados e não interpretados como gostaríamos.
Grandes idéias necessitam de amplos e pacientes ouvidos.
Podemos ter conteúdo extraordinário, mas talvez não tenhamos a oportunidade certa para passá-lo. Não devemos permitir que diamantes retornem ao estado de carvão.
Nossa energia é preciosa, e as palavras carregam nossa energia. Não é prudente desperdiçar energia.
Palavras acolhidas retornam permutando energia.
SE não pudermos passar toda a densidade, remodelemos então a mensagem, simplifiquemos o conteúdo para que o mesmo possa ser acolhido.
Um grande sábio esmera pequenos ensinamentos dando a eles a chance de vingar.
Aquele que sabe falar fala apenas o suficiente. Apenas fala o adequado.
Palavras conduzem proporções e pesos, formando equações a solucionarem problemas de continuidade.
Palavras são signos de compatibilidade. Formam complexos que tomam o aspecto inteiriço de símbolo.
Palavras sinergicamente sucessivas agregando sentido e implodindo em novos espaços dimensionais. Criam caminhos outros para serem percorridas por palavras outras.
Palavras são espelhos a refletir nossos próprios sentimentos e pensamentos.
Somos palavras vivas.
Por vezes a melhor palavra é aquela que não foi dita. Porém por vezes a palavra não dita no momento certo deixa lacuna irreparável.
Um negativo revela detalhes ocultos de uma foto, pelo contraste que oferece.
Da mesma forma as cores vivas de uma imagem nos enriquecem com detalhes e sutilezas.
Uma pequena carta mal posta pode colocar por terra todo o castelo. Porém sem cartas postas não há choupanas.
Palavras são condutoras de sentimentos, como terminações nervosas. O desperdício de palavras pode conduzir frustrações.
A palavra tem que ter a dinâmica certa para se adequar ao fluxo de idéias em andamento.
Palavras possuem vários portais que se adéquam a várias direções possíveis. Porém a palavra tem dois pólos principais, aquele que é adequado pelo que emite e aquele que se adéqua ao que recebe.
Palavras reverberam as leis e as proporções de nosso universo. Palavras áureas constroem o inacreditável.
Nosso universo talvez seja um fragmento do plano superior. Talvez por isto precisemos juntar fragmentos para compor mensagens. Talvez no plano transcendente, por assim dizer, uma palavra seja suficiente para vibrar mensagens densas.
Fonte: JBNews - Informativo nº 269 -- 24.05.2011
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